12 de julho de 2011

Assassins Creed Brotherhood (PC, Xbox360, PS3) (****)

Assassins Creed Brotherhood (PC, Xbox360, PS3) (****)

A série Assassins Creed tomou um rumo diferente após o segundo game. Se o protagonista do jogo original, Altair, era um chato de galochas, o charme e a história sofrida de seu descendente Ezio Auditore garantiram uma legião de fãs para o personagem. No terceiro título da série, Ezio retorna para as mãos dos jogadores, em uma continuação direta de Assassins Creed 2.

Se Assassins Creed 2 gastava algum tempo explicando as tramas entre os Assassinos e Templários em um mundo futurista, os controles e introduzindo personagens, Brotherhood te joga direto onde o game anterior terminou, sem chance de relembrar os controles ou a narrativa. Ou seja, não é um game para iniciantes na série, se você não jogou Assassins Creed 2, vai ficar boiando na história de Brotherhood.

A narrativa, por sinal, perde bastante com essa sequência meio "apressada". Se Assassins Creed 2 dedicava uma longa introdução para a família de Ezio, Brotherhood praticamente mata todo mundo em poucos minutos de jogo, tendo que arrumar uma desculpa esfarrapada para não deixar o protagonista com toda a habilidade que tinha conquistado no jogo anterior. É um recurso meio "gambiarra", digno daquelas continuações de filmes direto pra DVD, e deixa a impressão de que faltou uma certa dedicação à história da série.

Se a narrativa sofreu um pouco, a jogabilidade continua boa, bem fluída, com muita oportunidade para assassinatos. A história, dessa vez, se passa em Roma, com poucas partes em outros locais da Itália, mas não falta diversidade no imenso mapa da cidade. Ruínas, catacumbas, campos floridos, cidade grande, favelas... Roma é uma mistura divertida de ambientes, cores e sons, com direito a muitos cartões postais. Para melhorar o armamento de Ezio ele pode comprar forjarias, lojas de tecido, bancos e atelier de artistas, cada um proporcionando um ganho no final da semana e descontos nos produtos. Estábulos também te dão acesso a cavalos, se bem que é mais divertido eliminar um guarda a cavalo e roubar a montaria dele.

Os vilões da vez são a família Bórgia, os parentes do papa Rodrigo Bórgia, loucos para colocarem as mãos em Ezio e mandá-lo para a cova. Em vários cantos da cidade há torres dos Bórgia que servem como ponto de vigia. Ezio só pode comprar lojas e andar despreocupado nos bairros de Roma depois de explodir estas torres, o que leva a várias aventuras secundárias.

O grande trunfo de Brotherhood é a quantidade de missões secundárias, o que torna o game praticamente um "GTA Roma renascentista". Após eliminar os Bórgia e terminar a aventura single player você ainda pode se divertir pilotando as invenções de Da Vinci (para impedir que as forças leais aos Bórgia usem elas), incluindo metralhadoras, lança-mísseis, bombardeiros e tanques de guerra. Eliminou todas as invenções do Da Vinci? Você ainda pode se concentrar em eliminar um bando de assassinos pagãos denominados "Filhos de Rômulo" que andam aterrorizando Roma. Eliminou eles? Ainda há uma porrada de sidequests envolvendo ladrões, prostitutas, templários, alvos a serem eliminados, mensagens ocultas espalhadas pela cidade e um novo sistema de recrutamento, treinamento e missões de assassinos, onde você pode pegar algum zé mané que está apanhando na rua, resgatá-lo e alistá-lo como assassino, podendo chamar a ajuda deles a qualquer momento ou mandá-los para realizar missões no exterior. Cada missão tem também uma condição secundária (matar o alvo usando uma arma específica, não ser detectado, não pisar no chão, não cair na água...) que, se cumprida, libera algumas "missões" que mostram o passado de Ezio em Florença com sua namorada. Cumprir esses objetivos secundários nem sempre é fácil, e embora não seja obrigatório, vai fazer você continuar voltando atrás por curiosidade de saber mais sobre o passado do protagonista.

A trilha sonora e os sons continuam soberbos, e a qualidade gráfica é muito boa, embora seja praticamente a mesma de Assassins Creed 2. Há menos opções de customização de Ezio do que no game anterior, e há muita tralha inútil. Você pode equipar armas pequenas (facas, adagas...), mas elas fazem menos dano que as armas grandes e são menos discretas do que as lâminas ocultas de Ezio, e acabam sendo inúteis. O mesmo se diz das facas de arremesso, logo substituídas por uma besta como arma furtiva de longa distância. Muitas armas grandes que você destrava mais para frente no game são menos poderosas que outras mais baratas e disponíveis logo nos primeiros minutos de jogo. O pessoal da Ubisoft poderia ter se dedicado a balancear melhor as armas ou colocar coisas realmente interessantes ao invés de tacar uma grande quantidade de armamento e opções que você nem vai chegar a usar.

Outro ponto negativo é a necessidade de conexão constante com a internet. Isso já era chato em AssassinsCreed 2, e continua em Botherhood. Sua internet costuma cair? Seu WiFi perde sinal? Alguém da sua família tem mania de desligar o modem enquanto você tá jogando? Então prepare-se para uma dor de cabeça quando o game desligar sempre que você não estiver conectado. Pessoalmente eu recomendo comprar o game original, entrar no Pirate Bay e baixar o crack (programa que "engana" o jogo para ele funcionar sem internet) para poder jogar em paz...

Em resumo, Brotherhood é mais um "pacotão de expansão" gigante para Assassins Creed 2 do que um game independente. Embora não seja necessário ter o game anterior instalado, você vai entender pouca coisa se não tiver terminado a primeira aventura de Ezio. Para os fãs, este game acrescente mais, pelo menos umas 80 horas de jogo, contando as dezenas de sidequests, mas nem a narrativa nem os gráficos nem a jogabilidade inovam em relação ao anterior. Se você curtiu Assassins Creed 2, vai cansar de pular pelos telhados de Roma neste novo game. Se você é fã de Ezio, vai amar cada minuto deste jogo, mas se você não gostou do original, fuja, não há nada aqui que você já não tenha visto antes...

Um comentário:

  1. Essas imagens de avaliação no final sao muito engraçadas kkkkk

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