15 de fevereiro de 2011

Rise of the Argonauts (PC, PS3, Xbox360) (***)

Rise of the Argonauts (PC, PS3, Xbox360) (***)

Finalmente você vai se casar com sua namoradinha de infância. Ela é linda, ela te ama, vocês se conhecem desde sempre, sempre se deram bem, e o casamento ainda vai trazer uma longa e duradoura paz para seu reino.

Eis que uma flecha envenenada mata a noiva bem na hora de dizer "sim". O que você faria?

Jasão juntou os maiores heróis da mitologia grega e saiu em busca de uma forma de ressuscitá-la, uma pele de carneiro (velo) dourado, dando início a um dos romances mais extraordinários da antiguidade grega. (se bem que no original a causa da busca foi a perda do trono dele, não da noiva...)

Rise of the Argonauts é um divertido game baseado na lenda grega de Jasão e o Velo de Ouro.

É bem raro encontrar bons RPGs baseados na mitologia grega. E Rise of the Argonauts é um deles. Muitas críticas negativas tentaram comparar este jogo com God of War, e torceram o nariz para ele por ter muitos diálogos e pouca pancadaria.

No entanto, os diálogos são bem escritos, e mantém o jogo fluindo, criando uma atmosfera similar ao seriado Xena, onde todo tipo de criatura mitológica, divindade raivosa e heróis destemidos apareciam de tempos em tempos.

O sistema de batalha também é fluido e fácil de aprender. Você sempre conta com três classes de armas, uma maça, boa para quebrar escudos, uma espada, rápida e letal, e uma lança, para manter o inimigo longe. Trocar entre elas é rápido, e um sistema de "pontos", dedicados a quatro deuses gregos, deixa você se "especializar" na sua preferida.

Os NPCs são bem construídos, sobretudo os seus aliados. O design deles é bastante inovador. Hércules, por exemplo, não é o loirão estilo He-man que costuma aparecer nos seriados e filmes, o filho de Zeus é praticamente um tanque de guerra humanóide, de fazer inveja ao Hulk no que se refere a musculatura. Medéia, Pã, Argos e outros heróis do romance original também são bem desenhados, com personalidades próprias e carismáticas.

Os diálogos influem não só nos acontecimentos e na personalidade de seu personagem, mas também no seu relacionamento com os deuses. Seja rude e ameaçador e você ganhará pontos com Ares, o deus da guerra. Seja esperto e mentiroso e Hermes, o deus dos ladrões e mensageiros, irá te recompensar.

O design das fases é bem feito, e os inimigos também são interessantes, com muitas reviravoltas no enredo. No entanto, os gráficos nem sempre ajudam.

As luzes, sombras e efeitos especiais são bonitos, mas há muita coisa mal feita. Suba uma escada, por exemplo, e você verá o coitado do Jasão praticamente "afundar" dentro dos degraus.

O desenho do próprio Jasão é estranho. Não se sabe o motivo, mas os desenvolvedores resolveram dar a ele os piores problemas de coluna da história dos games. Nem o Corcunda de Notre Dame consegue superar o pobre Jasão em lordose, escoliose e cifose . Chega a dar agonia em algumas cutscenes.

A dublagem, na maioria das vezes, é bastante boa. Mas nem todos os dubladores foram tão bem, e vez ou outra você encontra alguns personagens estranhamente "desmotivados". Nada tão ruim quanto o narrador de Disciples III, mas quebra um pouco o clima, principalmente em um jogo que é 60% só diálogo.

Rise of the Argonauts é divertido, e um ótimo RPG. Não é um game de ação como God of War, mas é uma visão bem original na mitologia grega. Vale à pena dar uma conferida, nem que seja para ficar estralando o pescoço quando ver a coluna torta do coitado do Jasão.

2 comentários:

  1. Gustavo4:46 PM

    Orc, eu venho aqui deixar minha opinião sobre Rise of Argonauts (RoA). é um jogo muito parado, tanto que se torna muito cansativo, concordo que compararam erroneamente com God of War (jogo de ação), então comparei com Neverwinter Nights 2, que é rpg também mas infinitamente com mais ação e com diálogos bem dosados.
    No Roa cheguei na ilha dos centauros e desisiti de jogar e desinstalei o jogo, já estava me dando muita angústia só ter diálogo.
    Nunca mais volto a jogar. Voltei a jogar Neverwinter muito mais divertido e empolgante.

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  2. Sim, ele é um jogo bem paradão, mas gostei dele. Me lembrou um pouco os jogos antigos como Silent Hunter e Cyberia, onde só haviam diálogos.

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