19 de abril de 2010

Assassins Creed (PC, PS3, Xbox360)(***)

Assassins Creed (PC, Xbox360, PS3)(***)

Durante a terceira cruzada, os exércitos cristãos liderados pelo rei inglês Ricardo Lionheart se reuniram na fortaleza de Acre, na costa do Mar Mediterrâneo para tentarem retomar Jerusalém das tropas de Saladino.

Esse supostamente é o pano de fundo de um dos games mais famosos da nova geração de consoles. Criado quase como o jogo icônico do PS3, acabou "vazando" com versões para outras plataformas.

Apesar de todo o marketing e boas intenções por trás de Assassins Creed, o jogo é apenas "legalzinho"...

Assassino

Logo que foi lançado, Assassins Creed foi vendido como uma espécie de Hitman medieval. Você estaria na pele de Altair, um membro da Ordem de Hassam (também conhecidos como Hashissin, termo que originou a palavra "assassino"), que iria mudar o destino do Oriente Médio da época das cruzadas assassinando personalidades importantes e usando da furtividade e da estratégia para cumprir suas missões na Idade Média.

Qual não é a surpresa quando se descobre que Assassins Creed é um game... FUTURISTA?! Pois é. Na verdade o enredo do game é sobre um barman (!) sequestrado por templários (!!) e obrigado e usar uma máquina de realidade virtual (!!!) capaz de ler sua "memória genética" (!!!!) e fazê-lo assistir a vida de seu antepassado, o assassino Altair.

Seria até uma premissa interessante, se isso não significasse o dobro de loadings, menus e cutscenes chatas e inúteis (Altair tomando esporro de seu mestre, ou o tal barman tendo que ouvir uma explicação de vários minutos sobre o que é memória genética). O desenvolvimento do game também é lento e ruim,

Altair é um personagem chato, sem muito carisma. Metido, enjoado, irresponsável, arrogante... ele tem tudo para ser detestado logo à primeira vista. Após colocar o Ordem em perigo, ele toma esporros e porradas de seu mestre e é obrigado a assassinar nove pessoas desagradáveis em três cidades, Acre, Jerusalém e Damasco como forma de redenção. Sua personalidade oscila da total submissão à revolta sem causa, e sua busca parece girar em torno de um artefato roubado pela Ordem de Hassam das mãos dos Templários e de uma conspiração de templários para recuperá-la.

Fora Altair, todos os outros personagens parecem excessivamente rasos, sem muito apelo e sem nenhuma personalidade. Os mais interessantes são os seus alvos, que vão desde comerciantes de escravos inescrupulosos a médicos loucos.

A geografia de Assassins Creed é realmente tosca. Damasco (atualmente na Síria), Jerusalém e Acre parecem ficar a poucos metros uma da outra, e o caminho entre elas é quase sempre uma estrada reta, escavada entre paredões de rocha. Engraçado perceber que Altair consegue viajar de uma cidade para a outra em minutos, mas as tropas de Ricardo Lionheart e de Saladino levam meses para fazer o mesmo percurso (!!!).

Apesar de todas estas falhas na narrativa, Assassins Creed é razoavelmente divertido. As três cidades são grandes, vívidas e cheias de desafios, desde salvar cidadãos pobres das mãos de soldados malvados até assassinar alvos ou escoltar seus aliados para fora do local. As cidades são divididas em um bairro pobre, um classe média e um rico, com bastante diferença entre os cidadãos que andam em cada um, as construções, casas e torres.

Altair podem saltar pelos telhados com facilidade, basta apertar e segurar um ou dois botões para que ele execute toda forma de locomoção, de andar em uma viga de madeira à escalar uma torre. Em cada cidade há dezenas de torres para serem escaladas, e ao chegar no topo, mais é revelado do mapa da cidade, além de se obter uma bela visão do local.

Os controles, para PC, são ruins e esquisitos, pois tentam emular o que seriam para PS3 e Xbox360. Muitas vezes você tem que segurar um botão para que outro mude de função, e não raro você estará segurando três ou quatro botões ao mesmo tempo para executar um combo ou se defender de um ataque. Os comandos nem sempre funcionam bem, e às vezes você vai ter que ficar brigando com o mouse para fazer o que você quer.

Os gráficos são muito bons, sobretudo no que diz respeito às roupas dos personagens, à arquitetura das cidades e os combates. Atrapalha um pouco o HUD futurista e os fluxogramas e tabelas de dados que ficam brilhando em volta de um inimigo selecionado ou item encontrado. Não que não sejam bem feitos, mas simplesmente não combinam com o resto, e quebram o clima da aventura, meio lembrando que tudo não passa de "um jogo dentro do jogo".

O som é bem feito, mas alguns efeitos e falas são chatos. Enquanto você percorre a cidade, vai encontrar agitadores políticos, conclamando o povo para as cruzadas ou para lutar contra os europeus. O irritante é que você pode ouvi-los de longe, e todos falam apenas duas ou três frases, sempre as mesmas, sem trégua, sem parar, o tempo todo... Tem hora que se torna um alívio descer dos telhados e matar o cara só para não ouvir aquele discurso chato o tempo todo... Pena que ele logo dá respawn, e começa tudo de novo...

As missões também são bastante repetitivas. Basicamente você tem que tomar esporro do seu mestre, ir para uma das três cidades, subir nas torres e partes altas dela, ajudar seus aliados por lá (em missões que vão de corridas nos telhados a assassinatos), tomar esporro deles, e então tomar esporro do chefe da Ordem de Hassam no local e, finalmente, matar seu alvo. É incrível o tanto que Altair é maltratado por seus colegas, talvez por isso ele seja um personagem tão chato!

Os combates são divertidos, e envolvem muitos ataques, contra-ataques, arremessos e "fatalites" bastante sangrentos. Entre as opções de armas estão o ataque desarmado (que supostamente não deveria atrair os guardas... Mas atrái, contrariando a dica do próprio jogo!), uma lâmina oculta que substitui o dedo anelar direito de Altair, e pode ser usado para assassinatos furtivos, uma espada longa e uma espada curta que é usada em conjunto com facas de arremesso.

Infelizmente os assassinatos furtivos são muito difíceis de se executar. Praticamente você tem que subir em cima de seu alvo, pelas costas, para poder fazê-lo, e quase todo mundo vira automaticamente de frente para você quando você se aproxima... Em 100% das vezes é mais fácil, rápido, seguro e divertido usar a espada, as facas ou simplesmente arremessar a vítima de cima de um telhado.

Fora a lâmina oculta, Altair não tem outra forma de fazer assassinatos furtivos. Nem com as facas. Ou seja, longe de ser um Hitman, que poderia te matar de milhares de formas, muitas vezes é até difícil lembrar que existe um modo furtivo de matar alguém no game...

A IA não é das melhores, principalmente no que se trata dos guardas. Nas telas de loading, uma voz robótica dá dicas que simplesmente não funcionam. Segundo ela, andar normalmente não alerta os guardas. Mentira, na maioria das vezes eles te atacarão sem qualquer motivo quando você estiver andando, e muitas vezes vão te ignorar se você estiver correndo ou escalando edifícios. Segundo a voz, lutas desarmadas não atraem os guardas. Mentira, eles sempre vão reagir e te enfiar uma espada no bucho quando você for empurrado por algum louco ou bêbado na rua, o que faz pensar se é crime punido com morte ser empurrado nestas cidades...

Há alguns bugs, locais onde Altair pode ficar "preso", paredes invisíveis e obstáculos inexistentes, mas no geral o game é limpo, e estes locais são raros (eu já cai "dentro" de uma casa após executar um combo, e simplesmente não consegui sair, ficando preso no local...), e na maioria das vezes, fazer Le Parkour por Damasco ou Acre será uma experiência divertida.

Basicamente Assassins Creed é um game bem feito, com bons gráficos, som satisfatório, cidades interessantes, missões (na maioria das vezes) divertidas, boas lutas e muito espaço para explorar. Correr, saltar e escalar com Altair é o melhor do game, assim como executar combos terminados em fatalities sangrentos. Infelizmente a narrativa é a pior possível, as cutscenes são toscas e muitas vezes sem propósito, os personagens não tem carisma e a repetição constante das mesmas missões torna o game um pouco desagradável. Se você não liga muito para enredo, pode gostar muito deste jogo.

2 comentários:

  1. Rapaz, pelos seus comentários, vejo que você não jogou muito este jogo. Assassinato furtivo é a coisa mais fácil do mundo, tanto nos telhados como nas missões.

    Quanto às bringas na mão, eu cansei de espancar malucos, mengidas pedindo dinheiro e homens com facas e apenas uma ou duas vezes um guarda apareceu para falar alguma coisa.

    Quem disse que o jogo não tem enredo? Você diz que não tem e ainda reclama da parte futurista, diz ser desnecessário? O enredo é bom.

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  2. Anônimo9:37 PM

    Cara!!!!! pelo amor de deus!!! o q tu at falando?!!!!
    tu ta dizendo q assassin's creed muito conhecido pelo excelente enredo tem um terrivel enredo??? além do mais se vc jogar os proximos jogos da franquia vera q altair foi um herói tendo de fazer milhares de sacrificios durante sua vida para enfrentar os templários e manter-se fiel a ordem dos assassinos. você simplesmente rebaixou o jogode forma ridícula com os seus comentários, assassin's creed é tão bom no seu enredo q faz a gente mergulhar em seu mundo.

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