14 de outubro de 2010

Civilization V (PC) (**)

Civilization V (PC) (**)

A série Civilization, de Sid Meiers, é complicada de se resenhar. Isso porque estes games não tem tons de cinza, ou você fica fã imediatamente, ou você odeia o jogo definitivamente.

Para quem não conhece, Civilization é similar aos jogos da série Total War, mas sem as batalhas em larga escala. Assim como os jogos de tabuleiro WAR ou RISK, você vê o mundo como se fosse um grande tabuleiro, e movendo soldadinhos, trabalhadores e colonizadores pelo mapa você pode fundar cidades e atacar inimigos. Tudo muito simples, sem as campanhas de um Age of Empires, ou a micro-administração de um Total War, ou mesmo os desafios financeiros de um Tycoon...

Embora enfoque a história da humanidade, a série Civilization deixa livre para você evoluir sua civilização como quiser. Você pode jogar com os índios norte-americanos das nações Iroqueses, construir as Grandes Pirâmides do Egito no território do Canadá e pesquisar aço para armar seus indígenas com cavalaria blindada medieval... E eventualmente entrar em guerra com a grécia de Alexandre O Grande, depois de "descobrir a Europa" com suas caravelas cheias de moicanos...

Para quem está acostumado com a excelência gráfica de um Total War, Civilization V deixa bastante a desejar. Não que as texturas ou gráficos sejam feios ou mal-feitos, mas tudo é tão cartunesco, as batalhas são tão simplórias e toda a estratégia é tão enfadonha que a parte gráfica pouco se destaca. Um dos poucos locais onde a série de Sid Meier pode mostrar seus gráficos é nas telas de diplomacia, verdadeiras cutscenes onde líderes famosos da história (de Júlio César à George Washington) aparecem em seus gabinetes.

Além de ser um game muito simples, para quem está acostumado com jogos mais complexos, a Inteligência Artificial é realmente muito, muito fraca. Principalmente à respeito dos líderes dos grandes impérios. Certa vez, quando eu estava jogando, Júlio César (controlado pelo computador) me chamou, fez aliança comigo e me pediu para ajudá-lo a invadir Alexandre O Grande. Nas opções você pode pedir que ele espere dez turnos até você mover seu exército para as bordas do inimigo. Pedi que ele esperasse e comecei a mover meus exércitos. Uns trinta turnos depois, ao ver que os romanos ainda eram inimigos dos gregos, chamei César para o combate e, para minha surpresa, o computador disse que não iria atacar os gregos porque eles eram aliados dos romanos. Ou seja, a IA não consegue sequer saber se uma nação é inimiga ou aliada de outras, e a parte de diplomacia funciona muito mal, às vezes até de forma contraditória ao resto das personagens de cada nação.

Pessoalmente, eu achei Civilization V (e todos os Civilizations antes... que provavelmente seguem a mesma linha) um jogo de estratégia em turnos muito tedioso, onde a maioria dos turnos eu tive que passar sem mover uma única peça ou mudar um único botão em uma única cidade.

A mecânica do combate é lenta, ruim, e os resultados já aparecem antes mesmo dos soldados se enfrentarem. Em termos de estratégia de guerra, impera a superioridade tecnológica, se você tem unidades mais atuais, você ganha as batalhas. Há muito pouca opção de estratégia envolvendo guerrilha ou guerras assimétricas. E poucos outros fatores influem no combate (cavaleiros batem arqueiros, lanceiros batem cavaleiros, guerreiros batem lanceiros e arqueiros batem guerreiros, a mesma coisa de Empire Earth).

A mecânica de administração é bem simplória também, e envolve direcionar cidadãos para quadradinhos, em volta de sua cidade, que produzam comida, ouro ou ferramentas (trabalho). Operários podem ser treinados para construirem fazendas, marcenarias ou minas, aumentando a quantidade destes recursos produzidos. E a mecânica de pesquisas é ainda mais simples, basta escolher o que pesquisar e esperar a quantidade de turnos indicada.

É um jogo fácil, sem muita complexidade, mas pode se tornar extremamente chato para quem está acostumado com games mais desafiadores.

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