Em 1976, seguindo o sucesso de O Exorcista de 1973, o filme A Profecia (The Omen no original) trazia mais uma criança encapetada. Ao invés da mocinha que vomitava verde e girava a cabeça 360º, o cramulhão júnior de A Profecia era, aparentemente um molequinho normal, apesar de caladão, mas cuja presença fazia as pessoas morrerem de maneira absurda e exagerada.
Eis que nesse Halloween a Shiver e a pouco conhecida softwarehouse Lace Mamba, lançaram uma "meia homenagem" ao filme, o game "feito para ser polêmico" Lucius.
Seguindo praticamente a mesma narrativa do filme A Profecia, aqui temos também um garotinho (chamado Lucius ao invés de Damien), nascido em uma família rica com fortes conexões políticas e que, apesar de quietinho e com um olhar medonho, não parece ter nada de anormal. Não fosse o fato dele ter nascido em 06/06/1966 e ser filho do capeta em pessoa.
"Damien... digo, Lucius... mate todo mundo!" |
No início o capiroto juvenil conta apenas com um diário e itens simples como lanternas e cadeados, mas depois começa a ganhar poderes sobrenaturais de telecinésia e até a habilidade de apagar memórias, a la MIB Homens de Preto.
O jogo mistura o estilo furtivo que vemos em games como Hitman e Assassins Creed com um adventure onde você tem que varrer a mansão em busca dos itens certos para levar a diante os assassinatos, e ao mesmo tempo parecer uma criança inocente.
Nunca enfie a cara embaixo de um piano quando um moleque satânico com telecinésia está por perto |
Se levarmos em conta que este é o primeiro game da Lace Mamba, e que o protagonista é um garotinho de seis anos, Lucius é um jogo muito bem feito. Se mantém fiel a sua premissa de terror do começo ao final e faz uma boa homenagem ao filme A Profecia. Se você gosta de filmes de terror no estilo O Exorcista e Premonição, e jogos stealth como Hitman e Assassins Creed, vai se divertir bastante com este game. No entanto, há vários pontos negativos que podem e devem ser colocados aqui...
Graficamente Lucius é bem fraco. A mansão é enorme, mas sua planta não faz muito sentido, normalmente com um caminho muito longo para se chegar a lugares que nem são tão distantes. Como o moleque caminha lentamente, ir de um lado para o outro da mansão acaba sendo cansativo.
Os rostos e modelos de personagens não são muito bem feitos, principalmente do pequeno Lucius. Efeitos como fogo e sombras são toscos e poderiam (deveriam) ser melhorados.
O maior pecado de Lucius, no entanto, é a jogabilidade. Para parecer um menino normal, o protagonista tem que executar tarefas como limpar o quarto e levar o lixo para fora, e essas tarefas, junto com as missões de eliminar os habitantes da casa, nem sempre são bem explicadas, e o jogador passa horas e mais horas para descobrir, por exemplo, onde fica a lixeira no exterior da casa ou onde é o banheiro para se escovar os dentes.
O jogo também é impiedoso ao dar Game Over. O protagonista foi pego andando pela casa durante a noite? Game Over! Foi pego acordado até tarde? Game Over! Estava carregando um cadeado na mão? Game Over! Andando com uma lanterna no escuro? Game Over!
Nada de colocar o moleque de volta no quarto ou poder arrumar uma desculpa qualquer para justificar ("vou tomar água na cozinha" ou "vou ao banheiro"), é Game Over e loading do último save, sem choro nem vela. Isso é bem chato, ainda mais levando em conta que o moleque é lento para andar e péssimo para se esconder, e algumas missões colocam personagens ativamente procurando por ele...
Prepare-se para muitos Game Overs em Lucius... |
Outro problema é a falta de pistas, e de maneiras alternativas de eliminar seus alvos. Cada habitante da casa só pode ser eliminado de uma maneira, e muitas vezes o jogo não te dá pistas o bastante para você saber como fazê-lo ou onde encontrar os objetos para preparar as armadilhas para eles, o que te deixa andando sem rumo pela casa, esperando esbarrar em alguma coisa que possa resolver seu problema...
No mais, Lucius é um game de terror diferente, sem zumbis, sem mutantes e sem tiroteio, com aquele clima de filme clássico do gênero. A jogabilidade depende bastante da sorte do jogador e de ser extremamente observador, pode ser bem frustrante de início, mas considerando que é o primeiro jogo da softwarehouse, é bastante bem feito e vale a pena para quem gosta de terror.
achei q tava morto, demorou pra caramba pra postar =)
ResponderExcluirSuas resenhas sao muito boas
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