15 de maio de 2012

Total War Shogun 2: Fall of the Samurai (PC) (****)


Se você já assistiu o filme O Último Samurai ou conhece o anime/mangá Samurai X/Rurouni Kenshin, já sabe o que foi a Reestruturação Menji no Japão do século 19. Até 1868, o Japão tinha ficado isolado do resto do mundo, permitindo a poucos comerciantes chineses, portugueses, holandeses e indonésios comprar ou vender seus produtos, em portos restritos e longe dos grandes centros urbanos.

Querendo abrir um novo mercado para seus produtos, países como Estados Unidos, França e o Império Britânico começaram a forçar os japoneses a abrir seus portos para comércio com eles, chegando a enfrentamentos armados com navios de guerra ocidentais.

Fall of the Samurai, a nova expansão de Shogun 2 Total War trás este período e a Guerra Boshin entre os seguidores do antigo Shogun Tokugawa, que desejavam manter o isolacionismo e a tradição samurai, e os seguidores do Imperador Meiji, que pretendiam devolver o poder político à família imperial e modernizar o país para fazer frente aos impérios ocidentais.

Esta expansão faz de Fall of the Samurai o jogo mais "moderno" da série Total War, trazendo toneladas de novidades nunca antes vistas. Embora a jogabilidade continue a mesma da série, com sua mistura de estratégia e RTS com milhares de soldados, toda a parte gráfica dos menus e unidades foi remodelada para parecer fotografias antigas.

A grande novidade, no entanto, são as unidades. Aqui temos, além dos tradicionais samurais com espadas, mosquetes, arcos e cavalos, soldados modernos armados com rifles, revolveres e carabinas, canhões e até metralhadoras arcaicas.

O novo e o velho. A modernização do Japão foi o fim dos guerreiros feudais
As batalhas navais foram as mais modificadas. Agora temos navios modernos, movidos a vapor, torpedos e os terríveis ironclad, navios totalmente feitos de ferro e fortemente blindados, capazes de simplesmente atropelar os antigos barcos de madeira dos inimigos.

Outra novidade é que, caso você esteja lutando em terra com seus exércitos, e navios estejam por perto, eles podem te dar cobertura com bombardeios nos inimigos. Na maioria das vezes os inimigos controlados pelo computador sabem quase institivamente quando e onde o bombardeio vai cair, e evitam as áreas que você marcou, mas caso eles não possam correr (quando estão escalando um muro ou presos em um tiroteio), é fácil explodir grandes exércitos de uma só vez...

Armas de artilharia como canhões e metralhadoras gatling podem ser controlados diretamente pelo jogador. Apenas um clique em um botão te permite assumir controle direto de uma das baterias, mirar e atirar onde quiser... ou quase.

Navios também podem ter o controle direto assumido pelo jogador, que pode manejá-los e atirar com os canhões usando o mouse.

A idéia em si é muito boa, mas a Creative Assembly ainda precisa polir mais estas opções. Alguns canhões, incluindo os dos navios, só podem atirar se você mirar diretamente no inimigo, não deixando você mirar para cima ou a frente dele, impossibilitando tiros balísticos e dificultando acertar objetos em movimento. Os canhões que podem fazer tiros em parábola tem outro problema, que é a falta de uma indicação de em quantos graus você está apontando ele. Se você acerta um tiro, é difícil colocar o canhão na mesma posição  uma segunda vez, e uma tremida no mouse pode colocar sua bala em uma trajetória completamente aleatória. Um simples som de "clic" ou um indicador de elevação do canhão iriam facilitar muito este modo "shooter" e tornar muito mais divertido assumir o controle de um navio ou peça de artilharia nos combates.

Navios de aço! Agora a porra ficou séria!
Fora as unidades combatentes, há novas unidades especiais e agentes, como o "Veterano Estrangeiro", mais ou menos o papel de Tom Cruise em "O Último Samurai", um americano, britânico ou francês que treina suas tropas, supervisiona o recrutamento de novos soldados e pode duelar com comandantes inimigos ou ficar atacando de guerrilha para dificultar o avanço de exércitos em suas terras.

Portos abertos a estrangeiros também garantem unidades importadas, como veteranos da Guerra Civil Americana ou Casacas Vermelhas Ingleses.

A jogabilidade e a IA foram bastante melhoradas desde Rise of the Samurai. Agora suas tropas não vão bater em retirada tão facilmente, e você verá mais cadáveres caídos pelo campo de batalha. O mecanismo de comida presente em Shogun 2 e Rise of the Samurai foi descartado, então você não vai mais ter que preocupar em guardar produção e construir fazendas para poder aumentar suas cidades e castelos. Em compensação você terá que se preocupar com revoltas o tempo todo.

Da mesma maneira que na verdadeira Era Menji, em Fall of the Samurai você tem todo tipo de rebelião e revoltas explodindo para todo lado. Construir muitos edifícios modernos, como escolas de cadetes, fábricas de canhões, zonas comerciais e estações de trem vai gerar desconforto entre as classes mais tradicionais de samurais, e eles tentarão tomar o poder de suas províncias.

Outra adição divertida foi a de trems. Com estações e trilhos de trem você pode mover suas tropas muito mais facilmente entre as províncias, embora seja meio triste não poder construir trilhos para onde você quiser, mas só em alguns locais pré-determinados...

Atirar com canhões é terrivelmente difícil... mas se você tiver sorte, vai matar muita gente de uma vez só...
Fall of the Samurai é uma ótima expansão para o já excelente Shogun 2 Total War. Se você gosta da série, de jogos de estratégia ou de história do Japão, vai se divertir com este jogo. Algumas mecânicas novas precisam ainda ser melhoradas, mas no geral este é um jogo que merece ser jogado.


Um comentário:

  1. Angelo Jr4:05 PM

    quanto a questão dos trens, não é exatamente algo errado, pois o japão é um país muito montanhoso, e trilhos muito inclinados perderiam o atrito com o trem, impossibilitando a criação de ferrovias por certo locais.

    essa é uma série muita boa, mas desde que trocaram o sistema de controle de província, não consigo mais jogar

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