9 de dezembro de 2010

Rulers of Nations- Geopolitical Simulator 2 (PC) (***)

Rulers of Nations- Geopolitical Simulator 2 (PC) (***)


Um belo dia você já se pegou pensando "O que eu faria se EU fosse o presidente?". O que não falta são comentários de celebridades sobre o assunto. O que você faria? Diminuiria os impostos? Liberaria os cassinos? Obrigaria todas as modelos boazudas a posarem peladas? Invadiria a Argentina?

Pois agora você pode ver tudo isso na prática com Rulers of Nations 2, sem dúvida um dos jogos de estratégia mais difíceis que você já teve o prazer de jogar.

A maioria dos games de estratégia costuma colocar o jogador no papel de um general inquestionável, enviando pobres soldadinhos virtuais para missões suicidas em batalhas sangrentas. Alguns poucos, como SimCity, te colocam no papel de um ditador absolutista, com o poder de demolir o que quiser, construir o que quiser e mexer onde quiser sem maiores transtornos. Rulers of Nations te coloca numa posição realista de presidente ou ditador de algum país do mundo.

O principal desafio é que ninguém governa sozinho. Mesmo se você escolher jogar como um ditador do calibre de Kin Jong Il da Coréia do Norte, você ainda tem que agradar o partido que te apoia, seus secretários, ministros e a população em geral. Abaixe os impostos de uma vez e o partido vai simplesmente te destituir do poder, seja te aposentando ou simplesmente fazendo um golpe de estado. Aumente os impostos e a população vai se revoltar, te presenteando com um tiro na testa. Inunde um país vizinho com seus produtos de exportação e veja a economia mundial entrar em colapso e você acabar tendo que fugir para outro país.

Some a isso o fato de que você, assim como qualquer presidente ou ditador, não tem a mínima idéia do quanto de grana tem em caixa para tocar seus projetos. Você tem o tempo todo que se basear em projeções e suposições bem confusas. Que tal entrar numa guerra, acabar arrecadando pouco com os impostos e ver seu país falir?

A maior parte da ação de Rulers of Nations é exatamente o que os presidentes e ditadores fazem. Propor leis ao congresso, aprovar ou vetar leis propostas pelo congresso, aparecer na TV, fazer alianças políticas, tratar com organismos internacionais (ONU, banco mundial...), apontar ministros, depor ministros, viajar para o exterior e assinar tratados de comércio. Tudo de olho na famosa Lei de Murphy. A qualquer hora a economia mundial pode entrar em colapso por culpa sua, basta vender muito de um produto a preços muito baixos e pronto, o mercado inteiro vai por água a baixo. Ou começar a construir uma universidade pública e a arrecadação de impostos não der para pagar os custos da construção...

Embora os gráficos sejam um pouco toscos comparados a outros jogos atuais, e do game exigir muito conhecimento de macroeconomia, política teórica e estratégia financeira, Ruler os Nations é muito divertido. Nas primeiras quatro ou cinco vezes que você jogar, dificilmente conseguirá se manter no cargo por mais de um mês, mas depois de pegar o jeito do game, vai ver como é divertido levar um país pobre e esquecido da África à status de superpotência atômica mundial, ou de encarnar o Barack Obama e resolver a gigantesca dívida externa e interna dos EUA.

Embora seja praticamente todo um grande "sandbox", o jogo tem modos distintos. No modo Competição você tem de 1 a 4 anos para tocar seu país e se tornar o governante mais popular do mundo, podendo escolher entre as grandes potências (EUA, Rússia, Alemanha, Inglaterra...), os países que estão se destacando economicamente (Brasil, China, Índia...) e os países polêmicos (Irã, Coréia do Norte, Venezuela...).

No modo "Desafio" você pode escolher um jogo sem limite de tempo, começando em 2011, e vários desafios específicos, como lutar contra o aquecimento global, contra o terrorismo, contra uma crise econômica mundial... E neste modo você pode escolher qualquer um dos quase 200 países reconhecidos pela ONU, com direito a escolher um entre três ou quatro possíveis presidentes, e até ouvir o hino nacional de cada um.

A pesquisa foi muito bem feita, e o jogo escapa de algumas idéias absurdas que muitos estrangeiros tem. Finalmente a capital do Brasil é Brasília, e não Rio de Janeiro ou Buenos Aires. Os estados de cada país foram definidos corretamente, e os desafios de cada um foram muito bem feitos. Tente jogar com Israel ou com a Palestina e se veja em um imenso conflito de facções, extremistas, terroristas e forte pressão internacional. Tente jogar com um país como Brasil ou Argentina e você não terá que se preocupar muito com isso, mas sim com reestruturação econômica e investimentos em pesquisa e tecnologia.

É divertido também poder escolher entre políticos reais. Lá estão Barack Obama, Mahmut Ahmadimejad, Lula, Kin Jong Il, Vladmir Putin, Hugo Chavéz... todos devidamente renomeados para evitar processos, mas facilmente reconhecíveis (embora Lula e Kin Jon Il estejam menos feios no jogo...).

Resumindo, pegue um bom livro de macroeconomia, o Diário Oficial do seu país, o caderno de economia do jornal e mãos à obra, Rulers of Nations vale a pena ser jogado, mesmo que você seja expulso de vários países logo nas primeiras horas de governo...

3 comentários:

  1. leonardo4:18 PM

    O jogo é muito bom mesmo.

    Um dos melhores que eu já joguei só perde para Making History !

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  2. Abimael5:51 PM

    as propostas são diferente... rulers of nations é o melhor simulador geopolítico ambientado na idade moderna.

    Para quem gosta de Making History ou este jogo, dêem uma olhada nos jogos da paradox plaza:
    Hearts of Iron
    Crusader Kings
    Europa universalis...
    esses são top!

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  3. Anônimo5:48 PM

    esse jogo presisa de placa de video

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