Shogun 2 Total War (****) (PC)
A série Total War nasceu com o game Shogun, onde você podia controlar trocentas unidades militares do Japão feudal, em busca de se tornar o líder militar supremo do país.
Agora, dez anos depois, chega Shogun 2, o mais novo título da série Total War. Empires e Napoleon tinham trazido a trama para a Idade Moderna Européia, e agora a série foca no extremo oriente, principalmente nos anos 1500 e 1600, quando o Japão vivia sua "Idade Média", e clãs lutavam por superioridade militar.
Muito dos atuais Empire e Napoleon Total War foi mantido, incluindo os gráficos belíssimos e a péssima ( na minha opinião) câmera controlada pelo botão médio do mouse, e não mais chegando o cursor nas bordas da tela.
Os gráficos se destacam bastante, e são de longe os melhores da série até hoje. Mais coloridos, mas sem perder o realismo, agradam muito mais aos olhos do que os gráficos cinzentos de Empire e Napoleon. Os efeitos também são um show à parte, com neblina, chuva, névoa e neve extremamente realistas. Até grãos de pólen e pétalas de cerejeira podem ser vistas voando no campo de batalha.
As unidades tem movimentos excelentes, a maioria deles tirados de mestres em diversas artes marciais japonesas. A Creativa Assembly e a SEGA tiveram o cuidado de contratar mestres de kendô, bojutsu, naginata, yari e arqueiros para fazer a captura de movimento, com golpes e defesas típicos destas artes marciais. Uma novidade realista (e até um pouco cruel) é que agora os soldados ficam agonizando quando atingidos. Após uma saraivada de flechas, a maioria dos soldados atingidos caem mortos no chão, mas alguns ficam rolando de um lado para o outro segurando o ferimento, ou tentando se arrastar para fora do campo de batalha.
Algumas coisas de Medieval 2 e Rome Total War finalmente voltaram. Agora os generais voltam a discursar no início das batalhas, com direito à uma excelente narração em japonês. As ações dos ninja (assassinatos, sabotagem, espionagem...) tem seus "filminhos" como em Medieval 2, e são muito divertidos. Estranhamente as ações dos outros agentes não tem filmes, apenas as dos ninja...
Algumas novidades também são bem vindas na série. Agora, por exemplo, quando um general ganha uma nova "estrela", ele "passa de nível", com direito a você escolher novas habilidades especiais para ele, assim como em que se especializar. Um general pode ser especializado em cavalaria, enquanto outro é especializado em liderar infantaria, por exemplo. Ninjas, monges e outros agentes também "passam de nível".
Durante o jogo você também pode escolher pesquisar algumas "artes", liberando novas construções, unidades e habilidades especiais para elas. Estas artes são o que diferencia seus exércitos dos outros, uma vez que há pouquíssima variedade de unidades, lembra um pouco as tecnologias de Empire e Napoleon, mas você não tem os intelectuais para acelerar sua pesquisa.
Outra novidade é a adição de decisões importantes na história. A qualquer momento, por exemplo, os Portugueses podem chegar na sua província. Se você deixar eles entrarem e estabelecerem comércio, vai ter acesso à armas de fogo, novas tecnologias e dinheiro, mas sua população pode acabar se convertendo ao cristianismo e criando problemas com os budistas e shintoistas locais. Estas decisões também afetam como os generais e a família e aliados do clã vão reagir, se seu clã se tornar cristão, por exemplo, alguns generais podem desertar, e clãs aliados podem ficar inimigos seus de uma hora para outra.
Embora seja um game muito bom, Shogun 2 tem pouca diversidade se comparado à Rome e Medieval 2, por exemplo. Há praticamente só dois modelos de castelo, e meia dúzia de barcos. Quanto às unidades, há os Ashigaru, camponeses recrutados, que podem ser treinados com arcos ou lanças (ou armas de fogo); os samurais, nobres guerreiros, que podem ser treinados com lanças, espadas ou arcos (e com algumas artes, naginatas e espadas de duas mãos); e os monges, que causam mais dano mas tem menos defesa, e podem ser treinados com arcos ou naginatas. E só. Não tem mercenários, não tem unidades diferenciadas... nada. Até não faria diferença se estivessemos falando só de cinco ou seis clãs, afinal, os romanos de Rome Total War tem quatro facções com as mesmas unidades. O problema é que o game empolga com dezenas de clãs diferentes... todos com unidades exatamente iguais.
Agora, por qual motivo fazer toda uma extensa pesquisa sobre trocentos clãs do Japão feudal e apresentá-los totalmente idênticos? Com certeza os japoneses de Hokaido, no extremo norte, não tinham as mesmas armaduras, armas, estratégias, técnicas de combate e castelos que os de Okinawa, no extremo sul. Por que não deixar apenas os clãs principais, cada um com sua identidade, armas, artes e construções diferentes ao invés de entulhar trocentos clãs que só mudam a cor dos soldados?
Outro probleminha é a passagem do tempo. Se em Rome cada turno era um ano e em Medieval 2 cada turno eram seis meses, aqui a passagem do tempo segue as estações, igual em Empires e Napoleon. Os efeitos ficaram bonitos, mas você tem muito pouco turno para jogar, bem menos de mil turnos. Quando você está começando a desenvolver uma economia sólida e exércitos fortes, o "fim do jogo" está chegando. Ao invés de estações, poderiam passar meses em cada turno, dando mais tempo para o jogador se divertir.
Shogun 2 é um excelente jogo, mas deixa um pouco a desejar frente a outros games da série. Mais variedade, menos embromação e mais unidades, tecnologias e construções tornariam este um excelente game.
Muito bom, tive a mesma impressão ao jogar napoleon e empire total war. os mapas de campanha andam muito ruins, alem da pouca variação de tropas entre as nações, e tmb da mudança q eu mais senti, q foi a troca do sistema para construir e desenvolver uma região, q está bem ruim para mexer
ResponderExcluirRealmente, parece coisa de designer preguiçoso, do tipo "Ah, vamos aproveitar essa mesma unidade para todas as civilizações..."
ResponderExcluirEu gostei da adição de árvores tecnológicas, mas o sistema de construção em Medieval 2 e Rome era bem mais prático mesmo