29 de dezembro de 2012

Medal of Honor 2010 (PC, Xbox360, PS3) (***)


Em 1999, em meio à febre de games sobre 2ª Guerra Mundial, a EA lançou Medal of Honor, um jogo cuja narrativa foi criada por ninguém menos que Steven Spielberg. Fora o nome do famoso diretor de Indianna Jones, o jogo seguia bastante a idéia dos FPS da época, você era um soldado extremamente poderoso, andava em cenários terrivelmente lineares e eliminava bilhares de nazistas com seu arsenal de guerra.

Eis que quase uma década depois, em 2010, os tempos são outros. O árabe Osama bin Laden jogou aviões no World Trade Center e no Pentágono e os EUA, na época governados pelo (ruim de geografia) presidente George W. Bush invadiram o Afeganistão, então pais mais pobre do mundo, sob pretexto de que bin Laden estaria, talvez, escondido por lá (spoilers: não estava...).

Depois de nove anos de uma guerra que não dá sinais de estar no fim, os EUA tem novos inimigos na figura da milícia Talibã, que governava o Afeganistão, e ninguém está mais preocupado com os nazistas dos anos 1940. Para essa nova realidade, a EA resolveu ressuscitar a franquia Medal of Honor, agora no Afeganistão.

Afeganistão
Antes do lançamento, Medal of Honor foi vítima de muita controvérsia por parte das forças armadas que estão até hoje brigando na guerra, sobretudo por permitir aos jogadores lutarem pelo Talibã no multiplayer. Com muito choro e reclamação por parte dos EUA, Canadá e Dinamarca, a EA decidiu mudar algumas coisas... e deixou bem claro o papel desses países e de seus governantes na guerra.

Ao invés de descambar para a patriotagem, Medal of Honor mostra um lado mais sujo da guerra, com agentes duplos, generais cometendo erros estratégicos, baixas civis e traições. Durante a campanha Single Player você joga com diversos personagens diferentes (ao estilo Call of Duty). Dois dos protagonistas, Rabbit e Deuce são soldados de elite, infiltrados atrás das linhas dos Talibãs para eliminar alvos importantes e sabotar suprimentos.

Agindo como forças de elite, o time Neptune de Rabbit e o Wolfpack de Deuce estavam progredindo e eliminando a resistência dos guerrilheiros, até o General Flagg, um idiota que bombardeia civis aliados dos EUA contra o Talibã por engano, exige que toda a infantaria disponível seja jogada de encontro aos guerrilheiros, e então entra o terceiro protagonista, Dante Adams, um soldado que tem o azar de cair numa emboscada durante esta operação caótica e completamente nonsense.

Time Neptune, sempre em desvantagem numérica, nunca em desvantagem tática.
O tal General Flagg foi o "bode espiatório" no qual a EA descontou toda a raiva dos militares da vida real, que criticaram o jogo durante a produção. Ele é estúpido, ignorante, imbecil e completamente insensível no que diz respeito aos soldados no front, e é por conta dele que Medal of Honor se torna diferente de tantos outros FPS modernos. Aqui você sempre está em apuros por conta dos oficiais ineficientes e a guerra fica cada vez mais tensa e violenta a medida que o alto escalão enfia os pés pelas mãos. Não chega a ser tão realista quanto Spec Ops The Line, mas é bem mais perto da realidade e original que a grande maioria dos FPS atuais.

Graficamente Medal of Honor impressiona, ainda mais para um game que já vai fazer dois anos de idade. As texturas são bem feitas, efeitos de luz e sombra são bons e os cenários são bem feitos, embora bastante lineares. O som também é bem feito, embora não se destaque da média dos FPS atuais.

A narrativa te acompanha a todo tempo, direcionando suas ações e dando um propósito para cada passo que você dá, nunca te abandonando em áreas abertas onde você tem que bancar o herói sem motivo aparente.

Gráficos bons, jogabilidade muito boa e narrativa sempre presente, o segredo de um bom FPS
Se você gosta de FPS com narrativa, vai se divertir com Medal of Honor. Se você acha George W. Bush e seu alto comando militar completos idiotas, vai se divertir ainda mais. Medal of Honor é um jogo sólido, divertido e bonito de se ver, com uma narrativa que não deixa a peteca cair e se sustenta bem até o final. Infelizmente a campanha singleplayer é curta, podendo ser terminada rapidamente, e quase nada se destaca dos Call of Duty Modern Warfare, Operation Flashpoint e Battlefield Bad Company. Mesmas armas, mesmos inimigos e mesmos cenários que a grande maioria dos FPS atuais, com pouquíssima inovação, sobretudo no multiplayer, que é bastante derivativo.



2 comentários:

  1. Amo medal of honor ( os de PS1 ), suas resenhas sao otimas.

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  2. Angelo Jr7:32 PM

    tenho esse jogo a 1 ano e ainda não instalei...

    E ótima resenha!

    e Feliz Ano Novo!

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