Empire Earth II (*)
Se o primeiro Empire Earth era um jogo interessante, com identidade própria, que tentava sair do lugar comum de Age of Empires, Rise of Nations e seus clones, o segundo título da série é uma pá de cal em cima do promissor início.
Império Terráqueo
Empire Earth II tenta continuar com o espírito da série. Permanece o zoom, as especialidades das unidades (agora com mais tipos de unidades, como cavalaria leve e pesada), novas construções e unidades, novas civilizações e opções de personalização, para mudar o nome de suas cidades, por exemplo.
Uma das mudanças mais visíveis foi no sistema de upgrades, agora similar ao de Rise of Nations, com um menu próprio para melhorar suas unidades e a necessidade de ter pelo menos três pesquisas destas para poder avançar de era.
Ligado à nova mecânica de upgrades, há o sistema de "coroas". Se você conseguir fazer todos os upgrades bélicos, todos os civis ou os de império (ou todos eles), você ganha uma "coroa", recebe uma unidade especial capaz de liderar as outras, e pode escolher uma habilidade especial para suas tropas durante um curto espaço de tempo. Se um oponente pesquisar mais tecnologias que você ou se ele avançar de era e pesquisar mais upgrades depois disso, ele "toma" sua coroa, e você perde os poderes especiais e unidades que tinha ganhado.
Império em Decadência
Embora o primeiro Empire Earth tenha sido um game divertido, o segundo soterra de uma vez a série, principalmente por querer se distanciar mais de Age of Empires e se aproximar mais do chato Rise of Nations.
Os gráficos não sofreram muita melhora, pelo contrário. As estruturas, soldados e, principalmente, botões de menu, ficaram muito pequenos, pouco detalhados e feios. O investimento em efeitos, explosões e reflexos foram em vão, não há a excelência gráfica de um Age of Empires III, e as unidades feitas e minúsculas se destacam frente a estes efeitos ( que em algumas máquinas ainda deixam o jogo lento...).
O zoom não é tão bom, e oculta o céu e o relevo, dando um visual muito sem graça ao jogo. A câmera não gira, e nem vale à pena apreciar os gráficos ruins do game de perto.
As ilustrações dos soldados no HUD agora são animadas, como em Warcraft III, mas a animação é tosca, e muitas ficaram com vergonha e resolveram esconder o rosto, colocando as armas na frente ou a cabeça fora do quadro onde aparecem... A maioria das ilustrações animadas possuem exatamente os mesmos gráficos da unidade quando se usa o zoom, o que nos faz questionar a razão das ilustrações animadas. Elas também não são bonitas como em Starcraft, e usam gráficos antiquados.
Há opções novas no game, como observar um mapa de cima do cenário, com as unidades representadas por quadradinhos. Nesta visão dá para colocar os coletores que estão desocupados para recolher recursos. Mas a este modo é muito feio graficamente, e se assemelha um pouco ao "tabuleiro de War" do Rise of Nations, com cidades e regiões com nomes e limites próprios. No entanto, tudo o que se pode fazer neste modo de visão se faz no modo normal de RTS, o que deixa esta visão tosca como algo totalmente inútil.
Neste modo de visão também se pode fazer estratégias de combate e enviar para seus aliados, sejam humanos no modo multiplayer ou inteligência artificial no modo single player. No entanto, o mapa de estratégias também é muito feio, simples e inútil, e a CPU não segue os planos que você traça para ela (o próprio tutorial do game diz isso!!!), o que torna o modo completamente inútil no modo single player.
As fases também são feias e mal construídas. Os mapas são pequenos, as batalhas são confusas e sem graça, as unidades são completamente fora de escala (além de serem maiores que os edifícios, há ainda unidades maiores do que as outras, verdadeiros gigantes...) e os desafios são mal planejados. Quando se recebe um objetivo novo, este aparece como uma janela cinza no meio da tela, obscurecendo o jogo e atrapalhando o jogador. E objetivos novos aparecem o tempo inteiro nas fases, o que exige que atrapalha quando se está concentrado em defender uma cidade ou invadir o inimigo e de repente se é obrigado a levar uma unidade para outra área do outro lado do mapa...
As campanhas também não são empolgantes. Na pré-história até antiguidade temos a Coréia (ohhhh!!!), pouquíssimo conhecida em jogos de RTS. Na Idade Média à Idade Contemporânea temos a Alemanha (denovo!!!!), que já havia aparecido no primeiro game da série. A razão da reprise é uma incógnita...
Depois temos os EUA, numa campanha que parece clone de Rise of Nations. Com tantas civilizações interessantes para se explorar, temos uma exótica, uma reprise e um clichê. Bola fora da Sierra...
Resumindo, se você gostou de Empire Earth, considere Empire Earth II como outro jogo diferente, e jogue o primeiro sempre que sentir saudades dele. Algumas sequências simplesmente não valem à pena...