
Que pese todas as acusações de que o filme Avatar é um plágio descarado do roteiro de Pocahontas, com smurfs anabolizados com entradas USB no cabelo, a obra de James Cameron merece atenção.
O filme foi o primeiro que eu vi a usar computação gráfica de forma realista, sem deixar os alienígenas com aquele aspecto "borrachoso" de Hulk. As interpretações foram muito boas, e ainda dá para curtir as gatinhas Na'Vi pagando peitinho azul em 3D durante 3 horas de filme.
Quando assisti no cinema logo pensei "Não vai demorar a virar um game", principalmente a sequência final de guerra, bem no estilo RTS.
Avatar não demorou mesmo a virar um game. Nas mãos da Ubisoft (Far Cry, Assassins Creed...), a obra de James Cameron se tornou um jogo bastante divertido.
A narrativa do game se passa antes dos eventos do filme, com seu personagem, Ryder (que você pode escolher a cara e o gênero, sem muitas opções de customização), chegando na lua Pandora para participar do programa Avatar, controlando remotamente um Na'Vi geneticamente manipulado a fim de estudar essa raça alienígena.

A partir de então as missões se tornam extremamente pouco criativas. Na maioria das vezes você terá que cruzar as densas e perigosas florestas de Pandora para encontrar cristais e árvorezinhas e obter notas harmônicas que ajudarão a encontrar uma árvore capaz de controlar os Na'Vi. Tudo muito "new-age", repetitivo e sem muito sentido. Mesmo sendo humano, por exemplo, com toda a tecnologia disponível, você ainda terá que ficar levando cristais pelas florestas e usá-los para "ativar" árvores.

Os efeitos sonoros são apenas medianos. Há boas dublagens, mas alguns sons de armas e veículos são um tanto irritantes.
A Inteligência Artificial é bem ruim. Nos níveis mais fáceis, os inimigos são antas completas, passando boa parte do tempo de costas para você, mesmo que você esteja fazendo um grande barulho atirando. Nos níveis mais difíceis a coisa não melhora, os inimigos ainda são muito estúpidos, apenas causam mais dano e são mais difíceis de matar. Há muitos pontos no cenário onde você e os seus inimigos podem ficar "presos" em paredes invisíveis. Incluindo em lutas com chefões. "Prender" o chefão em um obstáculo invisível e arrebentá-lo na bala não é lá uma estratégia muito divertida...
Por outro lado, o jogo sabe te recompensar. Praticamente a cada pequena missão terminada você ganhará uma arma mais potente, uma nova armadura ou novas habilidades. São quase umas cinco ou seis "recompensas" que você recebe em cada parte do jogo, e todas fazem diferença na hora de arrebentar uns smurfs anabolizados ou de esmagar alguns humanos.

Os controles não são lá muito bons, e algumas vezes falham bastante, sobretudo na hora de escalar árvores ou pedras.
Há também um "mini-game" de estratégia dentro de Avatar, onde você tem que dominar aquele mundo movendo suas tropas em um mapa. Infelizmente não é empolgante nem divertido, falta animação e parece alguma coisa inacabada que foi incluída por pressão de algum diretor da Ubisoft...
No geral, Avatar the Game é divertido, visualmente bonito e te recompensa tanto que você vai pensar que está sendo subornado para jogar mais e mais vezes. Os pequenos problemas com som, controles e IA são logo ofuscados pelos excelentes gráficos e pela ação ininterrupta. É um bom jogo, embora pudesse ser muito, muito melhor...
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