11 de dezembro de 2007

Ground Control II: Operation Exodus



Ground Control II: Operation Exodus (***)

Quando topei com este jogo na banca, não conhecia absolutamente nada sobre a série Ground Control. O game original fez algum sucesso no final dos anos 90, início do século XXI, mas não chegou a ter muita repercussão. A impressão q eu tinha era de q Ground Control era mais uma série de RTS "genérica", com bons gráficos, boa jogabilidade e enredo descartável.

Ground Control II, no entanto, é uma boa diversão, embora cumpra as espectativas que eu tinha em relação à série.

Controle de Território
Se você gosta de RTS, com certeza vai gostar deste game. Ground Control II cumpre sua função como jogo de estratégia de primeira linha. Sua jogabilidade é fácil, a ação é ininterrupta, os gráficos são soberbos e tem violência e explosões de encher a tela.
À primeira vista, a qualidade gráfica do jogo impressiona. As unidades são incrivelmente detalhadas, e mesmo com uma máquina menos poderosa é possível aproveitar toda a excelência gráfica do game. Além de bem desenhadas, as unidades tem uma ótima animação, com o zoom é possível ver a fumaça das armas disparando, canhões recarregando, cápsulas vazias caindo no chão, marcas no solo e até mesmo o coice das armas ao disparar. Todas as unidades são em escala, e elas podem entrar dentro de construções do cenário, sendo possível vê-las nas janelas e frestas destas estruturas.
A jogabilidade é um pouco diferente dos RTS tradicionais, lembrando Force Commander e Warhammer 40000 Dawn of War. Você não constrói estruturas, nem treina unidades, nem mesmo coleta recursos. Ao invés disso, você deve capturar e proteger pontos estratégicos no mapa, marcados com um sinal próprio. Cada ponto estratégico fornece pontos de reforços, que podem ser usados para pedir novas unidades, que chegam de nave em pontos de aterrisagem. Os pontos de reforços também podem ser usados para fazer upgrades nas naves que trazem os soldados, e, diga-se de passagem, elas são as melhores unidades do jogo, embora possam ficar em combate apenas por um período limitado de tempo.
As unidades "evoluem" de forma similar aos games da série Command & Conquer mais atuais. Unidades novatas, recém chegadas ao campo de batalha, se tornam veteranas depois de alguns tiroteiros, e melhoram sua mira e poder de fogo.
Todas as unidades tem dois "modos de combate". Estes modos variam de umas para as outras, sendo que infrantaria, por exemplo, pode alternar entre usar seus rifles ou granadas. Alguns modos secundários visam mudar o tipo do dano (melhor contra infrantaria ou veículos), camuflar, gerar escudos de proteção, curar e criar cortinas de fumaça, permitindo uma ampla gama de estratégias.
Um detalhe de encher os olhos é a composição do céu, que costuma refletir na água durante o jogo. Este é extremamente detalhado, com nuvens que se movem, estrelas, planetas e galáxias. Toda a parte gráfica é soberba, e o áudio também não decepciona. As músicas são boas e traduzem o clima de batalha.
O Mesmo de Sempre...
Embora seja um jogo muito bonito (arrisco dizer que é um dos mais bonitos que já vi...), Ground Control II tem alguns defeitos.
O maior deles, com certeza, diz respeito ao enredo. Não conheço a história de Ground Control original, mas o que se vê em Operation Exodus parece coisa de filme B de ficção científica, tipo aqueles que passam de madrugada na TV.
Há uma guerra entre duas facções humanas. De um lado a NSA, e do outro o Império Terráqueo, governado por uma imperatriz boazuda e maléfica. De repente um bando de alienígenas entra no meio da guerra, sendo q alguns deles auxiliam a NSA, mas a maioria luta do lado da imperatriz, q conquistou o mundo deles e os mantém dependentes de um gás raro, do qual precisam para viver. Se substituir alguns nomes, o enredo fica muito semelhante ao da expansão de StarCraft. Os alienígenas não são lá muito originais, na verdade parecem muito com alguns extraterrestres do antiquíssimo RTS Warwinds. Eles também parecem não ser muito inteligentes, uma vez q não usam roupas especiais, sendo que precisam de um gás raro para respirar (D'oh! Eles estão sempre sufocando???).
Os diálogos também são ridículos, e muitos chegam a ser engraçados. O personagem principal da NSA se apaixona por uma cientista, e mesmo quando ela é sequestrada pela imperatriz maligna, ele não se abala. Outro personagem tem a cidade natal e a família devastados pelos alienígenas e age como se nada tivesse acontecido. Em questão de diálogos e enredo, StarCraft ganha longe.
A IA é satisfatória, mas aparentemente os programadores esqueceram de adicionar neblina de guerra para os seus inimigos. Embora você só possa ver os inimigos que estejam na linha de visão de suas unidades, eles podem ver você o tempo todo, e a artilharia deles vai esmagar suas forças rapidamente, antes mesmo de você encontrar os malditos tanques de artilharia inimigos... Isso não chega a ser um grande problema, mas é chato esperar horas para acumular pontos de reforço e depois ver seus soldados serem bombardeados por um inimigo invisível e onisciente.
Os modos de formação de unidades (linha, coluna, vanguarda...) e de pedir reforço externo (bombardeios localizados, leizer, ataque aéreo...) são chatos. Não que funcionem mal, mas é preciso clicar em dois ou mais botões durante o calor da batalha, um botão rápido seria mais eficaz. O tal "modo secundário" das unidades também prejudica, pois, se você fizer uma tropa mista, com vários tipos diferentes de unidades, terá dificuldade em gerenciar todos os "modos primários" e secundários de todas elas. Alguns destes modos também impossibilitam a unidade de lutar ou de se mover, e, qualquer vacilo e você poderá ver unidades ficando para trás ou invadindo uma base inimiga sem poderem se defender...
No mais, Ground Control II é um RTS divertido, e, acima de tudo, incrivelmente bonito, embora tenha um enredo clichê e alguns probleminhas de jogabilidade...

Nenhum comentário:

Postar um comentário