29 de janeiro de 2008

Soul Calibur III

Soul Calibur III (****)

O que você espera de um game de luta? Muito sangue voando na tela? Golpes absurdos? Inimigos criativos e desafiadores? Personagens carismáticos? Jogabilidade? Excelência gráfica?

Pois pode acreditar, Soulcalibur III tem tudo para deixar qualquer amante de jogos de luta apaixonado desde a primeira partida...

Espada da Alma
Muitos games de luta tem um calcanhar de Aquiles, o enredo. É difícil arrumar uma motivação para colocar tantos personagens diferentes para brigar em arenas, por isso grande parte deles apelam para a manjada história de um "campeonato mundial (ou universal, ou dimensional...) de luta". Tanto Street Fighter quanto Mortal Kombat e The King of Fighters usam do mesmo pretexto.
Em questão de enredo, a série Soulcalibur possui um grande diferencial. Aqui a história gira em torno de duas espadas mágicas, em algum tempo entre a Idade Média e a Idade Moderna. A espada maligna Soul Edge, capaz de corromper o usuário, causou muitos problemas ao transformar o cavaleiro Siegfried em um monstro sanguinário conhecido como Azure Knight (algo como "Cavaleiro Azul") ou simplesmente Nightmare ("pesadelo").
Após muito quebra-pau nos dois Soulcalibur anteriores, a terrível Soul Edge teve seu poder lacrado por uma espada mágica benigna, a Soulcalibur. Siegfried, livre do poder da espada maléfica, resolveu escondê-la, para que nunca mais cause transtornos no mundo.
Cada personagem deste game (e são dezenas deles...) tem alguma ligação com a história das duas espadas. Alguns querem destruí-las, outros utilizá-las e outros desejam apenas impedir que qualquer um tenha acesso a elas. As histórias individuais são extremamente bem construídas, e em poucos "rounds" você já estará escolhendo aqueles de quem gosta mais e aqueles que detesta.
O game, além de um jogo de luta competente, é também uma plataforma de entretenimento completa. Se você tiver em dúvida qual game comprar para seu PS2, não pense duas vezes, Soulcalibur trás a maior quantidade de games diferentes em um só...
Para jogar sozinho, há cinco tipos de game.
No modo "Tales of the Souls" você joga um game de luta interativo, seguindo a história de cada personagem. Conforme o jogo vai narrando a vida de cada um, são apresentadas alternativas que você pode escolher. Cada alternativa te leva a um lugar diferente do mundo, enfrentando inimigos diferentes, sendo que muitos são personagens do game, e outros são lutadores gerados pelo game, com as roupas e armas do gerador de personagens. As histórias são convincentes, e a medida que se avança nelas, é possível "abrir" novas armas, roupas, personagens, arenas e itens como ilustrações e filmes especiais.
O modo "Arena" trás lutas especiais, onde você deve cumprir missões específicas. Todas são muito criativas e divertidas. Há lutas onde você deve correr atrás de inimigos fujões, outras onde você deve passar a "batata quente" para as mãos de seu oponente antes que o tempo acabe, e outras onde o cenário esconde armadilhas...
O modo "Quick Play" é similar aos games de luta tradicionais. Neles você escolhe um personagem e enfrenta diversas lutas seguidas, contra outros oito personagens do jogo. Não é muito criativo, mas é um modo bem útil para aprender os controles e bem mais rápido de terminar.
Em "World Tournament" você pode criar um torneio para você, e também jogar por rede, caso seu PS2 seja conectado à rede telefônica.
Talvez o modo mais criativo do game seja o "Tales of the Sword", um jogo de estratégia RTS com os personagens do game. Neste modo, você é convidado a construir um personagem usando o gerador de Soulcalibur III, e depois o game segue contando a "história" dele, desde quando era oficial no exército até sua ascensão como guerreiro lendário. Em mapas estilo RTS, você pode comandar seu personagem e diversos outros que se unem a você no decorrer da história, invadindo fortalezas, lutando em campo aberto e armando estratégias. Os combates em campo aberto podem acontecer como em um RTS, mas também podem ser lutados como em uma arena de jogo de luta. Quando se invade uma construção, a tela muda para uma arena de Soulcalibur, onde você irá lutar contra o oponente...
Para mais de um jogador, tem-se a oportunidade de lutar em missões da arena, jogo "um contra um" normal e especial, onde você pode abilitar poderes para as armas.
No quesito "gráficos" o game é espetacular. As texturas são belíssimas e os movimentos são fluidos e bem calculados. As arenas também são espetaculares, e o efeito de luz e sombra impressiona muito.
Nem tudo são flores... ou espadas...
Embora seja impressionante, e tenha uma excelente jogabilidade, Soulcalibur III tem alguns pontos fracos.
A excelência gráfica do game tem seu preço, os loadings são extremamente demorados, e há loadings em todo lugar. Escolher uma arma diferente ou uma roupa variante para um personagem já gera quase meio minuto de loading. Pode não parecer muito, mas para quem está escolhendo um personagem, isso é uma eternidade...
O loading para as lutas também é extremamente demorado. No modo "Tales of the Souls" pelo menos há a história do personagem para se ler enquanto espera, mas no modo "RTS" isso atrapalha muito...
Há alguns pequenos "bugs" gráficos. Coisas como bainhas e cabelos que passam através de capas e chapéus, e coisas similares. Não chega a atrapalhar o game, embora seja engraçado às vezes ver tais coisas acontecendo.
O jogo também tem muitos recursos pouco úteis, como a possibilidade de mudar a cor da roupa de um dos personagens principais. Cada um deles tem quatro modelos de vestimenta e cores diferentes, e raramente o jogador se sentirá motivado a esperar um loading de alguns minutos apenas para mudar a cor do cabelo ou do cinto de algum deles...
O gerador de personagens de Soulcalibur III é divertido, mas tem muitos pontos fracos se comparado ao gerador de, por exemplo, Mortal Kombat Armageddon. Embora seja possível escolher rostos, cores, cortes de cabelo e roupas/armaduras de seu personagem, não se pode mudar o tipo físico dele, nem criar monstruosidades como alguns lutadores do jogo. Ou seja, todos os personagens customizados tem o mesmo corpo, nenhum é gordo, magro, baixo, musculoso, alto...
Pode parecer implicância, mas a longo prazo as opções de criação de personagens se esgota, e fica tudo com um certo gosto de "deja vu". As roupas e armaduras também oferecem problema similar. Não é, por exemplo, possível recriar com o gerador qualquer personagem principal do jogo...
Como o enredo acontece nos finais da Idade Média, tem-se à disposição uma grande quantidade de armaduras européias, japonesas e chinesas. Estranhamente, embora existam personagens nativos do oriente médio, não há armaduras ou roupas estilo árabe para o gerador de personagens... Se você queria usar algum personagem estilo "Lawrence da Árabia", esqueça...
Uma desvantagem grave de Soulcalibur III está no som. As músicas são enjoativas, as vozes nem sempre compensam, e o narrador é o pior de todos. Simplesmente não há como desligar o chato do narrador sem tirar também a voz de todos os personagens, mas ficar ouvindo aquele cara é simplesmente insuportável.
Ao contrário do narrador da série Mortal Kombat, com sua voz cavernosa, o narrador de Soulcalibur III tem uma voz cansada e tristonha, e arrasta um longo falatório em inglês sobre espadas e almas antes de qualquer luta. Ao final limita-se a um "You Win" ou "You Lose"... Aguentar a ladainha dele é algo difícil para quem quer desembuchar logo e partir para o combate...
Os controles de Soulcalibur também são uma desvantagem. Basicamente o jogo não se refere aos tradicionais X, O, "triângulo" e "quadrado" do PS2, mas sim a "B", "A", "K" e "G". Após um susto inicial, pode-se descobrir que estes botões esquisitos se referem a "golpe vertical", "golpe lateral", "chute" e "defesa". Até acostumar com isso é comum enfiar os pés pelas mãos, principalmente nas cutscenes ou tutorial, onde o jogo manda você apertar algum botão destes rapidamente...
Além dos botões esquisitos, o controle de Soulcalibur pode ser usado de duas maneiras diferentes. Uma é usar o direcional e os botões do PS2 para mover o personagem e atacar, outra é usar os botões "L1", "L2", "R1", "R2" para desferir golpes, a alavanca esquerda para mover o personagem e a alavanca direita para mover a arma deste. Ou usar qualquer combinação de ambos...
Até pegar o jeito com os controles bizarros leva tempo, e o tutorial não ajuda em nada...
Por fim, Soulcalibur III é um jogo ótimo, muito acima da média. Pode proporcionar horas e horas de ação e pancadaria, mas é um pouco difícil de dominar, e exige uma paciência de Jó para aguentar os loadings...

24 de janeiro de 2008

Novidades: Novo Command & Conquer, Conan, Far Cry 2 e o game de Lost!

Novidades !!!

- Command & Conquer Tiberium: Finalmente novidades sobre o novo game da série Command & Conquer. A Eletronic Arts, atual dona da franquia e da extinta Westwood, fez algumas revelações sobre este jogo. Tiberium será um shooter misturado com estratégia, no mesmo estilo do antigo Uprising. Você comandará um oficial humano na luta contra alienígenas que desejam o mineral extraterreste Tiberium.
O jogo tem tudo para fugir da tradição NOD vs. GDI (para quem não sabe, NOD é uma organização terrorista e GDI é a "Iniciativa de Defesa Global", ambas guerrearam na maioria dos títulos da série Command & Conquer), e pode-se esperar que Kane não dê as caras nele (ou não, uma vez que ele é um vilão recorrente da série), uma vez que agora os alienígenas são os inimigos principais do jogo.
Além dos invasores espaciais, o jogador terá que lidar com o tal mineral Tiberium, altamente tóxico e muitíssimo perigoso. Quem conhece a série sabe que esta coisa só causa confusão, principalmente para quem resolve andar desprotegido por ele.
O teaser do game já foi lançado pela EA, e o jogo é esperado para PS3, Xbox 360 e PC. Provavelmente sairá ainda em 2008. Vamos torcer para que dessa vez a EA acerte a mão e não nos dê mais uma decepção como Command & Conquer Renegade...
Fique ligado em http://www.tiberium.com/ para novidades




Far Cry 2: O primeiro Far Cry foi um game acima da média. Com um roteiro bem escrito, jogabilidade desafiante, ótima IA e gráficos excelentes, ele inovou também em permitir que o jogador pudesse fazer o que quiser no mundo do jogo. Neste shooter você é que escolhia que caminho seguir, para onde ir, agir furtivamente ou dar uma de Rambo...
Eis que a Ubisoft nos presenteia com uma surpresa, Far Cry 2. Aparentemente não estaremos mais perdidos em uma ilha bizarra como no primeiro, mas sim na África. O game está previsto para Março, mas não há muitas informações sobre o que podemos esperar...
O teaser foi lançado, mas não mostra muito do game. Se você tem um PC, Xbox 360 ou PS3, prepare-se para gastar uma grana, pois 08 de Março será (se não houver atrasos...) o lançamento oficial deste jogo...




- Lost: Via Domus: O seriado Lost é um dos mais intrigantes desde Jornada nas Estrelas. Tem mistério, suspense, terror, garotas gatíssimas em trajes mínimos e a sempre interessante premissa de estar "perdido em uma ilha (aparentemente) deserta". Era de se esperar que, mais cedo ou mais tarde, tivessemos algum game baseado na série (que já está quase na quarta temporada). Este jogo trás os personagens clássicos da série, como o vigarista Sawyer, o careca Locke, o iraquiano Said e a gostosíssima Kate. Ao que parece, pelo trailer, você controlará o médico Jack, explorando os mistérios da ilha.

Se o game fizer sucesso, podemos esperar versões similares de outros seriados, como 24 Horas. Resta saber se o jogo revelará algum segredo da série ou se ficará restrito apenas ao que foi mostrado nas primeiras três temporadas.





- Age of Conan: Hiborian Adventures: Se está cançado de MMORPGs feitos no extremo oriente, não suporta mais World of Warcraft e nem quer ouvir falar de Tíbia, talvez Age of Conan venha a surpreender você.
Baseado nos contos de Robert Howard e na HQ que durou décadas (e existe até hoje), Age of Conan é um MMORPG que se passa na "Era Hiboriana", uma época entre a Pré-história e a Antiguidade, onde os grandes impérios ainda não haviam florescido e o mundo vivia imerso na barbárie. Quem conhece o mundo de Conan ou assistiu aos filmes estrelados por Arnold S. (atual governador da Califórnia), este parece ser um jogo bem divertido. Só vamos esperar que não seja proibido pela justiça brasileira por "desvirtuamento dos valores morais", como aconteceu com Everquest...

18 de janeiro de 2008

Proibição de Jogos - Censura volta a agir!















Games Proibidos: Counter Strike e Everquest são as vítimas

Games violentos e a justiça tem uma longa história de censura no Brasil. Nos anos 90 foram proibidos os Jogos GTA; Requiem, The Avenging Angel; e Postal, todos por possuirem "muita violência e incentivarem o crime". Sim, em GTA e Postal o jogador assume o papel de criminosos (um ladrão de carro e um assassino, respectivamente), mas e quanto ao anjo de Requiem? Talvez anjos sejam foras-da-lei.

É indiscutível que tais jogos eram sim violentos. Em Requiem, um shooter, você podia usar magia para fazer seus alvos sangrarem até a morte, em GTA e Postal o jogador tinha a oportunidade de matar qualquer pessoa no jogo.

Olhando hoje, tais jogos tinham gráficos tão antiquados e toscos que não provocam nenhuma surpresa ou susto diante da famosa "violência" da qual foram acusados. Personagens "quadradões" sangrando quadrados vermelhos não parecem tão absurdos como foram vistos pela Justiça na época.

Hoje, as vítimas são os populares jogos on-line Counter Strike e Everquest. A decisão foi do juiz federal Carlos Alberto Simões de Tomaz, da 17ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Minas Gerais e é válida em todo o território nacional. Tais games estão proibidos no Brasil, e serão recolhidos das lojas.

Segundo o juiz, Counter Stiker, aka CS, foi proibido porque "O participante pode escolher o lado do crime: virar bandido para defender a favela sob seu domínio. Quanto mais PMs matar, mais pontos. A trilha sonora é um funk proibido". Já o menos famoso MMORPG Everquest foi vítima de censura por "levar o jogador ao total desvirtuamento e conflitos psicológicos 'pesados'; pois as tarefas que este recebe, podem ser boas ou más".

A proibição de Counter Strike se baseia em um MOD (modificação feita por fãs), que inclui cenários com favelas do Rio de Janeiro. Há também diversos MODs na internet cujo download é gratuito e que fornecem cenários brasileiros, como ruas famosas de São Paulo.

Censura Burra

A censura do juiz Carlos Alberto é, no mínimo controversa, sem falar idiota. Aparentemente ele não entende absolutamente nada sobre os games que proibiu.

Counter Strike, um jogo onde dois times (um de terroristas e um de policiais) se enfrentam com objetivos como libertar reféns ou instalar bombas, não conta com nenhuma referência ao Brasil, à favelas ou ao narcotráfico. A proibição visa uma modificação não-oficial, feita por fãs e colocada para download gratuito na internet. Proibir tal modificação é praticamente impossível, uma vez que ela é amplamente disponibilizada na rede, inclusive em sites fora do país.

Segundo a Eletronic Arts, produtora de Counter Strike, "itens como traficantes, a cidade do Rio de Janeiro, favela, trilha sonora funk e pontuação extra por matar PMS não fazem parte do jogo original. Estas modificações foram criadas por pessoas que não têm qualquer tipo de ligação ou relacionamento com ambas as empresas e que dispuseram seu download gratuitamente pela internet." A empresa também afirma não ter sido notificada oficilamente, e diz que vai recorrer da sentença absurda.

Embora a proibição seja absurda, Counter Strike é um shooter violento, com muitos tiros e sangue. O mais absuro é a inclusão do MMORPG Everquest na sentença.

Não muito famoso por aqui, Everquest não tem representação oficial no país. Ou seja, o juiz proibiu um jogo que, oficialmente, nem sequer é vendido no Brasil...

Everquest é assinado pela internet, e instalado por download, o que significa que é impossível cumprir a sentença de recolher das lojas o game, uma vez que ele vem do exterior direto da rede. No mais, Everquest é um MMORPG simples, similar a World of Warcraft, Ragnarok e outros do mesmo estilo. Quanto aos "conflitos psicológicos 'pesados'", alegados pelo juiz, Everquest está longe de se igualar a outros RPGs, como Vampire, Planescape: Torment e Fallout 2.

Em Fallout 2, por exemplo, é possível traficar drogas, capturar escravos e trabalhar como assassino de aluguel. Em Planescape você pode contratar prostitutas e mentir para personagens. E em Vampire:Bloodlines há muito mais violência, sem falar em cenas de sexo logo nas cutscenes de abertura. Online temos, por exemplo, Second Life, com centenas de prostíbulos e casas de striptease.

Como pode-se ver, ao invés de tomar decisões à respeito de assuntos que realmente incomodam a população, como corrupção, tráfico de drogas e violência, a justiça brasileira prefere dar suas sentenças ao "mundo virtual". Aparentemente é mais fácil punir personagens de ficção do que atacar crimes reais.

11 de janeiro de 2008

Clichês de RPGs eletrônicos

Clichês de RPGs eletrônicos

Olhando na internet, achei essa matéria, que além de muito engraçada, também é muito verdadeira...
Se você gosta de RPGs eletrônicos (Zelda, Final Fantasy, Baldurs Gate, Neverwinter Nights...) provavelmente já percebeu alguns pontos em comum entre eles.

"Com o passar dos anos provou-se muito fácil fazer seu próprio RPG de sucesso, a seguir simples passos:

- Mundo

O mundo precisa ter todos estes elementos: no máximo 2 continentes grandes, desertos, oceanos, ilhas, cachoeiras, penhascos, lagoas, rios, pontes, pastos verdejantes, cavernas, florestas inoportunas e negras, montanhas nevadas, montanhas comuns, cidade pequena, cidade minúscula(a sua), cidade média, cidade gigantesca, cidade voadora, cidade subterranea, e mais alguns lugares secretos variantes.
O mapa não pode ter nenhuma lógica geográfica, e deve ser construído de modo que seu personagem só possa acessar "uma" cidade de cada vez, tendo no meio do caminho de uma pra outra, um dos elemtos geógraficos citados acima, como penhasco, caverna, etc. Sempre, SEMPRE, SEMPRE quando voce chegar numa borda do mapa, tem que aparecer na borda oposta. e lembrem-se precisa conter todos os elementos que impeçam você de chegar de maneira rápida e direta aos lugares, à não ser perto do fim, quando voce pega alguma máquina voadora que te permite ir a qualquer lugar, mas ae o jogo perde totalmente a graça.

-Início

O jogo precisa necessariamente começar com uma tela pedindo seu nome. Ou um apelido que transmita uma sensação de poder e virilidade ao jogador.
O jogo precisa começar com uma tela preta e uma voz te chamando pra acordar. Seja uma entidade que fala por sonho, seja um parente (mãe, tio) que tenta te acordar. Aliás, seu personagem está sempre dormindo.
Caso não esteja dormindo, o jogo começa numa cena aparentemente desconexa e sem sentido, que mais tarde se revelará como um evento futuro no jogo. Aí precisa acontecer um flashback que leva a alguns dias ou anos no passado, onde seu personagem se encontra dormindo.
O protagonista do jogo é sempre um sujeitinho mudo, sem a menor força de vontade. O protagonista precisa sempre concordar com as idéias alheias, não importando se estão pedindo para entrar numa caverna infestada de monstros só para recuperar um ursinho de pelúcia. Você deve concordar com tudo que os outros dizem ou o jogo não segue.

-Desenvolvimento

Você precisa fazer alguma tarefinha básica, tipo cortar lenha, alimentar os porcos, sair pra caçar ou levar um item de uma pessoa a outra, mas de qualquer modo saindo da village (vila).
Dentre os monstros iniciais você precisa matar slimes(monstros gelatinoso). TODO RPG tem monstros gelatinosos, "TODO".
Porque assim que você voltar, a cidade precisa estar toda arrasada e seus pais (ou tios, avós, lêmures ou qualquer coisa que tenha te criado) mortos e assassinados. Todos os villagers (vileiros) também devem estar mortos, bem como os Elders e os Blacksmiths. Eventualmente, a cidade pode estar em chamas. Alguém que ainda sobrar vivo precisa contar que quem fez isso estava atrás de você Geralmente um fulano tosco e mau, de pele laranja, com um nariz enorme, chamado Ganondorf que ri da sua cara com uma gargalhada excêntrica no decorrer do jogo.
Por quê? Não adianta tentar saber porque ninguém vai te contar. Apesar de que todos já sabem. Você precisa sair matando abelhas, coelhos, arbustos e outros monstros. Tudo com uma espada. Aliás, você precisa de uma espada para qualquer coisa. Qualquer coisa.
O mundo fictício precisa ser acomedido de ares de letargia e catatonia, ou magia negra, que façam os personagens atacarem um de cada vez. Isto é, os inimigos ficam te encarando até você resolver o que fazer. Alguns jogadores usam isso como vantagem e até chegam a bolar estratégias.
Geralmente as histórias se resume em "colete todas as pedras Elementais (a palavra "elemento" sempre é bem vindo em um RPG de video-game) antes que o mundo vire um caos, ou evite que o inimigo as colete ou qualquer variante do tipo!!!
Você precisa entrar em todas as casas cujas portas não estejam trancadas e levar todos os objetos de valor, seja apenas uma barra de chocolate ou 20.000 moedas de ouro, e sair sem dar a menor explicação aos moradores (não que eles liguem).
Nenhum NPC(personagem trivial) pode falar com você à menos que voce fale com ele, e ele só pode te dar informações inúteis, ou comentários acerca da catastrofe que acomete a cidade.
Em algum ponto do jogo você precisa ser preso numa cadeia, para que possa escapar de lá, em todo RPG você é preso, sendo inocente ou não, a maioria das vezes inocente.
Em algum momento você tambem precisa enfrentar um inimigo MUITO mais foda que você e tomar uma sova daquelas, porque ele é imortal naquela batalha, mas por algum motivo não dá game over, e você acorda ou numa cadeia(lol) ou numa cama desconhecida sendo tratado por alguem, então o cara que te matou ou entra pro teu grupo, ou você enfrenta mais tarde, e dá uma surra nele.
-Clímax

Eventualmente você precisa encontrar mais pessoas que se juntem à sua "festa" (ou party, como os jogadores costumam dizer). A saber, uma menina loira (que mais tarde se revelará como princesa ou algo do gênero), um personagem bizarro que servirá de alívio cômico (e que não vai servir pra nada no jogo exceto para o discurso de "Como as coisas mudaram depois que te conheci") e um cara de cabelo comprido, que é o tipo misterioso de passado obscuro e que você encontra numa cidade grande (que precisa se chamar Midgard).
Como já mencionado, você vai precisar ir pra uma cidade imensa chamada Midgard fazer compras. Lá você encontrará:

-um rei enfeitiçado (que você precisa desenfeitiçar)
-uma mãe que perdeu o filho (que você precisa encontrar)
-um velhinho louco que vai falar de algum monstro lendário que vive numa caverna local (que você precisa matar)
-o cara de cabelo comprido (que precisa entrar na sua equipe)
-camelôs

O jogo precisa revelar que você é um messias, uma profecia, salvador, libertador ou qualquer coisa do gênero, motivo pelos quais os inimigos destruíram sua vila de vileiros, e agora só você pode salvar o mundo (ou pelo menos o mapa que o representa)

- Conclusão

O vilão principal precisa ter um discurso interminável, fazer piadinhas, ter cabelo comprido e franja emo.
Se você foi acordado no começo por uma entidade de sonho, ela precisa se revelar agora.
No começo da luta, alguém precisa morrer. Geralmente o cara de cabelo comprido.
Você precisa agora pegar sua Steel Greatsword, seu Hunter LongBattleBow, usar todos os seus charms, potions, poderes com elementos (água, terra, fogo, vento, coração, capitão planeta) e passar o rodo no vilão emo. Mas ele não morre. Quando morre, ele se transforma em um dragão que mal cabe na tela do PC e morre em dez segundos, além de ter um nome que você nunca vai descobrir a não ser que hackeie o jogo e descubra que é "Seck Leader Gom".
Quem o mata precisa ser o cara de cabelo comprido que todos achavam ter morrido, mas que na verdade só "levou um arranhão". Ele revela seu passado, que precisa ser alguém que:
-perdeu a família
-perdeu o povo
-perdeu tudo
-perdeu as botas
-perdeu o cachorro
-perdeu o PC
-perdeu o gato
-perdeu o cérebro
-perdeu uma partida de truco
-perdeu uma partida de futebol
-perdeu uma partida de Street Fighter
-perdeu a mulher
-perdeu a vida
-perdeu a razão
-perdeu o celular com câmera e MP3
-perdeu a vergonha na cara
-perdeu um capítulo de RBD
-perdeu seu super nintendo
-perdeu sua "account" no MU
-perdeu a fortuna no cassino
-perdeu uma partida de GunBound
-descobriu que gun bound é plagio de Worms
-brigou com a sogra
-morreu
-ressucitou como emo.
-ressucitou como cachorro
-Levou um Fatalite no Mortal Kombat
-brigou com o cachorro
-perdeu o juízo
-baixou vírus
-é um ET
-é uma entidade interestelar
-jogava Tibia
-Foi morto por um PK em Carlin
-Foi morto por um rato em Rookgaard

O vilão precisa morrer, a paz ser restaurada e os cenários que eram cinzas e secos precisam ser esverdeados, com adição de cachoeiras e gatinhos saltitantes.
A menina loira precisa se declarar pra você.(Nota: ela se declara mas só em palavras pois em nenhum momento ela o beija ou qualquer coisa do genero, isso pq os gráficos eram um lixo, ou porque ainda eram crianças, ou ficaram crianças, ahhh é RPG!!!!!)
O cara de cabelo comprido precisa ir embora porque ele deve seguir em frente em alguma busca interior e pessoal. Otário.
Você volta pra casa e sua mãe (tio, avô) nem ficou sabendo que você saiu. Isto é, se eles não morreram no ataque do começo, ou se foram ressuscitados por algum método estapafúrdio.

- Não esqueça:
-Lendas são sempre reais, boatos são sempre verdadeiros, e profecias sempre se cumprem. Com você.
-Uma noite numa estalagem vale mais do que um ano de UTI.
-Se alguém disser que vai se vingar, acredite!!!!!
-Se mais de duas pessoas falar sobre qualquer assunto é porque envolve (ou vai envolver) você.
-Se algum monstro falar mais de duas linhas de texto, é porque a luta vai durar mais que 20 segundos.
-Quando chegar por uma cidade que ainda não tinha visitado, vá comprar em qualquer lugar. Com certeza tem algo mais forte do que o seu equipamento atual.
-Quando encontrar o mesmo monstro com uma cor diferente, é porque ele é mais forte que o anterior.
-Espada ganha de Machado, Machado ganha de Lança e Lança ganha de Espada (não me pergunte o porquê).
-Luz ganha de Trevas, Trevas ganha de Elemental e Elemental ganha de Luz (também não pergunte). "

(extraído e adaptado da Desciclopédia (http://www.desciclo.pedia.ws/)

7 de janeiro de 2008

O que vem por aí...

Lançamentos 2008

Começo de ano, games novos chegando na praça. Prepare-se para boas surpresas...

- Stargate Worlds: Lembra de um filme antigo, do começo dos anos 90, chamado Stargate? Apesar de divertido, esse filme não fez muito sucesso, mas mesmo assim gerou vários jogos (para SNES, Mega Drive, PC...) e um seriado nos EUA.
Quando pensavam que ninguém mais se lembrava do filme, resolveram radicalizar e lançar um MMORPG sobre o seriado. Stargate Worlds chega arrebentando, a ponto de se tornar um dos MMORPGs mais jogados nos EUA em menos de um mês de seu lançamento. Pelo trailer, parece ser coisa boa. Será que vai ameaçar o World of Warcraft?







- Turok: No quesito "volta dos mortos-vivos", Turok merece lugar de destaque. O primeiro game, onde um índio caçava dinossauros pela selva, deu força a uma infinidade de continuações, culminando no título para Nintendo 64. Agora resolveram tirar os dinossauros do limbo, e eis que surge Turok para PS3, Xbox 360 e PC.
Com os gráficos dos consoles de nova geração, esse novo título parece que vai ser, no mínimo, impressionante. Vá afiando suas flechas, a temporada de caça aos dinossauros está de volta...












- Devil May Cry 4: Acredito que o diabo já está com olheiras de tanto chorar (para quem não sabe inglês, a tradução literal do nome da série é algo como "O Diabo deverá chorar"). O quarto game desta ótima série irá sair para PS3 e Xbox 360, trazendo novas desventuras de Dante contra hordas de demônios sedentos de sangue.
Pelo trailer, DMC4 promete...
-Unreal Tournament 3: Nos anos 90, Unreal era apenas um shooter mediano, embora ficasse meio apagado frente a Quake e outros títulos mais violentos. A grande sacada foi a série Tournament, que transformou o shooter em uma experiência gladiatorial multiplayer única. O sucesso levou a franquia à nova geração, com Unreal Tournament 3, para PS3 e Xbox 360. Parece ser uma briga feia...
- Tiberium: As franquias continuam em pleno vapor. E entre elas não poderia faltar a querida série Command & Conquer, que desde 1996 anda firme e forte nos PCs de todo o mundo. A produtora anunciou um novo game para a série, o misterioso Tiberium. Ainda não se tem notícias sobre este jogo, se seria mais um RTS ou uma tentativa de se aventurar por outros gêneros...
A esperança é que seja algo de qualidade, e não mais um C&C Renegade...

Final Fantasy - Dirge of Cerberus



Final Fantasy - Dirge of Cerberus (****)

A série Final Fantasy fez um sucesso impar no mundo dos games. A primeira tentativa de adaptá-la para o cinema, no entanto, foi um fiasco. Apesar do filme possuir uma técnica inovadora de computação gráfica, ele não tinha nada a ver com nenhum dos games da série (que, diga-se de passagem, também não tem nada a ver uns com os outros), o enredo era fraco e os gráficos ainda ficavam devendo muito.
Com o sucesso de Final Fantasy VII, a Square Enix resolveu levar Cloud e seus aliados para o DVD, lançando o filme Advent Child. E foi deste filme que saiu Dirge of Cerberus.

Cerberus
Final Fantasy Dirge of Cerberus não é um game tradicional da série, e não tras os elementos de RPG oriental. Ele é um game de ação, que narra eventos posteriores ao filme e ao game Final Fantasy VII.
Embora não seja necessário ter visto o filme ou jogado FFVII, com certeza isso ajuda muito a entender o que se passa em Dirge of Cerberus. Neste jogo, que possui um estilo similar a Tomb Raider (com visão em segunda pessoa), você controla Vincent Valentine, em sua busca por seu verdadeiro passado. O enredo segue com várias surpresas, com a volta de personagens do game anterior e do filme. A história é divertida e com certeza irá prender o jogador rapidamente.
Revelar qualquer coisa além disso seria estragar as surpresas do game.
Dirge of Cerberus tem uma boa jogabilidade, lembrando um pouco outros games de ação. Sua principal arma é a temida "Cerberus", uma pistola de três canos. O mais interessante é que ela pode ser customizada ao longo do jogo, com peças encontradas no cenário. Você pode possuir até três customizações da arma, que podem ser rapidamente trocadas na hora do combate. Com este opcional você pode transformá-la em uma metralhadora, pistola ou rifle, colocar mira telescópica, cano maior ou menor, magias e adereços à sua escolha.
A ação transcorre ferozmente. Há muitos combates divertidos, missões que exigirão muita sede de sangue, fases onde a furtividade é mais importante e outras onde tudo o que você tem a fazer é apreciar a paisagem, recolher pistas e interrogar pessoas. A variedade faz com que o enredo se desenrole tranquilamente e o jogo não fique chato. Sempre há missões secundárias e extras a serem conseguidos, o que torna animador jogar mais de uma vez o game.
Fantasia Final
Mesmo sendo um jogo divertido, Dirge of Cerberus tem alguns problemas. O primeiro deles é se diferenciar demais dos outros jogos da série de RPG, o que pode desagradar os fãs.
As fases são bastante lineares, e, na maioria delas é preciso apenas andar para a frente e atirar em qualquer inimigo à vista, até chegar em um chefe e depois assistir a cutscenes. Um pouco de criatividade e de pluzzes nas fases ajudaria o game a fugir da mesmice. Os cenários são pequenos e normalmente se resumem a labirintos, dando a impressão que os programadores usaram paredes diferentes no mesmo cenário.
Há pouca liberdade de movimento, e praticamente nenhuma liberdade de ação. Nada comparado a um GTA ou mesmo a um Final Fantasy RPG. Um pouco mais de detalhismo não faria mal a ninguém. A impressão que Dirge of Cerberus passa é de que foi um game feito às pressas, para completar a história iniciada em FFVII e continuada no filme.
No mais, é um jogo divertido se você está a fim de pregar uns tiros em alguém, ou se você é fã do filme e do jogo FFVII. Mas não espere muito dele...
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3 de janeiro de 2008

Final Fantasy XII



-Final Fantasy XII (*****)

Por muito tempo ouvi comentários do tipo "Você já jogou o novo Final Fantasy?" ou "Você gosta de Final Fantasy?". Pessoalmente eu tinha preconceito com esta série, achava que era mais um caça-níquel japonês, com personagens de cabelo estranho, magias exageradas e combates chatos, baseados em turnos. No entanto, é só experimentar um legítimo Final Fantasy para se viciar nele...

Fantasia Final
O décimo segundo jogo da série, Final Fantasy XII é, sem dúvida, o ápice dos games para PS2. O RPG tem gráficos de tirar o fôlego, uma narrativa fascinante e muita ação do começo ao fim. No enredo do game, o reino de Dalmasca, no mundo de Ivalice, foi invadido e conquistado pelo terrível império de Archades. O personagem principal, Vaan, perdeu o irmão na guerra, e hoje vive de pequenos furtos nas ruas da antiga capital de Dalmasca, Rabanaster, sonhando em se tornar um pirata.
O que parece uma história clichê (quantas vezes você já viu essa história de "Império do Mal domina cidade bonzinha"?) é sabidamente temperada com uma atmosfera exótica e sublime. O mundo de Ivalice está entre a Idade Média e o nosso tempo, embora ainda usem espadas e machados, eles já tem acesso a algumas armas de fogo e máquinas à vapor, mas o que realmente move o tal mundo é um mineral mágico chamado "nethcithe". Este mineral possibilita a construção de navios voadores, robôs e instrumentos de alta tecnologia, transformando Final Fantasy XII em uma curiosa mistura de ficção científica, estilo Star Wars, e saga épica medieval.
A liberdade de ação no jogo é muito grande. Ao invés de cumprir as missões e seguir a narrativa, você pode se dedicar a se aventurar pelo mundo, matando monstros, explorando locais estranhos e caçando recompensas. Em todas as tavernas há murais com cartazes pedindo para matar alguns montros em particular, e essas caçadas podem render uma ótima recompensa.
O enredo também impressiona. As cutscenes são belíssimas, os personagens tem uma personalidade muito definida, a história faz sentido, e como não poderia deixar de ser, em uma produção japonesa, o que parece clichê logo é virado de cabeça para baixo. Em algumas horas de jogo você vai descobrir que o tal "império do mal" não é tão mal assim...
A jogabilidade é boa, os combates são ágeis e divertidos, e podem rolar em "tempo real" ao invés de serem baseados em turnos. Há a possibilidade de "programar" os personagens para fazerem ações sem a necessidade de controle do jogador. Você pode, por exemplo, programar seus guerreiros para atacar qualquer criatura próxima, ou para cuidarem dos feridos do grupo, e eles farão isso sem que seja preciso apertar vários botões.
Rabanada? Damasco?
Final Fantasy XII é um game muito divertido, principalmente para quem curte RPG eletrônico. No entanto, ele é um pouco estranho para nós ocidentais. Os personagens masculinos são bastante andróginos, ficando fácil "duvidar da masculinidade" deles. Há um personagem de nome Larsa que eu, à primeira vista, tive certeza de que se tratava de uma garotinha - e de uma garotinha bem bonitinha - para depois descobrir que "ela" era um homem...
Os nomes dos personagens e locais também são estranhos para a língua portuguesa. Muitas localidades, como Rabanaster e Dalmasca, parecem com nome de comida, outras, como Bujherba, simplesmente soam mal...
O fato da ação dos personagens poder ser "programada" também deixa o game um pouco chato. Se você programar todo o seu grupo da forma correta, precisa somente andar pelo cenário e vê-los matar seus inimigos, usando apenas o direcional para fazê-los se mover.
Nada disso tira o mérito de Final Fantasy XII, um game soberbo, mas quem curte jogos mais "pesados" pode achar este um tanto "feliz" demais...