31 de agosto de 2012

Hawken é sucesso antes mesmo de ser lançado


Hawken começou como um game independente sobre robôs gigantes se degladiando em belas paisagens urbanas futurísticas. Ao contrário de games famosos que demoram décadas para ganhar filmes meia-boca (Resident Evil?!), o jogo, que nem data de lançamento tem ainda, já está para ganhar uma adaptação cinematográfica, um seriado e uma graphic novel...

O estúdio de cinema DJ2 Entertainment adquiriu os direitos do game para cinema, e o diretor Dan Jevons adianta que tomará todas as providências para que tenhamos um ótimo sci fi nas telas, e não um daqueles filmes toscões do Uwe Boll...


Já a série será dirigida por Jeremiah O’Flaherty, e terá no elenco Edi Gathegi (X-Men: First Class), Gonzalo Menendez, Dameon Clark e Hannah Hall, contando a história de dois pilotos de robôs de corporações inimigas, obrigados a cooperar e trabalhar juntos quando acabam isolados em um local hostil.

Não há certeza ainda, mas aparentemente a série será exibida on-line (apesar de ser produzida pela toda-poderosa Warner Brothers). 

Sobre a graphic novel, não há muitas informações ainda, principalmente por existir uma série de quadrinhos western com o mesmo nome (Hawken) e sem nenhuma ligação com o game. Não se sabe se por causa da coincidência o gibi baseado no jogo terá que mudar de nome ou quem serão os roteiristas e desenhistas. 


Outra boa notícia: Hawken será gratuito, no esquema dos MMOFPS. Inicialmente o game estará disponível para PC, mas há rumores de que ele poderá ir para a PSN e Xbox Live também...

30 de agosto de 2012

Polêmico Lucius deve chegar em Outubro


Lembra do filme de terror A Profecia (The Omen), onde um garotinho adotado é na verdade o capeta reencarnado e mata todo mundo? O filme original fez uma grande fama na época devido a boatos de que seria "amaldiçoado", já que vários atores e parentes deles morreram de forma misteriosa.

Eis que agora em 2012 (ano do fim do mundo), a pouco conhecida Shiver resolve meio que adaptar a idéia do filme para os games. Lucius já gerou polêmica (e propaganda gratuita) por colocar um inocente garotinho como o anticristo encarnado... e o protagonista do jogo.

Na pele de Lucius, o coisa-ruim em forma de guri, você deverá matar os empregados da mansão, seus pais e parentes, e de maneira que ninguém suspeite do garotinho. Essa espécie de "Hitman juvenil" vai sair para PC em 26 de Outubro.


28 de agosto de 2012

De graça até injeção na testa...

"Muito gatas essas moças do Command & Conquer são!"
...quanto mais ótimos games!

O novo Command & Conquer (anteriormente nomeado Generals 2) foi anunciado para 2013 em um novo trailer e, para a felicidade daqueles jogadores que estão com pouca grana mas não querem recorrer à pirataria, será de graça.

Aparentemente o jogo será um MMORTS ao invés de um game singleplayer com opções de multiplayer. Agora resta esperar que ele mantenha a qualidade da série e não descambe para uma tragédia como os últimos jogos que levaram a marca Command & Conquer.

 Outro game que ficará gratuito é Star Wars The Old Republic. O MMO da Bioware começou promissor, causando graves baixas no público pagante de World of Warcraft, forçando este a abrir um modo gratuito. Agora é a velha república de Star Wars que toma do mesmo remédio amargo, e pretende abrir seus servidores para jogadores não pagantes.

Os assinantes de The Old Republic se tornarão membros premium e ganharão várias regalias, como mais espaço no inventário e mais grana no jogo. As mudanças provavelmente serão implantadas agora em Setembro.


25 de agosto de 2012

Guild Wars 2 promete...


O mundo dos MMORPGs pode ser definido entre antes e depois de World of Warcraft, da Blizzard. No período anterior a este game, tinhamos jogos como Tíbia e similares, com gráficos isométricos e visão em terceira pessoa. Após o sucesso de WoW, praticamente todos os novos MMOs resolveram seguir o mesmo estilo, com visão em segunda pessoa, cores fortes e estética similar.

Eis que Guild Wars, em sua segunda edição, promete revolucionar novamente o mundo dos MMOs. O pessoal do portal Arkade revisou o game, que será lançado dia 28 de Agosto e ressaltou alguns pontos positivos que (esperamos) passem a influenciar os novos jogos de agora em diante.

"Nossa, eu queria tanto levar um objeto de um personagem para o outro, igual a um carteiro na vida real, sabe?" - Absolutamente ninguém 
- Não Haverá Missões Estilo Carteiro!

Sabe aquela missão que você tem que encontrar um personagem, pegar um objeto com ele, levar até outro personagem e depois voltar para pegar sua recompensa? Praticamente todos os jogos hoje em dia tem uma ou mais (ou como Fable III, praticamente só tem) desse tipo de missão. E por um motivo simples, são missões fáceis de criar, "enchem linguiça" e permitem aos game designers aumentarem o tempo que demora até terminar todas as missões do jogo.

O problema no entanto é que esse tipo de missão é chato, cansativo e simplesmente sem graça. Se você ama tanto entregar correspondências, por que não arruma serviço de motoboy, carteiro ou office boy na vida real? Normalmente jogamos games para ser personagens que não podemos ser na vida real, como cavaleiros, magos, soldados e super-heróis.

Aparentemente os fabricantes de Guild Wars 2 perceberam que não adianta encher linguiça com missões de carteiro e resolveram fazer o novo game totalmente livre desse tipo de quest. Aqui haverá apenas a missão principal do seu personagem, ligada à história dele, e eventos ambientais. Andando por aí você pode encontrar alguma situação em que seu personagem possa agir, como uma batalha ou alguém precisando de ajuda, mas não haverá mais aqueles personagens estacionados nas cidades, pedindo que você leve alguma coisa para alguém em algum lugar...

"Agora eu mudei minha arma pra 'pão', sou um cuidador de pombo!"

- Mude Seu Estilo de Jogar Sem Burocracia!

MMORPG é o tipo de jogo sem fim. Enquanto tiver lugares a explorar e monstros a surrar, você poderá estar jogando. E como é comum nesse tipo de jogo, logo logo você cansa de lançar as mesmas magias, usar as mesmas armas e matar seus inimigos exatamente do mesmo jeito.

Eis que Guild Wars 2 promete um modo simples de variar o seu estilo de jogo, sem precisar criar um novo personagem ou resetar as habilidades de um que você já tenha. Ao invés de longas listas e árvores de habilidades, cada personagem terá cinco habilidades ofensivas, cinco defensivas, cinco de suporte e cinco elementos de magia, todos ligados aos equipamentos, ou seja, basta trocar de equipamento e arma para seu personagem mudar totalmente o modo de agir, com novas habilidades e poderes. Sem menus, sem burocracia, sem listas infindáveis de opções pra escolher.

Apresentando seu amigo ao jogo? Podem jogar juntos então...

- Jogue Junto com Seus Amigos, Independente de Nível!

Aconteceu comigo recentemente. Uma moça linda (que provavelmente está lendo essa matéria) me convidou pra jogar Lord of the Rings Online, game que não jogo desde que se tornou gratuito. Quando entramos no MMO, nem eu podia ver o personagem dela, nem ela podia ver o meu, já que ambos estavam em níveis muito diferentes e "realidades" diferentes, só podendo se encontrar se estivessem no mesmo nível.

Normalmete os MMORPGs isolam os jogadores iniciantes dos veteranos, tanto para impedir que veteranos fiquem matando os iniciantes a torto e a direito quanto para diminuir o número de jogadores em um só local.

Eis que Guild Wars 2 promete não fazer isso. Personagens sempre podem se encontrar, independente do nível. E para impedir que personagens mais fortes fiquem atacando os iniciantes, sempre que ambos se encontrarem, o mais forte terá seu poder reduzido ao nível do outro, mantendo eles no mesmo patamar de força.

"E ae gata!? Bora explorar umas paradas?"
- Belos Cenários Para Você Explorar!

Fora raras exceções, os cenários de MMOs são praticamente panos de fundo, colocados após barreiras para serem apreciados de longe. Que o diga os planetas aparentemente imensos de Star Trek Online, que se você chegar muito perto, simplesmente "esbarra" neles (que são poucas vezes maiores que sua nave) e "quica" para longe...

Guild Wars 2 promete deixar você explorar cada canto de seus gigantescos cenários, com direito a visões panorâmicas como as de Assassins Creed e pontos de fast travel escondidos no cenário.

Será possível até mesmo explorar embaixo d'água, com belos gráficos e novas habilidades ligadas à natação e mergulho.

"Pula, pula, rola! pula, pula, rola!"
- Combates Mais Dinâmicos!

Sabe uma coisa irritante nos MMORPGs? Combate. Veja por exemplo o mais recente Star Wars The Old Republic, as cutscenes mostram os personagens saltando, rodando, se movendo, esquivando e varrendo sabre de luz pra tudo quanto é lado. No gameplay os personagens ficam apenas parados de frente um pro outro mexendo suas armas (muitas vezes sem nem encostar no alvo) enquanto o jogo decide se causou dano, se ouve esquiva ou se um morreu. Nenhum deles dá um passo fora do lugar, apenas repete mecânicamente aqueles golpes pré-programados... sempre do mesmo jeito.

Guild Wars 2 promete injetar mais dinamismo no combate, possibilitar ao jogador se esquivar, andar em volta do inimigo e saltar para perto ou longe enquanto ataca. Algo mais próximo de um Assassins Creed ou qualquer outro jogo offline atual.

Se Guild Wars 2 cumprir tudo o que promete, provavelmente teremos um novo marco na história do MMORPG. Vamos esperar e torcer para que seja realmente um ótimo game!

Enquanto o dia 28 não chega, podemos curtir o trailer, muito bem feito, por sinal:


24 de agosto de 2012

Unity mostra novo engine gráfico



Pouco conhecido em um mundo dominado por engines como Unreal, o Unity, usado em games como Battlestar Galactic Online e Slender, chegou em sua quarta edição.

Para demonstrar o potencial da nova engine, a Unity elaborou um divertido trailer que mostra como a Lei de Murphy pode acabar com seu dia.... e o da cidade toda. Pessoalmente não achei a engine grande coisa, parece um pouco com os filmes da Pixar e não é lá muito realista, mas o vídeo é bastante engraçado!


16 de agosto de 2012

Spec Ops: The Line (PC, Xbox 360 e PS3) (****)


Jogos que abordam guerras atuais viraram febre nos últimos anos. Séries como Call of Duty, Battlefield e Medal of Honor deixaram para trás o cenário de 2ª Guerra Mundial para se concentrar nos conflitos atuais. Entre todos eles, pouca coisa diferencia um do outro, alguém passando por perto e olhando casualmente dificilmente conseguiria diferenciar um destes games do outro.

Eis que a 2K Games resolveu se envolver numa missão quase impossível. Ressuscitar a finada série Spec Ops e se destacar em um mercado tomado por jogos de ação situados em guerras modernas. E eles conseguiram cumprir a missão com todas as honras.

Para começar, Spec Ops The Line abandonou aqueles cenários conhecidos de Nova York, Washington e montanhas do Afeganistão que andam populando os games atualmente, e optou por criar sua narrativa em Dubai, um dos lugares mais ricos do planeta.

Na narrativa do game, os Emirados Árabes Unidos foram assolados pela maior tempestade de areia da história, um paredão de areia simplesmente varreu os emirados e ficou rodando em volta deles como um furacão. Em Dubai, o 33º esquadrão americano (conhecido como Malditos), recém removidos da guerra do Afeganistão, tentou organizar uma caravana de refugiados para cruzar a tempestade e subitamente perdeu contato com o mundo exterior. O exército americano então envia o Capitão Martin Walker e um pequeno time de reconhecimento para encontrar o 33º esquadrão e seu coronel, Konrad.

Shooting like a boss!
Depois de atravessar a pé o paredão de areia que isolou Dubai, o time é recebido a tiros pelos próprios soldados do 33º esquadrão, que aparentemente enlouqueceram e transformaram a cidade em um inferno, cheia de corpos enforcados nos postes, casas saqueadas e pessoas mortas nas ruas. Cabe ao protagonista e seus aliados controlados pelo computador chegarem até Konrad e tentarem dar um fim ao caos que a cidade se tornou.

Longe se ser um jogo heróico no estilo Call of Duty, Spec Ops The Line é cru, tenso e muito dramático, mostrando sem pudores os horrores da guerra. rotineiramente o jogador é confrontado com situações que provam o quanto é difícil se manter ético no caos de um conflito. Você iria preferir salvar o agente da CIA com informações sobre como chegar a Konrad ou alguns civis desconhecidos que estão para serem executados? Você usaria morteiros de fósforo branco, proibidos pela ONU e considerados crime de guerra, para enfrentar um exército de inimigos rapidamente ou iria preferir correr riscos peitando tanques de guerra a centenas de soldados de uma só vez? O que você faria ao ver civis (incluindo mulheres e crianças) comemorando o enforcamento de um companheiro seu e te ameaçando com paus e pedras?

O jogo conduz a narrativa de forma tão bem estruturada que não há respostas claras para estas questões. O jogador pode ficar impressionado com suas próprias ações, tomadas no calor da batalha. E elas é que vão influenciar no final, se o protagonista vai ou não deslizar rapidamente para a insanidade...

Nunca antes um game tratou a guerra com tanto realismo e de forma tão adulta.
Os personagens são bem construídos e bem dublados, cada um com sua própria personalidade, ideais e dramas pessoais. Não só os aliados e o protagonista, mas também os soldados rasos no campo de batalha. Basta se aproximar furtivamente para ouvir eles conversando, discutindo sobre filhos, esposas, saudades de casa e traumas de guerra.

Além da excelente narrativa e da caracterização dos personagens, Spec Ops também acerta nos gráficos, com belas paisagens, modelos bem feitos e animações realistas. Há muito cuidado com detalhes, os locais são bem modelados e se enquadram bem no clima luxuoso de Dubai. Grafites nas paredes, muros cobertos de fotos de desaparecidos e areia para todo lado fazem você entrar no clima da narrativa, e conforme você progride no jogo as coisas ficam cada vez mais sombrias.

As texturas são boas, e é divertido ver como seu personagem e os aliados dele vão ficando mais e mais feridos ao decorrer do jogo, acumulando arranhões, olhos roxos e roupas rasgadas. Muitas vezes, sobretudo nas cutscenes, as texturas demoram a carregar, mas em geral, durante o jogo, tudo funciona normal. O som também é de primeira, com uma trilha sonora excelente, ótimas dublagens e efeitos convincentes.

War is Hell
O único porém fica por conta da jogabilidade em si. Spec Ops The Line é um jogo de tiro em segunda pessoa, no estilo Gears of War, e não inova muito. Temos praticamente as mesmas mecânicas de cobertura, aquelas armas que você já conhece de outros games de guerra, mesmas técnicas de furtividade... praticamente uma das poucas coisas que não temos em Gears of War (pelo menos no primeiro, não cheguei a jogar os outros) é a possibilidade de usar a areia a seu favor. Em Dubai há areia para todo lado, e ela é muito, muito útil. Atire na areia ou jogue uma granada nela e uma nuvem de pó vai cegar seus inimigos, procure uma porta, janela ou teto tomado pela areia e atire nele para afundar seus inimigos em toneladas de solo desértico. É divertido e muito útil.

Outro probleminha da jogabilidade é a linearidade extrema do jogo. O game inteiro é praticamente um túnel do começo ao fim, com algumas áreas maiores, outras menores, mas sem possibilidade de se mover para outro ambiente, flanquear os inimigos ou liberdade para explorar Dubai. Para remediar isso há coisas escondidas ao longo dos cenários, que quando recuperadas rodam algumas memórias do protagonista ou gravações de entrevistas com Konrad e cartas de personagens, mas em geral as únicas portas que abrem ou  passagens acessíveis são aquelas que levam adiante na narrativa.

Fósforo branco. Banido pela ONU e considerado crime de guerra. Dá até dó das vítimas desse troço...

No geral, Spec Ops The Line é um dos melhores games de ação de 2012. Bem feito, sério, adulto, violento e tecnicamente excelente, merece ser comprado e guardado com carinho do lado de seus DVDs do filme Apocalypse Now. Poucas vezes você vai ter a oportunidade de jogar um game tão bem trabalhado.

9 de agosto de 2012

Diablo III (PC) (**)


Houve uma época, nos anos 90, em que a Blizzard era a softwarehouse mais corajosa e competente do mercado. Ela revolucionou os jogos de plataforma com o sombrio e claustrofóbico Blackthorne em 1994, inovou nos RTS com Warcraft no mesmo ano e, em 1996 lançou Diablo, um dos games mais maduros, sombrios e divertidos de sua época.

Isso em uma era onde games ainda eram considerados "brinquedos", e poucos, muito poucos, tinham coragem sequer de mencionar a palavra "demônio" como xingamento dentro do jogo. A Blizzard não só estampou o nome na capa como recheou o game de símbolos satânicos como cruzes invertidas e pentagramas, e ainda montes de pessoas mortas, sangue, tripas, tortura, topless e violência explícita. Logo na primeira cutscene já aparecia um corvo comendo o olho de um cadáver, em gráficos que, para a época, eram extremamente bons.

Longe de querer vender apenas em cima da polêmica, Diablo também era um dos melhores (senão o melhor) RPG isométrico daquela década. A narrativa bem costurada, a trilha sonora assustadora, os ótimos gráficos e efeitos sonoros eram aliados a um maravilhoso sistema aleatório que sempre gerava cenários, labirintos, armas, inimigos e até distribuia as missões de maneira diferente cada vez que você começava um jogo novo.

O sucesso foi tanto que em 2000 a Blizzard lançou Diablo II. Apesar de também divertido, o jogo não chegava aos pés do primeiro, sendo muito mais brando, com menos sangue, violência, satanismo e peitos de fora e mais "colorido" que o anterior, variando o ambiente medieval gótico com fases na selva e no deserto.

Agora, depois de 12 anos, a Blizzard chega com o terceiro jogo da série. Ele presta? É bom? É polêmico?


Polêmico sim, mas não do modo que você imaginava...

Para a decepção de muitos (incluindo eu mesmo), Diablo III foi feito no polêmico molde de Darkspore (que inclusive foi baseado no primeiro Diablo...), ele é um jogo singleplayer...online. Na verdade quando você compra o jogo, você está comprando apenas um CD de instalação e o acesso aos servidores da Battle.net. O jogo em si você não comprou, ele fica bem guardado lá na sede da Blizzard, que só te disponibiliza os cenários, criaturas, equipamentos e outras partes do jogo onde seu personagem está, por demanda, conforme você joga.

Ou seja, basta uma queda rápida na internet, ou qualquer problema com sua conexão para seu jogo cair. E claro, todos sabemos o quanto as conexões de internet são confiáveis, estáveis e nunca dão problema, certo?

E não basta apenas sua internet ter problemas, qualquer coisa que aconteça com a Blizzard, incluindo panes e manutenção dos servidores, derruba seu jogo. E não estamos falando do multiplayer ou de um MMO, que a pessoa já joga ciente de que isso pode acontecer, mas de um game singleplayer.

E pra variar os primeiros meses após o lançamento do jogo foram abarrotados de bugs, quedas de servidor e erros de conexão que derrubaram não só os servidores de Diablo III, mas também os de World of Warcraft e Starcraft 2...

Seu jogo singleplayer... quando a Blizzard e a sua provedora de internet quiserem...

E os problemas com conexão não param por aí. Diablo III tem mania de bloquear sua conta toda vez que acha que você... não é você. Digamos que você comprou e joga todo dia a noite, basta logar um único dia pela manhã e pronto, conta bloqueada e você desejando que não tivesse escrito qualquer besteira como sua "pergunta secreta" na conta da Battle.net quando fez ela pra jogar Starcraft a mais de uma década atrás...

Passando o problema da conexão, vamos ao jogo em si. Diablo de 1994 deu origem a uma série de outros jogos mais ou menos inspirados nele, com mecânicas semelhantes e jogabilidade praticamente idêntica. Eis que Diablo III resolveu beber na fonte dos jogos Diablo-like, incorporando coisas desses jogos, como cenários com partes que vão quebrando ou caíndo conforme você anda ou inimigos que escalam muros e aparecem de dentro de esgotos.

Fora isso há pouca diferença do Diablo II, e as que existem nem sempre são para melhor...

Um exemplo é o sistema de habilidades dos personagens. Enquanto nos primeiros dois jogos da série você escolhia o que melhorar no seu personagem (Força, Vitalidade...) e em Diablo II você escolhia as magias/habilidades que ele iria ganhar cada vez que subisse de nível, neste jogo você não pode optar por nada disso, o que diminui as estratégias que eram feitas nos outros e a personalização do personagem. Ao invés disso você tem "slots" para habilidades (os dois botões do mouse e os números do teclado de 1 a 4) que pode equipar com diferentes magias ou habilidades que são liberadas a cada nível. Prático, mas nem de longe tão divertido quanto os combos e árvores de progressão de Diablo II...

As classes de personagem também mudaram, ficando apenas o Bárbaro do Diablo II e ganhando a compania de um Witch Doctor (xamã, capaz de invocar zumbis), um feiticeiro (para lançar magias de área), um monge (lutador corpo-a-corpo) e um caçador de demônios (lutador à distância). Cada um desses personagens pode ser escolhido na versão feminina ou masculina.


Diablo III... praticamente Diablo II ainda mais light...

Como aliados do protagonista há três personagens: um templário, um ladino e uma maga, cada um com suas próprias histórias paralelas e habilidades. Embora divertidos, esses personagens não podem ser equipados com armaduras, botas, luvas e elmos que você encontra ao longo do jogo, apenas com armas, anéis, medalhões e itens específicos pra eles...

Diablo III tenta implementar a mesma idéia de cenários/monstros/itens/labirintos aleatórios de seus anteriores, mas, além de ser menos versátil do que o primeiro Diablo (mais nos moldes de Diablo II), ele ainda comete um grave erro ao tornar aleatórios locais onde seu personagem já esteve...

Imagina que você está jogando, quase terminando de explorar uma área e de repente sua internet cai, ou dá problema no servidor da Battle.net ou qualquer coisa assim e seu jogo desconecta. Quando você voltar a jogar, o local onde seu personagem está será totalmente diferente, inexplorado e lá vai você denovo ter que procurar seu caminho pelo que seria a mesma área, pela trocentésima vez...

Além de ser um pesadelo para quem gosta de "zerar o nível", matando todos os monstros e pilhando todos os tesouros das proximidades, isso não faz o menor sentido dentro da narrativa. Seu personagem é esquizofrênico? Ele esqueceu onde estava? O mundo está mudando conforme ele anda? Em Diablo fazia sentido, pois cada vez era uma história nova começando... mas em Diablo III isso ocorre ao longo do jogo em andamento... é um tanto frustrante.

"Olá, estamos em 2012... o fogo do Diablo 1 era mais convincente em 1996!!!"

Em termos de gráfico, Diablo III não se distingue muito do anterior Diablo II. Embora tenha ficado mais "colorido", com tons mais berrantes e menos escuros do que os do primeiro Diablo, o jogo não teve melhoras nos modelos. Vistos de perto eles parecem terrivelmente mal feitos, cheios de arestas, pontas e ângulos que não deveriam ter sobrado da primeira modelagem tridimensional. Aparentemente o jogo caminhou para o mesmo estilo "toscão" e pouco realista de Warcraft 3.

E seguindo seu "irmão" RTS, Diablo III conseguiu ser ainda menos violento e maligno que seus antecessores. O vilão Diablo mal aparece no jogo, e oponentes que tinham nomes de demônios do cristianismo, como Mefisto e Baal pouco são mencionados. Os novos vilões não parecem ameaçadores, e na verdade são mais dignos de pena do que de uma boa luta (Maghda? Bruxa com asinhas de borboleta? WTF?).

Os efeitos sonoros são medianos e a trilha sonora é até bonitinha, mas nada que se compare às músicas épicas e sombrias do primeiro game da série.

Aparentemente também a dificuldade do jogo foi abaixada enormemente. Em Diablo e Diablo II, mesmo na dificuldade mais fácil, era bastante trabalhoso passar de algumas partes ou inimigos específicos. Aqui o nível de dificuldade normal é pateticamente fácil, e nos outros você praticamente depende de ter itens fortes... e então entra o olho gordo da Blizzard, que inventou uma "casa de leilões" onde você pode leiloar seus itens ou comprar itens de outros jogadores com dinheiro real.

Sentiu cheiro daquelas "fazendas de gamers" chinesas onde pessoas são obrigadas a jogar o mesmo jogo interminavelmente apenas para conseguir itens poderosos para seus patrões venderem por centenas de dólares e pagarem míseros centavos aos jogadore? Eu senti.

"Tudo o que eu queria em Diablo III era uma sala de leilões onde eu poderia vender meus itens ou comprar novos com dinheiro de verdade" - Absolutamente ninguém, sobre Diablo III
A narrativa, bastante satisfatória (não tão boa quanto Starcraft 2 Wings of Liberty...), leva seu personagem à Tristram, a cidade do primeiro jogo, em busca de um meteoro que teria caído no local. Ao longo de quatro atos ele passa também por Caldeum, uma cidade no deserto, vizinha da que já foi visitada em Diablo II, pelo Monte Areat, visitado na expansão de Diablo II e, por fim, no Paraíso, morada dos anjos.

Muito mediana e linear, a narrativa empolga pouco, mas a diversidade de cenários, poderes, habilidades e personagens vai manter você querendo jogar até ver os créditos finais, e talvez te tragam de volta para experimentar outro personagem.

Após doze anos de espera, Diablo III decepciona bastante, com sua distribuição problemática (você nunca compra o jogo "de verdade", só acesso a ele pela internet, pra jogar sozinho...), dificuldade inconstante, niveis que se alteram durante a partida, cores vibrantes e puritanismo em excesso. Apesar de ser aquele bom e velho RPG isométrico de combate e pilhagem, Diablo III se perde das suas origens e fica parecendo mais um Diablo-like como Torchlight e Darkspore do que um legítimo sucessor dos primeiros jogos da série. É divertido quando você consegue jogar sem quedas de internet ou bugs, mas não tem, nem de longe, a força que o primeiro game da série teve.