27 de abril de 2013

The Evil Within -Novo game da Bethesda


Bethesda já mostrou ser quase sinônimo de qualidade, sendo que hoje a softwarehouse tem diversos games de peso, como a série Fallout e a série The Elder Scrolls. Depois de salvar os RPGs pós-apocalípticos do limbo, adquirindo os direitos da série Fallout, a empresa já prepara uma nova empreitada, desta vez com os games de terror.

O que incomoda muita gente, inclusive o criador da série Resident Evil, Shinji Mikami, é o fato dos games de terror estarem sendo transformados em jogos de ação, e perdendo seu poder de assustar as pessoas. Séries como Resident Evil e Dead Space estão trilhando esse caminho, e Shinji, à frente do estúdio Tango e junto com a Bethesda Softworks, quer reverter isso lançando um game de terror verdadeiro.

Até agora os resultados parecem estar sendo satisfatórios. A narrativa vai se concentrar em um detetive chamado Sebastian, que vai investigar um assassinato em um hospítal psiquiátrico sombrio. Uma vez lá, ele é atacado e fica inconsciente, acordando em um local completamente insano, povoado por criaturas assustadoras.


E pelo trailer divulgado recentemente, parece que o jogo vai ser bastante tenso!


25 de abril de 2013

Tomb Raider (PC, Xbox360, PS3) (*****)



Quando saiu o primeiro jogo da série Tomb Raider, na época em que games tridimensionais estavam começando a surgir no mercado, o que mais chamava a atenção era sua protagonista, a arqueóloga Lara Croft, que por um erro de digitação dos programadores ganhou peitos cônicos imensos e fez a alegria dos gamers dos anos 90.

No entanto a série vinha envelhecendo a olhos vistos. Baseada quase que exclusivamente na beleza da protagonista, sem uma jogabilidade boa e sem narrativa que fosse realmente importante, a série estava em franca decadência, isso até a Square Enix resolver mudar um pouco os rumos e dar um reboot na história de Lara.

O novo Tomb Raider começa com a jovem Lara Croft e um time de arqueólogos navegando pelo Mar do Japão, em busca de uma ilha mística chamada Yamatai, onde, segundo a lenda, viveu uma imperatriz capaz de controlar o clima e criar imensas tempestades. Eis que o navio de Lara ingressa no Triângulo do Dragão, uma região turbulenta do Mar do Japão onde navios costumam a desaparecer, e sofre um naufrágio.

No entanto, esqueça a (extremamente peituda e) badass e habilidosa Lara Croft dos games anteriores, aqui ela ainda é uma garota tímida, meio nerd, assombrada pelo desaparecimento de seu pai e seguindo um arqueólogo mais experiente em sua pesquisa. Na ilha a pobre mocinha vai comer o pão que o capiroto amassou, tendo que se virar pra arrumar comida, tratar ferimentos e enfrentar um bando de naufrágos malucos que adoram a tal imperatriz das lendas.

"Nossa! Cheguei na ilha do Lost!"

Para quem já saltou de um lado para o outro com a Lara Croft dos antigos Tomb Raiders, muita coisa parece familiar, das armas (pistola, escopeta, fuzil...) aos movimentos, porém tudo foi bastante melhorado para se adequar aos novos tempos.

As armas possibilitam inúmeras modificações, e novos equipamentos vão abrindo novos caminhos ao longo do jogo. Os controles estão precisos e muito bem feitos, possibilitando a protagonista saltar distâncias consideráveis e se esgueirar em quebra-cabeças tridimensionais que seriam desafiadores para Kratos ou os cavaleiros de Darksiders.

Ao invés das pistolas duplas dos outros games, a arma principal (e inicial) de Lara é um arco, que além de despachar inimigos com flechas normais ou explosivas, também pode prender cordas a postes, arrombar portas e até ser usado para enforcar inimigos desavisados.

Com tantas armas e recursos interessantes, Tomb Raider poderia ter desenrolado para um game de ação desmiolado no estilo de Dead Space 3... mas a Square Enix manteve as rédeas firmes e fez com que o jogo se tornasse uma maravilhosa aventura. Sim, há tiroteios, há sessões de stealth, quick-time events e áreas onde você tem que arrebentar ondas de inimigos antes de progredir, mas as partes mais desafiadoras e divertidas estão na exploração de tumbas, solução de puzzles, escaladas e jornadas espetaculares, seja na vertiginosa subida a uma antena de rádio extremamente alta e precária, seja nas jornadas por complexos de cavernas e rios.

Apesar da ação, Tomb Raider ainda é um game de aventura, com belos locais para explorar

Graficamente o jogo impressiona até quem está acostumado com os Crysis que tem por aí. Faces, roupas e sobretudo cabelos são cuidadosamente renderizados, e se você tem um PC poderoso, vale a pena comprar o jogo para rodar no computador. Um recurso extra disponível só nos PCs faz o jogo processar o movimento do cabelo de Lara Croft com uma exatidão incrível.

E não é só isso, vários detalhes foram observados, sobretudo na pele e roupas dos personagens. Ao longo do jogo, Lara vai ganhando lentamente arranhados, escoriações, cicatrizes e marcas extremamente realistas na pele. Areia, lama e pó se acumulam em sua roupa, equipamento e pele, assim como sangue e rasgos no tecido, dando uma atmosfera extremamente realista.

Embora não seja um game de "mundo aberto", estilo Skyrim ou Fallout, Tomb Raider tem áreas bastante grandes e muitas surpresas a se descobrir, animais para caçar, caixas para pilhar e tumbas a explorar. Para não fazer muito uso das terríveis paredes invisíveis, para delimitar as áreas, o cenário é focado em terrenos bastante acidentados, que podem ser visitados múltiplas vezes, e várias áreas que são acessíveis apenas com determinados equipamentos.

O cuidado com o som também merece menção. As dublagens estão excelentes, os diálogos são bem feitos e, embora todos os personagens falem inglês, os sotaques foram cuidadosamente observados. O som ambiente é muito bom, e efeitos de eco acentuam muito a qualidade do jogo.

O arco de Lara Croft tem mais utilidades que o canivete do McGuyver!

Se tem uma coisa da qual senti falta em Tomb Raider é de um desafio maior. Jogando no nível normal é bastante fácil, e até os níveis mais difíceis são fáceis de se terminar. Munição é abundante, pontos para melhorar as habilidades de Lara são fáceis de se conseguir e sucata para melhorar seus equipamentos pode ser encontrada em toda parte, de forma que bem antes do final do jogo você já terá acumulado todas as perícias, habilidades e upgrades para armas sem nem precisar se esforçar muito. Há pouca variedade de armas e inimigos, mas como a ação não é o foco desse jogo, não chega a ser um ponto muito negativo.

No final, Tomb Raider é uma experiência divertida, que vai agradar aqueles que querem visitar lugares exóticos, escalar construções precárias e recuperar relíquias, tudo em meio a uma narrativa bem feita e bastante interessante. A Square Enix poderia ter dado um foco maior na inexperiência da protagonista, que é pouco explorada, e no aspecto de sobrevivência (ao estilo de Fallout New Vegas ou Skyrim), dando mais importância à caça, abrigo e aquisição de itens para sobreviver, mas no geral é um excelente jogo, que vai te garantir muitas horas de diversão.



5 de abril de 2013

Omerta City of Gangsters (PC, Xbox360) (***)


Os últimos anos estão sendo difíceis para os amantes de games de estratégia. Ao lado de dezenas de shooters em primeira ou terceira pessoa, poucos títulos como Starcraft 2, X-Com e os games da série Total War tem mantido o gênero vivo nos últimos tempos. Eis que a Kalypso, especialista em games menos conhecidos e mais às margens dos modismos, resolveu injetar mais ânimo para os amantes do estilo.

Omerta City of Gangsters não trás apenas a estratégia estilo X-Com de volta aos jogadores como também ressuscita uma narrativa que estava meio sumida, a dos mafiosos do começo do século XX, que imigraram para os EUA e iniciaram lucrativos negócios de extorção, tráfico e falsificação. E este é exatamente o enredo do jogo, onde você controla um imigrante siciliano em ascenção pelo submundo, recrutando seus aliados e lidando com todo tipo de ilegalidade.

Durante o jogo, Omerta opera em duas frentes. No mapa mais "geral" você tem a vista de bairros de Atlantic City, na New Jersey dos anos 1920, e a narrativa, apresentada por diálogos entre os personagens, te leva a tentar dominar, ou pelo menos lucrar bastante, com aquele território. Com seu personagem e os mafiosos subalternos dele você pode alugar imóveis e transformá-los em esconderijos, redes de extorção, ringues ilegais de lutas, bares ou, mais comumente, locais para a produção de bebidas alcóolicas, então proibidas no território americano.

Há uma ampla gama de atividades que podem ser realizadas nestes territórios, como assaltos à bancos e negócios ilegais inimigos, subornos, scams e roubo de armazéns. Quanto mais atividades ilegais, no entanto, mais você corre o risco de chamar a atenção da polícia, que pode iniciar uma investigação contra sua máfia se alguns subornos não rolarem por debaixo dos panos.

Omerta é um divertido jogo de estratégia e administração...

Quando alguma atividade violenta for acontecer, como roubo a bancos, enfrentamento de gangues ou fugas de prisão, o jogo alterna para uma mistura de estratégia por turnos e RPG similar à X-Com. Aqui você deve manter seus personagens sempre armados, alterar suas perícias e manejar níveis e XP como em um RPG, e na hora do combate, controlá-los, movendo pelo cenário, buscando cobertura, usando habilidades especiais e armando emboscadas, tudo dividido em turnos como nos bons e velhos games de estratégia dos anos 1990.

Em questão de jogabilidade, Omerta é competente, com bastante opções de estratégia em seus dois "níveis" (administração de máfia e combate), possúi bastante cenários que podem ser conquistados com estratégias diferentes toda vez, uma boa seleção de mafiosos para serem recrutados e um nível equilibrado de dificuldade, que não exige coisas impossíveis ou tediosas do jogador mas também não te deixa em paz, com a polícia e mafiosos rivais sempre no seu pé.

Graficamente Omerta é um game simples, sem exigir muito do PC, mas também sem mostrar muita pirotecnia gráfica. Os personagens são mostrados sempre bem de longe, de forma que os desenvolvedores não precisaram se preocupar muito com rostos, animações detalhadas ou texturas complexas, e os cenários, embora bonitos, são bastante simples também.

... e um competente game de combate em turnos
Para dar um clima maior no jogo os desenvolvedores optaram por contar a narrativa toda através de fotos em branco e preto, com aquele tom sépia típico das câmeras do começo do século passado. Apesar de ser um recurso claramente barato, para evitar dores de cabeça com cutscenes elaboradas, funcionou maravilhosamente, principalmente por conta da boa dublagem e da trilha sonora, composta de sucessos dos anos 1920.

Desde o início, Omerta não esconde sua identidade, é um game derivativo e de baixíssimo orçamento, feito por e para pessoas que gostaram de Jagged Alliance e X-Com e querem mais da mesma mecânica. E nisso ele perde bastante de sua ambição, o que deixa espaço para muita melhoria.

Os cenários das partes de combate, por exemplo, são repetitivos e muito sem personalidade, um gerador aleatório ao estilo de Diablo ajudaria bastante. Os inimigos também são repetitivos e previsíveis, embora os combates sejam violentos o bastante para continuarem desafiadores por quase todo o jogo. Também há pouca variedade nas armas e habilidades dos personagens.

Comece seu império criminoso hoje mesmo...

Omerta é um game com um público-alvo bem específico. Se você gosta de estratégia, jogos de máfia, Jazz antigo e não se importa com gráficos ou animações elaboradas, vai se divertir bastante com Omerta. Se quer inovação, excelência gráfica, narrativas elaboradas e cutscenes impressionantes, não vai encontrar nada disso aqui.