3 de janeiro de 2008

Final Fantasy XII



-Final Fantasy XII (*****)

Por muito tempo ouvi comentários do tipo "Você já jogou o novo Final Fantasy?" ou "Você gosta de Final Fantasy?". Pessoalmente eu tinha preconceito com esta série, achava que era mais um caça-níquel japonês, com personagens de cabelo estranho, magias exageradas e combates chatos, baseados em turnos. No entanto, é só experimentar um legítimo Final Fantasy para se viciar nele...

Fantasia Final
O décimo segundo jogo da série, Final Fantasy XII é, sem dúvida, o ápice dos games para PS2. O RPG tem gráficos de tirar o fôlego, uma narrativa fascinante e muita ação do começo ao fim. No enredo do game, o reino de Dalmasca, no mundo de Ivalice, foi invadido e conquistado pelo terrível império de Archades. O personagem principal, Vaan, perdeu o irmão na guerra, e hoje vive de pequenos furtos nas ruas da antiga capital de Dalmasca, Rabanaster, sonhando em se tornar um pirata.
O que parece uma história clichê (quantas vezes você já viu essa história de "Império do Mal domina cidade bonzinha"?) é sabidamente temperada com uma atmosfera exótica e sublime. O mundo de Ivalice está entre a Idade Média e o nosso tempo, embora ainda usem espadas e machados, eles já tem acesso a algumas armas de fogo e máquinas à vapor, mas o que realmente move o tal mundo é um mineral mágico chamado "nethcithe". Este mineral possibilita a construção de navios voadores, robôs e instrumentos de alta tecnologia, transformando Final Fantasy XII em uma curiosa mistura de ficção científica, estilo Star Wars, e saga épica medieval.
A liberdade de ação no jogo é muito grande. Ao invés de cumprir as missões e seguir a narrativa, você pode se dedicar a se aventurar pelo mundo, matando monstros, explorando locais estranhos e caçando recompensas. Em todas as tavernas há murais com cartazes pedindo para matar alguns montros em particular, e essas caçadas podem render uma ótima recompensa.
O enredo também impressiona. As cutscenes são belíssimas, os personagens tem uma personalidade muito definida, a história faz sentido, e como não poderia deixar de ser, em uma produção japonesa, o que parece clichê logo é virado de cabeça para baixo. Em algumas horas de jogo você vai descobrir que o tal "império do mal" não é tão mal assim...
A jogabilidade é boa, os combates são ágeis e divertidos, e podem rolar em "tempo real" ao invés de serem baseados em turnos. Há a possibilidade de "programar" os personagens para fazerem ações sem a necessidade de controle do jogador. Você pode, por exemplo, programar seus guerreiros para atacar qualquer criatura próxima, ou para cuidarem dos feridos do grupo, e eles farão isso sem que seja preciso apertar vários botões.
Rabanada? Damasco?
Final Fantasy XII é um game muito divertido, principalmente para quem curte RPG eletrônico. No entanto, ele é um pouco estranho para nós ocidentais. Os personagens masculinos são bastante andróginos, ficando fácil "duvidar da masculinidade" deles. Há um personagem de nome Larsa que eu, à primeira vista, tive certeza de que se tratava de uma garotinha - e de uma garotinha bem bonitinha - para depois descobrir que "ela" era um homem...
Os nomes dos personagens e locais também são estranhos para a língua portuguesa. Muitas localidades, como Rabanaster e Dalmasca, parecem com nome de comida, outras, como Bujherba, simplesmente soam mal...
O fato da ação dos personagens poder ser "programada" também deixa o game um pouco chato. Se você programar todo o seu grupo da forma correta, precisa somente andar pelo cenário e vê-los matar seus inimigos, usando apenas o direcional para fazê-los se mover.
Nada disso tira o mérito de Final Fantasy XII, um game soberbo, mas quem curte jogos mais "pesados" pode achar este um tanto "feliz" demais...

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