2 de março de 2011

Dead Space 2 (PC, Xbox360, PS3) (******)

Dead Space 2 (PC, Xbox360, PS3) (******)

Se você já acompanha o Blog da Resenha, sabe como somos críticos por aqui. Tanto o Orc (eu, o editor principal e criador do Blog) quanto nossos correspondentes anônimos, que mandam suas resenhas por e-mail, costumam ser muito cuidadosos em suas análises, descendo a ripa sem dó em jogos sem qualidade.

Poucas vezes temos games bons o bastante para ganhar quatro estrelas, e raramente algum chega nas cinco estrelas da avaliação do Blog da Resenha. Apenas alguns poucos games são tão bons, mas tão bons, que cinco estrelas para eles não é suficiente. Este é o caso de Dead Space 2.

Dead Space surgiu em 2008, pelo Visceral Games, e apesar de absurdamente violento e da grande qualidade sonora e gráfica, não era lá um game muito bom.

Na verdade, o primeiro Dead Space parecia muito um clone futurista de Resident Evil 4. A visão "por cima do ombro" atrapalhava bastante, o protagonista era um sujeito mudo e sem personalidade, a movimentação era ruim e a narrativa era derivativa, muito similar a outras centenas de games e filmes por aí.

Nos três anos que separam Dead Space e Dead Space 2, a Visceral teve tempo de repensar muita coisa, re-estruturar o jogo e todo o universo da série. O shooter para Wii, Dead Space Extraction e os animes Dead Space Downfall e Dead Space Aftermatch não só expandiram o universo da série como trouxeram mais clareza aos cérebros da Visceral Games sobre a própria narrativa e universo da série. Quando Dead Space 2 começou a ser produzido, todo o mundo do jogo já estava muito bem trabalhado. Coisas do primeiro game, como a Unitologia, a tecnologia gravitacional, o Governo da Terra e a personalidade de Isaac Clarke, o protagonista de Dead Space, já estavam muito mais maduras e bem trabalhadas.

Para começar, Dead Space 2 trás muito mais densidade em seu enredo. Aqui, Isaac Clarke foi resgatado de sua nave de fuga (no último Dead Space), mantido dopado e usado como cobaia em um experimento para reconstruir o terrível artefato que causou todo o problema no primeiro game.

Ao invés de uma nave perdida nos confins do universo, Isaac está agora em uma cidade espacial, na órbita de Júpiter. E por trás de tudo há um complexo jogo de forças entre a Unitologia, religião maluca baseada na real Cientologia, e o Governo da Terra. De ambos os lados há muitos sujeitos ambiciosos, loucos e famintos por poder, usando o coitado do Isaac Clarke como peão em suas maquinações.

A parte gráfica foi bastante melhorada. Todos os necromorfos e humanos parecem realistas, tem movimentos bem feitos e reagem bem com o cenário. Os efeitos de luz e sombra são de tirar o fôlego, principalmente quando envolvem água. Os efeitos de partículas para água são realmente inacreditáveis.

O som continua sendo a parte forte de Dead Space 2. Aqui você vai se borrar todo se jogar esse game à noite, com headphones e o som no máximo. Suspiros, gritos, passos e a trilha sonora horripilante tornam o jogo muito melhor que a maioria dos filmes de terror recentes.

A jogabilidade continua similar. Felizmente Isaac Clarke andou fazendo exercícios físicos em seu cativeiro, e agora está mais natural ao andar, correr e virar de um lado para o outro. No game anterior parecia que o coitado vestia uma roupa de chumbo e tinha a preparação física de uma tartaruga asmática.

A visão "por trás do ombro" ainda atrapalha um pouco, mas o aumento da velocidade do personagem compensa a área de visão restrita.

O game também ganhou sequências de ação memoráveis, como a parte onde o trem de metrô colide e você fica pendurado pelo pé, ou as lutas em gravidade zero. Mas a melhor modificação foi o sistema de "Knesis", um aparelho telecinético que permite a Isaac manipular objetos à distância.

Antes, o knesis era usado quase que somente para resolver puzzles. Por ser meio tosco e descoordenado, era difícil usá-lo contra os monstros. Agora em Dead Space 2, o knesis tem um amplo papel ofensivo. Praticamente qualquer coisa pontuda pode ser pega e usada como lança, incluindo as garras dos necromorfos, cabos de vassoura e partes do cenário. Na prática, funciona melhor que a telecinese de Starkiller em Force Unleashed 2...

Há muitas possibilidades de interação com o cenário. Você pode, por exemplo, quebrar janelas para o vácuo do espaço sugar os inimigos, ou usar caixas e objetos como "barricada" contra os necromorfos.

Falando neles, há vários necromorfos novos, mais ou menos inspirados nos zumbis de Left 4 Dead 2. Necromorfos cuspidores, pequenos "moleques" que tentam subir em cima de você, novos necromorfos enormes e monstros "corredores" que te emboscam atrás de caixas e em cruzamentos.

O grande diferencial de Dead Space 2, no entanto, foi ter dado uma personalidade crível para o protagonista.  Os diálogos, ações e atitudes de Isaac Clarke tornam ele um personagem incrivelmente humano. No final do game é impossível não se identificar com o cara e até sentir pena do coitado. Todo o cuidado com o script e a personalidade do personagem fazem o game valer a pena. Não é um jogo sobre atirar em zumbis, é quase um filme de hollywood, com grandes chances de ganhar Oscar de melhor ator, atriz, ator coadjuvante e diretor. É raro ver um tratamento tão cuidadoso fora da Bioware, e Dead Space 2 merece ser jogado, não só por ser extremamente divertido, assustador e sangrento, mas por ser uma experiência única.

3 comentários:

  1. legal , parece que a versão pc nao se acha em lugar algum! comprar?

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    Respostas
    1. Anônimo2:49 PM

      vai aprende a procura demonio!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  2. Tente procurar nas grandes redes de livrarias. Na Leitura e Saraiva, por exemplo, costuma ter a versão pra PC...

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