12 de novembro de 2012

Dishonored (PC, PS3, Xbox360) (****)


A Bethesda softworks é uma daquelas empresas que, quando você vê o logo, sabe que vem jogo bom por aí. Responsável pela excelente série The Elder Scrolls e por ter ressuscitado a série Fallout, ela agora trás uma novidade, completamente independente das séries já consagradas.

Dishonored é um game de ação em primeira pessoa que mistura furtividade, magia, tecnologia, luta de espadas e infinitos modos de completar cada missão. Ao invés do mundo pós-apocalíptico de Fallout ou a fantasia medieval de The Elder Scrolls, a Bethesda situou esse game em um mundo "óleo-de-baleia-punk". Embora as roupas, armas e a sociedade como um todo lembrem a Europa do século XIX e XVIII, em todo local pode-se encontrar tecnologia avançada, movida a óleo de baleia, incluindo mechas, torres robóticas, veículos e armas.

Nesse mundo exótico, você controla Corvo Attano, guarda-costas da imperatriz de Dunwall, que retorna de uma missão além-mar em busca de uma cura para a praga, transmitida por ratos, que está devastando o Império. Assim que ele chega à corte, vê a imperatriz ser assassinada, sua filha sequestrada e ele usado como bode espiatório, enquanto os responsáveis pelo golpe de estado consolidam seu poder.

Acusado de um crime que não cometeu, preso e condenado à morte, Corvo só tem uma coisa a fazer... buscar vingança!

Mundo vitoriano movido à baleias... 
Auxiliado por alguns conspiradores, descontentes com o golpe e loucos para coroar a princesa sequestrada como imperatriz, Corvo passa a ter acesso a uma ampla gama de maravilhas tecnológicas, incluindo uma máscara que funciona como binóculo, minas explosivas, granadas, uma besta com quadrelos comuns, explosivos ou com sonífero, pistolas e engenhos capazes de reprogramar engenhocas inimigas.

Uma divindade deste mundo exótico, o Outsider, também resolve abençoar Corvo e fornecer poderes mágicos de teletransporte, comando de animais, possessão e habilidade de saltar mais alto e se mover mais rápido que o normal.

No quartel dos conspiradores você pode melhorar suas armas e gadgets e conversar com eles, recebendo ordens para remover este ou aquele colaborador do novo regime. Durante as missões o game solta você em um cenário amplo, e então é a hora de decidir como você quer eliminar cada alvo.

Há literalmente infinitos meios de se chegar em cada um deles. Você pode ir furtivamente, matando seus inimigos à distância com sua besta, se esgueirar por detrás deles e eliminá-los com sua espada, possuir um rato ou peixe e passar despercebido por eles, apenas desmaiar seus alvos, passar por cima dos telhados e sacadas, evitando inimigos ou dar uma de Rambo e sair atacando seus oponentes de frente.

Qualquer semelhança física com o José Serra ou o Tyron Lannister é mera coincidência!
Para te convencer a jogar cada missão mais de uma vez, Dishonored adiciona vários "opcionais", como runas, pinturas e amuletos a serem encontrados em cada cenário, modos específicos de eliminar cada alvo (muitas vezes deixando de matá-los) e um medidor de "Caos". Quanto mais pessoas você matar, mais coisas explodir e mais bagunça causar, maior o caos gerado e pior vai ser o desfecho do jogo.

O game ainda te desafia a concluir cada missão sem matar ninguém e sem ser visto pelos inimigos, o que é bastante difícil.

Os ambientes são incrivelmente detalhados e bem modelados, e sempre há mais de um modo de se chegar ao mesmo lugar, desafiando a inteligência e criatividade do jogador. A Inteligência Artificial, assim como em todo jogo stealth, não é grande coisa, e os inimigos continuam com memória curta (uns 20 segundos depois de tomarem uma flecha eles simplesmente esquecem o que aconteceu e voltam a seus afazeres normais...) e pouca organização, mas não deixa de ser divertido matá-los das maneiras mais absurdas possíveis.

"...ratos, entrem nos sapatos / dos cidadãos civilizados!"
Os gráficos de Dishonored são até bastante bons, com belos efeitos de luz e sombra e reflexos na água. Pessoalmente eu não gosto do estilo bem cartunesco que resolveram usar nos personagens, mas os modelos são bem feitos e se movimentam de forma satisfatória.

A parte sonora é também muito competente, com atores do calibre de Chloë Moretz e Susan Sarandon dublando os personagens. Os efeitos sonoros e as músicas são boas, mas nada que se destaque como espetacular.

Dishonored só não leva cinco estrelas aqui por alguns detalhes. Primeiro, o jogo é bastante curto, e dependendo do quanto você gosta (ou não) de explorar o cenário ou eliminar todos os inimigos, pode ser terminado em uma tarde. Embora o fator replay seja tentador, não há muitas surpresas em jogar denovo as mesmas fases já sabendo onde estão cada inimigo e cada item.

Além de curto, Dishonored nem sempre te dá a liberdade que promete. Há muitas barreiras desnecessárias como portas impossíveis de abrir ou quebrar, telhados nos quais não se pode subir ou janelas que não podem ser quebradas. A narrativa, embora o mundo seja inovador e rico, é bem previsível e os finais "ruins" não são tão ruins quanto se espera.

Por fim, Dishonored é um bom game, agrada a um amplo público e te dá muita liberdade para cumprir os objetivos de cada fase. Não é aquele game que você vai lembrar por anos a fio, como Fallout 3 e Skyrim, mas vai te divertir por algumas semanas.



2 comentários:

  1. Angelo Jr6:00 PM

    estou jogando agora, até o momento 110% de alegria

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  2. Faltou falar do preço salgado do game, mesmo ele sendo feito na unreal engine, e de alguns lugares com texturas em baixas resoluções, No mais, otima resenha.

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