30 de setembro de 2011

Borderlands (PC, Xbox360, PS3, Mac) (****)

Borderlands (PC, Xbox360, PS3, Mac) (****)

Pegue Mad Max, uma pitada de Fallout, duas doses de quadrinhos americanos dos anos 90, a variedade de armamento e inimigos de um Diablo e misture tudo em uma tigela bem funda. O resultado é o jogo que conhecemos por Borderlands.

Borderlands, da Gearbox e 2K Games consegue algo que poucos jogos tentam hoje, inovar. Se há trocentos FPS estilo Call of Duty, com gráficos realistas, armamento real e física perfeita, este jogo vai por outro lado, com gráficos cartunescos, armamento absurdo e gosto de filmes absurdos de ação.

O enredo de Borderlands se passa no planeta Pandora. Não, não é o mesmo Pandora do filme Avatar (embora seja curioso imaginar que os humanos voltaram para lá, mataram todos os Na'Vi e instalaram um caos pós-apocaliptico), o Pandora de Borderlands é um planeta árido, quase inóspito. Usado como colônia penal, depósito de lixo e zona de mineração por muito tempo, o lugar tem a paisagem cortada por montanhas de detritos, povoada por bandidos da pior espécie e pequenas vilas que vivem sob o medo dos maníacos e monstros que rondam o local.

Devido às ruinas alienígenas na superfície, muitos acreditam nas lendas e rumores sobre o "Vault", um cofre extraterrestre que guardaria riquezas inimagináveis, armamento alienígena e tecnologia incrível.

O Vault só poderia ser aberto uma vez a cada 200 anos. Com a chegada deste momento, vários mercenários se dirigem para lá, incluindo você.

Em Borderlands você pode escolher entre quatro protagonistas, pegando o que se adequa melhor a seu jeito de jogar. Temos a mocinha stealth, o fortão que luta no corpo-a-corpo, o sniper e o soldado que luta na defensiva. Cada um tem uma habilidade especial e causa mais dano com um tipo específico de armamento.

Graficamente, Borderlands adota um estilo ousado. Ao invés de optar pelos gráficos hiper-realistas, ele tira proveito de linhas grossas, com aparência de nanquim, detalhes toscos e bordas ligeiramente tremidas, parecendo ser todo desenhado a mão.

O uso de muitas cores primárias e um bom efeito de luz e contraste dá uma impressão de gibi dos anos 90. O resultado é excelente, e dá toda uma personalidade ao jogo, principalmente quando temos o gênero de FPS tão pasteurizado atualmente. O som não chega a ser ruim, e algumas músicas da trilha sonora são legaizinhas, sobretudo a da cutscene de abertura e a dos créditos. Os efeitos sonoros são mais ou menos genéricos e não há lá muito diálogo no jogo.

Borderlands também é ousado na escolha de armamento. Nada daquelas mesmas armas que aparecem em todo game, aqui temos seis estilos de armas: pistolas, fuzis, escopetas, rifles, revolveres e lança-mísseis, mas a variedade dentro de cada um destes estilos é gigantesca. Quando o assunto é escopetas, por exemplo, você tem escopetas que lançam granadas, escopetas automáticas, escopetas sniper, escopetas que lançam oito balas de uma vez, uma do lado da outra, formando uma espécie de "onda"... E por aí vái...

Assim como na série Diablo, aqui temos armas comuns, incomuns, raras e raríssimas, sendo as últimas (normalmente) mais poderosas. Os inimigos também são bastante variados, indo da vida selvagem de Pandora aos diversos bandidos e mercenários que infestam o local. Quase todo inimigo tem uma versão super-forte, a versão "badass" (algo como "fodão" em inglês), maior, mais forte e mais feia deles, normalmente liderando os mais fracos.

Como um todo, Borderlands é bem descontraído, com vários personagens bizarros, situações engraçadas, achievments com referência a filmes e seriados e ação sem fronteiras. Embora se considere um RPG, a única coisa de RPG que o jogo tem é a possibilidade de customizar as habilidades de seu personagem e de mudar o nome e cor das roupas deles.

Apesar de original e divertido, Borderlands tem alguns probleminhas. Em vários lugares o jogo te obriga a saltar ou escalar pedras e detritos, só que os desenvolvedores não chegaram a um consenso sobre quais pedras e detritos podem ou não ser escalados ou servir de "solo" pra você pular em cima, resultado, você pode acabar "preso" em um "buraco" em uma pilha de pedras ao tentar escalar elas, ou ter que subir um morro na base do "chute", sem ter certeza quais partes você pode escalar e quais não.

O sistema de tiro com rifles sniper também é muito falho. As balas quase nunca vão para onde você quer, e não obedescem nenhuma lei da física, não "caem" devido à gravidade, e não há qualquer indicação de vento. Á longa distância é mais fácil acertar um inimigo com uma submetralhadora do que com um rifle de atirador de elite...

O enredo também "arrasta" a história além do necessário, e lá para o final você já vai estar cansado de ver sempre os mesmos personagens e cenários. Algumas tentativas de ser engraçado acabam enjoando, como a chatíssima musiquinha tocada pelos robôs quadradões de Borderlands (os Claptraps).

Mas são detalhes muito pequenos se comparados ao jogo como um todo. Borderlands é divertido, inovador, tem um visual único e bilhares de armas diferentes para você experimentar. Vale a pena.

Um comentário:

  1. Eu zerei esse jogo com um amigo, das 28 horas de gameplay, 25 horas foram correndo de um lado pro outro, fazendo as viagens de um lugar pro outro ( ja que os locais sao pequenos ) e etc. As sidequests sao bem chatinhas, e no inicio elas sao quase que obrigatorias, ja que os chefes tem um nivel superior ao nosso. Apesar de tudo gostei de jogar em COOP, porem nao tenho nenhuma vontade de jogar este game em singleplayer.

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