10 de maio de 2010

Divinity 2: Ego Draconis (PC, Xbox360) (**)

- Divinity 2: Ego Draconis (PC, Xbox360) (**)



A Bioware, com suas séries Dragon Age, Mass Effect e Knights of the Old Republic é, sem dúvida, uma das mais prolíficas produtoras de RPGs eletrônicos atualmente.



Mas não é a única.



A belga Larian Studius também tem uma série muito bem avaliada na Gamespot, a série Divinity.



Quando postei aqui no Blog da Resenha um trailer de Divinity II Ego Draconis, um leitor falou muito bem do game, por isso eu corri atrás para jogá-lo e resenhá-lo aqui.



De fato, a primeira impressão é bem forte. Temos aqui algo raro, um RPG medieval com personalidade própria. Em Divinity há navios voadores, fortalezas flutuantes, dragões, caçadores de dragões, armaduras com um visual próprio, personagens cativantes e divertidos, quests interessantes e muito humor, muitas vezes sutil. Basta olhar em um cemitério qualquer para ver um monte de piadas divertidas sobre supostas celebridades mortas.



Mas então o que deu errado? Porque ele ganhou apenas duas estrelas no Blog da Resenha?



Bonitinho mas ordinário


De fato, graficamente, Divinity é excelente. A engine Gamebryo é a mesma de Fallout 3, mas lembra mais o recente Avatar the Game. Os cenários são extremamente detalhados, coloridos e bastante bonitos. Até mesmo a arte das telas de loading são satisfatórias. As texturas são excelentes e os efeitos de luz fazem uma grande diferença.


Jogar Divinity 2 Ego Draconis em um computador bom, com todas as opções de gráfico no máximo é uma experiência gratificante.


O som também destaca. A canção tema é belíssima, e toda a trilha sonora é impecavelmente marcante. Os efeitos sonoros também são bem feitos, desde os cantos dos pássaros até os berros dos monstros.


No entanto, o mesmo não pode ser dito das animações. A animação de seu personagem principal é tão ruim, mas tão ruim, que chega a incomodar. Experimente saltar de algum local e você verá seu personagem "planando" rente ao chão, com os braços e pernas abertos, feito um bonecão de posto, antes de finalmente "parar" e voltar a andar novamente. Em alguns momentos também ele irá andar sem mover as pernas, apenas pairando imóvel sobre o chão.


Os controles são bem ruins, principalmente para saltar, quando se está jogando no PC. Em várias partes o game se torna um jogo de plataforma e você tem que se esguelar para conseguir saltar com os controles com resposta demorada, sem precisão e sem controle da distância do salto. Você sempre salta a mesma distância, o que não existe nos games desde GTA Vice City, onde dependendo da força e dos outros botões (para a frente, atrás, lateral...) apertados você saltava em ângulos diferentes e distâncias diferentes.


Divinity também é um game bem decepcionante, sobretudo nos combates. O jogo não tem escrúpulos nenhum em te jogar para enfrentar sozinho uma tropa de seis a oito inimigos de uma vez, cada um deles com três ou quatro níveis a mais do que seu pobre personagem. Fica a impressão de que os desenvolvedores não querem que você prossiga no game, e, a menos que você explora as falhas de IA dos inimigos, suas chances de sair vitorioso de QUALQUER combate são mínimas.


A inteligência artificial dos inimigos, como mencionado acima, é cheia de falhas. Se você estiver apanhando muito em um combate (e isso acontece o tempo todo), basta recuar alguns metros e os inimigos vão guardar as armas e ir embora (!). Se você se aproximar com cuidado, apenas um ou dois dos seus inimigos vão perceber sua presença, e, ao invés de alertarem os colegas, virão te enfrentar sozinhos (!!). O pior é que se você se distanciar muito, sendo seguido pelos inimigos, eles subitamente irão parar, ficar imortais (a barra de vitalidade deles não diminui, não importa o quanto você espanque os coitados) e depois vão voltar correndo para seus lugares (!!!).
Os problemas com a IA, somados à mania do game de te colocar pra enfrentar adversários sempre em situações extremamente desfavoráveis, e à movimentação tosca, praticamente matam um game muito bonito, com uma excelente trilha sonora e uma narrativa divertida. Uma pena que isso tenha acontecido a ponto de deixar Divinity 2 praticamente injogável.

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