No final dos anos 1970 e início da década de 1980, a empresa de games de tabuleiro britânica Games Workshop tinha uma linha de jogos baseado em um mundo de fantasia épica chamado Warhammer. Com a crescente popularidade da ficção científica, impulsionada pelo primeiro filme da série Star Wars, a empresa incumbiu seus funcionários de criar um novo jogo de tabuleiro, desta vez com uma ambientação futurista.
Assim nasceu Warhammer 40.000 (ou Warhammer 40k para os íntimos), uma série de jogos de tabuleiro que se tornou tão famosa que logo deu origem a livros, gibis, filmes e, claro, jogos eletrônicos.
Space Marine é a mais nova encarnação do universo de Warhammer 40k no seu PC ou console de videogame. Ao contrário dos últimos jogos da THQ para a série, de estratégia em tempo real, Space Marine toma um rumo diferente, colocando o jogador no papel de um dos soldados de elite do futuristico Imperium contra uma invasão de orcs espaciais (aqui chamados "orks" com "K").
Para quem não é familiarizado com o universo de Warhammer 40k, os Space Marines (algo como "Fuzileiros Espaciais") são a nata dos guerreiros da humanidade no ano 40.000, seres humanos geneticamente modificados vestindo armaduras robóticas tão pesadas quanto um tanque e portando armamento capaz de fazer inveja a qualquer máquina de guerra dos dias atuais. Fanaticamente leais ao Imperador e devotados à honra e à justiça, esses guerreiros não conhecem medo e podem moer um exército inteiro com suas espadas-motosserra.
Orcs espaciais - Chore de terror, Warcraft! |
Como um dos poucos combatentes aptos deste mundo, você e os Ultramarines locais devem deter a invasão ork e, de quebra, descobrir quem ou o que está por trás de todo aquele caos.
Espada-motosserra, isso sim é uma arma bruta! |
Os inimigos, embora quase todos orks, são bastante variados, e vão dos tradicionais "grunts" que morrem com uma machadada até enormes monstros capazes de te esmagar violentamente. Inimigos com metralhadoras e lançadores de mísseis te obrigarão a procurar cobertura e usar armas de distância, enquanto outros com machados e espadas vão apelar para o combate corpo-a-corpo, possibilitando grande variedade de estratégias.
Graficamente, Space Marines é muito bem feito. As texturas e efeitos de névoa e luz são excelentes, as animações são muito bem montadas e tudo transmite o clima épico e gótico do universo de Warhammer. Tudo parece detalhado ao extremo, das paredes chamuscadas por tiros de laser ao sangue borrando o chão.
Um destaque especial foi dado para as armaduras dos Space Marines, que parecem enormemente pesadas (é impossível saltar com elas, a menos que você esteja com turbinas de avião presas nas costas!), cada passo faz um barulho alto e o visual de balas rechicoteando na carapaça é impressionante.
Orks tem tecnologia tosca, mas são bem violentos |
A grande surpresa mesmo fica pro final, com um dos melhores e mais absurdos chefões que a história dos videogames já viu (e uma das mortes mais sangrentas também), e o jogo acaba em um cliffhanger que indica que, como a série Dawn of War da mesma THQ, Space Marine deverá ganhar mais algumas expansões.
O ponto negativo de Space Marine fica por conta da pouca variedade de modos de jogo. Fora a campanha single player e um multiplayer bem tradicional, não há muito mais coisa a se fazer. Faltam achievements ou qualquer coisa que te faça voltar ao jogo após derrotar o último chefe. O universo de Warhammer é muito, muito grande e variado, e fica um tanto "sub-utilizado", sem mostrar muito mais do que a eterna luta entre humanos e orcs que já segue desde a primeira edição de O Senhor dos Anéis...
A IA também sofre um pouco aqui. Tudo bem que os orks sejam estúpidos, mas seus aliados também parecem ter o QI de um George Bush. Raramente eles fazem alguma coisa durante os combates a não ser servir como alvo para os inimigos não atirarem sempre em você, e não parece haver o trabalho de equipe que há em um Gears of War, por exemplo.
Em resumo, Space Marines é divertido como um game deve ser, tem uma boa narrativa, excelentes gráficos e som. Peca um pouco na IA e na falta de novidades, mas se supera no clima épico e nas batalhas sangrentas.
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