30 de setembro de 2011

Borderlands (PC, Xbox360, PS3, Mac) (****)

Borderlands (PC, Xbox360, PS3, Mac) (****)

Pegue Mad Max, uma pitada de Fallout, duas doses de quadrinhos americanos dos anos 90, a variedade de armamento e inimigos de um Diablo e misture tudo em uma tigela bem funda. O resultado é o jogo que conhecemos por Borderlands.

Borderlands, da Gearbox e 2K Games consegue algo que poucos jogos tentam hoje, inovar. Se há trocentos FPS estilo Call of Duty, com gráficos realistas, armamento real e física perfeita, este jogo vai por outro lado, com gráficos cartunescos, armamento absurdo e gosto de filmes absurdos de ação.

O enredo de Borderlands se passa no planeta Pandora. Não, não é o mesmo Pandora do filme Avatar (embora seja curioso imaginar que os humanos voltaram para lá, mataram todos os Na'Vi e instalaram um caos pós-apocaliptico), o Pandora de Borderlands é um planeta árido, quase inóspito. Usado como colônia penal, depósito de lixo e zona de mineração por muito tempo, o lugar tem a paisagem cortada por montanhas de detritos, povoada por bandidos da pior espécie e pequenas vilas que vivem sob o medo dos maníacos e monstros que rondam o local.

Devido às ruinas alienígenas na superfície, muitos acreditam nas lendas e rumores sobre o "Vault", um cofre extraterrestre que guardaria riquezas inimagináveis, armamento alienígena e tecnologia incrível.

O Vault só poderia ser aberto uma vez a cada 200 anos. Com a chegada deste momento, vários mercenários se dirigem para lá, incluindo você.

Em Borderlands você pode escolher entre quatro protagonistas, pegando o que se adequa melhor a seu jeito de jogar. Temos a mocinha stealth, o fortão que luta no corpo-a-corpo, o sniper e o soldado que luta na defensiva. Cada um tem uma habilidade especial e causa mais dano com um tipo específico de armamento.

Graficamente, Borderlands adota um estilo ousado. Ao invés de optar pelos gráficos hiper-realistas, ele tira proveito de linhas grossas, com aparência de nanquim, detalhes toscos e bordas ligeiramente tremidas, parecendo ser todo desenhado a mão.

O uso de muitas cores primárias e um bom efeito de luz e contraste dá uma impressão de gibi dos anos 90. O resultado é excelente, e dá toda uma personalidade ao jogo, principalmente quando temos o gênero de FPS tão pasteurizado atualmente. O som não chega a ser ruim, e algumas músicas da trilha sonora são legaizinhas, sobretudo a da cutscene de abertura e a dos créditos. Os efeitos sonoros são mais ou menos genéricos e não há lá muito diálogo no jogo.

Borderlands também é ousado na escolha de armamento. Nada daquelas mesmas armas que aparecem em todo game, aqui temos seis estilos de armas: pistolas, fuzis, escopetas, rifles, revolveres e lança-mísseis, mas a variedade dentro de cada um destes estilos é gigantesca. Quando o assunto é escopetas, por exemplo, você tem escopetas que lançam granadas, escopetas automáticas, escopetas sniper, escopetas que lançam oito balas de uma vez, uma do lado da outra, formando uma espécie de "onda"... E por aí vái...

Assim como na série Diablo, aqui temos armas comuns, incomuns, raras e raríssimas, sendo as últimas (normalmente) mais poderosas. Os inimigos também são bastante variados, indo da vida selvagem de Pandora aos diversos bandidos e mercenários que infestam o local. Quase todo inimigo tem uma versão super-forte, a versão "badass" (algo como "fodão" em inglês), maior, mais forte e mais feia deles, normalmente liderando os mais fracos.

Como um todo, Borderlands é bem descontraído, com vários personagens bizarros, situações engraçadas, achievments com referência a filmes e seriados e ação sem fronteiras. Embora se considere um RPG, a única coisa de RPG que o jogo tem é a possibilidade de customizar as habilidades de seu personagem e de mudar o nome e cor das roupas deles.

Apesar de original e divertido, Borderlands tem alguns probleminhas. Em vários lugares o jogo te obriga a saltar ou escalar pedras e detritos, só que os desenvolvedores não chegaram a um consenso sobre quais pedras e detritos podem ou não ser escalados ou servir de "solo" pra você pular em cima, resultado, você pode acabar "preso" em um "buraco" em uma pilha de pedras ao tentar escalar elas, ou ter que subir um morro na base do "chute", sem ter certeza quais partes você pode escalar e quais não.

O sistema de tiro com rifles sniper também é muito falho. As balas quase nunca vão para onde você quer, e não obedescem nenhuma lei da física, não "caem" devido à gravidade, e não há qualquer indicação de vento. Á longa distância é mais fácil acertar um inimigo com uma submetralhadora do que com um rifle de atirador de elite...

O enredo também "arrasta" a história além do necessário, e lá para o final você já vai estar cansado de ver sempre os mesmos personagens e cenários. Algumas tentativas de ser engraçado acabam enjoando, como a chatíssima musiquinha tocada pelos robôs quadradões de Borderlands (os Claptraps).

Mas são detalhes muito pequenos se comparados ao jogo como um todo. Borderlands é divertido, inovador, tem um visual único e bilhares de armas diferentes para você experimentar. Vale a pena.

27 de setembro de 2011

5 Arcades insanos (fora do Brasil!)

5 Arcades insanos (fora do Brasil)

Se você foi criança ou adolescente nos anos 90, se lembra muito bem dessas enormes máquinas que faziam a alegria da garotada. Conhecidas como Arcade, Taito, Fliperama ou outros nomes, eram versões "públicas" dos consoles caseiros, trazendo jogos da geração dos 4, 8 e 16 bits, muitas vezes com extras, como armas de plástico e volantes.

Com a popularização dos consoles caseiros, muitas dessas máquinas ficaram para trás, ainda com jogos do tempo do onça. Fora do Brasil, no entanto, ainda há muitos arcades inovadores e interessantes, principalmente no Japão. Vejamos algum dos mais insanos, divertidos e absurdos fliperamas que adoraríamos conhecer!



- Sonic Blast Heroes:
Você deve se lembrar de Sonic Blast Man, o arcade anterior da "série", lançado em 1990. Se não chegou a conhecer, visite algum shopping center ou sorveteria de cidade do interior e é capaz que você ainda encontre algum por aí.

Sonic Blast Man era extremamente inovador e muito, muito divertido. Diferente de tudo o que existia nos consoles domésticos da época, o arcade contava com uma espécie de "saco de pancada", onde você devia socar. Quanto mais forte o golpe, maior era sua chance de vencer a "fase". Havia fases para todas as idades, desde as primeiras, que requeriam um golpe de menos de 1kg até as mais pesadas, que talvez nem Mike Tyson conseguisse socar forte o bastante para vencer.

Além disso, Sonic Blast Man permitia tirar uma foto (sua ou de um "amigo") e colocar a cara da pessoa no rosto dos inimigos a serem socados. Cada golpe "deformava" a foto de uma maneira diferente, e a pessoa acabava irreconhecível.

Eis que agora, no Japão, resolveram continuar a série com Sonic Blast Heroes, o novo arcade/saco de pancadas dos fliperamas da Terra do Sol Nascente.

A principal inovação de Sonic Blast Heroes parece ser a parte gráfica. Enquanto o primeiro arcada era meio tosco, o atual tem gráficos de última geração, com personagens surpreendentemente detalhados.

E não é só isso, o nível de animação e de desafios cresceu bastante. Esmurre bandidos, dinossauros, um caminhão-jamanta desgovernado e até mesmo um meteoro!




- Chances de jogarmos: Mediana. Sonic Blast Man e suas sequencias (Sonic Blast Man 2 e Sonic Blast Man Real Puncher) vieram para o Brasil nos anos 90 pela Taito, e fizeram certo sucesso. Por outro lado, a série foi banida nos EUA por causa de acidentes onde crianças deslocaram a clavícula ou machucaram o braço tentando socar o saco de pancadas (pelo visto as crianças americanas são bem frágeis... ou ruins de mira), e como arcades já não atraem tanta gente por aqui, fica difícil dizer se veremos Sonic Blast Heroes no Brasil...

- Let's Go Island 3D:

Se há uma coisa que sabemos sobre os japoneses é que eles são (quase sempre) bem tímidos. Na hora de quebrar o gelo com aquela gatinha nipônica, os rapazes do outro lado do mundo precisam de algum pretexto, seja um prato de sushi, uma garrafa de saquê ou um jogo de tiro 3D que avalia o quanto o casal combina...

O que???

Pois é, Let's Go Island 3D é uma daquelas coisas estranhas que só vemos do lado de lá do Oceano Pacifico. O arcade, feito para dois, acomoda um casal em um game (em terceira dimensão), onde o objetivo é causar o maior desequilíbrio ambiental possível, para fazer o PETA chorar lágrimas de sangue, atirando em diversos animais marinhos, entre tubarões, caranguejos e o onipresente polvo (ahã, você já leu hentai o bastante para saber onde isso vai parar...).


Dependendo da coordenação e cooperação dos jogadores, o arcada vai mostrar o quanto os dois são compatíveis, e as chances do namoro engatar. Pelo menos este é um jogo que aqueles molequinhos de fliperama nunca vão querer jogar com você!


Como se não fosse estranho o bastante, o fliperama ainda sopra ar quente na sua cara durante as partes mais tensas do jogo... e ar quente com odor de peixes e moluscos, de acordo com a criatura que você está extinguindo no momento. 

A menos que você seja namorado(a) de um membro do PETA, deve ser um jogo bem romântico... or not!



- Chances de Jogarmos: Quase nula. Além desse tipo de jogo não ser lá muito popular no ocidente (quando foi a última vez que você saiu com uma namorada(o) e resolveu levá-lo(a) no fliperama?), e da maioria das pessoas não ter muita vontade de jogar em um arcade que cheira a peixe, corre-se o sério risco de grupos ambientalistas como o PETA ficarem revoltados e saírem quebrando tudo ou jogando sangue de animais na tela do videogame... 


- Initial D Arcade:

Para quem não é familiarizado, Initial D é uma série de games japoneses similar aos americanos GTA e Driver, sobre ladrões de carro fazendo manobras insanas nas ruas de grandes cidades. 

Até ai nada demais, afinal nós temos arcades de corrida com bancos, câmbio, volante e tudo mais à pelo menos uns 20 anos aqui no ocidente. Mas o japão resolveu ir além e colocou carros DE VERDADE no fliperama. Sim, isso mesmo. 

O arcade de Initial D Arcade Stage 4 Limited conta com três carros de verdade (sem motor), colocados sobre plataformas móveis com telas de LCD no vidro. A cada movimento no jogo, o carro é jogado para os lados, para a frente ou para trás ou girado 360º na plataforma, imitando a sensação de estar dando cavalo de pau por aí. E, claro, não é qualquer fusca ou brasília velha que montaram no arcade não, saca só os carros:




- Chance de jogarmos: Baixa. O arcade por enquanto só existe no Japão e em Dubai, e além de ser enorme, é muito caro para ser comprado por qualquer sorveteria ou lanchonete brasileira. Fora que, sem a disciplina dos japoneses e dos árabes, é só questão de tempo até algum molequinho de fliperama se jogar embaixo de um carro desses e morrer esmagado... 


- Eternal Wheel:

Você provavelmente já viu ou jogou card games, como Magic The Gathering, Super Trunfo ou Pokemon. Mesmo que não tenha visto, pelo menos deve conhecer o desenho animado (anime) Yu-Gi-Oh!, onde o protagonista joga um destes joguinhos de cartas. 

No desenho Yu-Gi-Oh!, os personagens usam um complexo sistema de hologramas e consoles bizarros para, enquanto estão jogando, mostrarem seus personagens batendo uns nos outros em uma arena holográfica. Eis que isso já é quase verdade lá no Japão...

Eternal Wheel ("Roda da Eternidade") é um jogo de cartas estilo Magic The Gathering, com cartas representando um soldado/criatura/feitiço. Jogar na hora do recreio, sentado no chão, com os amigos é bom, mas sem comparação mesmo é ir no fliperama e ver suas cartas como se fossem soldados/monstros ou magias de verdade, na tela do videogame. 

Basta colocar as cartas na "mesa" do arcade e pronto, seus soldados, magias, monstros e etc aparecerão na tela, em 3D, batalhando com os de seus amigos, tornando cada partida quase um Senhor dos Anéis. 



- Chances de jogarmos: Eternal Wheel não é muito famoso no ocidente, mas este arcade abre um precedente para empresas como a Hasbro (dona da Wizards of the Coast e do Magic The Gathering) criarem alguns arcades do mesmo tipo. É uma idéia viável e que parece bem divertida.



- Gundam Bonds of the Battlefield: 

Se tem uma série de TV que os japoneses amam de paixão, é Gundam (Mobile Suit Gundam). Amam tanto que construiram uma réplica em tamanho real (com 15 metros de altura) de um dos robôs da série na Baía de Tóquio para comemorar o aniversário do primeiro episódio.

Não bastava isso, o melhor e mais insano arcade de nossa lista é justamente da série Gundam. 

Gundam Bonds of the Battlefield é uma série de arcades em forma de bolha que projetam a ação em primeira pessoa 360º, com direito a movimento e som Double Surround. 

Os arcades ainda contam com "aeromoça" e um terminal, onde o jogador pode fazer um "cartão Gundam" e usá-lo para salvar seu jogo e os upgrades de seu robô, a fim de poder jogar novamente em qualquer arcade da série que encontrar. 

E não é só isso, vários arcades podem ser conectados em rede, e você e seus amigos podem duelar, cada um em seu robô gigante, como se estivessem realmente dentro da ação. 

Melhor do que isso só se Bonds of the Battleield tivesse suporte 3D, que nem Let's Go Island lá em cima...

-Chances de jogarmos: Gundam não chega a ser tão famoso por aqui, mas jogos similares podem ser vistos por aí, com cúpulas de fibra de vidro abertas dos lados em fliperamas maiores. Bonds of the Battlefield pode nunca vir para o Brasil, ,as que parece ser bem legal, isso parece!



--------------------------------------------------------------------------------

-Parcialmente kibado de Cracked.com 

E você? Qual arcade acha mais divertido? Deixe seu comentário!

25 de setembro de 2011

Rockstar confunde São Paulo e Rio de Janeiro

"Pico do Jaraguá? Acho que desci na cidade errada!"
Rockstar confunde São Paulo e Rio de Janeiro

Pense rápido, se alguém te descrever  “uma cidade famosa por seu clima agradável, vida noturna e pelas músicas de 'baile funk'". no Brasil, em que cidade você pensa, São Paulo ou Rio de Janeiro?


A Rockstar, lendária produtora da série GTA descreveu assim São Paulo, onde se passará a nova aventura de Max Payne. Pode até ser que os gringos achem agradável pegar aquela garoa fina com temperaturas geladas no meio do ano (com temperatura média de 17.75ºC e média de precipitação de chuvas de 44mm), mas difícil vai ser encontrar tantos bailes funk assim, ainda pior com DJs que não sejam cariocas...


Diante das críticas na internet, a Rockstar se desculpou e disse“Nossas desculpas por não termos percebido isso antes, mas existe um erro de informação em nosso primeiro vídeo Pop-up e que agora foi corrigido. São Paulo é uma metrópole real famosa por seu clima úmido e uma cena social glamorosa. Enquanto o Baile Funk é tocado em todo o Brasil (e no mundo), sua origem é no Rio. A linha correta em questão foi alterada para: ‘São Paulo é famosa por seu clima úmido e pelo cena glamorosa, mas pobreza, violências com gangues e sequestros são o lado obscuro dessa grande cidade.”


Era só substituir as "gangues" por "torcidas organizadas" e citar os intermináveis engarrafamentos da cidade que ficava perfeito. Agora é esperar para Max Payne não executar nenhuma missão nas "praias da Cidade de São Paulo", ou se embrenhar na "Floresta Amazônica em torno da cidade"...

24 de setembro de 2011

Xbox 720?

Xbox 720?

Com o anúncio do WiiU e os rumores correndo sobre o PS4, a Microsoft está trabalhando pesado para se manter na frente da corrida dos consoles, lugar conquistado com seu Kinect lançado recentemente.

Neal Robinson, da AMD (fabricante de placas de vídeo) já cantou a bola que os chips para o próximo Xbox já estão prontos e são capazes de reproduzir gráficos similares aos do filme Avatar de James Cameron. 

E não é só isso, o próximo Xbox será apresentado muito provavelmente na próxima E3, em 2012. O lançamento do Xbox 720 estaria programado para acontecer junto com o do novo sistema operacional da Microsoft, o Windows 8.

O Xbox360, no entanto, não ficaria órfão, uma vez que o Windows 8 seria capaz de rodar jogos dos Xbox anteriores, da mesma forma que os PlayStations mais novos rodam games dos mais antigos. A fusão do Xbox com o Windows pretende ressuscitar games que foram feitos exclusivamente para o console defasado, como Gears of War 2, e facilitar o lançamento de novos jogos para o PC, evitando que jogos ainda em desenvolvimento para Xbox360 sejam cancelados (como ocorreu com vários games do PS2).

23 de setembro de 2011

Os melhores (e piores) personagens de Mortal Kombat

Os melhores (e piores) personagens de Mortal Kombat

A maioria dos leitores desse blog provavelmente não tem idade para lembrar do marco que foi Mortal Kombat para os videogames.

Eu lembro da época onde ter um videogame em casa era para poucos afortunados, e a maioria das pessoas jogavam em arcades, normalmente instalados em parques, lanchonetes, sorveterias e shopping centers.

Em 1993 (se é que eu me lembro bem o ano...) o primeiro arcade de Mortal Kombat foi instalado perto da minha casa, e logo fez a alegria da criançada do bairro. Ao invés dos gráficos cartunescos de um Street Fighter, este jogo tinha personagens que pareciam "de verdade", muito sangue, ossos, tripas e os famosos Fatalities. Se imaginávamos que Ryu e Ken iam sempre pro pronto socorro depois de uma luta, não havia dúvida de para onde iriam os personagens de Mortal Kombat - para o cemitério!

Em homenagem aos 20 anos de Mortal Kombat (ano que vem!), o Blog da Resenha fez um apanhado do melhor e pior dos lutadores franquia. Divirtam-se!

- Melhores Personagens:

- Goro (MK):

Quando o primeiro Mortal Kombat saiu, e eu jogava no arcade na sorveteria perto de casa, a lista de lutadores parecia bastante normal. Tinhamos mulheres gostosas (Sonya Blade), caras fortes sem camisa (Liu Kang e Jhonny Cage), ninjas (Sub-zero e Scorpion), mas todos aparentemente humanos (ok, Raiden é um deus, Scorpion é um morto-vivo, mas todos humanoides).

Quando vencíamos todos os lutadores da lista, aparecia o temido Goro, o sub-chefe que era bem mais difícil de matar do que o chefão final Shang Tsung. Fora o fato de que Goro era assustador, ainda mais em um game feito com imagens filmadas de atores. O cara era enorme, tinha quatro braços e três dedos em cada mão.

Goro se tornou logo a identidade visual de Mortal Kombat, tanto que em Mortal Kombat 2 tiveram de providenciar outro Shokan (a raça de Goro) para ser subchefe, Kintaro. E em Mortal Kombat 3 tivemos Sheeva, uma Shokan fêmea.

Além do design de Goro, sua história prova que ele não é só um rostinho bonito. Com sete esposas (e provavelmente sete sogras, por isso ele é tão violento...), pelo menos 500 anos de idade, 9 Mortal Kombats invicto e posto de general dos exércitos de Shao Khan, o gigante (que por pouco não ganhou o nome de Gongoro) era com certeza um dos personagens mais misteriosos e interessantes do primeiro jogo, e acabou voltando em Mortal Kombat 4.

Infelizmente, Goro sempre foi tão "overpower"que não ganhou muita atenção de outras mídias. Enquanto Sub Zero, Scorpion e até mesmo Jax ganharam gibis, apareceram bastante em filmes e séries, e Jax e Sub Zero até fizeram carreira solo em seus próprios games, Goro ficou relegado ao papel de coadjuvante, daqueles que aparecem, dão uma sova no herói e depois são derrotados...

- Scorpion (MK):

Arremesse uma corda em alguém e grite "Come over here". Praticamente qualquer pessoa com menos de 30 anos reconhecerá imediatamente o movimento do personagem Scorpion.

Um dos personagens mais icônicos da série, e o favorito do criador do Mortal Kombat, Ed Boon, Scorpion talvez seja (ao lado de Sub Zero), o personagem com mais história em todas as mídias. É fácil encontrar gibis, desenhos animados, filmes e a recente série na internet de Mortal Kombat, centrados no conflito entre o ninja do gelo e o ninja morto-vivo.

Scorpion leva vantagem sobre Sub Zero pelo fato de ser o mesmo desde o primeiro jogo da franquia, enquanto seu inimigo gélido morreu no primeiro game e foi substituído por outro Sub Zero nos jogos seguintes.

Além de ser um dos personagens com mais background, Scorpion também possui muitos laços com a cultura pop e até com a história do Japão. Segundo Ed Boon, seu nome verdadeiro, Hanzo, é uma referência ao ninja japonês Hanzo Hattori, que viveu no século XVI. A caveira flamejante que Scorpion esconde sob a máscara também é uma referência ao personagem da Marvel, o Motoqueiro Fantasma.

Embora pareça solitário, Scorpion raramente está sozinho, e várias vezes foi mostrado como amigo íntimo de Reptile e Smoke em gibis e outras mídias.

- Sub Zero (MK):

É impossível falar sobre Scorpion sem mencionar Sub Zero. O ninja azul é outro personagem icônico da franquia, que vive fazendo aparições em placas de bares e cervejarias.

Os fãs de Mortal Kombat sabem que Sub Zero na verdade não é o mesmo personagem desde o primeiro jogo. O ninja original, Bi-Han morreu no 9º Mortal Kombat e depois se tornou Noob Saibot, e seu irmão, Kuai Liang, passou a usar o nome a as roupas de Sub Zero.

A história oficial de Sub Zero e Scorpion é bastante confusa, com o primeiro buscando vingança pela morte do irmão e o segundo buscando vingança por acreditar que Bi-Han matou seu clã. Some a isso vários subplots, Noob Saibot, Quan-Chi, Scorpion jurando proteger Sub Zero, remorso por Bi-Han, ódio por Bi-Han, cicatrizes, braços congelados, descongelado... e por aí vai. Sub Zero é quase um personagem da Marvel de tantas reviravoltas que já teve na vida.

Curiosamente, Sub Zero foi um dos personagens que mais mudou de design ao longo da série. Se no começo ele era um "Scorpion Azul", depois ele passou a lutar sem camisa e sem máscara, ganhou uma cicatriz no olho, passou a lutar com os braços e pernas congelados, depois voltou a usar sua roupa de ninja, perdeu a cicatriz, passou a lutar coberto de névoa, virou ciborgue, voltou a ser humano e agora está até grisalho (aos 32 anos de idade...), enquanto os demais personagens não parecem ter envelhecido nada.

Até marca de cerveja o Sub Zero já virou...


- Shao Khan (MKII):

Khan é um daqueles títulos que, junto com Imperador, dá um ar de fodão a qualquer um que o recebe. O grande chefão do Mortal Kombat não poderia ser exceção.

Shao Khan só apareceu fisicamente em Mortal Kombat II, mas desde o primeiro ele está presente como narrador, anunciando os lutadores e gritando os célebres "Outstanding" e "Finish Him!" durante as lutas.

A história de Shao Khan é pouco citada, mas aparentemente ele nasceu em Outworld a muitos milhares de anos. Não se sabe como ele subiu ao poder ou por qual razão resolveu unificar todas as dimensões, mas até agora ele tem obtido sucesso, unificando Outworld, dominando Edenia e exercendo grande influência em Netherworld enquanto trama a invasão da Terra.

Inicialmente Ed Boon queria que Shao Khan fosse um Tarkatan, a raça de Baraka, mas depois a idéia foi engavetada. O gibi oficial de Mortal Kombat, no entanto,já o mostrou sem máscara e seus traços lembram os de Goro e os outros Shokan. Acredita-se que ele seja um cruzamento entre uma Shokan e um Tarkatan, mantendo a aparência geral de Baraka (sem os espetos nos braços e sem os dentes), mas com a grande altura e rosto de Goro.

Brutal, resistente, forte e extremamente durável, ele é um chefão competente, e um dos personagens da franquia que menos mudou ao longo dos anos. Também é o chefão mais comum nos jogos, sendo o inimigo final de pelo menos seis jogos (MKII, MK3, UMK3, MKT, MK:SM, MK2011)

- Jade (MKIII):

Sem querer cair no politicamente correto, mas, tente se lembrar de pelo menos cinco personagens de videogame que sejam negros. Agora exclua aqueles que são caricaturais (cantores de rap, membros de gangs, policiais comedores de rosquinhas...) e os que são meros coadjuvantes (não-jogáveis)...

Jade e Tanya são duas personagens que, além de negras (não são afrodescendentes, pois nem são do Planeta Terra) são mulheres, e nem por isso ficam para trás no jogo. A história, personalidade e tudo o mais das duas cabe em praticamente qualquer personagem, não ficando presos à cor de pele ou traços delas.

Jade ganha de Tanya em nossos Melhores Personagens por ter aparecido antes (personagem secreta em MKII, jogável em MKIII) e por se juntar ao trio ninja feminino com Kitana e Mileena. Amiga de infância da princesa Kitana e de sua clone meio-tarkatan Mileena, Jade também foi treinada como assassina por Shao Khan e enviada para "cuidar" de inimigos de seu império.

Quando Kitana se voltou contra Shao Khan, Jade acompanhou a amiga, tendo lutado tanto contra Mileena, Baraka e outros leais a Shao Khan quanto contra os seguidores de Shinnok, incluindo Tanya e Quan Chi.

Em Mortal Kombat Shaolin Monks, Jade é assassinada por Mileena com uma facada no olho, e passa a integrar o time de Netherrealm, junto com os falecidos Scorpion e Tanya (que ela mesmo matou, usando como isca para Baraka).

- Piores Personagens:


- Nightwolf (MK3)


Ok, com a onda do politicamente correto o hall de lutadores de Mortal Kombat ganhou negros (embora apenas Jax seja afrodescendente), mulheres (Sonya Blade desde o primeiro Mortal Kombat), pessoas com necessidades especiais (Kabal e o espadachim cego Kenshi), obesos (Bo'Rai Cho) e pessoas da terceira idade (Shujinko, embora o Shang Tsung velho tenho lutado no primeiro Mortal Kombat). Faltou alguma minoria? Sim, faltou um indígena.

Entra Nightwolf, o índio mais estereotipado dos games. Vejamos, ele tem calça jeans, jaqueta de couro e bandana, e combina elas com uma pena no cabelo, munhequeiras enormes, medalhões espalhados pelo corpo e uma pintura no rosto que parece muito mais a máscara do Spawn do que qualquer pintura de indígenas norte-americanos. 

Está parecendo mais um vocalista de folk-black-death-metal do que um índio, talvez se colocar ele se transformando em animal, atirando de arco e flecha e arremessando machadinhas os jogadores vão entender que ele é nativo-americano, certo?

Ainda não? Que tal dar um nome tosco para ele, afinal, índios tem nomes tipo Touro Sentado, certo? É só misturar o nome de um animal com algum verbo, adjetivo ou substantivo e pronto.

No final das contas, Nightwolf é tão estereotipado que faz o Papa-Capim e aquele índio do Village People parecerem totalmente originais. Pelo visto quem criou Nightwolf só viu um indígena naqueles filmes B do Van Damme ou do Steven Seagal...


- Motaro (MK3):

Ok, Mortal Kombat teve um Shokan como sub-chefe (Goro), Mortal Kombat 2 teve outro Shokan como sub-chefe (Kintaro), Mortal Kombat 3 já iria ter uma Shokan como personagem jogável... hora de dar um espaço para as minorias de Outworld.

Eis que entra Motaro, segundo Jhon Tobias, baseado em um brinquedo que ele tinha quando era criança. Motaro é praticamente um centauróide, com metado do corpo humanoide e outra metade de um quadrúpede peludo e vagamente equino. A cauda parece ser mais um tentáculo cibernético do que que um membro real do corpo. E ele tem chifres de carneiro. Pensando bem, onde a mãe do tal Jhon Tobias arrumou um brinquedo desses? Ela custurou a parte de cima do Ken, namorado da Barbie, no corpo de um cavalinho de Forte Apache? Depois o filho junto com um amigo e inventa um game violento e os pais se perguntam o motivo...

Mesmo acumulando o lugar de primeiro e único personagem quadrúpede de um Mortal Kombat, Motaro não teve o impacto visual de Goro, e muito menos o carisma da dupla Scorpion e Sub Zero. Mesmo sendo um chefe difícil de vencer, sua forma aberrante (até para os padrões do Mortal Kombat) e sua aparência de "costurado" (Há três padrões de textura e cores completamente diferentes no mesmo personagem!) fizeram com que nenhum outro de sua espécie aparecesse novamente nos jogos da franquia. Motaro mesmo só foi reaparecer em Mortal Kombat Armageddon, e mesmo assim apareceu só pela metade... e só porque Armageddon queria reunir todo mundo que tinha passado pela franquia...

- Rain (MKT): 

Scorpion cospe fogo, Raiden controla eletricidade, Fujin controla o vento... então resolveram ignorar um personagem que controlasse terra e esqueceram que o gelo de Sub Zero é 100% água congelada. Resultado, um ninja que controla água.

Originalmente, Rain era para ser o ninja vermelho (que hoje é Ermac). Devido a um problema nos arcades dos primeiros Mortal Kombat, às vezes Scorpion aparecia com uma roupa vermelha, Ed Boon resolveu tirar proveito desse erro e criar um ninja vermelho "de verdade". Só que, ouvindo a música Purple Rain do cantor Prince, resolveu mudar e criar um ninja... púrpura.

Púrpura, que controla água, chamado Rain e que é príncipe.

Rain é um personagem tão desprezado, que chegou a ter três biografias diferentes e contraditórias. Em uma ele é irmão de Kitana, auxiliou Shao Khan mas depois tomou partido da irmã contra ele. Em outra ele é um sobrevivente de Edenia que sempre odiou Shao Khan e organiza a resistência à Outworld. Em outra ele é filho de nobres exilados e odeia Edenia E Shao Khan... Eu acho que ele é esquizofrênico, isso sim...

Fora o fato de que ele é um ninja. E se veste como um Teletubbie.


- Raiden e os outros deuses (MK):

Ok, sobre o que é Mortal Kombat? Uma outra dimensão governada pelo maligno Shao Khan resolve invadir a nossa dimensão, e para isso os melhores artistas marciais de lá terão que derrotar os daqui primeiro. Raiden é o deus do trovão que está organizando os lutadores da Terra. Criado à partir de duas figuras mitológicas da Ásia (o deus do trovão do Shintoismo e um espírito dos raios da China), ele era para ser uma espécie de Deus Ex Machina, um personagem que movesse a narrativa por estar muito acima dos outros em nível de poder.

No entanto ele luta. E pode ser derrotado. Facilmente. Por um ator de filmes B.

Que divindade incompetente é essa que pode ser facilmente nocauteado pelo equivalente do Steven Seagal??!!

Ok, ok, às vezes Raiden diminuiu seu poder intencionalmente para poder ter uma luta justa com os mortais... Eis que ao longo da série aparecem o deus do vento Fujin e Shinnok, o "deus louco maligno das trevas que não iria diminuir seu próprio poder para ter uma luta justa com ninguém". E ambos podem ser facilmente nocauteados por um personagem como Jhonny Cage, que até onde sabemos, é um humano tão normal quanto o Anderson Silva do UFC...

Ao invés de dar um clima de misticismo oriental para Mortal Kombat, os "deuses" apenas demonstram uma extrema inutilidade, é quase como se para se qualificar como divindade neste jogo bastava controlar algum elemento (se fosse assim Sub Zero seria o "deus do frio" e Scorpion o "deus do fogo"). Sujeitos como Shao Khan e Goro são infinitamente mais poderosos que tais "deuses".

E como se não fosse bastante, o que Raiden "fala" ao dar seus golpes é apenas barulho inventado pelo ator que o interpretou na captura de movimentos. Eu passei a adolescência achando que era japonês, e muita gente no Japão achando que ele falava inglês...

- Bo'Rai Cho (MKDA):

Não é por nada não, mas o mundo de Mortal Kombat não é para os fracos.

Mais ou menos como a escola do Professor Xavier, aqui você tem gente que solta lâminas dos braços, atira laser pelos olhos, congela pessoas, atira raios pelas mãos... E ao contrário da escolinha dos X-men, aqui eles estão o tempo todo se matando.

Não importa o quanto você seja bom em kung fu, um obeso alcoólatra bulímico com um pedaço de pau na mão não tem lá muita chance por aqui. Ainda pior quando seu nome é toscamente derivado de "Borracho" (Bêbado em espanhol).

Quando o seu maior poder é vomitar no adversário (e não é vomitar ácido igual ao de Reptile), é melhor ficar em casa e procurar tratamento especializado...

- Onaga (MKD): 

Onaga parece promissor à primeira vista. Ele é grande como Goro, e tem asas. Na verdade parece uma versão mais primitiva e anabolizada de Reptile, e é mais ou menos assim mesmo. Ele teria sido um governante antigo de Outworld, morto à milênios por Shao Khan, que foi trazido à vida pelo necromante Quan Chi.

Ok, então temos um dragão morto-vivo maligno aqui... como isso pode dar errado? Simples, ao invés de ser aquele imperador macabro e cruel, ele é apenas egocêntrico. E o Mortal Kombat Deception faz uma força enorme para você gostar dele. Tão grande que você acaba odiando o sujeito.

Praticamente a cada golpe acertado em você, Onaga para de lutar e fica fazendo pose para a câmera. É, parece que no tempo dele os governantes de Outworld eram escolhidos em concursos estilo Miss Universo... Após um ou dois rounds contra ele você nem quer mais ouvir falar nesse cara. Ele e o Jhonny Cage deveriam ter dois quadradinhos na tela de seleção de Mortal Kombat Armageddon, uma para eles e uma para o ego deles...

-----------------------------------------------------------------------------------

E você? Qual é o melhor e o pior lutador de Mortal Kombat? Deixe seu comentário!