10 de junho de 2009

Sins of a Solar Empire (PC)

Sins of a Solar Empire (PC) (***)

Bons games de RTS no espaço são difíceis de se encontrar. Por ser tridimensional, o ambiente espacial costuma convidar desenvolvedores de games a usar versões simples, em 2D, como nos games RTS de Star Wars, ou procurar alternativas rebuscadas e controles de utilidade duvidosa, como na série Homeworld.

Eis que surge, como alternativa, Sins of a Solar Empire, um game simples sem ser simplório, com controles fáceis e simpáticos, excelentes gráficos, boa trilha sonora e boas idéias.

Sins of a Solar Empire é um game de RTS dos mais tradicionais. Aqui você tem recursos e locais para captá-los (dinheiro, conseguido cobrando impostos nos planetas que você domina, metal e cristais, extraídos de asteróides), unidades que constroem estruturas que por sua vez pesquisam tecnologias ou constroem outras unidades. Tudo como qualquer bom RTS.

A única adição é a existência das naus capitâneas, imensas naves-mãe que custam muitos recursos para serem construídas, mas que também são poderosas e, ao enfretarem muitas batalhas, "sobem de nível", adquirindo novas habilidades e aumentando seu dano e poder de ataque.

Há naus capitâneas especializadas. Algumas servem de hangar para pequenas naves, enquanto outras são excelentes para se conquistar planetas, ou para destruir outras naus capitâneas.

Embora seja bastante similar a outros bons RTS, como Warcraft e Command & Conquer, Sins of a Solar Empire consegue converter facilmente a jogabilidade deste gênero para o espaço tridimensional. A maior parte das construções são plataformas espaciais, que flutuam na órbita dos planetas. O espaço é bonito e colorido, com nebulosas, sóis e estrelas brilhantes. As naves são detalhadas e bonitas de se ver, reproduzindo as características de cada raça do jogo. A movimentação é simples e intuitiva, apenas mire o mouse para onde quiser ir e role a roda do mesmo, pronto, você está lá. Não importa se quer mudar sua visão na horizontal ou na vertical, tudo muito simples se comparado à complicação de um Homeworld.

Diferentemente deste, aqui não há muitos limites para a quantidade de naves que você pode comandar. Se pesquisar todas as tecnologias de aumento de frota, você pode construir um exército gigantesco de naves de diversos tamanhos.

Como adição, temos os piratas espaciais. Uma tela própria do jogo permite a você "subornar" os tais piratas para que ataquem seus inimigos. Caso não faça isso, seus inimigos farão, e logo você pode se ver rodeado por piratas desprezíveis.

As batalhas são espetáculos bastante divertidos, com explosões, pedaços de naves voando para todo lado, raios, mísseis, bombas... Tudo para agradar quem gosta de uma boa destruição espacial.

Pecados de um Império Solar

Sins of a Solar Empire tem jogabilidade, gráficos e design para se tornar um grande jogo... Mas infelizmente comete deslizes graves que realmente "matam" o jogo.

Logo ao iniciar, o jogo já mostra uma imensa falta de criatividade com a cutscene inicial (e única
no jogo). Enquanto títulos atuais trazem verdadeiros filmes, tão ou mais bonitos que obras de Hollywood, Sins of a Solar Empire começa com uma cutscene tosca, quase toda montada com imagens paradas que se sobrepõe, um efeito tão fraco que qualquer um consegue fazer no Flash. Ou mesmo no Microsoft Powerpoint...

O jogo, por incrível que pareça, não tem recurso para colocar legendas (subtitles) nesta cutscene, e a voz mixada que narra a pretensa "história" do game não é lá muito inteligível.

Quanto à narrativa, bem.... Sins of a Solar Empire não tem nenhum modo "história", apenas mapas que podem ser jogados em multiplayer ou singleplayer. Sem um enredo cativante, ele perde bastante para Homeworld, por exemplo, cuja jogabilidade é debilitada mas a história é divertida.

As raças disponíveis também são bastante clichê. Temos os humanos, com suas naves e estruturas militarizadas, quadradonas e cheias de números e placas. Temos os extraterrestres monstruosos, com naves cheias de pontas. Temos os extraterrestres bonitinhos, espiritualizados, com naves angulosas e construções cheias de cristais brilhantes.

Sim, já vimos isso antes. Os Terran, Zergs e Protoss de Starcraft. Os humanos, klingons e vulcanos de Star Trek. Os humanos, jedi e sith de Star Wars. Os humanos, Tyranids e Eldar de Warhammer 40.000... Os alienígenas de Sins of a Solar Empires parecem ser uma mistura de todos estes exemplos, com todos os clichês possíveis para o estilo Space Opera.

O sistema de diplomacia também é pra lá de tosco. Subitamente, no meio do jogo, alguém lhe
pede dinheiro. Se você der dinheiro ao "mendigo espacial", ele se torna seu aliado, caso contrário seu status diplomático com ele não muda. Não há opção de contactar as outras raças, você tem que esperar alguma vir esmolar na sua porta para decidir se quer se aliar ou não. Pior ainda. Depois de um tempo eles começam a fazer exigências absurdas, do tipo, "destrua todas as naves da raça tal em tantos minutos" ou "minere tanto de cristal/metal em tantos minutos".

Soma-se a isso o fato de que você não pode, por exemplo, coordenar ataques com seu "aliado" ou esmolar recursos para eles. Decepcionante.

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