8 de julho de 2010

The Saboteur (PC, Xbox360, PS3) (****)

The Saboteur (PC, Xbox360, PS2) (****)

A história de The Saboteur se confunde com a de seu criador, o estúdio Pandemic. A Pandemic ganhou fama após os excelentes Star Wars Galactic Battleground. Após vários games fracassados da série Star Wars (sobretudo as horríveis adaptações dos filmes da nova trilogia, que são bem fraquinhos...), foi a Pandemic, com Galactic Battleground, a Lego, com Lego Star Wars e a Bioware, com KOTOR que levantaram a franquia.

Com a fama, a Pandemic fez história criando séries próprias, como a divertida Destroy All Humans e Mercenaries. A compra do estúdio pela EA Games o tornou ainda mais famoso, até The Saboteur entrar na linha de produção.

Atrasado diversas vezes, com sérios problemas de compatibilidade (tente jogar em um PC quad-core ou com uma placa ATI sem os patches mais recentes!), o game quase amargou o mesmo destino de StarCraft Ghost, a gaveta.

Por fim, a Pandemic se desfez. Os funcionários declararam o fechamento do estúdio e se mudaram para outros dentro da EA. Sem nada a perder, a Eletronic Arts lançou The Saboteur como um game triste, o último adeus dos estúdios Pandemic.

O triste fim da Pandemic

A narrativa de The Saboteur volta à Segunda Guerra Mundial, época explorada à exaustão a alguns anos atrás. Sem americanos e soviéticos, aqui temos apenas a Resistência Francesa. Na Segunda Guerra Mundial real, a tal Resistência fez foi proteger vinhos e obras de arte dos nazistas que ocuparam a França. Depois da guerra, eles se dedicaram a construir fama com linchamentos, humilhações e assassinatos de franceses que tinham cooperado com os nazistas durante a ocupação.

Em The Saboteur, no entanto, os franceses ganharam um grande aliado. Sean Devlin, mecânico de carros e piloto de corrida irlandês, é o protagonista do game. Após uma corrida na Alemanha nazista e uma briga com um piloto alemão que resultou na morte de seu melhor amigo, Devlin se mudou para Paris, só para ver a cidade ser invadida e ocupada pelas forças do III Reich.

Sem esperanças, o piloto acaba sendo cooptado pela Resistência para atuar como sabotador e assassino profissional. Á partir daí a narrativa fica cada vez mais rica, com agentes duplos, um padre vingador, uma namorada espiã e o passado obscuro de Devlin na Irlanda. Em certos momentos o game se aproxima de Wolfenstein, com relíquias mágicas escondidas em cemitérios, mas no geral está mais para um "GTA Paris".

De maneira similar aos jogos da Rockstar, aqui você pode ir para onde quiser, e fazer praticamente o que quiser. Os locais dominados pelos nazistas são branco e preto, escuros e sombrios, e os locais "libertados" são coloridos e alegres. Torres de vigia, zepelins e postos de revista estão por toda parte, assim como soldados nazistas. Destruir estas construções te dá moeda de troca com traficantes de armas pagos pela Resistência, e libertar presos e salvar pessoas que estão para ser executadas pelos alemães te dá moral com o povo.

Por todos os lados você vai encontrar carros e veículos militares da época da II Guerra Mundial. Eles são divertidos de se dirigir, e bem fiéis aos originais. As armas e objetos também são bem feitos, assim como os gráficos. Um show à parte é a inclusão de modelos seminuas em vários bordéis e cabarés de Paris. Por alguns momentos você jura que está jogando algum game da Rockstar. Brigar com nazistas gera um alarme, como com os guardas em GTA, e se o alarme chegar a nível cinco, até bombardeiros e tanques de guerra virão para cima de você.

De maneira geral, os gráficos são bem feitos e as texturas são bonitinhas, embora o jogo fique um pouco lento quando se passa de um local para o outro. O som é bem feito, embora algumas músicas sejam reprisadas à exaustão, e deixem partes do cenário muito chatas. As explosões e os efeitos de luz e sombra são divertidos e bem feitos. Há suporte para 3D com placas Nvidia 3D, mas eu particularmente não consegui testar este recurso...

No geral, The Saboteur é um game divertido, sobretudo para quem gosta de jogos da II Guerra Mundial. A ação corre solta, há boas fases "stealth" (sobretudo quando você se fantasia de nazista...), o modo não-linear como a história é contada diverte, e há muitas explosões, coisas para serem destruídas e inimigos para serem derrubados.

Praticamente qualquer construção pode ser escalada, como em Assassins Creed, e há alguns bonus por chegar ao topo de locais realmente difíceis de se escalar. A inteligência artificial é boa, e dá bastante trabalho despistar os nazistas, sobretudo quando há zepelins atrás de você.

De negativo pode-se ressaltar constantes quedas na velocidade do jogo (FPS), a maioria sem motivos, os diversos problemas de compatibilidade e savepoints bem longe uns dos outros, sendo que normalmente o jogo salva durante missões, sendo difícil salvar seu progresso se você está explodindo coisas na rua ou colecionando carros pela cidade. É realmente uma pena que The Saboteur seja o último game da Pandemic, eles evoluiram muito desde Mercenaries 2, e mereciam uma segunda chance.

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