Dead Rising 2 (PS3, Xbox 360, PC) (****)
Vez ou outra, estoura uma "onda" no mundo dos games. Houve a época da II Guerra Mundial, com Medal of Honor, Battlefield, Brothers in Arms, Call of Duty e centenas de outros. Mais recentemente houve uma onda de games de zumbis, com Left 4 Dead, Dead Rising, Resident Evil 5 e mais vários outros.
Agora a Capcom volta ao mercado com Dead Rising 2, a continuação de seu divertido game de zumbis, então disponível apenas para Xbox360 (depois saindo para Wii).
Em Dead Rising 2 você se encontra na pele de Chuck, um antigo campeão de motocross que, depois de ter a filha pequena mordida por um zumbi e de perder sua esposa para os mortos-vivos, ganha a vida em um show bizarro de gladiadores armados até os dentes matando zumbis em arenas.
Eis que, em um destes shows, ocorre uma epidemia real de zumbis, o pânico se espalha e você fica responsável por manter sua filha viva e saudável, tendo, todos os dias, que recorrer a um medicamento caríssimo para impedir que a garotinha se torne um morto-vivo devorador de cérebros.
A narrativa é interessante, e captura bem o clima dos bons filmes de zumbi. Além de ter que encontrar o tal remédio, você acaba acusado de ter iniciado a epidemia, e tem apenas três dias para provar sua inocência. Durante estas jornadas por uma Las Vegas infestada de mortos-vivos, você vai encontrar vários sobreviventes que podem ou não ser resgatados.
Além de contar com bons gráficos e trilha sonora, Dead Rising abusa da criatividade e do "modo McGuyver" para entreter o jogador. Praticamente tudo encontrado nos inúmeros cassinos, hotéis e shoppings centers pode servir como arma para Chuck, de cadeiras e mesas a motosserras, vassouras, discos de vinil e guarda-chuvas. Como se isso não fosse o bastante, conforme o personagem vai evoluindo ele vai tendo idéias cada vez mais bizarras para novas armas "gambiarras". Que tal um botijão de gás cheio de pregos, que pode ser "grudado" em um zumbi? Ou flechas explosivas com dinamite amarrada nas pontas? Ou um remo com duas motosserras grudadas dos dois lados?
Muitas armas tem "fatalities" especiais, alguns muito divertidos (experimento o bastão de madeira com pregos!). Há muito sangue, destruição e belas mulheres por todos os cantos. Sim, a Capcom deu um pontapé a mais no marketing "in game", e vendeu espaço publicitário para empresas reais, como a revista Playboy. Por todo lado no game há outdoors, cartazes e anúncios reproduzindo as capas mais atuais da revista. Isso é interessante, pois a Capcom ganha um "extra" com o game, não precisando lançar mão de preços absurdos, "edições especiais" enganosas ou meios bizarros de proteção anti-pirataria, e os designers também não precisam perder tempo bolando anúncios, roupas e objetos fictícios para povoar o mundo do jogo. Dá para usar brinquedos de verdade para lojas de brinquedos, revistas de verdade para bancas de revistas e cartazes de filmes reais para as locadoras do jogo, além dos personagens poderem vestir roupas de marcas reais.
Há muita curiosidade divertida em Dead Rising 2. Que tal entrar em uma loja de brinquedos e equipar Chuck com uma máscara de plástico do lutador Blanka de Street Fighter? Ou entrar em uma loja de biquinis e vestir o bizarro maiô verde-limão do protagonista do filme e série de TV Borat? Ou pegar na banca de revista o mais novo exemplar da Playboy?
O melhor de Dead Rising é seu valor de replay. o mundo do game é bem grande, e há muito o que explorar. Qualquer missão pode ser sumariamente ignorada, e você sempre pode recomeçar o game, mantendo o nível do personagem, suas habilidades aumentadas e receitas de gambiarras absurdas, e se dedicar a matar zumbis ou salvar todos os sobreviventes, sem se preocupar com a história central (deixando a garotinha morrer e ignorando a conspiração contra Chuck...). Adicione a isso vários finais diferentes, e Dead Rising 2 será diversão por muito tempo.
Dead Rising 2 só não é melhor por alguns pequenos detalhes. O principal dele é que o jogo só dura três "dias", e o tempo lá passa realmente rápido, o que faz com que cada "partida" dure muito, muito pouco em comparação com outros games que duram mais de 40 horas de jogo. Os zumbis também são muito limitados, e fica repetitivo matar o mesmo morto-vivo centenas de vezes. O game também sofre com um framerate muito instável, principalmente em locais mais amplos, com mais zumbis, o jogo fica quase em câmera lenta, mesmo em uma máquina potente. Mas no geral, vale a pena eliminar zumbis com tantas opções de armamento.
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