13 de março de 2010

Call of Duty Modern Warfare 2 (PC, PS3, Xbox360) (****)

Call of Duty Modern Warfare 2 (PC, PS3, Xbox360) (****)

A série Call of Duty começou em meados dos anos 2000, quando era mania lançar games sobre a II Guerra Mundial. Em meio a centenas de clones de Battlefield 1945, Medal of Honor e Commandos, este foi um dos poucos títulos a realmente merecer a sobrevivência.

Depois que a febre II Guerra Mundial passou, Call of Duty resolveu trazer seus shooters para os dias atuais. Ao contrário do ruim Battlefield 2 para PS2 e do mediano Battlefield 2 para PC, a série Call of Duty Modern Warfare foi bem recebida, misturando tanto batalhas amplas quanto missões stealth, seguindo a tradição dos games de espionagem.

Eis que chega então a segunda parte do aclamado Call of Duty Modern Warfare.

Polêmica
Se Diablo e Couter Strike foram polêmicos em seu tempo, e por isso fizeram sucesso, Modern Warfare está indo pelo mesmo caminho. Mal saiu do forno e o game já foi proibido na Rússia e no Brasil. O motivo? Terrorismo e facções de narcotraficantes nos morros do Rio de Janeiro aparecem no game, assim como atentados em Moscou.
A narrativa do jogo é um pouco confusa. Terroristas descobrem um agente da CIA entre eles e resolvem fazer um mega-atentado em um aeroporto da Rússia. Depois matam o espião e deixam ele pelo caminho, para que os russos pensem que a CIA atacou o aeroporto. Tem início então uma guerra nuclear em imensa escala entre a Rússia e os Estados Unidos, enquanto a CIA tenta capturar o terrorista que fugiu para o Brasil, e assim provar que não tinha nada a ver com o ocorrido...
Ao longo deste enredo, você controla vários personagens diferentes, quase um diferente para cada fase. Um agente da SEALS, a elite da marinha americana, um soldado raso nas linhas de frente contra a invasão russa, um agente da CIA... É difícil se acostumar com cada um deles, e se você não prestar muita atenção, vai ficar se perguntando o que tal personagem está fazendo em tal lugar...
Embora a narrativa seja confusa, as fases são empolgantes. Que tal matar civis em uma verdadeira carnificina, portando uma metranca imensa, enquanto os guardinhas do aeroporto tentam de parar armados com uns .38? E que tal se infiltrar em uma plataforma de petróleo russa, libertando reféns enquanto se esgueira pelos tonéis de petróleo? E subir o "morro do dendê", aquele que é "ruim de invadir", em busca de terroristas escondidos entre os traficantes? Ou defender os EUA em meio a uma invasão brutal, usando lojas do Burger King como esconderijo?
Todas as fases são bem feitas, e vão muito além do shooter "atire em tudo o que se move". Você vai precisar usar a inteligência e de muita destreza manual, afinal são poucos os games que tem "simuladores de montanhismo" ou corrida de botes infláveis. O design das fases é soberbo, e o cuidado com detalhes vale à pena.
Como nota especial, o game merece ser jogado só por mostrar um Brasil onde se fala português. E um Rio de Janeiro com sotaque carioca. A maioria dos produtos de mídia americanos fazem a besteira de colocar os brasileiros como moradores de uma imensa floresta e falando espanhol, por sorte em Modern Warfare isso não é verdade. Nas várias fazes que se passam nas favelas do Rio, ouvimos inimigos falando em português, cartazes escritos em português nas paredes, e temos uma favela bem realista.
Nos quesitos técnicos de som, gráficos e jogabilidade, Modern Warfare reina supremo. Mesmo com as configurações mais simples, os gráficos são excelentes, e os efeitos sonoros são perfeitos.
Outro ponto positivo é a imensa variedade de armas. É possível pegar as armas dos inimigos mortos, e há uma imensa variedade de cada uma delas. Só de AK-47, por exemplo, você tem elas nas versões com lança-granadas, com escopeta acoplada, com mira laser, com mira telescópica, sem nada, e até com baioneta. Se você pegar uma arma com muitos "extras" de algum inimigo, é melhor ficar com ela bem guardada, pois você pode acabar achando só lixo dalí para frente.
A IA é boa, e mesmo nos níveis mais fáceis torna as fases desafiadoras. A trilha sonora é ótima, e as poucas fases são compensadas por dezenas de desafios "extras" que podem ser jogados online ou offline. Gostou de moer traficantes no Brasil? Que tal entrar numa competição para ver quantos maloqueiros você consegue destruir com o mínimo de baixas civis? Gostou de pilotar uma moto no gelo? Que tal uma corrida de moto pelas montanhas da Rússia?
Em resumo, Modern Warfare é um game que merece ser jogado. Só não ganhou cinco estrelas por causa de sua narrativa confusa, excesso de personagens jogadores e poucas fases no modo single-player...
Pelo menos o final já deixou o recado de que virão pelo menos outros dois Modern Warfare por aí...

2 comentários: