Diga o nome de cinco protagonistas de games que sejam negros em menos de 1 minuto. Difícil não é? Eu mesmo só consegui lembrar de CJ de GTA San Andreas e do Jax do Mortal Kombat (que teve um game de aventura próprio).
Eis que Prototype 2, sequência do jogo de 2009, trás mais um para a lista, um sujeito tão foda que poderia ser interpretado no cinema pelo Samuel L. Jackson.
O sargento James Heller, depois de voltar da guerra do Iraque, descobre que sua mulher e filha morreram, vítimas de um dos zumbis criados pelo vírus Blacklight, que voltou a atacar Nova York, aparentemente por culpa de Alex Mercer, o protagonista do primeiro jogo.
Louco por vingança, Heller decide caçar Mercer e despachá-lo para o além, custe o que custar, e ele prova que é um legítimo badass logo no começo do jogo, ao se infiltrar na zona dominada por monstros e zumbis armado apenas com uma faca, e peitar o mutante Mercer, que tem poderes quase divinos. Por algum motivo até então desconhecido (se eu revelar será spoilers!), o super-mutante resolve infectar Heller, dando a ele poderes semelhantes aos que Mercer tinha no primeiro jogo.
Agora um mutante super-poderoso, Heller inicia sua guerra contra Mercer, contra os militares e cientistas da Gentek (empresa que faz a Umbrella de Resident Evil parecer a farmácia da esquina), contra os mercenários da Blackwatch, outros mutantes e zumbis que cruzam seu caminho.
James Heller, é difícil achar alguém no jogo contra o qual ele NÃO quer se vingar... |
A narrativa de Prototype 2 tem mais buraco do que peneira, e nenhum personagem tem uma motivação muito clara ou que faça sentido, e o próprio Mercer age de maneira tão diferente do primeiro game que eu esperei até a última missão com certeza quase absoluta de que ele era um clone ou algum outro mutante se passando pelo personagem...
No entanto, o enredo confuso e forçado pode ser deixado de lado. A jogabilidade e a excelência gráfica do game acabam criando uma experiência tão divertida e envolvente que compensam. Pense em Prototype 2 mais como um filme do Michael Bay, com história fraquinha mas que diverte bastante pelas explosões, ação desmiolada e personagens absurdamente fodões.
A parte gráfica é muito boa, com cada parte da cidade tendo uma atmosfera própria, dos campos de refugiados, becos e prédios baixos da Zona Verde aos arranha-céus tomados por mutantes e gororoba da Zona Vermelha. Os personagens são bem modelados e tem movimentos convincentes.
O que chama mais atenção em termos de gráfico, no entanto, são as cutscenes, com atores reais e filmadas em um branco-e-preto metálico com detalhes coloridos que lembra filmes como Sin City. Bonitos, bem produzidos e com atuações boas, esses filmes entre missões dão um tom sombrio ao jogo.
Cutscenes bem produzidas lembram o filme Sin City |
A jogabilidade, no entanto, é o maior chamariz de Prototype 2. O primeiro jogo da série era cheio de pequenos desafios e missões soltas, sem muito a ver com a narrativa, mais para explorar uma ou outra mecânica ou movimento de Mercer, este, no entanto, eliminou essas frescurinhas em nome de missões mais bem estruturadas e sombrias.
Além da narrativa principal, seguida através de letras no mapa, onde você encontra personagens secundários e cumpre objetivos em nome de sua vingança contra Mercer, há também os trailers militares que dão acesso à "BlackNet", uma rede interna dos mercenários da Blackwatch e dos cientistas da Gentek. Disfarçado de mercenário, Heller pode acessar essa rede e descobrir o que os vilões estão fazendo no momento, podendo frustrar os planos deles devorando cientistas e comandantes, libertando monstros que estavam sendo transportados para pesquisas, recuperando destroços de helicópteros derrubados ou explodindo bases e laboratórios.
Somado a isso há uma enormidade de coisas a se fazer e objetos a recuperar, incluindo discos contendo comunicação entre os mercenários e cientistas, personagens especiais que se forem devorados melhoram uma ou outra habilidade do protagonista, times de cientistas trabalhando (que você deve eliminar), bases de mercenários e ninhos subterrâneos de mutantes.
"Fala agora senão vai pro saco!" |
Assim como o primeiro game da série, a grande sacada de Prototype 2 é dar um personagem estupidamente poderoso para você se divertir em um mundo aberto. Heller, assim como Mercer, pode planar, escalar paredes, saltar grandes distâncias, é resistente a balas e pode devorar qualquer personagem (mutante, soldado, cientista, civil...) para recuperar vida ou mudar de aparência.
E conforme se evolúi no jogo, completando missões, eliminando inimigos, acessando a BlackNet e encontrando coisas no cenário, Heller vai ficando ainda mais poderoso, capaz de sequestrar tanques de guerra e helicópteros, arrancar lança-mísseis de veículos inimigos e usá-los "no braço", refletir balas e mísseis, controlar mutantes e muito mais. Praticamente um super-homem.
No geral Prototype 2 é um ótimo jogo, divertido e exagerado, cheio de monstros gigantes, poderes absurdos e belos cenários. A narrativa meia-boca é um ponto negativo para quem gosta de histórias complexas e muito background, mas a ação desmiolada e bons controles compensa!
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