29 de agosto de 2011

Supreme Commander 2 (PC, Xbox360, Mac) (***)

Supreme Commander 2 (PC, Xbox360, Mac) (***)

O RTS (Real Time Strategy - Estratégia em Tempo Real) é um gênero que andou meio esquecido durante uns anos. Felizmente ainda há grades títulos desse gênero para os fãs de um bom combate estratégico.

Supreme Commander 2 continua a saga do primeiro game, que passou meio despercebido quando foi lançado (eu mesmo não encontrei o primeiro Supreme Commander para comprar em nenhum lugar, e nem para baixar por torrent...). Em um futuro distante, a humanidade se encontra dividida entre a UEF (United Earth Federation - Federação da Terra Unida), os fanáticos religiosos Iluminatte e os clones cibernéticos Cybran. Com muito custo uma trégua foi assinada entre as três facções... até um ataque terrorista dos Iluminatte matar o novo presidente da UEF...

A trama gira em torno de três personagens de três facções diferentes. A campanha da UEF mostra Maddox, um oficial dividido entre seus deveres militares e sua esposa, adepta dos Iluminattes. Com o atentado, todos os Iluminattes passam a ser considerados terroristas perigosos e os militares da UEF não vêem nenhuma solução melhor do que um bombardeio nuclear para limpar as cidades deles.

A campanha dos Iluminattes e dos Cybrans gira em torno do Shiva, um enorme satélite ancestral capaz de terraformar (transformar em um mundo igual à Terra) qualquer planeta no universo.

Embora a narrativa não seja muito interessante, e muitas vezes sirva só como pretexto para lançar mísseis em alguma lugar do mapa, a Square Enix (Final Fantasy) consegue fazer o que sabe fazer melhor, criar personagens interessantes. Ao longo da campanha você acaba se interessando por Maddox, Ivan e Talhia entre outros personagens. O universo da série, no entanto, nem de longe é tão rico quanto um StarCraft ou Warhammer.

A jogabilidade é boa, mas extremamente desbalanceada. Se jogos como Starcraft primam pelo balanceamento de suas diversas facções, garantindo que você possa adotar diferentes estratégias contra cada uma, Supreme Commander 2 nem se preocupa com isso. Aqui temos dois tipos de unidades, as unidades comuns (tanques, lançadores de mísseis, bombardeiros, caças...) e as unidades experimentais (gigantescas máquinas de guerra que muitas vezes beiram o absurdo), e não importa o quanto de unidades comuns você tenha, as unidades experimentais sempre são milhares de vezes mais letais.

Duas ou três destas unidades são o bastante para devastar uma base inteira dos inimigos, e normalmente as fases se resumem a construir uma base, pesquisar uma unidade experimental, construir duas ou três delas e esmagar a base inimiga até não restar nada.

Entre as facções também falta balanceamento. A UEF possui unidades muito resistentes e que causam muito dano, enquanto os Iluminattes possuem unidades versáteis (que podem flutuar sobre água) mas que nem de longe são páreo para a UEF. Os Cybran sofrem o dobro, não tendo a versatilidade dos Iluminattes ou a força bruta da UEF. Com alguma pesquisa (aka. nas últimas fases da campanha) você pode fazer seus barcos andarem na terra, mas mesmo isso não compensa a falta de poder de fogo da facção.

Os gráficos são bons e os efeitos sonoros são bem feitos. As unidades tem um design muito legal, principalmente as experimentais, que são bastante absurdas (um tanque de guerra gigante que usa outros quatro tanques menores como rodas, por exemplo). Olhando de perto (com bastante zoom) é possível ver rachaduras, falhas na pintura, marcas de balas e outras "cicatrizes" dos tanques e robôs, tudo muito bem cuidado.

Os modelos humanos são um pouco toscos, principalmente nas cutscenes. E a dublagem deles também deixa a desejar. Nada que se compare a um Warcraft 3, mas também não é o desenho do Thor que passa nas madrugadas da Globo...

O Multiplayer é competente, e você pode perder longas horas batalhando com seus amigos por LAN ou na internet. Desde que todos usem a mesma facção, dá pra variar bastante as estratégias e se divertir muito depois que a campanha Singleplayer acaba.

Supreme Commander 2 é um RTS divertido e garante boas horas de quebra-pau em um futuro onde todas as máquinas de guerra parecem desenhadas pelo Chuck Norris. É competente no que se propõe, e se você adora um game de estratégia bonito e com bons efeitos de luz, sombra e textura, vai se maravilhar.

Se você é um daqueles estrategistas que contam cada bônus que suas unidades recebem em um RTS, vai sofrer um bocado com o desbalanceamento deste jogo. Se você aprecia uma boa história, também vai se decepcionar um pouco. Mas o que Supreme Commander 2 falha nestes pontos ele compensa com explosões, mais explosões, e máquinas de guerra do tamanho de uma cidade!




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