30 de março de 2009

Nemesis vs Pyramid Head

Versus Mode: Nemesis vs Pyramid Head

Sempre em busca de matérias divertidas para todos os gamers, o Blog da Resenha trás o "versus mode", onde comparamos dois personagens de games e vemos qual deles é o mais fera.

Para estreiar o Versus Mode, nada melhor que dois dos seres mais abjetos que já pintaram no console até hoje. Se você estiver passeando à beira do lago na pacata cidadezinha de Silent Hill, você corre o risco de topar com um camarada pálido, usando um elmo de metal em forma de pirâmide e carregando uma faca absurdamente grande. Se você preferir o clima interiorano de Racoon City, o risco é outro, um gigante verde-amarelado, com sobretudo preto e portando uma bazuca imensa.

Qual deles é o mais perigoso? Qual é o mais ameaçador? Veremos no Versus Mode! (clique na imagem para ver melhor)




25 de março de 2009

Playboy The Mansion (PC, PS2, Xbox)

- Playboy The Mansion (PS2, PC, Xbox) (***)

A maioria dos garotos acima de 13 anos já leu ou pelo menos já ouviu falar da famosa revista Playboy. Presente em mais de uma dezena de países, da Rússia ao Japão e da Romênia ao Brasil, ela é talvez a mais bem sucedida revista pornográfica de toda a história.

No entanto, nem todos sabem a história por trás da Playboy. Como um jornalista herdeiro de uma boa fortuna no final dos anos 60 criou a marca, estampando na primeira capa a mulher mais cobiçada da época, Marlyn Monroe.

Pois bem. Playboy the Mansion não é apenas um game de adminstração nos moldes de The Sims, mas uma verdadeira aula de história para os fãs da revista.

Na mansão do coelhinho

Playboy the Mansion é um game, no mínimo, inovador. Quantos simuladores de editora de revistas você conhece no mercado? Pois então, nele você assume a forma do hoje quase centenário criador da marca Playboy, Hugh Hefner, em sua "era de ouro", quando ele ainda era jovem e menos milionário um pouco.

Sua missão, assim como na maioria dos simuladores do tipo Sim City, The Movies e Tycoon, é encher os bolsos de grana, e para isso você precisa fazer uma revista pornô se tornar um sucesso nos EUA conservadores dos anos 60/70.

Toda a sede da Playboy inicialmente é localizada na mansão de Hugh, com o piso térreo reservado a festas e o piso superior reservado para o trabalho (onde o coitado dorme ninguem sabe...). Lá você tem que contratar jornalistas, fotógrafos e "coelhinhas" (uma mistura de garçonete com barwoman), dar festas para atrair celebridades, organizar seu time para fazer entrevistas, matérias, publicar contos, fazer ensaios e também manter uma vida pessoal polêmica o bastante para atrair o interesse das pessoas.

O game se assemelha muito ao The Sims da EA, e em certas partes também lembra o divertido The Movies. Embora assuma o papel de Hugh Hefner, você pode customizar seus funcionários, namoradas e celebridades e, se tiver grana, sua própria mansão.

Embora não pareça à primeira vista, Playboy the Mansion é bastante desafiador. Pensou que era moleza ficar clicando mulheres nuas o dia todo? Que nada! Você vai ter que cansar a mente e os dedos para colocar uma revista nova nas bancas todos os meses. Isso porque você vai ter que prestar atenção nos assuntos que estão em alta em cada mês, arrumar celebridades para fotografar (depois da Marylin Monroe na primeira edição, ninguem espera que venha uma qualquer na capa!), para entrevistar, para colaborar com matérias e contos e também coordenar sua própria vida, lidar com brigas de namoradas e pessoas que simplesmente se negam a aparecer em sua mansão para uma entrevista. Vivendo em uma propriedade daquele tamanho, Hugh tem contas astronômicas para pagar, e espere só uma revista encalhar nas bancas logo no começo do game para você se ver no vermelho, tendo que vender aparelhos de som e sofás para lançar a revista do mês seguinte...

Assim como em The Sims, a interação entre os personagens é o carro chefe do game. Hugh pode se relacionar com todos os personagens que vê, escolhendo uma relação mais profissional, amigável ou, no caso de mulheres, amorosa. Mas tudo tem um preço. Proponha uma parceiria com um empresário e veja ele quebrar e levar sua revista junto, ou fique amigo de alguém e corra o risco do cara se tornar um "mané" e ficar aparecendo na sua mansão só para comer de graça...

Os gráficos não são lá grande coisa, e lembram bastante The Sims e The Movies. A música é composta de blues, jazz e outros ritmos mais americanos, incluindo rock das antigas. Várias bandas da época de seus pais (e avôs!) podem ser encontradas na trilha sonora de Playboy the Mansion, mas em geral são músicas bem lentas, sem aquela "animação" da trilha de The Sims. A jogabilidade é fluida, e é fácil perder a noção de a quanto tempo se está jogando o game. As vozes dos personagens (que parecem falar a mesma língua de The Sims) são chatinhas e desagradáveis, mas não chegam a comprometer a diversão.

Game puxa-saco

Playboy the Mansion é um jogo bastante desafiador, até mais do que a maioria dos Tycoons e similares. Há sempre muitos fatores em jogo para o sucesso da revista, e não é fácil conseguir fazer a edição boa o bastante. Fora a questão administrativa, bastante bem feita, o game é, no mínimo, suspeito...

...Suspeito de um puxa-saquismo extremo.

Parece que os desenvolvedores, pressionados pela admiração por Hugh Hefner, e pela vontade de tirar uma grana a mais do velho, resolveram exagerar na puxação de saco para ele. Seu personagem, o jovem Hugh Hefner, é simplesmente perfeito. Ele consegue, em segundos, convencer qualquer zé-mané que ele nunca viu antes, a assinar um contrato com ele. Mulheres ele abate em série, nenhuma delas resiste a dois ou três cliques de mouse ou controle. Todos ficam amigos de Hugh assim que apertam sua mão.

Você já sofreu para arrumar uma namorada para seu personagem em The Sims? Já teve que lidar com ciúmes e crises de estrelismo em The Movies? Esqueça. Hugh Hefner não tem este tipo de problemas. Nenhuma garota virtual vai achar ruim se seu Hugh trair ela com uma estagiária na maior cara dura, no meio de uma festa de gala. Nenhuma coelhinha acha ruim o assédio sexual do chefe.

Embora pareça irrelevante, isso cansa um pouco, principalmente depois de algumas horas de jogo, e também tira bastante do desafio do game. E, contrariando o ditado machista de "quem gosta de homem é viado, mulher gosta é de dinheiro", não é a grana de Hugh que faz ele ser irresistível, mesmo se você estiver no vermelho, nenhum outro personagem irá deixar de praticamente se curvar a você... Dentro da mansão, você manda em todo mundo, e ninguém vai discutir se você colocar sua equipe editorial toda para andar de roupas íntimas ou de topless pela redação da revista... Mais anti-ético impossível!

Além da babação de ovo para o criador da revista Playboy, o game também peca pelo puritanismo. Quando se trata das fotos para capa da revista e para o poster central, você pode dirigir a modelo, escolhendo a locação dentro da mansão, roupa que ela vai usar e ponto de vista da câmera. Enquanto ela faz pose, você procura o melhor ângulo e manda brasa. No entanto, mesmo se tratando de uma revista PORNOGRÁFICA, a nudez virtual das modelos (um tanto quanto quadradonas) se resume a um topless meia-boca...

Beeeemmmm sem graça, comparado à revista de verdade. Provavelmente essa foi uma estratégia da Ubisoft para baixar a censura de 18+ para 16+, mas tornou o game bem decepcionante...

Se você realmente gosta da revista Playboy, o game Playboy the Mansion ainda trás uma série de extras, no mínimo, interessantes. Conforme você cumpre as missões do game, você pode escolher liberar nos extras coisas como TODAS as capas da Playboy americana, dos anos 60 ao final dos anos 90, TODOS os posteres centrais no mesmo período de tempo, fotos de Hugh Hefner servindo o exército na Segunda Guerra Mundial e muito mais. Durante os loadings (bastante frequentes, por sinal) aparecem na tela algumas curiosidades sobre a revista, como as publicações de maior tiragem da Playboy americana, trechos de entrevistas com famosos, número de mulheres fotografadas e etc...

Playboy the Mansion é um game interessante para quem gosta de jogos de administração, e, até onde eu sei, é o único do tipo a ser um simulador de editora de revista. As "pitadas" de The Sims são pouco desafiadoras, mas os extras e o desafio de colocar uma revista de sucesso nas bancas a cada mês compensam, principalmente para quem gosta da Playboy "de verdade".

17 de março de 2009

Hellgate London (PC) (****)


-HellGate London (PC) (****)

Você se lembra de Diablo? O RPG da Blizzard que foi lançado no final dos anos 90, ganhou uma continuação meia boca e está para ganhar mais uma?

Pois bem, embora não seja da Blizzard, HellGate London contou com o time que desenvolveu o primeiro Diablo, e por isso mesmo ele é um grande game!

Portal do Inferno

No Diablo original, as forças do inferno supitavam em um vilarejo medieval chamado Tristan, no meio do nada, e sua missão era assumir um personagem, guerreiro, mago ou arqueira, e descer até as profundezas das trevas, a fim de eliminar o cramulhão em pessoa. Agora imagina isso acontecendo nos dias atuais, e em uma grande metrópole como Londres, ao invés de algum vilarejo esquecido no fim do mundo. É exatamente sobre isso que se trata este game.

No enredo do jogo, em um futuro próximo, vários portais para o inferno começaram a se abrir em toda a cidade de Londres. O caos tomou a Inglaterra e os poucos sobreviventes humanos tiveram de se abrigar no subterrâneo, na extensa rede de túneis de metrô da capital inglesa. Vinte anos depois você, mais uma vez assumindo um personagem, deve liderar uma guerrilha contra as forças do inferno e recuperar a Terra para os vivos.

À sua disposição há os personagens clássicos de Diablo e Diablo II em versões modernas. O Blademaster é similar ao Bárbaro, com habilidades de combate com armas brancas. O Templário é o antigo Paladino, com seus escudos e auras. O Marksman é a arqueira do Diablo original, enquanto os magos Summoner e Evocator são respectivamente o necromante e a feiticeira de Diablo II. Ao contrário das versões medievais, no entanto, aqui eles são bastante customizáveis, sendo possível escolher o sexo, corte de cabelo, estilo de rosto, cor da pele e várias outras variáveis.

O game em si também pode ser customizado com apenas um rolar da roda do mouse. Rode a mesma para a frente e você terá um shooter em primeira pessoa, rode para trás e o game vira um adventure no estilo Tomb Raider e Mercenaries.

Os gráficos são surpreendentemente bons, mesmo em máquinas mais antigas, e o som também não decepciona. A versão especial do game trás a trilha sonora do mesmo e o making-of, e vale cada centavo.

Tudo em HellGate London lembra os bons tempos de Diablo. Os equipamentos com atributos especiais; o HUD com o mana e a vida representados por esferas azuis e vermelhas; os NPCs; os labirintos sem fim e os inimigos, alguns velhos conhecidos do RPG da Blizzard. Há até mesmo uma espécie de Horadric Cube futurista (para quem nunca jogou Diablo II, um cubo onde se podia colocar armas e equipamentos e fundí-los em itens especiais).

Mas não espere os demônios armados com foices e tridentes. Aqui até o inferno é high-tech. há capetas usando armas de fogo, leiser e lança-granadas...
















Oh Hell!


HellGate London tem tudo para agradar qualquer fã de Diablo e de shooters como Requiem Avenging Angel e Doom. No entanto, ele também tem alguns defeitos...

O principal talvez seja a falta de inspiração dos criadores. Demônios invadindo Londres poderiam trazer uma história muito mais sombria e missões que realmente fizessem sentido. Quem não lembra do famigerado Butcher, o demônio que eliminava 9 entre 10 jogadores iniciantes de Diablo e toda a história que cercava a criatura?

Aqui as missões são, no mínimo, sem sal. A maioria se resume em "vá a tal lugar, mate tal monstro, traga tal item". Há pouca variação e quase nenhum motivo dentro do enredo do game para tais missões. Os NPCs também são sem graça, não há nada como o velho Caim The Elder ou outro personagem memorável da série Diablo. Obviamente os produtores não quiseram causar polêmica com a Blizzard, embora tenham inserido o NPC mais chato do Diablo original, o moleque da perna de pau, em HellGate London... Mas bem que podia ter NPCs mais trabalhados.

Outra característica que não chega a ser um problema é o fato das armas não terem munição. Sim, elas não usam nenhum tipo de munição, você pode simplesmente apertar o botão de tiro e ficar tendo o trabalho apenas de andar e mirar nos monstros. De certa forma isso torna o game um pouco repetitivo, principalmente com o ultra-realismo que tem aparecido nos jogos atualmente. Você não precisa poupar munição ou mesmo se preocupar em recarregar, é só esmagar o gatilho e dar uma de Rambo...

No mais, HellGate London é um game ótimo, embora possa se tornar um pouco cansativo. Se você gosta da série Diablo, é uma boa pedida para esperar o prometido Diablo III da Blizzard.

11 de março de 2009

Pirata ou não-pirata, eis a questão!


Pirata ou não-pirata, eis a questão!
por Orc Bruto

Desde a invenção dos games que existe pirataria. Eu ainda me lembro da época do Atari, do Nintendinho e do Super-Nintendo, aqueles arqueológicos consoles de videogame que ainda usavam cartucho para rodar os games, e já havia cartuchões piratas.

Uma volta pelos camelôs do centro da cidade já era o suficiente para se encontrar, por um preço absurdamente menor, todo tipo de cartucho. Um Legend of Zelda de Super Nintendo original podia bater no limite de 200 reais (na época em que o poder de compra do Real era muito maior do que hoje), enquanto nos camelôs saía por até 10% do preço...

Com a invenção dos games em CD, no entanto, a pirataria atingiu seu ápice. Enquanto falsificar um cartucho exigia matéria prima cara e difícil de se arranjar, muito conhecimento técnico e maquinário, CDs podem ser gravados rapidamente por qualquer mané.

Os consoles que usam CD, como o Playstation, e os de DVD, como o PS2, foram os que mais receberam falsificações para eles. O PC também é recordista em softwares e games piratas. A razão disso é sempre a mesma, o preço abusivo dos produtos originais, a má qualidade dos mesmos e a facilidade do acesso...

O Pirata

Piratear software e games é considerado crime no Brasil. Comprar produto pirata também. A maior parte das pessoas não sabem, mas comprar jogo pirata pode dar cadeia e multa. Isso teoricamente. O crime de pirataria é um dos mais tolerados no país. Praticamente em qualquer grande capital é possível se encontrar camelôs vendendo DVDs e games falsos. Anúncios em jornal são comuns, onde piratas vendem seus produtos e "gravam" qualquer software ou game pedido. No interior a coisa é ainda pior. DVDs piratas são vendidos de bandeija em qualquer feira popular, nas praças centrais e até em bancas de revistas, muitas vezes nas barbas da polícia.

Mas qual o motivo dessa tolerância? No que diz respeito aos games, talvez pese na balança a considerada "injustiça" dos produtos originais.

Um game original normalmente sai por um preço assustadoramente alto, principalmente se for lançamento. Games que custam 19 dólares ou menos chegam ao Brasil, devido aos impostos e transporte, por preços abusivos que muitas vezes passam dos 100 reais. Pode não parecer, mas 100 reais no Brasil hoje são quase 25% - um quarto - do salário mínimo.

Games para PC saem mais barato em comparação aos de outros consoles. Novidades como Spore, Crysis e Mirror's Edge ficam "apenas" por cem reais ou um pouco mais. Games de PS2, um console que já está ficando ultrapassado, costumam custar o dobro deste valor, isso mesmo quando não são nem lançamentos, como God of War ou The Godfather...

Para os consoles da nova geração, os jogos são ainda mais salgados. Alguns passam o valor do salário mínimo brasileiro.

Em contrapartida com o preço absurdo, os games originais oferecem "suporte técnico" e "garantia". No entanto isso não se aplica na prática. Em toda caixa de games originais tem uma notinha, em letras microscópicas "Não garantimos a compatibilidade com todos os sistemas". Isso é uma armadilha legal para o comprador não ganhar nem a pretensa "garantia" nem o "suporte técnico".

Já aconteceu comigo de comprar um game original (Revenant, um RPG mais antigo) cujo meu PC atendia todos os pré-requisitos. O game não só não funcionou como também provocou problemas na minha máquina. Ao tentar trocar o produto na loja eu recebi apenas a resposta "Desculpe, mas você vai ter que contactar o fabricante", e, ao ligar no "suporte técnico gratuito" (que por sinal não era 0800) fui surpreendido com "Não garantimos a compatibilidade com todos os sistemas, tenha um bom dia!".

No outro lado da moeda, os camelôs são sempre atenciosos com o cliente e dão garantia de verdade de seus produtos. Além de cobrarem preços significativamente menores pelo mesmo game...

Assim fica o comprador no Brasil. De um lado o game original, caríssimo e sem qualidade, do outro o produto "alternativo", baratíssimo e passível de ser trocado ou devolvido caso não funcione. E a pirataria é cada vez mais estimulada.

A indústria contra a pirataria

Diante desse cenário, comum não só no Brasil mas em grande parte do mundo, a indústria de games tem tentado de tudo para desestimular, ou pelo menos barrar, o avanço da pirataria.

-CD Key /Serial:

O que é:
O CD Key ou Serial é um código composto de números e letras que deve ser digitado para permitir a instalação do game. Em produtos originais ele vem normalmente no manual ou na caixa do mesmo.

Vantagens: Teoricamente, o produto pirata não vem com caixa ou manual original, e portanto o CD key seria uma forma de barrar o pirata.

Desvantagens: Além de levantar suspeita contra o cara que gastou o olho da cara para comprar o game original, os tais códigos são fáceis de se perder, principalmente porque vêm grudados em partes do game consideradas lixo (a caixa) ou raramente usadas (o manual). Quem é o obsessivo-compulsivo que guarda TODOS os manuais e caixas de TODOS os seus games?

Na prática: O CD Key/ Serial só serve mesmo para tornar mais demorado a instalação de games. Há centenas de sites na internet disponibilizando estes códigos, e muitos piratas já os incluem em seus produtos. O sujeito que compra CD original, se (ou melhor, quando) perder seu código, é obrigado a recorrer à pirataria para poder instalar seu game...

- Proteção interna da programação

O que é:
O programa reconhece se o disco original está inserido na unidade de CD/DVD-rom e impede a inicialização do game caso não encontre o disco.

Vantagens: Presente em praticamente todos os games hoje, principalmente os de PC, esse mecanismo obriga o jogador a manter o disco original dentro do driver, mesmo que este não seja usado pelo computador para rodar o jogo. Impede, por exemplo, que vários amigos se juntem, comprem um único jogo e instalem o mesmo em vários computadores. Ele só funciona com o disco.

Desvantagens: Para o jogador que adquire o disco original, o único problema é ficar com o driver ocupado durante o game. Isso pode diminuir a velocidade do computador enquanto o jogo verifica a autenticidade do disco. Também não é possível se instalar e jogar em mais de uma máquina.

Na prática: A proteçao da programação não é resistente contra os piratas. Os chamados "Crackers", programadores especializados em ultrapassar essas proteções, costumam desenvolver programas pequenos, chamados "cracks" que enganam a proteção, fazendo de conta que há um disco original no PC. Praticamente todo game pirata hoje em dia já vem "crackeado".

- Proteção do Drive de Disco

O que é: Funciona como a anterior, mas o drive é que é programado para reconhecer o game original. É a utilizada no Xbox 360.

Vantagens: Você não precisa ficar protegendo todos os games. Basta fazer isso uma vez só na máquina a ser utilizada.

Desvantagens: A máquina não vai poder rodar jogos piratas.

Na prática: Ainda mais fácil de "crackear". Os piratas baixam um "crack" na unidade de disco e pronto, problema resolvido!

- Certificação pela Internet

O que é:
Presente na maioria dos games para PC atuais, e em programas como o Photoshop CS4. O programa "entra" na internet e "dedura" para o fabricante que você está utilizando ele e qual foi o CD key/ serial utilizado na instalação, onde você está no mundo e qual o número de série do programa. Se as especificações não baterem, o fabricante "trava" o programa na sua máquina.

Vantagens: É estremamente difícil de driblar, uma vez que o programa notifica a fabricante diretamente e trava caso essa notificação seja impedida.

Desvantagens: Ter o fabricante do programa "fuçando" na sua máquina. Se você comprar o game em outro país, pode ter dificuldades, assim como se perder o serial ou se baixar "add-ons" ou "mods" que não são originais. Se você não tiver internet, não pode jogar o game, nem offline...

Na prática: É uma solução extrema e muito impopular. Se você estiver sem internet, não vai poder rodar o jogo pelo qual você pagou caro. Há alguns "crackers" tentando driblar essa proteção com "cracks" especiais que "mentiriam" para os fabricantes sobre a originalidade do game. Há receitas caseiras para se desligar a certificação, mexendo em arquivos .sys do windows, mas elas podem gerar instabilidade no sistema todo.

- Reconhecimento por Chip
O que é:
O console é programado para reconhecer games originais e barrar os não originais. É o método empregado no PS2 e no PS3.

Vantagens: Não tem como resolver sem o pirata ter que desembolsar uma boa grana e adquirir conhecimentos de engenharia de hardware. Softwares como "crackers" são inúteis contra esse método.

Desvantagens: O console não roda disco pirata.

Na Prática: O PS2 foi destravado com sucesso à vários anos. O PS3 só não foi destravado ainda por ser um console caro e pouco popular, o esforço simplesmente não compensa. Para "destravar" os consoles é necessário a colocação de um chip que impede o reconhecimento dos discos piratas, no entanto estes chips podem sobrecarregar a máquina, e é recomendável deixá-la fora da tomada quando não estiver sendo usada, para evitar a sobrecarga e derretimento do chip.

- Conteúdo Exclusivo

O que é:
O game original vem com "brindes" que justificam seu preço. Command & Conquer Red Alert 3, por exemplo, trás bonés, camisetas, posters, chaveiros, etc etc... Outros games vêm com gibis, álbuns, papéis de parede, personagens, itens e etc a ser baixado do site do fabricante. Outros ainda trazem modos de jogo especiais que só funcionam se o game estiver com o serial cadastrado no portal do fabricante, como Spore e Left 4 Dead.

Vantagens: Muitas. Além de ganhar um monte de badulaques que farão a alegria dos fãs, os compradores do original ainda recebem modos exlcusivos de jogo. Quem comprou o produto pirata e gostou pode ser seduzido a comprar o original para ter acesso a esses "exclusivos".

Desvantagens: Nem tudo agrada a todos. Imagine se você é um sujeito imensamente gordo e não cabe na camiseta que veio junto com o game? Ou se o jogo é ruim e você, além de gastar a maior grana ainda acaba cheio de lembrancinhas dele? Os conteúdos baixados de site ou acessados pela internet ficam restritos aos compradores que possuem internet.

Na prática: O oferecimento de brindes é uma boa compensação para o indivíduo que comprou o game original, mas pode ser uma fria para as empresas, principalmente se elas tiverem que aumentar o preço dos games para poderem pagar todas as "lembrancinhas". De todos os métodos é o menos invasivo e com mais possibilidades de atrair os compradores de games piratas, uma vez que trata o jogador com prêmios ao invés de suspeitas e não interfere na execução do jogo.

Verdades e mentiras sobre a Pirataria:

- A pirataria tira parte importante do lucro das empresas, e com isso elas acabam falindo e no fim temos menos games lançados a cada ano.

Mentira. Sim, a pirataria tira uma grande parte do lucro das empresas, mas o setor de games não está nem perto desta crise catastrófica que é anunciada por muitos. Pelo contrário. Hoje o mercado de games é o que mais fatura em todo o mundo. Desde o ano 2000 que o mercado de games tem faturado mais que o de cinema, e mais até do que mercados ilegais, como o de tráfico de drogas e armas.

Fora o fato de que é um mercado que gasta muito pouco para produzir um game. Pagar algumas dezenas de designers, programadores e desenhistas para fazer um jogo é infinitamente mais barato do que desembolsar milhões de dólares para as locações, materiais, atores e roteiristas que são necessários para se fazer um filme. Grandes produções de Hollywood hoje tem orçamentos de centenas de milhões de dólares, enquanto games famosos como God of War não saem nem por 10% destes valores e ainda lucram muito mais.

- A pirataria prejudica o país, pois não são arrecadados impostos sobre produtos piratas.

Verdade. Não só o país, mas muitas lojas e empresas que vendem os produtos originais. A carga de impostos no Brasil é uma das maiores do mundo, e se os produtos originais não são comprados as lojas simplesmente não conseguem se manter e acabam fechando, gerando mais desemprego.

Se você compra produtos piratas, você está contribuindo para o aumento do desemprego no Brasil. E o que o governo não arrecadou com as lojas que fecharam vai ser respassado para outros setores. Ou seja, você também está contribuindo para o aumento dos impostos. Triste mas verdadeiro...

"Baixar" games na internet é crime, e corresponde à pirataria.

Nem sempre. Na verdade este assunto é um atoleiro jurídico. As leis no Brasil costumam levar décadas para serem mudadas, quando não levam séculos, e a tecnologia, ao contrário delas, muda o tempo todo.

Se caracteriza como crime o lucro sobre o produto pirata. Teoricamente quando um camelô vende um jogo pirata ele está ganhando dinheiro às custas do trabalho de outras pessoas, e está cometendo o crime fiscal de não pagar os impostos sobre a venda do produto. No entanto, quando você faz um download de um game para uso próprio, sem ganhar um tostão com ele, você, em tese, não está cometendo nenhum destes crimes...

No entanto, o fabricante também não está recebendo sua contrapartida do game que produziu. Ou seja, você está, tecnicamente, usufruindo de um bem sem pagar por ele. Mas se você for na casa de um amigo e jogar um game que ele tenha, você também está usufruindo de um bem sem pagar. E isso não é crime.

Baixar games da internet, no melhor dos casos, pode ser considerado anti-ético, mas não há punição e, na maioria dos casos, a fabricante nem mesmo fica sabendo quem baixou ou não o game...

- A pirataria sempre é prejudicial ao fabricante.

Mentira. Muitas vezes o que acontece é o inverso, a pirataria muitas vezes impulsiona o mercado legal, sobretudo no caso dos games.

Nos anos 90 o Playstation bateu todos os outros consoles não por sua qualidade, mas pela facilidade de se adquirir games para ele. Enquanto os jogos de Nintendo 64 custavam muito caro e eram difíceis de se piratear, os games de Playstation eram caros mas fáceis de se encontrar no mercado "paralelo". Como os piratas não davam conta de fabricar o console da Sony, a empresa acabou lucrando com a venda dos consoles para serem usados com games piratas.

O PS2 desbloqueado também bateu seus concorrentes, como o Xbox, e se tornou o console dominante até pouco tempo atrás. Hoje, a Microsoft já percebeu a mina de ouro, e o Xbox 360, fácil de "crackear", já bateu longe a venda dos PS3 da Sony.

A Microsoft é uma das empresas que mais lucra com a pirataria. A grande maioria dos computadores do mundo usa algum sistema operacional Windows pirata. O que a empresa do Bill Gates não vende de Windows originais (absurdamente caros), ela recupera com produtos exclusivos para... windows! Não é incomum encontrar computadores com Windows pirata e Office original, por exemplo.

Jogos com a tarja "Game for Windows", por exemplo, tem que pagar uma taxa para a Microsoft, e por serem relativamente baratos lá fora, acabam fazendo a empresa do Bill Gates recuperar o que não ganha com a pirataria.

O Blog da Resenha e a Pirataria

Nós, do Blog da Resenha, não apoiamos a pirataria. Comprar e vender discos de games sem pagar impostos para o governo prejudica as lojas que vendem os produtos originais, aumenta o desemprego e a carga tributária.

No entanto, há alternativas à pirataria e ao altíssimo preço dos games originais:

- Relançamentos:

Se você tem paciência, o melhor negócio é esperar. Lançamentos de games costumam custar os olhos da cara, mas o preço cai rapidamente. Muitas vezes cai pela metade em apenas alguns meses.

Games que já foram caríssimos, como Star Wars Galatic Battlegrounds e Resident Evil 4 podem, hoje, ser comprados por até 20 reais, relançados nas prateleiras ou em revistas como a Fullgames. No entanto o relançamento pode levar vários anos ou alguns meses, dependendo do número de pedidos nas revistas ou da venda dos produtos.

- Test Drive:

Que tal jogar de graça os games mais atuais? Muitas vezes a própria fabricante disponibiliza para download demos (abreviação de "demonstração" - Demonstration em inglês - partes de games, normalmente com apenas algumas fases ou sem alguns recursos do game original), trials (versões completas que podem ser testadas dentro de um espaço de tempo, normalmente 30 dias) e até mesmo freewares dos jogos mais recentes.

Vale a pena visitar o portal da fabricante do game que você deseja para ver se há alguma coisa deste tipo. No caso de games multiplayer, também é comum encontrar versões gratuitas nos portais das empresas para download.

O lado bom é que você passa a conhecer melhor o jogo, e se você se decepcionar, não vai ter pagado nada por isso.

- Lan House

As chamadas Lan Houses se tornaram quase uma mania no Brasil. Muitas delas dispõe de games de última geração, como Left 4 Dead, Crysis, FarCry 2 e GTA 4. Há até mesmo Lan Houses com consoles de videogame ao invés de apenas PCs.

Embora nem sempre sejam um bom negócio, devido ao preço pago por hora, a maioria delas tem promoções para horários "alternativos", pela manhã, noite ou madrugada. Os chamados "corujões" são uma boa oportunidade para jogar, por dez reais ou menos, um game que na loja custa mais de 100 paus.

10 de março de 2009

Planet Storm (PC)


Planet Storm (PC - Browser) (****)

Inevitável. Um dia você está no serviço, no laboratório de informática da escola, na biblioteca da universidade ou na casa de algum parente. À sua disposição apenas um computador velho com acesso à internet. Como fazer para curtir um bom game se tudo o que você tem à disposição é um computador onde você não pode instalar nada?

Jogue PlanetStorm. Muito melhor que Paciência ou Campo Minado...

Tempestade Planetária
PlanetStorm é o mais novo Browser game da Challenge Games, a criadora de Duels (www.duels.com) e WarStorm (www.warstorm.com). O enredo é similar ao das séries Matrix e Exterminador do Futuro (inclusive, o quarto filme vem aí!), no futuro, robôs controlados por uma inteligência artificial maligna se rebelaram e resolveram acabar com a humanidade. No caos, facções humanas lutam entre si e contra estas ameaças cibernéticas.

PlanetStorm funciona como aqueles card games, no estilo de Magic The Gathering. No entanto, as cartas são virtuais. Ao fazer uma conta (grátis!), você recebe um pacote de cartas básicas virtuais e monta seu baralho, distribuindo suas cartas em decks e formando estratégias. Cada deck tem um comandante, normalmente a carta mais forte, e seis outras cartas, que podem ser estruturas (bunkers, trincheiras, escombros, torres de defesa...), soldados ou veículos. Cada uma destas cartas tem um tanto de "vida" e causa um tanto de "dano" ao oponente, e também tem um tipo diferente de ataque, que é mais forte contra determinadas cartas, além de habilidades especiais, como camuflagem (mais difícil de acertar) ou blindagem extra.

No site há uma campanha "single-player" onde você irá enfrentar facções humanas e robôs controlados pela IA. Mas também é possível enfrentar outros jogadores do mundo todo, participar de campeonatos e trocar cartas para montar estratégias cada vez melhores. Se você possúi cartão de crédito internacional ou conta no Paypal, dá para comprar cartas virtuais ou se tornar um usuário "premium", ganhando mais e mais cartas por combate. Mas mesmo jogando de graça é possível se divertir bastante e obter cartas mais raras através de trocas com outros jogadores "premium".



Robôs e Humanos
O grande problema de PlanetStorm, assim como do "game irmão" WarStorm, é a falta de controle sobre o game durante a batalha. Você monta seu deck, monta sua estratégia, vai para a batalha e então não pode fazer mais nada, apenas assistir ao jogo, uma apresentação em Flash, das cartas caindo aleatóriamente na mesa virtual, sem controle sobre qual carta colocar na mesa ou qual unidade mandar atacar qual inimigo...

Lutar contra outros jogadores também é complicado. Ao contrário da campanha "single-player", você não tem como ter a mínima idéia do que o sujeito tem no baralho dele. Se você, por exemplo, formar um deck anti-tanque e for lutar contra um sujeito que tenha apenas soldados no baralho, vai tomar porrada até dizer chega...

No mais, o game tem boas ilustrações, animações divertidas e é bastante viciante. Além do fato de ser grátis, ter atualizações periódicas (mais ou menos mensais) e poder ser jogado de virtualmente qualquer computador plugado na internet, sem precisar fazer nenhum download ou instalação. Muito mais divertido do que jogar Paciência...

Para conferir Planet Storm, acesse www.planetstorm.com e divirta-se!

Left 4 Dead (PC)


Left 4 Dead (PC) (****)

Lançado em novembro do ano passado, Left 4 Dead é um game de tiro no melhor estilo "Madrugada dos Mortos" e "Extermínio". Se você gosta de filmes de zumbis, está aí um forte candidato a ser seu game favorito.

Deixado Para Morrer
Sabe aqueles filmes de zumbi de diretores como George Romero ou Sam Raimi? Aqueles onde, sem mais nem menos todas as pessoas do mundo começam a ser infectadas e se tornarem mortos-vivos? Não é de hoje que estes filmes são inspiração para games, desde os anos 90 jogos como Resident Evil e Parasite Eve já aproveitavam dessas histórias de virus mutantes, aberrações e mortos-vivos...

Diferentemente dos outros jogos, no entanto, em Left 4 Dead você não é um super-soldado extremamente equipado, mutante ou sequer tem alguma esperança de resolver a infestação de zumbis. Você é apenas um sujeito normal, tentando sobreviver e, com sorte, ser resgatado da área infestada.

Seguindo a tendência atual, Left 4 Dead possúi uma campanha single-player que também pode ser jogada multiplayer, ideal para Lan-Houses. São quatro personagens largados em um cenário caótico, cheio de mortos-vivos, e seu objetivo é progredir em direção à "safehouses" (casas seguras), normalmente cômodos fortificados com portas de metal, com kits de primeiros socorros, armas, munição, comida, água e banheiros, para, ao final da missão, ser resgatado. Caso jogue em rede, até quatro pessoas podem "encarnar" os personagens ao longo da campanha. Em modo single-player os outros três personagens serão controlados pelo computador.

As campanhas são criativas e extremamente tensas. Monotonia é algo inexistente neste game. Durante toda a missão há hordas de mortos-vivos andando pelo cenário e, de tempos em tempos, é bom se preparar para um "ataque", quando um grupo grande de zumbis virá correndo para o local onde você está, saindo de janelas, pulando muros e arrombando portas.

Além dos zumbis tradicionais, há também mutantes perigosos à solta. Os boomers, por exemplo, são mutantes horrendamente gordos e explosivos. Atire em um deles à queima-roupa e você vai voar longe. E o pior, se ele encostar em você, vai soltar gororobas que vão atrair todos os zumbis da região para cima de você... Realmente ameaçador.

Boomers no entanto não são as piores coisas à solta. Hunters, por exemplo, são mutantes quadrúpedes ágeis que podem escalar paredes e dar botes em você, atravessando grades distâncias com saltos velozes e te retalhando com suas garras. Smokers são mutantes linguarudos que podem te agarrar com a língua, e soltam fumaça quando acertados. Os mais temidos, no entanto, são as witches e os tanks. Witches são mutantes aparentemente inofensivas, ficam apenas chorando, sentadas em alguns lugares do cenário. Mas se você chegar muito perto ou colocar luz na cara dela prepare-se para ser retalhado e mutilado impiedosamente por um dos monstros mais casca-grossas do game. Tanks são o pesadelo do jogo. Gigantes com aparência de gorilas extremamente resistentes e fortes, que podem arremessar carros e pedaços de concreto em você e resistir à centenas tiros de fuzil ou escopeta...

Os gráficos são excelentes, e transmitem o clima de terror do game. Tiros arrancam membros, furam portas e derrubam pedaços do cenário. Acertar galões de gasolina ou botijões de gás provoca explosões, e é uma excelente estratégia para dispachar hordas de zumbis de uma só vez. Portas e janelas podem ser arrombadas com coronhadas, e os efeitos de luz e sombra são de tirar o fôlego.

A trilha sonora também é assombrosa, embora os personagens falem demais... Mas com alguma prática e sem as legendas, rapidamente se pode aprender a identificar os inimigos pelo barulho que produzem. Cada tipo de mutante e zumbi tem seu próprio vocabulário de grunhidos e lamentos, e as vozes dos personagens são muito bem executadas. Veja-os gritar desesperados frente a um "ataque" de centenas de mortos-vivos ou cochichar para não chamar atenção de algum zumbi...

A inteligência artificial também é bem executada na maioria das vezes. Se você escorregar de algum lugar alto, um amigo irá correndo te ajudar a subir novamente. Os personagens, quando controlados pelo game, agem com camaradagem, curando os feridos e ajudando uns aos outros quando caídos ou em perigo. Mas experimente deixar um deles "se ferrar" sozinho e essa camaradagem vai acabar, com os outros te "excluindo". Após uma longa campanha ignorando meus aliados controlados pela IA tive de amargar uma morte violenta nas garras de um Hunter, com meus antigos "amigos" assistindo impassíveis...

Outro ponto positivo é a liberdade de movimentação. Embora muitas vezes o game seja um tanto quanto linear, não há muitas restrições quanto ao caminho à se seguir. Você pode, por exemplo, entrar em um prédio, subir as escadas e dar uma de "sniper", despachando os zumbis lá de cima com um rifle de atirador, ou até mesmo fazer caminhos alternativos. As ruas estão muito cheias de zumbis? Tente entrar em uma casa e sair dela pela porta dos fundos, poupando munição...

Quanto ao armamento, cada personagem carrega uma pistola com munição infinita e uma arma grande à escolha. Inicialmente pode-se optar por uma escopeta ou uma uzi, mas depois tem-se opções de pegar rifles de atirador, fuzis e escopetas melhores. Há tambem granadas, na forma de cocktails molotov ou "pipe bombs", bombas que atraem os mortos-vivos para elas e então explodem.

Deixado para os Mortos
Left 4 Dead é bastante divertido, mas infelizmente é muito curto. Há apenas quatro campanhas, com cinco fases curtas cada uma. Se você não jogar no modo multiplayer, logo vai se cansar dos mesmos cenários o tempo todo.

A dificuldade, em geral, é fácil. Embora rápidos e vorazes, os mortos-vivos são frágeis. Se você quiser, pode terminar uma fase sem dar um único tiro, apenas deixando seus amigos fazerem todo o "serviço" por você...

Há também a dificuldade em se dar ordens para os aliados, quando eles são controlados pela IA. Não há um menu de ordens, como por exemplo em Battlefield. Isso quer dizer que não dá, por exemplo, para mandar um aliado na frente como batedor, ou mandar que seus amigos vigiem a porta enquanto você mata zumbis na rua com seu "sniper". Os personagens tendem a te seguir, seguir sempre em frente ou ficar parados olhando para a mesma direção que você, o que dificulta qualquer estratégia mais elaborada do que simplesmente avançar e atirar...

Também é engraçado como os personagens de Left 4 Dead nunca ouviram falar em "mochila". Cada um pode carregar apenas um kit de primeiros socorros (mais ou menos do tamanho de uma pochete), apenas um vidro de analgésicos (ambos recuperam vida, embora os kits recuperem mais) e apenas uma bomba (uma pipe bomb parece ser do tamanho de um controle remoto de TV, e o cocktail molotov é do tamanho de uma garrafa PET de 1 litro). Tudo bem que não seja realista aqueles personagens estilo "Rambo", que carregam fuzis, metralhadoras e bazucas ao mesmo tempo, mas não conseguir carregar dois vidrinhos de analgésico... Nem que fosse no bolso!

No geral, Left 4 Dead é um game feito para ser jogado na internet ou em Lan, em modo multiplayer. No single player ele é um tanto quanto inconsistente, embora ainda seja um excelente shooter de terror.





6 de março de 2009

Dead Space (PC)


Dead Space (PC) (**)

Uma imensa nave espacial, construída para explorar minerais em um planeta distante descobre algum tipo de artefato alienígena e logo monstros terríveis dizimam todos à bordo. Alien o Oitavo Passageiro? Doom? Quake? Não, este é o novo game da EA, Dead Space.

Espaço Morto
Ao começar a jogar Dead Space, o jogador já é surpreendido por uma característica marcante. Não há HUD no jogo. Sim, nenhum HUD. Tudo transcorre como em um filme. A "vida" do personagem é mostrada por uma mangueira brilhante presa em sua coluna vertebral, munição é mostrada diretamente na arma, e todas as demais informações, como mapas e objetivos são mostrados como hologramas, que o personagem ativa em seu uniforme.

Só isso já trás a Dead Space um clima de inovação. O game realmente se parece com um filme, e se os gráficos estiverem no máximo, é difícil para um observador casual perceber que se trata de um game.

A atmosfera também prende o jogador. A nave, USG Ishimura, é simplesmente enorme, com centenas de corredores escuros, câmaras sombrias espaços amplos. Em algumas ocasiões uma caminhada fora da nave dá uma idéia do tamanho dela.

A trama também é interessante. Você é um técnico em comunicações cuja namorada estava na USG Ishimura, e sua missão inicialmente é reparar o sistema da nave, que perdeu contato com o resto da humanidade. Quando chega na nave, no entanto, a coisa não parece tão simples. Corpos para todos os lados, muitas portas lacradas, monstros matando seus colegas... E você não é nenhum Schuaizneagger bombado pronto para matar tudo o que se move. Inicialmente você nem mesmo tem armas!

Ou seja, a palavra de ordem é improvisar. Lasers de cortar metal são tão bons para arrancar pernas de monstros quanto rifles, e muitas vezes é preferível correr do que enfrentar tudo o que está dentro da USG Ishimura.

Clichês e problemas...
Dead Space é um game bem problemático, principalmente na versão para PC. A visibilidade é a mesma de Resident Evil 4, com o personagem de costas do lado esquerdo da tela e um campo de visão extremamente restrito à direita dele. Quem já jogou Resident Evil 4 sabe como este tipo de visão atrapalha, sobretudo nos cenários escuros e cheios de monstros. É praticamente impossível ver qualquer coisa que chegue pelo lado esquerdo, e mesmo o campo de visão à direita é bastante prejudicado...

Para piorar, o mouse controla a cabeça do personagem enquanto o teclado faz ele andar. Ao contrário do que acontece nos shooters para PC, o mouse não responde bem aos comandos. Experimente ficar ao lado de uma parede e então mover o mouse na direção dela... Praticamente todo o cenário e o personagem somem do campo de vista, e não se tem idéia de para onde se está olhando. Na hora de fugir de monstros, o game vira quase uma videocassetada. É muito difícil conseguir fugir, com essa visibilidade, sem dar com a cara nas paredes, bater em obstáculos no chão ou nas laterais de portas. Perder o rumo e ficar girando em círculos também não é raro... A impressão é que o personagem teve a cabeça arrancada e pregada do lado direito do tronco, e tem que se orientar olhando por ela... Passar por uma porta aberta sem nenhum monstro por perto já é difícil...

E não é só no game que a tela parece "torta". O menu inicial e todos os menus de opções são ligeiramente inclinados. Estranhamente o mouse costuma "travar" na hora de fazer movimentos mais precisos nestes menus, e é fácil clicar em uma opção errada ao tentar configurar o game.

No PC os gráficos são, na melhor das hipóteses, medianos. Jogar os mesmos para o máximo ou mínimo não faz grande diferença. Placas aceleradoras 3D diferentes também não.

O som também é prejudicado. A trilha sonora é fraca, e os efeitos são ruins. Mas o que mais rebaixa Dead Space é o clichê. Parece que tudo no game foi copiado de outros lugares. Os personagens são o mais clichê possível, com o protagonista mudo e subserviente, que é obrigado a ficar abrindo porta para os outros e obedecendo a comandos obviamente suicidas, a comandante gostosona, cujo longo cabelo se move como se tivesse vida própria, sem nenhuma corrente de vento, o soldado durão, os soldadinhos sem nome, a namorada inocente e incapaz em perigo...

O enredo também é pouco original. Já vimos praticamente a mesma história no cinema, em HQs e em outros games. Naves que perdem contato com a humanidade e voltam cheias de aliens não são novidade desde os anos 70, com o primeiro filme do Alien...

Os monstros também não são muito originais. A maioria parecem humanos (ou melhor, carcassas humanas) com tentáculos, lâminas, olhos a mais e etc. Exatamente como os mutantes do game Abomination ou os monstros de Quake, Doom III e algumas unidades de StarCraft e Warhammer 40.000... Muitos também lembram as aberrações de Resident Evil...

Acredito que a versão de Dead Space para Xbox 360 possa até ser boa, com melhores gráficos e melhor visualização e movimentação. A versão para PC, no entanto, mistura o enredo trash com jogabilidade ruim... Só os muito fãs realmente iriam gostar...