A Rockstar fez sucesso com GTA III e, meio que sem querer querendo, criou um novo estilo de jogo, com mundos abertos, milhares de veículos para serem furtados, dezenas de armas diferentes, policiais te perseguindo o tempo todo e muita violência em cidades enormes e maravilhosamente reproduzidas, com rádios tocando música nos carros e lojas onde você poderia personalizar seu personagem.
Saints Row III (e os games anteriores da série) bebem na mesma fonte que a série GTA, sendo pouco diferentes de GTAIV no que diz respeito a controles ou jogabilidade em geral. Aqui você vê seu personagem da mesma forma que no game da Rockstar, rouba veículos do mesmo modo, cumpre missões e dirige por uma vasta cidade fugindo da polícia e das forças da lei.
O grande desafio da Volution e da THQ era dar a Saints Row 3 um diferencial, que tornasse o game algo novo e não apenas mais um "jogo estilo GTA". E eles foram muito, muito bem sucedidos.
Não é mais um GTA... |
Se a série GTA procurava de manter mais ou menos com o pé no chão em relação a suas cidades, tentando reproduzir os anos 80 ou 90 nos mínimos detalhes, Saints Row III chuta o pau da barraca sem dó nem piedade. Aqui a coisa descamba para o absurdo a ponto de fazer o mundo de Destroy All Humans parecer normal.
Neste jogo você cria um personagem da gangue Saints Row. Tudo começa quando a gangue resolve assaltar um banco usando disfarces absurdos (cabeças gigantes infláveis com a cara do líder dela...) e levando um ator pra lá de picareta junto. Tudo dá errado (como já era de se esperar, uma vez que o "assalto" envolvia levar um andar inteiro do banco embora de helicóptero!) e você acaba preso. Da cadeia você é levado pelo chefe de uma máfia rival (e dono do banco) a um grande avião para ser morto... e dai para a frente a coisa só piora.
Logo na abertura dá para ver que Saints Row 3 não se leva a sério. A abertura estilo Star Wars é só o começo de uma longa jornada que inclúi um prostíbulo sadomasoquista, zumbis, lutadores de luta livre, emos nerds, freiras vingadoras, vampiros, clones e o exército americano usando armas laser e um porta aviões futurista para combater as gangues da cidade.
... e homens-cachorro quente! |
Toda a narrativa gira em torno do mundo nonsense onde a gangue tenta se erguer depois de ter que mudar de cidade. Apesar de extremamente violento (um mundo onde um reality show que colocam pessoas para se matar com armas de fogo, munição real e armadilhas envolvendo lança-chamas se diz "super ético"), o mundo de Saints Row é engraçado, cativante e muito, muito divertido.
Diversão inclusive é algo que este jogo tem de sobra. As missões vãos dos tradicionais "levar fulano até o ponto tal" a insanidades como dirigir com um tigre do seu lado de dando patadas ou uma hilária perseguição a charretes puxadas por escravos masoquistas.
Outro ponto positivo é que, se você gostou de alguma missão (como a divertida "Fraude de Seguro" onde você tem que ser atropelado o máximo de vezes possível no mínimo de tempo), poderá repetí-la em outro ponto do mapa com dificuldade maior. Além disso há sempre conglomerados de inimigos para serem assassinados, lojas para serem compradas, carros para serem roubados e tunados e alvos para serem assassinados.
O programa de criação de personagem, que tinha sido disponibilizado antes pela THQ na rede Steam, é bem divertido e dá para criar muita coisa bizarra lá. Há alguns problemas, como o fato de você só conseguir fazer personagens musculosos (variam entre musculosos com barriga, musculosos magrelos e musculosos anabolizados) e o exceço de roupas similares, mas nada que atrapalhe muito sua diversão.
Cidade estranha com gente esquisita... |
Os gráficos são bem feitos, com boas texturas e efeitos de iluminação, embora as cores sejam mais "berrantes" do que o necessário. Cada parte da cidade e cada gangue tem uma identidade visual bem determinada e criativa, indo de lutadores mexicanos mascarados a emo/góticos/nerd/otakus. Há armas das mais estranhas também, incluindo mosquetes que atraem tubarões (que escavam por debaixo do chão!), luvas de borracha que explodem o alvo, enormes vibradores de borracha e controles remotos de comandar veículos à distância.
A trilha sonora é bem divertida e inclúi estações de rádio que tocam hip hop, metal, música pop dos anos 80 e outras. As armas soam realistas e as dublagens foram bem produzidas com destaque para o ator Burt Reynolds (de Striptease e Boogie Nights) e a atriz pornô Sasha Grey.
Freiras vingadoras e suas motocas envenenadas! |
A jogabilidade é tão parecida com GTA IV que até inclui alguns de seus problemas, como o fato dos personagens "derraparem" quando andam (o que atrapalha muito dependendo do lugar) e a péssima detecção de colisão. Passar com uma moto entre dois carros é praticamente impossível, mesmo tendo espaço para mais duas motos de cada lado, o jogo sempre detecta uma colisão e faz sua moto (e os carros) voarem longe).
Da mesma forma muitas vezes seus golpes ou tiros passam "através" de um personagem sem que o jogo detecte que ele foi afetado. Não chega a atrapalhar muito, uma vez que em Saints Row você é bem mais resistente do que Niko Belic de GTAIV, mas alguns beta tests podiam ter resolvido esses probleminhas.
No frigir dos ovos, Saints Row 3 é um jogo extremamente divertido, bizarro e insano que vai te fazer chorar de rir enquanto explode postos de gasolina ou bate em zumbis com vibradores gigantes.
PICA
ResponderExcluirPICAAAAA
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