29 de julho de 2009

Spore Expansion (Creep & Cute) (Aventuras Galáticas)

Spore Medonhas e Fofinhas (*)


A EA Games e a Maxis, depois do sucesso da série The Sims, resolveram ampliar o filão. Ao invés de apenas controlar uma família humana, que tal controlar toda a evolução? De uma célula a um império espacial?
Essa é a premissa de Spore.

Apesar do visual meio "infantilóide", Spore deixa na sua mão a criação e customização de sua raça, desde célula até uma sociedade interplanetária. Com os recursos do game é possível criar do zero sua criatura, adicionar pernas, braços, bocas, garras, criar veículos, construções e etc etc...
Eis que, como na série The Sims, a Maxis e a EA resolveram lançar "pacotes de expansão" onde se pode encontrar mais pedaços para customizar mais seus bichos.
Medonhas e Fofinhas é a primeira expansão deste tipo, com dezenas de novas bocas e algumas novas garras, pés, lâminas e espinhos, possibilitando a criação de monstruosidades terríveis ou bichinhos fofinhos. No entanto, o pacote não vale o custo-benefício.
Não há nada mais do que novas bocas, mãos, pés, carapaças e poucas opções novas de pinturas. Um upgrade gratúito disponibilizado pela EA nos últimos meses trazia dezenas de excelentes novas pernas e braços, com temática insectóide, o que nos faz questionar o motivo pelo qual a mesma empresa resolveu cobrar por partes bem sem graça...
Fora o fato de que a maior parte do game se desenrola depois que sua criatura já criou uma civilização, e você não pode mais mudar o físico de seu bicho. Veredito final, Medonhas e Fofinhas é um pacote de expansão bem sem propósito, que serve apenas para os muito fãs (e com muito dinheiro no bolso) de Spore.




Spore Aventuras Galáticas (****)


Spore é um jogo divertido. Criar criaturinhas, criar construções, matar outras criaturas...
Mas quando chega na era espacial, o jogo perde muito da graça. Suas missões ficam restritas a eliminar animais doentes, pegar artefatos, atirar mísseis em outras naves...
Eis que a EA Games e a Maxis resolveram então lançar o excelente Spore Aventuras Galáticas.
Aventuras Galáticas é um grande pacote de expansão. Além de novas partes, novas opções de pintura e novos monstrinhos, ele oferece uma perspectiva totalmente nova para Spore, a criação de aventuras e o compartilhamento das mesmas pela internet.
As aventuras envolvem desde objetivos simples, como conversar com um e outro personagem, até batalhas complexas, com centenas de soldados em campo. Além de customizáveis, elas também são disponibilizadas no jogo para serem cumpridas tanto na fase espacial de seu império quanto fora do jogo singleplayer, em um modo "instant action".
O criador de missões é bem simples, e permite fazer várias narrativas à escolha do jogador, simplesmente puxando e soltando no cenário os recursos que se deseja. A simplicidade acaba atrapalhando um pouco, há alguns bugs, e não é possível fazer nenhuma aventura mais complexas, do tipo onde tem duas opções para o personagem seguir. As aventuras do pacote de expansão são terrivelmente lineares, mas as possibilidades são muitas, e, com um pouco de jogo de cintura, dá para criar labirintos complexos, ambientes internos e boas tramas.
As partes adicionais são quase todas reservadas ao período espacial de seu monstro, com novas armas, equipamentos e adereços que dão bônus nas batalhas. Aqui temos lançadores de mísseis, lasers, garras, espadas... mas também capacetes, capas, armaduras e muitos equipamentos, além de um novo modo de pintura que simula uma roupa.
Aventuras Galáticas é um excelente pacote de expansão, que acrescenta centenas de novas possibilidades ao bom Spore, e com certeza vai te dar várias horas de diversão.

25 de julho de 2009

Fallout 3 (PC, Xbox360) (******)


Fallout 3 (PC, Xbox 360) (******)

Final de ano é época das revistas e sites especializados em games darem nota para os jogos lançados durante todo o ano. 2008 não foi diferente. Ou melhor, foi diferente por causa de um game, o tão aguardado Fallout 3.

A mais ou menos uma década atrás o Fallout original, seguido pela continuação Fallout 2, ganharam títulos e mais títulos como os melhores games de RPG do mundo. E não é para menos, a série tinha uma narrativa divertida, uma idéia inovadora e grande liberdade de ação, além de excelentes jogabilidades, gráficos e músicas.

O terceiro game da série Fallout acabou sendo adiado indefinidamente, preso a um limbo onde estão até hoje Starcraft Ghost e Duke Nunkem Forever...

Produtoras menores lançaram jogos paralelos, incluindo o RTS Fallout Brotherhood of Steel (PC) e o mediano game de ação Fallout Brotherhood of Steel (PS2 e Xbox, nada a ver com o game de mesmo título para PC), mas nenhum repetiu o feito dos Fallout originais.

Até agora

O Melhor Game do Mundo

Lançado no final de 2007, início de 2008, Fallout 3 saiu abocanhando prêmios por onde passou. Chamá-lo de "Melhor Game do Mundo" se tornou lugar comum em todas as publicações nacionais e internacionais. E elas estão certas!

Fallout 3 saiu do limbo pelas mãos de uma softwarehouse nova, a Bethesda, que topou a difícil missão de dar vida (e perspectiva de primeira pessoa) ao mundo criado nos anos 90, com Fallout e Fallout 2.

O enredo de Fallout 3 é uma atração à parte. Nos anos 60, enquanto Estados Unidos e União Soviética brigavam na guerra fria, algém disparou uma bomba atômica, e uma guerra nuclear devastou o mundo todo. Nos EUA, os mais ricos dentre os cidadãos puderam pagar para morar dentro de abrigos anti-nucleares, conhecidos como Vaults, onde poderiam se refugiar por tempo indeterminado dos horrores da hecatombe que ocorria do lado de fora.

Enquanto a guerra desenrolava, nações eram pulverizadas e novas armas a laser e armaduras energéticas eram inventadas do lado de fora, do lado de dentro dos Vaults a vida continuou basicamente como era em 1960, com trilha sonora de Elvis Presley, seriados de TV em branco e preto, american way of life...

É neste cenário que você entra. De maneira até então inédita, Fallout 3 permite a customização de seu personagem desde a infância do mesmo. Ao nascer, escolha a cor, penteado, rosto e nome de seu personagem. Enquanto bebê, escolha os atributos dele enquanto aprende o jogo em um tutorial extremamente inovador. E criança, determine como você é, ao descer o braço em seus colegas de escola ou chorar para seu pai...

Fora do Vault, o jogo segue um enredo básico onde você deve ajudar algumas facções a purificarem a água extremamente contaminada do planeta. No entanto, além deste enredo, o "mundo" (um total de mais de 20km² prontos para serem explorados) guarda centenas de enredos secundários, de manés totalitários tentando criar um "país" na terra devastada a antigas fábricas de armas, robôs assassinos, assaltantes, mutantes, monstros e andróides.

Os gráficos parecem uma mescla de filmes como Mad Max com Exterminador do Futuro. Fora da cidade (Washington, capital dos EUA, reconstruída com detalhes que incluem até a sede da Bethesda !) o cenário é de um deserto pós-apocalíptico, com assaltantes vestindo roupas de couro e portando porretes, pontes semi-destruídas e pequenas comunidades construídas com ferro velho. Tudo lembrando os excelentes filmes da série Mad Max, e, com algumas conseções, Waterworld.

Dentro da cidade, temos uma Washington que lembra como a cidade era em 1960, com prédios Art Noveau, monumentos (incluindo museus, a Casa Branca, o Pentágono...) e amplas avenidas, mas tudo devastado por uma guerra nuclear. Se você assistiu o novo Terminator Salvation, vai reconhecer no filme muitos locais idênticos aos de Fallout 3.

O som é uma maravilha à parte. Dependendo de onde você está, seu Peep Boy (uma espécie de relógio futurista) pode pegar estações de rádio que tocam, desde música religiosa até rock antigo, fora os discursos do auto-proclamado Presidente dos Estados Unidos. Os efeitos de som permitem que você localize exatamente onde estão cada um de seus inimigos apenas ouvindo os disparos, e o som das armas é bastante fiel.

Os gráficos também são de cair o queixo, mesmo em computadores medianos. Com eles no máximo, Fallout se torna praticamente um filme.

A jogabilidade também é um detalhe à parte. Além de poder atirar por aí, como em qualquer shooter, você ainda pode acessar o modo "VATS", que lembra os tiros mirados de Fallout 2. Aqui você pode escolher onde mirar no inimigo e então assistir seu personagem, como numa cutscene, arrancando braços e pernas dos inimigos.

As mortes são, assim como em Fallout 2, extremamente violentas. Se você escolher a característica Blood Mess (Sanguinolento), elas ficam ainda mais absurdas. Cabeças voam, braços e pernas explodem, monstros soltam gosma para todos os lados, e sangue voa para todos os lados, fazendo a festa dos jogadores mais sanguinários.

Outra característica mantida pela Bethesda é o humor negro. Em Fallout 2 haviam vários locais com referências a filmes (O Mágico de Oz, Mad Max, Aliens, Star Trek, Star Wars...), livros (sobretudo o Guia do Mochileiro das Galáxias) e gibis (incluindo X-men, Superman e Conan). Em Fallout 3 as referências são mais sutis, mas é possível encontrar, por exemplo, jogadores do RPG Vampiro, a Máscara, que resolveram construir uma sociedade igual à dos vampiros do jogo. Ou o gibi de Cronan, o Bárbaro. Ou uma cidade que tem uma bomba atômica no meio dela (lembra do Retorno ao Planeta dos Macacos?). Há muito mais referências, embora não seja fácil encontrá-las.

Em resumo, Fallout 3 é o melhor jogo de RPG que você vai encontrar no mercado. Pelo menos até Fallout 4 sair do forno, uma vez que já está sendo feito pela mesma Bethesda Software.

E, seguindo uma tendência internacional, Fallout 3 é também o primeiro game a ganhar SEIS estrelas aqui no Blog da Resenha... Ele merece!


22 de julho de 2009

Mouses Estranhos...

Mouses Estranhos

Você já se cansou do seu bom e velho mouse? Aquele com bolinha, que volta e meia tem que ser limpo por dentro... ou mesmo aquele de laser, que tem tendência e se mover sozinho na tela do PC ?

Como diria Seu Creysson, seus problemas se acabaram-se! O Blog da Resenha trás com exclusividade os mouses mais bizarros encontrados na internet. Se você se interessar por um deles, é melhor procurar no E-bay ou no Mercado Livre, pois a maioria é rara de se encontrar no mercado...


- Mouse Gostosa:

De origem alemã, ele é um corpo feminino com uma "camiseta" da seleção da Alemanha... Os peitos são os botões, e não tem "rodinha"...

É uma graça, mas em qualquer sex-shop você encontra outros mais criativos, com peitinhos de fora e tudo...



- Mouse cachorro

Quem criou essa aberração deveria ser punido com pena de morte!
Além de tosco (o mouse é um cachorro sentado numa mesa, com um cachimbo na boca e uma placa escrita "chefe"), os botões ficam dos lados da... argh!... escultura, o que torna muito difícil de usar...
Se você quiser perder o emprego, dê um para seu chefe naquele "amigo secreto" de fim de ano!


- Mouse Sadomasoquista:

Você já deve ter visto aquela propaganda com a Feiticeira, onde ela vende alguns eletrodos para você tomar choque e emagrecer... Pois bem, esse mouse faz exatamente isso.
Com uma entrada USB, ele alimenta dois pares de eletrodos que eletrecutam o usuário e garantem, senão um abdomem liso, pelo menos a sensação de estar em uma cadeira elétrica...

- Mouse com flip:

Embora pareça, essa mouse não é um celular, mas sim uma calculadora.
Parece bastante útil, principalmente para escritórios... isto é, desde que nenhum maluco pense em ligar pra família usando seu mouse...
- Dr. Mouse:
Esse mouse funciona como um médico. Sempre que você repousa sua mão nele, ele avalia sua pulsação e temperatura, dando um aviso se você estiver com febre, hipotermia ou se tiver infartando...

Se Michael Jackson tivesse um desses, já se saberia o motivo da morte dele...

- WTF?

Em quesito bizarrice, este ganha longe. Ideal para proteger seu computador, pois ninguém conseguirá adivinhar, sem um manual, onde estão os botões desse mouse...
Além do fato dele ser muito feio também...

- Mouse 007

Quer ameaçar seu chefe mas não tem dinheiro para comprar uma pistola de verdade? Tente com esse novíssimo mouse-pistola, que imita com perfeição uma Walter PPK, a pistola favorita de James Bond.
Só tenha cuidado para não ser pego pela polícia. Até explicar que se trata de um mouse inofensivo...

- Dança dos Dedinhos:

Depois do skate de dedo, patins de dedo e bicicleta de dedo, chegou o pump-it-up de dedo.
Esse mouse com 10 botões (sim, DEZ botões) foi feito para aqueles joguinhos de dança em que você tem que pisar na cor certa na hora certa. Difícil é arrumar utilidade para tanto botão fora do jogo, e mais difícil ainda é não se confundir com esse mini-teclado...

- Mouse Bicho


Confesse, que muleque nunca tentou pregar uma peça na professora com aqueles bichinhos de borracha?
Pois agora chegou esse mouse de resina com criaturas de borracha dentro. Nas versões aranha, besouro, escorpião, rato e barata... Só não vá dar de presente de Dia dos Namorados!

- Vulcão
É bonito ver aquele magma todo saindo de um vulcão, formando desenhos psicodélicos e explodindo... Esse mouse tem uma tela de LCD em cima que imita um vulcão, e também pode passar outras imagens...
Bonito, mas o inventor deve ter se esquecido de que muito provavelmente o usuário do Mouse estará com as mãos EM CIMA do desenho durante a maior parte do tempo...


- Você conhece o Mário?
Sim, o Mário, aquele que arrebentou sua mão atrás do armário! Com esse mouse extremamente pouco anatômico do herói Super Mário, você provavelmente vai ficar com LER (Lesão por Esforço Repetitivo) em pouquíssimo tempo...
Se você não estiver satisfeito com o mouse sadomasô acima, pode comprar este também no formato de estrela, com sólidas pontas perfurantes bem no lugar onde ficará seu punho (ugh!)


- Mouse Top Secret
Você detesta quando alguém resolve usar seu mouse, ou pior, roubá-lo de seu computador? Eis a solução, este simpático mouse ótico vem com um leitor de iris dos olhos, para usá-lo você tem que olhar no buraco lateral, ou ele se recusa a ligar...
Não tem muita utilidade, é verdade, uma vez que tem como se usar o PC sem usar mouse (controlando com as teclas do teclado...).



- Mouse Tábua Gráfica:

Você sempre sonhou em comprar uma daquelas tábuas gráficas, onde pode-se desenhar com uma canetinha e fazer a figura sair diretamente no PC?
Pois bem, esse mouse incorpora uma pequena área que serve de tábua gráfica. Bonito, mas deve ser bem desconfortável de usar...

9 de julho de 2009

Overlord (PC, Xbox)

Overlord (PC) (***)

Se você joga RPG ou se já assistiu ou leu "O Senhor dos Anéis", a história já é conhecida. Um grupo de heróis, envolvendo um paladino humano, um anão guerreiro, um elfo mago e um halfling ladino, invade a torre de um lorde maligno, uma espécie de semideus das trevas que coordenava exércitos de monstros e oprimia a região com punho de ferro.

Os heróis pilham a torre negra do vilão, roubam os itens mágicos locais e matam o tirano, libertando todos os povos de seu julgo diabólico.

Mas... e depois? Viveram todos felizes para sempre?

"For the Overlord!!!"

Overlord, game da Triumph e da Codemaster que acabou de receber uma continuação (que não consegui botar as mãos ainda para resenhar aqui...), parte do clichê mais batido da fantasia medieval para criar um game de estratégia e ação altamente viciante.

No enredo, a torre do lorde do mal foi saqueada, o mesmo foi morto e os povos de um mundo medieval fantástico foram libertados. Os heróis se tornaram reis, ficaram ricos, encontraram grandes amores... mas também caíram em decadência.

Enquanto isso, os sobreviventes das hordas do mal encontraram você, outro lorde maligno, enterrado em uma câmara esquecida sob a torre. Sem nada melhor para fazerem, resolveram te ressuscitar para que, com sua liderança e poderes mágicos, consiga restaurar a glória das forças das trevas.

Seu objetivo é vingar a morte do lorde anterior, eliminando todos os decadentes heróis (todos clichês de fantasia medieval) e resgatando o que foi roubado da torre. No meio do caminho há tempo para arrumar esposas (duas irmãs sucubus, tipo de demônio feminino da sedução), empregadas (devidamente raptadas em uma aldeia humana), decorar a torre e construir novas e mais poderosas armas e armaduras.

Além de contar com força física, armas e magias, seu personagem também comanda um exército de criaturinhas, os minions, típicos monstrinhos de fantasia medieval. Há quatro tipos de minions: os brown (marrons) se parecem com goblins, e são especialistas em ataques frontais, podendo se armar com qualquer coisa que encontrarem (o que inclui pás, picaretas, tridentes de feno, foices, espadas, machados...). Os reds (vermelhos) são similares a imps, e agem como magos, atirando fogo nos inimigos. Os green (verdes) são homens-lagarto capazes de se camuflar, e que causam muito dano quando sobem nas costas do alvo. Por fim, os blue (azuis) são homens-peixe que além de conseguirem nadar (os outros minions se afogam quando entram na água) também podem curar e ressuscitar os minions mortos.

Overlord tem como principal atributo a diversão. O jogo como um todo é muito engraçado, com várias referências a filmes (a começar pelo protagonista, a cara do Sauron de Senhor dos Anéis), livros, RPGs e similares. Os minions são muito engraçados, e lembram os monstrinhos que acompanham o Darkness, personagem de quadrinhos.

Os inimigos também são uma piada a parte. Os antes heróis que invadiram sua "torre do mal", caíram todos vítimas dos sete pecados capitais, como no filme Seven. O halfling se tornou um glutão, ficando literalmente redondo de tanto comer; o paladino se apaixonou por uma sucubus, e o elfo resolveu tirar um cochilo de algumas décadas e foi engolido por uma árvore (!!!), só para citar alguns exemplos.

A liberdade também é comparável a um "GTA Idade Média". Você pode saquear vilas, matar aldeões inocentes, queimar plantações, e tudo o mais que sua mente doentia decidir fazer para atormentar os pobres camponeses que tem o azar de viver perto de sua torre. Embora o jogo só progrida (e libere novas áreas) se você seguir o enredo, fazendo missões, há vários "modos paralelos" de jogo, que inclui uma arena, onde você tem que testar seu poder contra hordas de monstros encontrados em jogo.

A música é engraçada, e muitas vezes não tem absolutamente nada a ver com o resto do jogo, criando um clima de comédia similar ao filme Shrek. Os gráficos são bons, e o jogo roda tranquilo mesmo em computadores medianos. A jogabilidade também não é difícil, embora faça falta um recurso para organizar seus minions em formação.

Entre os pontos fracos, dois se destacam. Algo que prejudica bastante o game é o excesso de áreas "apertadas", onde os minions tendem a ficarem "presos". Se você controla 20 minions, pode esperar que logo um ou dois deles ficarão encalhados em cantos, esquinas e pontes, sem conseguirem sair...

O principal problema de Overlord, no entanto, é um erro cruel do programa em si. Em muitas partes do jogo você tem que encontrar partes, por exemplo, de uma alavanca, para que depois de montá-la você possa progredir. Seu personagem é incapaz de carregar tais peças, e o trabalho tem que ficar por conta dos minions. Se um minion com a tal peça ficar preso na parede, ou se você sair do jogo por algum motivo, antes que ele tenha montado a alavanca (ou mesmo depois), o jogo não progride mais. Como não há opção de "save game", apenas savepoints automáticos (e longe uns dos outros), a situação não pode ser remediada dando um "Load game" no jogo antes do minion "encalhar" com a tal peça. Se você fizer isso ela simplesmente não estará mais no lugar que estava, nem na alavanca...

Aconteceu comigo de ter que recomeçar desde a primeira fase, por causa de um minion que "encalhou" com uma peça de alavanca na mão, quase no final do jogo... E acredite, isso é extremamente frustrante.

No mais, Overlord é um game extremamente divertido, sobretudo quando as peças de puzzles não se perdem nas mãos de goblins incompetentes...


3 de julho de 2009

World in Conflict (PC) (*****)

- World in Conflict (PC) *****

Desde de 1996, com o primeiro game da série Command & Conquer, o conflito entre soviéticos e norte-americanos nos games de RTS se tornou um tema comum.

Toda a linha Command & Conquer Red Alert trata de uma hipotética guerra entre Estados Unidos e União Soviética nos tempos da chamada Guerra Fria. Até mesmo games como a série Fallout guardam ecos deste período, quando o mundo vivia sob a iminência de uma guerra nuclear entre duas super-potências.

Mundo em Conflito

No entanto, nenhum game até hoje conseguiu se aproximar de World in Conflict. Tanto em questão de gráficos quanto em excelência do enredo, jogabilidade e até mesmo dos sons. Não é pouco falar que este jogo da Sierra é simplesmente o melhor RTS já feito até hoje.

Os elogios não são poucos. A primeira fase de World in Conflict já mostra o objetivo do jogo.

Os gráficos são excelentes, mesmo em computadores medianos, e mesmo com todas as opções gráficas desabilitadas, ainda é muito superior à maioria dos RTS. As cidades são recriadas com um realismo impressionante. A escala entre os soldados e as construções e veículos também é perfeita, sendo possível enviar seus soldados para dentro de uma construção e observá-los nas janelas e varandas.

Os tanques e veículos militares foram recriados à perfeição. Destaque para detalhes visível somente com muito zoom, como mochilas dos soldados, números dos chassis, antenas e soldados nas janelas.

Os efeitos de destruição também deixam no chinelo a maioria dos jogos atuais. Atire em um prédio com um tanque de guerra e veja o mesmo cair igual ao World Trade Center, deixando uma nuvem de poeira no ar. Atire no chão com a artilharia e uma cratera permanente irá se formar. Carcassas de tanques e veículos também voam para todos os lados, assim como árvores e postes.

O cuidado com os gráficos chega a extremos de fazer os fios dos postes se movimentarem quando sobrevoados por helicópteros.

O som também é um show à parte. Além dos diálogos bem cuidados, é divertido descobrir que, pela primeira vez em um RTS, as unidades conversam entre si. Coloque duas unidades próximas e dê o máximo de zoom possível para vê-las conversando. Se não estiverem em combate, elas jogam conversa fora, falam de armas, mulheres, tanques, medo de morrer... Praticamente cada soldado tem sua própria personalidade, e é bastante divertido ouví-los, embora o jogo quase não dê tempo para apreciar estes detalhes.

O enredo é extremamente movimentado, e praticamente não há tempo livre para o jogador apreciar a beleza dos cenários, as nuvens refletidas nos arranha-céus e o vento balançando objetos em cena.

No game, a União Soviética invadiu a Europa ocidental em 1989. Enquanto os Estados Unidos, juntos com a OTAN, estavam combatendo os russos na França, a URSS teve a audácia de invadir Seattle, usando navios mercantes com soldados e tanques disfarçados. Com poucos soldados em solo americano, os Estados Unidos são obrigados a tomar medidas drásticas, convocando oficiais aposentados, guarda nacional, polícia e todo mundo que tiver disponibilidade para pegar em armas.

É então que o jogador assume o papel de um jovem tenente, no comando de uma reduzida força militar, ajudando um marechal aposentado a expulsar os russos do território americano, antes que a China aproveite a guerra para invadir a Costa Oeste dos Estados Unidos.

As missões são tensas, recheadas de objetivos primários e secundários. A Inteligência Artificial é boa, e os combates raramente são fáceis.

O que mais chama atenção, no entanto, são as cutscenes. Embora a maioria delas seja estática, elas são recheadas de tramas paralelas que tornam World in Conflict muito mais próximo de um drama de guerra do que de um combate desmiolado.

Todos os personagens principais tem suas próprias narrativas. Um marechal que se acha muito velho para guerrear, e teme que seus soldados não o respeitem mais. Um comandante francês que deixa sua esposa grávida em casa para poder defender seu país. Um oficial inexperiente, cujo padastro é um alcóolatra e agride sua velha mãe. Dois amigos soldados que acham um toca-fitas


e acabam criando uma amizade em volta do aparelho... Todas as histórias são comoventes, bem escritas, inteligentes, e muitas são melhores do que enredos de filmes como O Resgate do Soldado Ryan e Platoon.

Com isso World in Conflict foge da ação desmiolada e torna seus personagens muito mais humanos. É fácil sentir dó de alguns personagens e raiva de outros.

As missões também são bem planejadas e executadas. Ao contrário da maioria dos RTS, aqui você não constrói nada. Durante a guerra você pode usar o rádio para pedir novas unidades ou apoio de artilharia, que chegam de avião ao campo de batalha.

Detalhista ao extremo, com ótimos gráficos, sons e jogabilidade, World in Conflict peca apenas por suas poucas fases. É possível terminar o jogo em um único dia, e fora a campanha principal, com as forças dos Estados Unidos, e o Multiplayer tradicional, não há outros modos de jogo, nem editor de mapas.

Em resumo, World in Conflict é um game como não se via a muito tempo. Destaque para o patrocínio da rede de fast food Burger King, cujas lojas aparecem tanto nas cutscenes quanto no trailer e no jogo. World in Conflict é melhor que um Mega Whopper e um BK Shake juntos.