8 de agosto de 2011

The Witcher 2: Assassins of Kings (PC) (****)

The Witcher 2: Assassin of Kings (PC) (****)

The Witcher foi uma grata surpresa vinda do Leste Europeu, escrito, produzido e publicado pela polonesa CD Projekt Red, baseado nos livros do escritor de fantasia medieval Andrzej Sapkowski. Com a excelente aceitação do público, a CD Projekt Red e o próprio Andrzej resolveram trazer um novo capítulo do game.

Se você conhece as obras do escritor, prepare-se, por Witcher 2 é inédito, e trás muitas revelações sobre o passado do personagem. O roteiro foi escrito exclusivamente para o game, o que garante menos spoilers para quem já leu todos os livros de Andrzej Sapkowski.

No final do Witcher original, um assassino desconhecido ataca o rei Foltest, e Geralt of Rivia (o protagonista) acaba salvando a pele do monarca, e é ai que Witcher 2 continua a narrativa.

Em Witcher 2, Geralt se tornou uma espécie de "guarda-costas" do rei, e, durante uma guerra, vê o monarca ser assassinado por um desconhecido, e acaba culpado pelo crime. No decorrer da narrativa Geralt deve provar sua inocência, pegar o assassino de reis e vingar Foltest.

Em geral, Witcher 2 é um game mais sério, tenso e violento que seu antecessor. Há menos cenas de sexo (embora sejam mais explícitas e bem trabalhadas, para o delírio dos marmanjos) e praticamente nenhuma referência engraçadinha à cultura pop, como havia no game anterior. Geralt e seus aliados estão sempre tensos, seja escapando de elfos renegados na floresta, seja escolhendo lados em um campo de batalha amaldiçoado ou tentando contornar tramas de nobres e feiticeiros.

Há grande liberdade de escolha, assim como no primeiro Witcher. Você pode seguir a história com seus aliados originais (a feiticeira Triss Merrygold e o inédito capitão Vernon Roche) ou se enveredar para o lado dos elfos renegados. Em certos momentos você terá que escolher abandonar um de seus aliados e ajudar outro, o que lhe dá visões diferentes de uma mesma missão ou área do jogo.

Todos os diálogos são extremamente bem feitos, bem gravados e bastante críveis. Os personagens tem personalidade e são bem construídos. A narrativa é interessante, e há tantas reviravoltas que você não vai conseguir largar o jogo tão cedo.

No entanto, Witcher 2 não é livre de problemas. Um deles é o modo de ajuste de gráficos. A maioria dos games tem menus para ativar e desativar opções gráficas, como sombras, luz ambiente e correção de serrilhados. Normalmente estes menus são ativados pela tecla Esc durante o jogo ou pelo menos no menu inicial. Em Witcher 2 eles ficam "fora" do jogo, ou seja, se você iniciou o game e ele ficou lento, você vai  ter que salvar o jogo, sair, modificar as opções gráficas, entrar denovo no game, passar pelas cutscenes de começo, ir no load game, esperar o jogo carregar e então ver se ficou mais rápido. Se você não gostou do resultado, hora de sair denovo e recomeçar o processo. Com tantas opções, leva muito tempo para acertar uma combinação que fique bonita e ao mesmo tempo leve.

Em falar em gráficos, Witcher 2 tem um sério problema com eles. Alguns efeitos, como o Bloom, são feios demais, e deixam a imagem embaçada. E mesmo com os gráficos no máximo, muitas texturas deixam a desejar. Normalmente a cabeça dos personagens é bem modelada e tem boa textura, mas as roupas tem uma textura horrível, e é possível ver a emenda da cabeça com o resto do corpo.

Outras texturas parecem legais de longe, mas quando há um close no personagem, é possível ver o quanto elas são mal feitas. Partes dos personagens também se movem de maneira estranha. O cabelo de Geralt nunca acompanha os movimentos da cabeça, ficando sempre "flutuando" sobre os ombros de um jeito um pouco estranho. Outro rei que você encontra ao longo do jogo tem um medalhão no peito que fica balançando para dentro e para fora do modelo do personagem. Se uma animação não fica legal, não há motivo para colocá-la no personagem... por qual razão o pessoal da CD Projekt Red não deixou esses pedaços estáticos ao invés de anima-los de maneira tão estranha?

Outro problema meio chato é a falta de pistas para alguns puzzles. Em certa parte, por exemplo, você encontra runas nas paredes que precisam ser ativadas em uma certa ordem, que, supostamente, seria dada por um livro. Só que os versos do livro são puro nonsense, a nada tem a ver nem com a forma nem com o significado das runas, o que deixa apenas duas opções, resolver os puzzles na base da "chutomancia" (do chute mesmo) ou procurar dicas na internet...

Várias quests secundárias também não tem qualquer dica de como podem ser concluídas, o que leva o jogador a sair apelando para tutoriais na internet que, convenhamos, acaba com boa parte da graça do jogo. Em certa parte você tem que destruir túneis de onde saem monstros, mas não há pistas de como você pode fazer isso ou qual explosivo pode usar. Só olhando na internet para descobrir que vai precisar de "grapeshot" (explosivo de fragmentação), o que não faz muito sentido uma vez que há outros explosivos que causam mais dano e tem maior área de explosão...

Em outra parte você tem que descobrir quem matou a esposa de um ogro, e Vernon Roche (e praticamente todo mundo com quem você conversa) te aconselha a procurar de casa em casa por pistas... mas na verdade isso não leva a lugar algum, pois você tem é que jogar dados com um outro personagem e ganhar dele na sorte... o que parece que não tem nada a ver com a missão, e você só fica sabendo por guias na internet...

No geral Witcher 2 é um bom RPG, bastante sério e violento, com um clima pesado e boa narrativa e personagens. Se você não se importa com gráficos problemáticos ou sidequests (ou não tem pudores de procurar dicas na internet), vale muito a pena.


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