18 de abril de 2011

Crysis 2 (PC, Xbox360, PS3) (*****)

Crysis 2 (PC, Xbox360, PS3) (*****)

Em 2008, a Crytek, softwarehouse alemã que adora colocar a palavra "cry" (choro, berro) em tudo quanto é game (Far Cry é deles também...) resolveu chutar o pau da barraca e lançar um game de ficção científica envolvendo aliens, norte-coreanos e soldados em armaduras biônicas chamadas Nanosuits, capazes de ficar invisíveis, arremessar carros e pararem balas facilmente.

Apesar de audacioso, Crysis sofria de alguns problemas. Algumas partes do game eram insuportavelmente chatas (como a fase em gravidade zero, dentro da nave dos aliens), alguns inimigos eram mal programados e havia muitas mortes sem sentido (às vezes você morria só de encostar em uma parede...). O jogo como um todo era muito pesado, e hoje, três anos depois, muito computador ainda sofre para rodar Crysis, ainda que com os gráficos no mínimo...

A Crytek, no entanto, não se acomodou. Eles fizeram a lição de casa e agora lançam Crysis 2, um dos melhores shooters que você vai ver por aí esse ano.

Crysis 2 mantém tudo o que a Crytek aprendeu de bom com a série Far Cry e não mantém nada que deu errado em Crysis. Ao iniciarmos o game já é possível ver a diferença. As texturas, os efeitos de luz e som são soberbos, mas o jogo roda facinho, mantendo uma quantidade estável de frames, mesmo com a configuração máxima. Os loadings são rápidos, a animação é bem feita e tudo funciona muito bem, sem bugs ou problemas de travamento.

A história de Crysis 2 é tão parecida com a de Prototype que temos a impressão que Alex Mercer vai aparecer a qualquer momento. Tudo começa quando uma doença misteriosa atinge Nova Iorque, as pessoas afetadas começam a literalmente derreter, com a pele, músculos e órgãos internos se liquefazendo em uma gororoba nojenta e escorrendo roupa abaixo. Como em Prototype, os infectados são isoldados em Manhattan e as conexões com o resto da cidade são fechadas. Um bando de mercenários chamados CELL é contratado para manter a ordem, mas a coisa logo desanda para uma guerra civil entre os soldados e o povo.

O governo resolve enviar um pelotão de fuzileiros navais para manter a ordem, mas todos são mortos na chegada, apenas o protagonista, um soldado de codinome Alcatraz, sobrevive, mortalmente ferido.

Alcatraz é resgatado pelo operativo especial Prophet, um dos soldados Nanosuit do primeiro Crysis, que havia sido enviado antes para conter a doença. No entanto, Prophet está infectado, e prefere colocar Alcatraz na armadura robótica e cometer suicídio.

Ao contrário de Crysis e do primeiro Far Cry, que iam se tornando mais e mais bizarros conforme se avançava no jogo, e isso acabava com a diversão inicial de enfiar bala em inimigos humanos, Crysis 2 tem uma história muito bem escrita e bem apresentada. Há um maior balanço entre os inimigos humanos e alienígenas, sendo divertido enfrentar ambos.

Toda uma trama complexa de teorias da conspiração, traições, caçadas humanas e invasões extraterrestres recheia o jogo, motivando o personagem a ir em frente e descobrir mais e mais histórias podres sobre cada organização do jogo.

O ambiente não é lá uma grande novidade, uma vez que já vimos Nova Iorque destruída antes em Prototype, mas os cenários são bem construídos, com muitas opções de ação. Em cada local novo o jogo (e a Nanosuit) dão "sugestões" sobre os melhores locais para se ficar com um sniper ou surpreender um grupo de inimigos. Embora não seja um game de "mundo aberto" como Far Cry 2 ou GTA, Crysis 2 não te obriga a tomar um caminho específico ao lidar com os inimigos. Não há uma fase "obrigatoriamente" sniper ou uma "obrigatoriamente" stealth, como costuma haver em games FPS. Se você quiser agir como stealth, ficando invisível e se esgueirando por trás dos inimigos, você pode. Se você prefere arrancar uma metralhadora pesada de um tanque de guerra e enfrentar todo mundo na cara e na coragem, você também pode. Gosta de ficar de camper e pegar inimigos com um sniper silencioso? Pode! Prefere caçar um tanque de guerra vazio e sair atropelando os oponentes? Fique à vontade!

Os gráficos são um show à parte. Além de belos panoramas apocalípticos de colocar lágrimas nos olhos de Osama bin Laden, o jogo conta com texturas excelentes e um ótimo jogo de luzes. O som também é muito bom, mas o que se destaca são os efeitos.

Enquanto em Far Cry 2 você é um "zé mané comum", aqui você se sente poderoso. Pegue um extraterrestre pelo pescoço e arremesse ele contra um carro até o tanque de gasolina explodir! Dê saltos de quase 10 metros de altura! Pule de cima de um edifício segurando um soldado como escudo!

Um tiro de escopeta ou metralhadora pesada faz os inimigos caírem no chão, e eles ficam literalmente paranóicos se você sai invisível e matando-os silenciosamente. Atire em um com um sniper e os colegas dele vão checar se ele está morto mesmo e ficar "caçando" de onde veio o tiro. Tudo é muito bem programado em termos de IA e física, e até os alienígenas conversando entre si é algo divertido de se vê. Não há nenhum momento "gratuito", tudo faz sentido e se encaixa na narrativa.

Crysis 2 tem apenas alguns probleminhas menores. Os indivíduos afetados pela doença, por exemplo, se tornam parte do cenário, e não podem ser mortos por você. Durante o game você vai ver várias pessoas vagando ou agonizando pelo mapa, mas elas são completamente imortais, e uma explosão que derrube uma parede não vai nem movê-las de lugar...

Alguns probleminhas menores com os gráficos também podem ser vistos, como coisinhas do cenário (latas de refrigerante, caixas de pizza e sacos de lixo) que aparecem e desaparecem do nada conforme você vai andando, mas nada que atrapalhe a diversão.

Se você gosta de FPS, não deixe de jogar Crysis 2. É um game muito bem feito, bem programado e muito divertido, que sabe fazer você se sentir poderoso sem deixar o desafio de lado.

2 comentários:

  1. putz, muito bom seu blog cara, virei 1 seguidor jah ;)

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  2. Anônimo5:03 AM

    It is a mark of an inexperienced man not to believe in luck.

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