Darksiders (PC, Xbox 360, PS3) (****)
É verdade que, sempre quando sai algum console novo, as softwarehouses ficam loucas para lançar games para aqueles consoles. E muitas vezes se esquecem que podem ganhar mais dinheiro lançando os mesmos jogos também para PC, ou até para consoles mais antigos e que suportam o game.
Darksiders, ao lado de Bayonetta, foi um dos vários jogos a utilizar uma mecânica similar ao da famosa série God of War, com combos absurdos, ultraviolência, inimigos imensos e muito, muito sangue.
Até pouco tempo atrás, esta pérola da violência gratuita estava disponível apenas para PS3 e Xbox 360... mas agora, finalmente, a THQ resolveu sentir piedade dos usuários de PC e lançar Darksiders para o bom e velho computador.
A narrativa de Darksiders parece saída da cabeça de Todd McFarlane, criador do anti-herói Spawn. Há muito tempo, o Inferno e o Paraíso estavam doidos para sair no tapa e definir, de uma vez por todas, quem governaria todos os mundos. Para impedir esta guerra cósmica, foram criados os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, Guerra, Morte, Fome e Peste, e selos que protegeriam a Terra desta guerra cósmica, e que apenas os cavaleiros poderiam quebrar.
Eis que um dia, Guerra ouviu um chamado de que estaria na hora de abrir os selos e iniciar o Fim do Mundo. Mas aparentemente tudo era uma grande armação de facçõs extremistas do Paraíso e do Inferno, e de um poderoso ser chamado Destruidor (não, não o dos Tartarugas Ninja).
Resultado, o fim do mundo veio antes do que deveria, a humanidade foi exterminada, Guerra fez papel de idiota e foi punido por ter desrespeitado a ordem cósmica. Só que, sendo uma versão mais sobrenatural de Kratos, de God of War, Guerra não vai deixar barato, e pretende esmagar tanto os anjos quanto os demônios, para enfim pegar o mané que fez o universo desandar.
Em termos de gráfico, Darksiders não fica devendo para outros bons games atuais. As texturas são bonitas e a iluminação é competente, embora não seja algo tão absurdamente bem feito quanto Batman Arkham Asylum. O grande destaque fica pela criatividade no design das criaturas, sobretudo dos personagens mais importantes. Praticamente todos são excelentemente bem montados, com uma aparência interessante e excelentes animações e expressões faciais.
O trabalho de dublagem também é muito bom, sobretudo com o poderoso capetão Samael e o divertido Fulgrin. A animação é bem fluida e as batalhas são incríveis. Assim como em God of War e Bayonetta, depois de fazer um inimigo apanhar muito, um sinal indica que você pode executar um "fatality" para exterminá-lo de vez. Espere coisas sangrentas, com Guerra cortando inimigos ao meio, e até deixando sua espada de lado, para exterminar o alvo com as mãos nuas, em cutscenes muito brutais.
Durante todo o game você vai ganhando coisas extras, sejam armas, poderes, habilidades, montarias e armaduras. Isso torna o game altamente compensador, pois dificilmente você passa mais de uma ou duas horas sem alguma divertida novidade para experimentar. A narrativa também se desenrola muito bem, mantendo sempre o clima de gibi do Spawn, uma leve paranóia e muito suspense.
O design das fases é bem pensado, sendo que, embora os cenários não sejam muito grandes, você vai visitá-los muitas e muitas vezes, cada hora com acesso a algum lugar novo. No geral, lembra um pouco o excelente Legacy of Kain Soul Reaver.
Se tem algum problema em Darksiders, é a falta de criatividade em alguns pontos. O próprio protagonista, Guerra, se parece muito com Arthas, de Warcraft III, assim como Fulgrim se parece com os Lichs do mesmo jogo. Muitas partes também lembram God of War, Spawn e outros games de PS2, deixando uma constante sensação de dejavu...
Quando Guerra pega seu cavalo, Ruína, temos outro probleminha. A movimentação do cavalo é muito rápida, e os cenários muito pequenos, por isso você vai sempre enfiar a cara (do coitado do cavalo...) na parede o tempo todo.
Alguns chefes também são bem tediosos, principalmente Stygian, um verme gigante que parece ter saído da pérola trash O Ataque dos Vermes Malditos. Ele passa a maior parte do tempo sob a terra e você tem que esperar longos minutos para ele aparecer e vocês começarem a brigar, e para passar dele, gasta-se bem mais de uma hora, a maior parte do tempo apenas esperando o tal verme decidir lutar...
Fora estes pequenos probleminhas pontuais, e falta de algo realmente inovador (tudo tem um gosto de "genérico de God of War com Arthas como protagonista), Darksiders é um game excelente, muito divertido, que vai fazer a festa dos fãs do estilo... pelo menos enquanto Bayonetta e Dante's Inferno não saem para PC...
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