Velvet Assassin (PC, Xbox 360) (**)
Houve um tempo em que mulheres protagonistas eram raridade em games. Bastava colocar alguma peituda em roupas minúsculas na capa e o jogo se tornava sucesso. Foi assim com Tomb Raider, Perfect Dark e vários outros.
Hoje os tempos mudaram. O público de garotos de 15 anos com hormônios à flor da pele não é mais o único consumidor de games. Algumas pesquisas nos EUA apontam inclusive que mais de 50% dos "jogadores" de videogames são mulheres entre os 20 e os 50 anos.
Lara Croft e outras gostosonas, apesar de terem sido as primeiras "sex symbols" virtuais, não conseguem mais segurar um game inteiro só com seus atributos físicos exagerados, e é exatamente nesta armadilha que Velvet Assassin cai.
Velvet Assassin se baseia, quase inteiramente, em sua protagonista, a agente britânica Violette Summer. Morimbunda em um hospital de campanha, ela começa a relembrar suas ações furtivas durante a II Guerra Mundial, matando nazistas pelas costas e sabotando o esforço de guerra alemão.
Os gráficos são bem trabalhados, e os efeitos de luz, sombra e cores não decepcionam. As formas da agente Violette, evidenciadas por calças colantes de couro ou uniformes militares, também fazem a festa da garotada, mas a impressão geral é de que ficou faltando algo no jogo.
Violette foi baseada em uma personagem real, a espiã britânica Violette Szabo, mas no jogo falta a ela personalidade. Nada do carisma de uma sorridente Lara Croft, ou a personalidade taciturna do Agente 47 de Hitman. Violette parece uma heroina genérica, como aquelas geradas aleatoriamente em RPGs ruins, e é difícil se indentificar com ela ou mesmo sentir qualquer coisa a respeito da personagem. Comparar Violette aos personagens de jogos da Bioware (Mass Effect, Dragon Age) é uma covardia.
Outro ponto negativo é a falta de criatividade nas missões. Quase tudo se resume a se esconder atrás de alguma coisa, esperar o inimigo virar de costas e então cravar uma faca nele. Nada da criatividade de Hitman, com mortes variadas e diversas maneiras de terminar cada fase. Aqui a coisa rola em um tom que logo se torna cansativo.
Os produtores se esforçaram para criar centenas de animações diferentes para cada morte. Há facadas no peito, na cabeça, nas costas, cortes na garganta e até uma aflitiva (para os homens) facada no saco. Mas não há muita possibilidade de envenenamento, explosões, armadilhas e todos aqueles "acidentes" da série Hitman (que chegou a ter até torradeiras arremessadas em banheiras!).
O cenário também não empolga. Ação furtiva na Segunda Guerra Mundial? Quantas vezes você já viu isso? Sem contar o "Boom" de jogos ambientados nesta época, tivemos The Saboteur, com bem mais liberdade, peitos de fora e violência gratuita.
Velvet Assassin não chega a ser um jogo "ruim", mas é pouco imaginativo, muito derivativo, linear (em comparação à "jogos abertos" como o próprio Saboteur) e com uma protagonista que não vai muito além de ter uma traseira bonita. Podia ser bem melhor, mas é competente no que pretende ser, um stealth genérico na Segunda Guerra Mundial.
Tem um monte de gente que fala merda desse jogo...más eu adoro...
ResponderExcluirAchei bom você ter comentado de forma positiva. Mas, porque você "adora"? Explique as razões, assim outros podem refletir sobre um outro ponto de vista.
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