The Elder Scrolls V - Skyrim (PC, Xbox360, PS3) (****)
Em uma era remota onde os games de RPG ainda eram vistos naquela perspectiva isométrica, em terceira pessoa, a então desconhecida Bethesda resolveu inovar com The Elder Scrolls, um RPG em primeira pessoa em um mundo medieval chamado Tamriel.
Final de 2011, a Bethesda chega com a quinta versão de sua série de RPG. Skyrim foi eleito o melhor game do ano passado por várias publicações internacionais e ganhou uma torrente de memes e piadinhas na internet. Mas o jogo é bom mesmo ou é uma flecha no joelho?
Skyrim começa com seu personagem, um ilustre desconhecido sem nome, sendo levado para a execução. Ele atravessou a fronteira do território de Skyrim, mais ou menos parecido com a escandinávia medieval, e caiu em uma emboscada montada pelo Império para capturar rebeldes do grupo Stormcloak, que luta pela independência da região. A caminho do machado do verdugo você pode escolher seu nome, aparência, raça e uma ampla gama de opções cosméticas, incluindo cicatrizes e pinturas faciais.
Na hora que o carrasco ia cortar sua cabeça, um dragão aparece do nada e sai matando todo mundo, te dando oportunidade para fugir. É então que começa sua história e você descobre ser um "Dragonborn", uma pessoa com sangue de dragão, capaz de absorver os poderes destes monstros lendários e usá-los quantas vezes quiser.
Tudo bem, a princípio a história não parece muito original... já vimos esses "escolhidos" aparecerem antes em Baldur's Gate e praticamente todo RPG medieval por aí, mas há muito mais abaixo da superfície de Skyrim. Quem conhece a história dos outros games da série The Elder Scrolls sabe que não há dragões neste mundo... todos eles deveriam estar extintos à séculos... O que então está trazendo estes monstros de volta? Como impedir que eles destruam tudo? Ou, mais importante, isso lá importa quando temos uma área enorme para explorar e muitas histórias paralelas para nos entreter?!
Um grande trunfo de Skyrim é te dar opções o bastante para se divertir. Não está muito interessado em ser "O Escolhido" matador de dragões? Há toda uma intriga política envolvendo o Império, os separatistas Stormcloak, Orcs, o Dominion élfico e poderes regionais, e você é livre para se aliar a uma ou outra facção e se envolver na história da independência de Skyrim. Não gosta de política e quer bancar o Harry Potter? Há uma grande academia arcana em Skyrim, e você pode ir para lá estudar magia e se envolver com outros alunos, professores e intrigas envolvendo um grupo recluso de magos que se pensava estarem extintos a séculos. Gosta de lobisomens e vampiros (ou, na pior das hipóteses, da saga Crepúsculo)? Há também histórias envolvendo estes seres sombrios e seus caçadores...
Toda essa quantidade absurda de histórias paralelas tem seu lado ruim também. É muito comum você ficar sobrecarregado de missões para diferentes facções, personagens e grupos específicos, sem saber por onde começar ou como progredir. Devo resolver o problema dos dragões primeiro ou auxiliar os Stormcloaks? Devo recuperar a espada que um NPC pediu ou ajudar o cachorro falante? Será melhor recuperar os livros roubados da biblioteca dos magos ou aprender a forjar armaduras primeiro? É muito fácil ficar perdido na primeira vez que se joga Skyrim, e provavelmente você vai querer recomeçar o jogo uma ou duas vezes para poder focar melhor em uma coisa de cada vez.
Se a narrativa te dá a oportunidade de perseguir a história que quiser (ou nenhuma delas e sair andando a esmo por aí) em Skyrim, a jogabilidade faz o mesmo. Ao contrário de Oblivion, o game anterior da série, aqui não há classes, signos ou coisas assim para escolher. Qualquer personagem pode fazer o que quiser. Quer sair atirando com arco e reanimando os cadáveres dos mortos? Pode. Quer lutar de espadas? Pode. Quer usar magias e armadura pesada? Vá em frente.
Muita coisa que você faz aumenta habilidades relevantes do seu personagem. Misturar poções aumenta alquimia, apanhar melhora seu conhecimento de armaduras e por aí vai. Cada habilidade aumentada também te ajuda a subir de nível, e a cada nível você pode escolher aumentar sua vida, magia (chamada aqui de "magicka") ou stamina (que deixa vc fazer ataques especiais, correr e carregar mais equipamento), e ainda escolher uma habilidade especial, incluindo coisas como dar zoom com arcos (praticamente um arqueiro sniper), forjar armaduras draconianas, criar poções mais potentes entre dezenas de outras.
Graficamente, Skyrim é bonito de se ver... a uma distância média. Mesmo com os gráficos no máximo, a maior parte das texturas parecem toscas vistas de muito perto, e de longe fica evidente o uso de algumas ferramentas de "copiar e colar" nas texturas, com o mesmo padrão se repetindo por uma grande área. As animações são medianas, e não chegam perto de outros títulos da Bethesda como a série Fallout. Os personagens não tem muito movimento no tronco, se movendo meio de forma "Robocop", com movimentos robóticos e meio fake.
É fácil se impressionar com o cuidado que a Bethesda teve para criar a ecologia de Skyrim. Animais como alces e coelhos correm pelas matas, sendo caçados por lobos e ursos. É possível presenciar caçadas feitas por matilhas de lobos e até surpreender um dragão no meio de uma refeição, enquanto ele come algum troll ou outro monstro. Curiosamente o mesmo cuidado não aparece nas sociedades de Skyrim... O mundo de Tamriel parece ter mais necromantes do que fazendeiros, e é estranho ver como cidades-estado inteiras se mantêm unicamente sobre a produção de uma ou duas fazendinhas com um ou dois fazendeiros cada... enquanto praticamente toda ruína e caverna (você encontra pelo menos uma dezena delas na viagem de uma cidade para outra) tem pelo menos uns vinte necromantes dentro...
Também é estranho perceber o quanto a Bethesda colocou de atividades no jogo que não são bem exploradas. Por exemplo, alimentos recuperam sua vida, e você pode usar cozinhas nas casas ou fogueiras para preparar pratos mais elaborados (que recuperam mais vida e eventualmente stamina e magicka também), mas não há nenhuma habilidade relacionado à culinária, nem mesmo a alquimia (que também é usada para misturar coisas, entre elas alimentos, que recuperam vida, magicka e stamina). O resultado é que cozinhar é divertido na primeira vez, mas você dificilmente irá repetir o processo denovo, já que não serve para passar de nível, e Alquimia faz poções muito mais eficientes e te ajuda a evoluir no jogo...
A mesma coisa está em moendas (você pode usá-las, mas não servem para absolutamente nada...), decoração das casas (há apenas uma opção de decoração, enquanto Fallout 3 tinha várias...), madereiras (você também pode operá-las... a toa) e vários outros recursos desperdiçados que podiam te dar algum bonus ou gerar algum produto usável...
De maneira semelhante é um tanto inútil andar a cavalo em Skyrim. Embora você possa comprar, roubar ou encontrar cavalos e montar neles, você não consegue lutar sobre o animal, e um simples encontro com um ratão ou lobo pode resultar na morte do animal ou te forçar a perder vários segundos descendo do bicho... Se é assim, qual a razão de colocar cavalos no jogo? Eles são apenas ligeiramente mais rápidos do que um personagem à pé, e mais atrapalham do que ajudam...
Outra bola fora da Bethesda foi em relação aos diálogos. Sabe aqueles aliados interessantes, cheios de personalidade e história para contar, que você encontra em Fallout? Esqueça, não há nenhum por aqui... a maioria dos aliados que você conhece (e que podem te acompanhar) são rasos como um pires e só repetem duas ou três frases o tempo todo.
Isso vale para a maioria dos personagens de Skyrim. Exceto por um ou dois que parecem ter alguma história para contar, a maioria se resume a resmungar alguma coisa e te dar missões (na maioria das vezes, missões para recuperar algo ou matar alguém...).
O cenário enorme é um ponto bem positivo, principalmente por ele ser extremamente bem explorado em questão de relevo e ecologia. Uma viagem por Skyrim irá te levar a vales verdejantes, colinas geladas, encostas íngremes, mares gelados e florestas densas. Praticamente não há como seguir uma linha reta de um local para outro, pois desfiladeiros e abismos rochosos vão te obrigar a caminhar muito mais até chegar ao seu destino. Há uma enorme variedade de locais para explorar, incluindo pedras rúnicas que te dão habilidades especiais, cavernas, ruínas, fortalezas e vilarejos.
A IA também é problemática. Embora seja bem divertido encontrar NPCs cuidando de suas vidas (magos rivais lutando, soldados imperiais enfrentando Stormcloaks, bandidos assaltando caravanas...) aleatoriamente no cenário, também é comum ver eles caindo em suas próprias armadilhas, e nenhum demonstra ser muito inteligente em combate. Seus aliados são os mais afetados, principalmente por terem tendências masoquistas (é comum vê-los pisar na mesma armadilha dezenas de vezes seguidas... até morrer!) e por terem mania de te empurrar. Sim, quase toda vez que você está parado os seus aliados vem andando e te dão um empurrão, apenas engraçado quando se está dentro de uma taverna, mas trágico quando está em cima de uma montanha ou na beira de um abismo...
Também é estranho o fato de seus aliados não conseguirem saltar, uma pedra, tronco de árvore ou barranco que seja. Enquanto você anda pelo mapa, é comum seus aliados se perderem ou ficarem presos contornando obstáculos minúsculos (que seus inimigos conseguem cruzar sem maiores problemas...).
É comum também encontrar bugs variados (e absurdos) pelo jogo, como mamutes voadores, personagens aparecendo do nada (ou caindo de grandes alturas) e árvores flutuantes, mas considerando o tamanho do cenário, dá para perdoar o pessoal da Bethesda por não ter encontrado esses bugs antes...
Pelo menos algo em Skyrim é perfeito, o som. A trilha sonora é digna de nota, tanto o tema principal (que costuma tocar toda vez que você encontra ou é encontrado por um dragão) até as músicas instrumentais e as divertidas baladas tocadas pelos bardos em tavernas. Os sons dos monstros são muito bem trabalhados, assim como a dublagem, e os efeitos sonoros de magias e explosões superam o que se vê nos games atualmente.
Em resumo, Skyrim é um bom game, embora seja inferior em algumas coisas a seu predecessor, Oblivion. A pressão para lançar no dia 11/11/11 provavelmente evitou que fossem feitos mais beta tests, que poderiam consertar a maior parte dos bugs e problemas gráficos e de IA, mas o jogo ainda precisa comer muito feijão antes de chegar no mesmo nível que outros games da mesma produtora, como Fallout New Vegas e Fallout 3...
Finalmente eu vi alguém não pagar pau pra esse jogo. Na minha opinião, não é tudo que dizem.
ResponderExcluirBom, primeiramente, uma resenha deve ser feita de forma imparcial e justa, o que claramente o autor do post não fez. O mesmo provavelmente nem gosta do jogo e o avaliou do ponto de vista dele como jogador.
ResponderExcluirDeprimente...
Aposto que vocês nem se quer jogaram as primeiras 10 horas de skyrim para dizerem que nao chega aos pés de oblivion. Totalmente ridiculo dizer isto em uma publicação. Skyrim supera todo e qualquer RPG já criado até o momento, Não digo isso apenas como um player, Mais também como programador de jogos. Não digam coisas pra agradar pessoas por ae. enfim, conclusão é individual e cada um tem a sua, mais não cite como se tivesse toda certeza do mundo qe não saiu bom. Por isso o mercado não tem jogos brasileiros, pessoal de mente fechada, por essas mentes fechadas e sem cultura digital virtual e criativa que o Brasil é representado no exterior como Blanka dos games. Isso deixa-me triste.
ResponderExcluirMlk Jogo 10% do game e Fala Tudo Isso Aprenda mais Leia, Jogue.. se informe
ResponderExcluirdepois Fale... Vc apenas Criticou, um jogo que Acaso foi o melhor até agora..
eu joguei e acompanhei a Serie intera desde-o 1°
Joguei o Skyrim e as mudanças foram Orrendas de boa...
e esse game merece Ser xamado de Melhor Do Mundo (até agora)
Aahh...
esses Nerds que jogam 20min.. e querem falar auguma coisa...
Num falo Nada....
Velho, o cara falou a opinião dele,e vem os caras babando ovo. Realmente é um ótimo game, mas todos os melhores games podem ter os piores defeitos.
ResponderExcluirChorem, fanboys, chorem! Muahahahahahaha!
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