21 de setembro de 2012

Novo trailer de Hitman: Absolution

Nosso amigo careca, o Agente 47, em breve estará de volta ao PC e aos consoles, e, enquanto ele não chega, a Square/Enix decide deixar os fãs com ainda mais saudades dele, agora apresentando suas "armas".

Além de um imenso arsenal de pistolas, revolveres, escopetas, fuzis, rifles e metralhadoras, o Agente 47 ainda poderá matar com várias outras bugingangas, muitas delas improvisadas, como pés de cabra, espadas, facas de cozinha, estatuetas, tanques de combustível, desentupidores de pia e, é claro, sua famosa corda de piano que o acompanha desde o primeiro game.


19 de setembro de 2012

Darksiders 2 (PC, PS3, Xbox360) (****)


Em 2010, a softwarehouse Vigil Games e a THQ iniciaram uma bem sucedida série de ação com Darksiders. A premissa bastante original te colocava controlando um dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse, Guerra, que foi manipulado a começar o fim do mundo mais cedo e acabou tendo que mover céus e infernos para encontrar quem o enganou.

Mas enquanto Guerra distribuia tiros, espadadas e combos por uma Terra destruída, após a extinção dos humanos, o que seus outros três colegas estavam fazendo?

Eis que Darksiders 2 trás a história de Morte, outro dos Quatro Cavaleiros, tentando provar ao Conselho que seu irmão Guerra era inocente e, para redimí-lo, procurando ressuscitar a Humanidade.


Morte,, cuidando da sua não-vida enquanto Guerra busca vingança.

Darksiders 2 foi criado bastante diferente do primeiro. Enquanto a saga de Guerra envolvia mais combates e inimigos imensos, arremesso de objetos e chefes que demoravam horas para serem derrotados, Morte tem que se embrenhar por um caminho mais próximo dos RPGs, com muitos puzzles tridimensionais a serem resolvidos (incluindo sua própria versão "Darksiders" da Portal Gun de Portal), equipamento a ser coletado, novas armas, roupas, armaduras e amuletos a serem comprados (alguns podem até ser customizados), quests paralelas e muitos mundos para visitar.

Ao longo do game, Morte viaja ao mundo dos Makers, gigantes meio vikings, ao mundo dos mortos (com direito a um monstruoso navio voador rebocado por dragões), ao Paraíso, ao Inferno e à Terra, o que garante uma boa variedade de cenários e puzzles.

A possibilidade de trocar as armas e armaduras de Morte também introduz mais variedade ao jogo e a possibilidade de equipar o personagem de acordo com o seu estilo de jogo. Algumas armas como alabardas, martelos e machados são lentas, porém causam muito dano e atingem todos à volta do personagem, enquanto escudos, garras e manoplas causam menos dano e acertam um alvo só, mas são incrivelmente rápidas.

As armaduras também tem suas próprias características, sendo que umas dão dano a quem te acertar, outras aumentam sua vida ou te dão mais proteção. Alguns outros itens são "possuídos", e podem ser customizados, você "sacrifica" itens que não quer mais e tem a possibilidade de escolher novas habilidades para seu item "possuído".


Céu, Inferno, mundo dos mortos, mundo dos Makers, Terra... cada ambiente é diferente e tem seus próprios desafios

A jogabilidade é competente, e, aliada a bons puzzles e muitos locais para explorar, torna Darksiders 2 bastante divertido. Morte pode escalar algumas paredes, saltar e correr na lateral de uma parede, e ao decorrer do jogo ganha ainda mais habilidades, como invocar uma "mão espectral" para segurar em ganchos e balançar entre plataformas, uma habilidade muito similar (praticamente um plágio) da Portal Gun, que permite que você crie portais entre duas paredes distantes, um portal para viajar ao passado e a divertida e desafiadora habilidade de se dividir em dois para ativar botões e painéis de pressão em lugares diferentes.

Há grandes áreas no mapa onde você pode cavalgar o cavalo de Morte, chamado Desespero, locais a explorar e ruínas cheias de puzzles que não estão relacionadas à narrativa do jogo. Apesar de bastante linear como o primeiro Darksiders, o game dá mais liberdade para você descansar da história principal e se divertir pelos seus ricos e imensos cenários.

Apesar de ter menos combates que o jogo anterior, Darksiders 2 ainda surpreende com uma imensa gama de inimigos, combos violentos, "fatalities" e muita luta. Desta vez os chefões podem ser derrotados na base da estratégia e do bom uso de suas habilidades e poderes, evitando aqueles chefes do primeiro Darksiders, que demoravam vários minutos em animações desnecessárias (e invulneráveis) até poderem ser atacados por alguns poucos segundos e depois voltarem à outra forma invulnerável...


Golpes especiais e poderes de invocar criaturas ajudam bastante na hora da luta.

Graficamente Darksiders 2 é competente. Os cenários são bem construídos e sempre podem ser revisitados depois que você adquire novas habilidades. Pessoalmente eu não gosto do visual do jogo, com personagens cartunescos, fora de proporção (os braços de Morte lembram os do Popeye) e a colorização do jogo, com muito foco em cores primárias bastante saturadas.

Mesmo no nível máximo de gráficos, os personagens de Darksiders 2 não tem sombra, muitas texturas são feias e desfocadas quando vistas de perto e os efeitos de luz nem sempre são satisfatórios.

Há alguns bugs também, sobretudo quando os personagens ficam "presos" na geometria do jogo, afundam no chão ou pregam nas paredes. Algumas vezes o som das falas some durante as cutscenes, enquanto efeitos sonoros e música de fundo permanecem normalmente.

Por falar em música e efeitos sonoros, esse jogo se destaca na parte de som. As músicas são belíssimas e vale a pena comprar a edição especial com CD de áudio do jogo (se você der sorte de encontrá-la por aí...). A dublagem é ótima e os personagens soam muito bem, desde o cínico, desbocado e mal educado Morte à sedutora Lilith e o sarcástico Vulgrim.

Ao carregar um jogo salvo, desenhos e a narração sarcástica contam os últimos desafios enfrentados por Morte e pelo jogador, o que é uma ótima idéia para relembrar quem ficou algum tempo sem jogar.


"Mina, você é de uma beleza angelical!" 

Darksiders 2, no entanto, peca em algumas coisas. O personagem Morte se locomove de uma forma bem estranha, ele é excessivamente lento quando à pé ou à cavalo e bastante rápido quando nadando ou escalando, o que rende algumas piadas ("a Morte chega mais rápído dentro da água!") e testa a paciência do jogador quando o personagem tem que se deslocar de um local para outro.

Ao contrário do primeiro Darksiders, este jogo é também bastante fácil, mesmo no nível mais difícil. Raramente você irá sentir que Morte está em perigo, e até os últimos chefes são bastante tranquilos de matar.

Darksiders 2 é um game divertido e violento, e enquanto o primeiro game focava no combate, este se concentra mais na exploração e resolução de puzzles. Embora os gráficos tenham seus defeitos, a trilha sonora épica, ótima dublagem e grande criatividade em ambientes, equipamentos e inimigos vai deixá-lo ligado no jogo por um bom tempo.


5 de setembro de 2012

Sniper Elite V2 (PC, PS3, Xbox360) (****)


Snipers, atiradores de elite. Soldados treinados para matar a grandes distâncias, de maneira furtiva, eliminando peças-chave na hierarquia do exército inimigo, disseminando o caos e o medo entre os soldados rasos. E claro, um dos papéis mais divertidos que você pode desempenhar nos games estilo FPS, acertando inimigos a vários quilômetros e vendo eles entrarem em pânico sem saber quem atirou ou de onde veio a bala.

Poucos games conseguem capturar a emoção de ser um sniper como Sniper Elite V2. Eliminar alvos com rifles de longo alcance requer uma IA bem equilibrada, nem aqueles soldados que sabem exatamente onde você está o tempo todo, nem aqueles inimigos retardados que vêem os colegas cairem na frente deles e não reagem. O design das fases também tem que ser feito pensando em locais estratégicos, pontos de vantagem e visibilidade para o jogador. Não tem graça ter uma arma de longo alcance e se ver enfiado em corredores estreitos e cheios de curvas.

Para quem gosta de bancar o "camper" e eliminar todo mundo de longe, esse game é diversão garantida.

...exceto para seus alvos, que vão cair aos montes...

A narrativa segue a saga do oficial Karl Fairburne, um dos melhores snipers do exército americano, infiltrado atrás das linhas inimigas durante os últimos momentos da 2ª Guerra Mundial. Com o Exército Vermelho da União Soviética já dentro de Berlim, e os nazistas tentando resistir até o último homem, a missão de Karl é eliminar os cientistas alemães responsáveis pelos foguetes V2, que estariam se preparando para virar a casaca para o lado dos soviéticos.

Se os russos colocarem as mãos na tecnologia desses foguetes, terão para si uma importante arma de guerra, além da possibilidade de aplicar a mesma técnica para aviões a jato e até meios de transporte para explorar o espaço.

O game apresenta essa saga de maneira bastante agradável, colocando o protagonista, a cada missão, em um cenário cheio de prédios em ruinas, estações de trem, fábricas de foguetes e outros ambientes, sempre cheios de pontos estratégicos, de onde você tem boa visibilidade e alcance para acertar vários soldados inimigos. Embora esses cenários sejam ligeiramente lineares, sempre há mais de uma passagem ou local em que você pode se esconder para acertar seus alvos de longe. Barras de ouro escondidas e garrafas de vinho  espalhadas em locais de difícil acesso também estimulam a exploração.

"Acho que vi um nazistinha!" 

Enquanto cada missão está carregando (naquelas famosas telas de loading), o jogo te explica a missão, através da voz do protagonista, te oferece mapas onde você pode visualizar pontos de vantagem e uma tela onde você pode escolher suas armas e equipamentos, entre pistolas, submetralhadoras e rifles de longo alcance. Além deles há também possibilidade de levar minas, granadas-armadilha (acionadas por barbantes esticados) e outros tipos de granadas. Armar armadilhas não só é efetivo contra seus inimigos como é bastante divertido.

Em questão de gameplay, Sniper Elite V2 é bastante detalhista e muito bem feito. Os tiros com rifles são sujeitos a todas as condições balísticas do mundo real, incluindo a queda da bala em percursos longos, influência do vento e possibilidade de prender a respiração para um tiro mais preciso. Uma bala certeira muitas vezes vai ativar a KillCam. Tudo fica em câmera lenta e um "raio-X" mostra em que órgão do inimigo a bala acertou e a destruição que causou... muito sanguinário, mas também muito interessante.

Outro recurso impressionante é a física de explosões do jogo. Esqueça aqueles games onde uma granada nem parece arranhar os inimigos, aqui qualquer coisa que explode realmente parece poderosa, levantando uma nuvem de fumaça e arremessando objetos, inimigos e tudo mais para longe, além de fazer um grande estrondo!

Falando em explosões, algo bastante divertido e desafiador é acertar os tanques de combustível de veículos, incluindo caminhões, tanques de guerra e blindados de pequeno porte. Apesar de muito difícil (ainda mais quando o veículo está em movimento), resulta em uma bela explosão e é muito recompensador.

Por falar em recompensas, o jogo tem muitos achievements, e sempre informa a distância dos tiros, porcentagem de acertos e mortes particularmente interessantes.

"Oh não! Você partiu meu coração!"
Além da campanha, muito bem feita, por sinal, há outros modos de jogo, incluindo um desafio bem cabeludo onde você tem que plantar uma bala no Füher enquanto ele corre, protegido por dezenas de guardas, rumo a um trem todo blindado.

A parte sonora de Sniper Elite V2 é muito bem feita. As armas soam poderosas, principalmente as granadas, e há várias fases onde você pode sincronizar seus tiros com sons de fundo, como explosões e barulho de testes de motores para não alertar seus inimigos.

Infelizmente a parte visual sofre bastante, pelo menos na versão de PC, que eu analisei. Embora alguns modelos, como o de Karl, sejam bem feitos, outros são toscos e pouco detalhados. Os ambientes parecem bonitos de longe, mas de perto as texturas são mais feias do que bater na mãe no dia de Natal, dentro da igreja durante a missa...

A IA é suficientemente boa, capaz de ser enganada pelas armadilhas (experimente colocar um cadáver em cima de uma mina terreste... a hora que um soldado for ver o que aconteceu com o amigo dele, será pedaço para todos os lados), te procurar caso encontrem alguém morto, buscarem cobertura e tentarem te flanquear (suas granadas-armadilha são suas melhores amigas para evitar guardas te acertando pelas costas!).

Belos cenários de longe, textura horrível de perto...

Resumindo, Sniper Elite V2 é divertido, extremamente compensador e sangrento, vai te manter grudado na tela por um tempo considerável. Apenas ignore os gráficos meia-boca e se divirta plantando chumbo no crânio de alguns nazistas...