À meia noite do dia 31 de Outubro comemora-se o Halloween, o momento que o mundo dos mortos tocava o mundo dos vivos na mitologia celta, permitindo aos falecidos visitar seus parentes. Com o dia de finados em 2 de Novembro e aquele clima sinistro pairando sobre nossas cabeças, nada melhor do que um game de horror, não é mesmo?
O Blog da Resenha reuniu as melhores séries de terror para gelar sua espinha. Confira!
- Primeiro Título: Silent Hill (Playstation, 1999)
A série Silent Hill é uma das mais aterrorizantes dos games. Ela começou no final da décade de 90, uma época assombrada onde consoles como o Playstation dominavam o mercado com games exclusivos, lançados apenas para aquela plataforma. O console da Sony foi um dos que recebeu mais jogos de terror, incluindo séries famosas como Silent Hill e Resident Evil.
Os jogos da série Silent Hill se desenvolvem em torno da cidade de mesmo nome, uma pequena comunidade rural norte-americana onde a realidade é sobreposta por uma dimensão alternativa, obscura, onde pensamentos e objetos se fundem em um mundo dilapidado e habitado por monstros grotescos.
A série se baseia bastante no terror psicológico, mantendo protagonistas densos, cheios de conflitos internos e histórias sombrias por trás, que se manifestam em realidades paralelas distorcidas e criaturas bizarras logo que eles tem contato com a cidade macabra. Os jogos normalmente focam na resolução de problemas e puzzles, utilização de recursos e clima tétrico, com pouco enfoque no combate.
- Estado Geral: Silent Hill está viva e bem. Embora com menos impacto do que na época do Playstation 2, a série está com dois novos games, Silent Hill Downpour (Xbox 360 e PS3) e Silent Hill Book of Memories (PSVita) em desenvolvimento e já anunciados para o ano que vem.
-Fora dos Games: Ao contrário da grande maioria dos games, que viram um lixo quando são adaptados para o cinema, Silent Hill resultou em um filme bem competente. O diretor Christophe Gans não só é fã dos jogos da série como também obrigou todo o elenco a jogar os três primeiros Silent Hill antes de filmar.
Uma sequência do filme de 2006 está programada para o final desse ano (ou início de 2012, uma vez que até agora não liberaram sequer um trailer de Silent Hill Revelations).
Além dos filmes, Silent Hill ganhou uma minisérie em gibi e alguns romances. Action Figures também foram comercializadas, sobretudo do vilão Pyramid Head.
-Impacto: Silent Hill é considerada uma das melhores e mais rentáveis séries de terror para videogames. Recentemente expandiu seu domínio com jogos para Xbox360 e Wii, embora ainda tenha deixado os PCs meio de lado. Cosplays de Pyramid Head e das enfermeiras zumbis podem ser vistos com frequencia em convenções, e a série é citada com certa frequencia na internet e nas redes sociais.
-Curiosidade: O criador da série, Keiichiro Toyama se baseou em uma cidade real para criar a sombria Silent Hill. A cidade de Centralia, nos Estados Unidos foi construída sobre uma mina de carvão abandonada, e um incêndio no depósito de lixo local se expandiu para o subsolo, mergulhando a cidade em fumaça e causando desabamentos nas principais ruas e avenidas locais. A cidade foi evacuada e hoje é uma verdadeira "cidade-fantasma".
- Número de Games: 18
- Primeiro Título: Resident Evil / Biohazard (Playstation, 1996)Resident Evil é considerado por muito como o pai dos survival horrors. O primeiro jogo, batizado no Japão de Biohazard (literalmente "Perigo Biológico") teve seu nome alterado no Ocidente para Resident Evil, por causa de outro jogo (e de uma banda) que já tinham este nome como marca registrada. Poucos sabem que o Resident Evil original era, na verdade, um remake de outro jogo da Capcom, um RPG de horror chamado Sweet Home, nunca lançado fora do País do Sol Nascente.
Inspirado pelos filmes de zumbi do diretor George Romero, a série gira em torno de uma família de virus criados pela companhia farmaceutica Umbrella como arma biológica. O contato de qualquer organismo vivo com estes vírus causa mutações e transforma seres em zumbis (na melhor das hipóteses) ou monstros mutantes (na pior delas).
Ao longo dos quase vinte jogos da série, várias cepas deste vírus zumbi foram apresentadas, assim como outros contaminantes capazes de criar zumbis, como os parasitas Las Plagas de Resident Evil 4. A Umbrella começou como vilã mas acabou sumindo do mapa, sendo substituída por ex-funcionários e cientistas pesquisando sozinhos.
Uma característica constante no jogo é a pouca disponibilidade de armamento e munição, assim como itens de cura, obrigando o jogador a administrar cuidadosamente seu inventário a fim de sobreviver aos horrores que o game joga sobre você.
- Estado Geral: A série Resident Evil está mais viva do que nunca. Após lucrar horrores com os excelentes Resident Evil 4 e Resident Evil 5, lançados para praticamente todas as plataformas atuais, está com dois títulos engatilhados: Resident Evil Operation Racoon City, que volta às origens, mas agora na ótica dos agentes da Umbrella, e Resident Evil Revelations para 3DS. A existência de um Resident Evil 6 em desenvolvimento também já vazou na internet, e ele deve chegar lá para o final de 2012 ou começo de 2013.
- Fora dos Games: Resident Evil foi uma das primeiras séries a deixar a exclusividade do Playstation de lado e investir em um leque amplo de consoles, lançando jogos para Gamecube, Xbox, Xbox360, Wii, PC, NintendoDS, 3DS e PSP.
Gibis e romances da série também são lugar comum, incluindo títulos americanizados, produzidos pela Wildstorm (Gen13, WILDCats) e títulos em manhua (Manga chinês).
Nos cinemas, deu origem a uma série que prima pela abordagem trash, péssimo roteiro, atuações horríveis e narrativa nonsense, sem muita conexão com o roteiro dos jogos. O principal sucesso comercial da série de filmes se deve à protagonista Alice, interpretada pela belíssima atriz/modelo Milla Jovovich, que abusou de cenas de nudez nos primeiros filmes da série.
A Capcom também tentou criar uma série mais fiel aos jogos, com filmes em CG, iniciada com Resident Evil Degeneration, mas o fracasso financeiro deste filme cortou um pouco das esperanças da produtora. Um novo filme em CG chamado Resident Evil Damnation deve estreiar em 2012 sem muito alarde.
- Impacto: Resident Evil definiu como jogos de survival horror devem ser feitos. Praticamente todo game atual de zumbis se baseia, em maior ou menor grau, na série de Capcom. Várias outras séries tentaram seguir o mesmo modelo, incluindo Parasite Eve e Dino Crisis, com inimigos monstruosos, poucos itens e recursos e criaturas sinistras.
- Curiosidade: A empresa que criou os vírus-zumbi da série, Umbrella tem seu nome derivado do termo em inglês "Umbrella Corporation", que significa uma corporação com várias subsidiárias cuidando de setores diferentes, respondendo apenas a uma administração central. Traduzido o termo significaria "corporação guarda-chuva", pois "cobre" vários setores diferentes ao mesmo tempo.
- Número de Games: 32
- Primeiro Título: Alien (Atari 2600, 1982)
Seguindo o sucesso dos filmes originais da franquia Alien, mais de três dezenas de games já foram produzidos, para praticamente todos os consoles que já apareceram no mercado.
Recentemente a série Alien vs. Predator, da Fox Interactive tem representado a melhor encarnação dos extraterrestres de H. R. Giger no mundo dos jogos. O primeiro desta série, lançado em 1999, se tornou clássico pelo avançado sistema de inteligência artificial e criação aleatória de inimigos, e foi um dos primeiros jogos a utilizar savepoints ao invés de permitir ao jogador salvar o jogo livremente em qualquer local. A cada porta aberta o jogo gerava aleatoriamente o conteúdo da sala, tornando a progressão tensa e imprevisível.
Alien vs. Predator 2 abriu mão desse recurso para criar um level design mais competente, com uma narrativa melhor e bons momentos de combate. A expansão feita pela Sierra se tornou impopular devido à campanha extremamente curta e à falta de novidades.
Em 2010 a Sega e a Rebellion tentaram criar um Remake do jogo original de 1999, mas conseguiram foi meter os pés pelas mãos em um dos piores FPS antes de Duke Nukem Forever, com controles toscos, movimentação confusa, gráficos ruins e física péssima.
A Sega e a Gearbox (culpada por produzir a bomba Duke Nukem Forever) prometem se redimir com Alien Colonial Marines, esperado para o ano que vem e que vai focar nos humanos e colocar os predadores de fora da batalha.
- Estado Geral: Embora não role um filme com o Alien já a alguns anos, a produção de Colonial Marines dá sinal de estar em andamento. Como tanto a Gearbox quanto a Sega tem fama de produzirem jogos bons e ruins, não dá pra saber o que esperar deste game. Se for bom, provavelmente terá uma continuação, mas também corre o risco de enterrar a franquia por um bom tempo...
- Fora dos Games: O monstro espacial de H. R. Giger já alcançou todas as mídias possíveis e imagináveis, de gibis a romances, de action figures a camisetas, de cosplays a móveis. Recentemente a franquia anda mal das pernas, desde Alien 3 que os filmes tem tido uma qualidade cada vez menor, culminando com a atual série Alien vs. Predator que é praticamente uma paródia de ambas as séries.
O monstro anda tão mal que o próximo filme da série, programado para 2012 ou 2013, irá ser focado no esqueleto gigante encontrado pela tripulação do Nostromo no primeiro filme (!!!).
- Impacto: O filme original, Alien, ditou como devem ser os alienígenas do cinema, ao invés de homenzinhos verdes ou prateados, monstros insectóides. Ele deu origem tanto aos Tyranid de Warhammer 40.000 quanto aos Zerg de StarCraft.
O jogo de 1999 foi pioneiro em inventar níveis diferentes para protagonistas com diferentes habilidades, usar savepoints e geração aleatória de conteúdo.
- Curiosidade: O monstro de Alien deveria ser, primeiramente, mais próximo daquele "ET de Varginha" que o pessoal costuma ver por aí (Os famosos "Grey"). O artista H.R.Giger decidiu modificar a criatura, introduzindo um modo de reprodução baseado nas vespas (que injetam larvas em animais vivos para que elas os comam por dentro) e aparência que mistura dinossauros e insetos. Ele retirou os olhos grandes dos conceitos originais por acreditar que o monstro seria mais assustador "se ninguém soubesse para onde ele está olhando".
- Número de Games: 2
- Primeiro Título: The Suffering (PS2, 2004)
The Suffering foi concebido pela Midway, empresa que também criou a série Mortal Kombat, como um survival horror para rivalizar com o Resident Evil da Sony.
Os produtores da Midway tomaram como inspiração a prisão da Filadélfia, uma das construções mais assombradas dos Estados Unidos, e criaram um excelente jogo de horror passado nas fictícias Ilhas Carnage, onde o protagonista, um presidiário esquizofrênico acusado de homicídio, teria que se virar para sobreviver às criaturas que o perseguem.
The Suffering consegue muitas coisas difíceis para os games, como mesclar de maneira convincente ação em terceira pessoa, FPS e plataformas e também juntar um clima sombrio e sustos repentinos com tiroteio desmiolado de um Call of Duty.
A narrativa também é extremamente bem escrita, deixando no ar todo tipo de dúvida. O protagonista realmente matou a mulher e os filhos? Ele é mesmo louco? Os monstros e fantasmas do jogo realmente existem ou são alucinações de uma mente insana?
- Estado Geral: Com a falência da Midway, a série The Suffering caiu em um limbo de onde não dá muitos sinais de sair. A Warner, que comprou a massa falida da Midway e revitalizou o Mortal Kombat, e a Netherrealms, que detém os direitos da franquia, não deram sinais de querer lançar um novo capítulo dessa série violenta e assustadora...
-Fora dos Games: Em 2005 a Midway e a MTV Movies se juntaram para produzir um filme de The Suffering, dirigido por Kyle Haarklau, com efeitos especiais de Stan Wilson (Avatar) e Chiwetel Ejiofor (2012, Salt) como protagonista.
Com a falência da Midway e a compra da massa falida pela Warner, não se sabe o que aconteceu ou em que etapa estava o filme... e parece não haver muitas esperanças de revê-lo por aí...
- Impacto: The Suffering foi um dos games a melhor usar efeitos sonoros para criar um clima de terror. Além da música tétrica, gritos, gemidos, sussurros e outros sons soam o tempo todo, contribuindo para uma ambientação bizarra.
A série também foi uma das primeiras a usar alucinações, ilusões e imagens desconexas e repentinas para criar um clima sombrio. Muitas vezes você enxerga monstros, criaturas ou objetos que somem assim que você os encara melhor. A série F.E.A.R. e Dead Space bebem diretamente na fonte de The Suffering.
A continuação do primeiro game para o segundo também marcou os jogos, inspirando os atuais RPGs da Bioware, como Mass Effect, pois as escolhas feitas no primeiro game podiam afetar o segundo, mudando a história, cutscenes e diálogos.
- Número de Games: 3
- Primeiro Título: Dead Space (PC, Xbox360, PS3, 2008)
Ao contrário da série Alien da Fox Interactive, que começou boa e perdeu fôlego com o tempo, a série Dead Space fez o caminho inverso. Ela apareceu pela primeira vez com Dead Space de 2008, que, embora tivesse bons momentos de sustos e muito sangue, sofria com fases mal planejadas, clichês e controles ruins.
O caminho seguinte foi um shooter "on rails" (daqueles do tempo do Arcade, que o personagem anda sozinho e você só tem que mirar e atirar nos inimigos) para Wii que não fez lá muito sucesso.
A Visceral Games finalmente conseguiu ir a algum lugar com Dead Space 2, esse ano, e consolidou a série como uma das melhores do mundo no quesito "terror". Bem escrito, violento, dramático, com excelentes dublagens e um level design bem feitinho, a continuação de Dead Space foi simplesmente o melhor game de terror do ano.
A história da franquia gira em torno do Marker, um monolito supostamente alienígena adorado por uma seita maluca (que lembra bastante a real Cientologia). Perto do Marker, as pessoas se tornam insanamente violentas e cadáveres se transformam em monstros mutantes chamados "necromorfos". O protagonista, um pobre engenheiro de comunicações chamado Isaac Clark (homenagem aos escritores Isaac Asimov e Arthur C. Clark) acabou cercado pelas criaturas ao ir arrumar a antena da nave USG Ishimura, que transportava o Marker.
- Estado Geral: A Visceral já confirmou estar trabalhando em um Dead Space 3, ainda sem data de lançamento, trailer ou screenshots, mas cartazes andaram aparecendo em algumas cidades do mundo.
- Fora dos Games: Uma das coisas que Dead Space inaugurou foi a criação de desenhos animados de longa metragem junto com os games, como forma de um divulgar o outro. O primeiro game foi acompanhado do lançamento do anime Dead Space Downfall, que explicava os eventos do jogo. Dead Space 2 foi lançado ao mesmo tempo que o anime Dead Space Aftermath, que também amarra a trama do jogo com a dos outros games e filmes.
Fora os filmes, histórias em quadrinhos, action figures e até um CD com a trilha sonora de Dead Space foram produzidos pela EA Games e Visceral Studios.
Impacto: Dead Space foi um dos primeiros games a não ter um HUD. Todas as informações que você precisa (vida do protagonista, munição...) são apresentados na forma de painéis na roupa ou arma do protagonista, sem minimapas ou barras de vitalidade nos cantos da tela.
Também foi um dos primeiros jogos a empregar "mutilação tática". Como os necromorfos não estão realmente vivos, é impossível matá-los atirando em seu corpo ou cabeça, e você tem que se concentrar em arrancar os membros deles para torná-los menos perigosos, embora eles não estejam "realmente" mortos... O recente Dead Island emprega o mesmo conceito.
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