A série Total War é excelente, mas o último jogo, Empire Total War não fez muito sucesso, principalmente por ser pesado demais para os computadores mais antigos (e mesmo para os mais novos). Agora a Creative Assembly promete reverter o quadro com as Guerras Napoleônicas. Só não vale colocar o rabo entre as pernas e fugir para o Brasil, como fez a monarquia portuguesa quando topou com Napoleão Bonaparte...
Se você jogou Mass Effect, sabe o quanto esse jogo é bom. A continuação promete trazer ainda mais ação espacial com novos mundos, missões e personagens. É esperar para ver...
Foi com muitas esperanças que eu peguei, pela primeira vez o jogo oficial da excelente série de terror Jogos Mortais (Saw)
Para quem não conhece, a série Jogos Mortais, no cinema, começou com um filme barato, com uma locação só, sem nenhum ator muito famoso, sem efeitos especiais mirabolantes, mas com uma trama tão bem desenvolvida e com interpretações tão boas que logo se tornou um clássico.
O primeiro filme se passava quase todo em um banheiro abandonado, imundo, onde dois caras acordavam acorrentados em lados opostos do local, e uma televisão com um boneco de ventrílogo ia dando ordens absurdas e revelando os segredos sujos de cada um deles.
Eis que, após seis continuações, chega o jogo baseado na série de cinema.
"Hello, I want to play a game..."
Saw inicia no mesmo estilo dos filmes. Você joga com uma vítima do serial killer Jigsaw, um policial corrupto que por muito tempo tentou pegar o assassino. A história do personagem vai sendo apresentada aos poucos, e é bem semelhante ao estilo dos filmes.
O jogo tem uma ambientação legal, com armadilhas bem construídas, bem ao gosto dos filmes. Mas infelizmente os problemas ofuscam o que o game tem de bom....
A jogabilidade do game é bem ruinzinha, se baseando nos números do teclado ao invés de, por exemplo, nas teclas do mouse ou em outros botões mais ergonômicos. Os dois botões do mouse correspondem aos número 1 e 2 do teclado. Uma escolha bem escrota, para dizer a verdade. Muito dos controles também fazem uso dos movimentos do mouse, sobretudo para se equilibrar e ripas de madeira ou para girar senhas de cadeados. No entanto, estes controles são terrivelmente mal calibrados, e tornam quase impossível passar de certas partes do jogo.
Soma-se a isso a impossibilidade de criar dois jogos simultâneos. Se você tem um irmão/amigo/namorada que quer jogar no mesmo computador, ele irá "apagar" seu progresso toda vez que iniciar um jogo novo. Não há opção de criar profiles ou coisa assim.
Também não há savegames, só savepoints que são terrivelmente distantes uns dos outros, e às vezes longe também das armadilhas, fazendo você percorrer uma loooonnnnngggggoooo caminho toda vez que morrer.
Pior ainda foi a inclusão de "batalhas" no jogo. No enredo seu personagem teve uma chave implantada no corpo, e um monte de loucos estão no labirinto abandonado onde você está, com armadilhas presas à cabeça que só podem ser desativadas com a chave que está dentro do seu personagem. Estes malucos vão te atacar o tempo todo, e o jogo é especialmente cruel na desigualdade do combate.
Para lutar, você deve segurar Shift e apertar o botão 1 para atacar ou 2 para defender. Parece simples, mas a resposta dos botões é muuuuuiiiiitttttoooo lenta. Os inimigos atacam rapidamente, te "moendo" na pancada, enquanto você leva vários segundos para levantar o braço para se defender ou para bater neles. É quase impossível sair de um combate sem perder mais da metade da barra de vida.
A maioria das armadilhas também usa os números do teclado, muitas vezes sem qualquer indicação deles, tornando o jogo um cansativo exercício de "chutometria".
Saw pode até ter boas intenções, uma história bem montada e bons gráficos e efeitos sonoros, mas sua jogabilidade bizarra e mal programada acaba obscurecendo qualquer mérito que ele poderia ter. Uma pena. Jigsaw vai com certeza raptar os programadores do game e obrigar eles a jogar essa bomba até morrerem. Será um fim digno!
Chegando em Janeiro de 2010, Darksiders é mais um game sobre o fim do mundo. A diferença é que aqui você não tem que tentar sobreviver. Pelo contrário.
Você joga com Guerra, um dos quatro cavaleiros do Apocalipse, e seu objetivo é espalhar o caos e a destruição.
Muitos inimigos, muitas masmorras, customização de armadura... Parece muito bom!
Está chegando, em Março de 2010, a primeira expansão para Warhammer 40.000 Dawn of War II.
Chaos Rising vai continuar a luta dos Space Marines, desta vez contra as forças do Caos. Além de novas habilidades, armas e personagens, você também vai ter o sistema de corrupção, podendo tornar suas tropas malignas e chegar em um final diferente.
Talvez você não saiba, mas o Batman foi um dos primeiros superheróis a aparecerem nos quadrinhos e na TV. Nos anos 40, em plena 2ª Guerra Mundial já existia o "homem-morcego" nos gibis da Detective Comics, atual megacorporação DC Comics.
Nos anos 90, no entanto, o pobre Batman entrou em decadência. Os filmes deram uma aura beeeemmmm boiola ao herói (ok, ele sempre foi meio suspeito, mas filmes como Batman e Robin realmente exageraram...), e os quadrinhos se concentraram em detonar o coitado, que ficou paraplégico, se aposentou, sofreu com um terremoto de proporções absurdas, enfrentou aliens, clones e aquilo de sempre...
Eis que agora, no final dos anos 2000's, Batman está voltando à antiga forma. Dois filmes recuperaram o herói como o maior detetive do mundo (ainda que seja difícil dar credibilidade a um mané que sai fantasiado de morcego...), e agora o game Arkham Asylum vem para colocar o morcego como o herói mais cool, violento, inteligente e sombrio do momento.
Festa estranha com gente esquisita...
A Eidos é aquela conhecida empresa que nos deu Tomb Raider, e, depois de um tempo sumida, ressurgiu com este excelente game.
Tudo em Batman Arkham Asylum beira a excelência. Os gráficos são primorosos, os efeitos de luz são excelentes, as vozes são simplesmente maravilhosas (com direito a Mark "Luke Skywalker" Hammil como Coringa), os personagens são extremamente bem construídos, o enredo é divertido, as fases são desafiadoras, a ambientação é incrivelmente bem feita e a música é muito boa.
No enredo, Batman consegue pegar o seu arquinimigo Coringa, e o leva em cana para o Asilo Arkham, o hospício judiciário de Gotham, onde ficam os vilões mais escrotos da cidade. Logo no início vemos que este não é um jogo raso ou um daqueles horrendos games baseados em filmes. O asilo está cheio de conspirações, e tudo cheira a problemas. O novo diretor é um daqueles tubarões capitalistas que só quer encher o bolso, e por isso abre parte do asilo para tratar doentes comuns. Ele ainda está tentando concorrer a prefeito, e pretende investir pesado na "cura" de alguns supervilões para se dar bem com a opnião pública.
Por outro lado, o homem-morcego saca que algo não está certo. O Coringa se deixou prender muito facilmente, e isso é mal sinal.
A abertura, com você, Batman, escoltando o palhaço do crime pelos corredores do hospício, é deliciosa para fãs de quadrinhos. Vários vilões antigos vão dando as caras aos poucos, assim como aliados do morcegão.
Todos os personagens estão extremamente bem construídos. Do incisivo e monosilábico Batman ao verborrágico Coringa, cheio de piadinhas de mal gosto, disparando observações bizarras pelos altofalantes do hospício a cada dez segundos.
Some a isso alguns vilões famosos, como o Charada, que te desafia a encontrar antigos personagens dos quadrinhos e pistas em todo o gigantesco hospício, e outros nem tanto, como a Harlequina, Era Venenosa, Crocodilo, Espantalho...
Além deles você ainda vai brigar com capangas do Coringa, loucos do asilo e armadilhas cuidadosamente preparadas por seus inimigos. O divertido é que os controles são simples, basta um botão ou dois para emendar combos imensos e arrebentar a fuça de seus alvos. Os golpes são tão bem feitos e chegam a doer no jogador de tão realistas e brutais. Além da porrada comum (Batman é treinado em centenas de artes marciais, e você vai reconhecer alguns golpes específicos de karatê, judô, muay thai...), ele ainda conta com vários "brinquedinhos", como os tradicionais bat-bumerangues, explosivos, arrombadores de portas, lançadores de corda... Tudo para arrebentar seus inimigos com classe.
No entanto, vale lembrar que Batman não tem superpoderes. Ele ainda pode morrer com um tiro na cara. Contra inimigos armados, o melhor é investir na furtividade, ativando o excelente modo stealth do game. O morcegão conta com visão de raio-X e com suas habilidades acrobáticas e lançadores de arpões para subir em gárgolas, plataformas e tubos de ventilação, surgir por trás de inimigos desprevenidos e acabar com eles silenciosamente. A visão especial do Batman também permite ver a pulsação dos oponentes, e nada é mais engraçado (e sádico) do que derrubar furtivamente um bando de capangas e ver os últimos de desesperarem e sairem atirando em tudo, incluindo uns nos outros, se borrando de medo.
Conforme você investiga o asilo, vai encontrando antigos aliados e inimigos do Batman, alguns que não dão as caras em revistas ou filmes à mais de 60 anos! Cada um encontrado mostra um perfil com a história dele, primeira aparição no universo de Batman, qual doença psiquiátrica ele sofre, e às vezes até mesmo divertidas fitas de áudio com sessões de psicanálise dos vilões (Crocodilo e Coringa são os mais engraçados). As fichas são a diversão de todos os fãs de quadrinhos, principalmente por incluirem personagens tão antigos e raros. Você lembra do Chapeleiro Louco? E do Homem-Calendário? E do Cara de Lama? Pois é, estão todos aqui!
O jogo flui sempre divertido, sem partes brochantes demais, e com muitos extras (nada mais difícil do que concluir todos os desafios do Charada!) que tornam divertido jogar denovo. Quanto mais você avança, mais você libera desafios extras que liberam pontos no sistema Live (Xbox360 e PC, PS3 ficou de fora dessa).
Se você gosta do homem-morcego, se você gosta de quadrinhos e, principalmente, se você gosta de jogos extraordinariamente bem feitos, compre Arkham Asylum. Vale cada centavo.
Você já deve conhecer o Mundo Canibal, aqueles sujeitos que criaram as divertidas animações da Havaianas de Pau, Chuck Nóia e outros. Agora os caras deram pra atacar o Wii da Nintendo, juntando vídeos onde as pessoas usam o Wiimote para quebrar suas TVs acidentalmente.
É tão engraçado quanto as videocassetadas do Faustão. Principalmente com a narração absurda do Mundo Canibal. Vale à pena!
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(clique para ver maior)
Como diria essa imagem da internet: "Ao contrário da opnião popular, essas coisas não fazem de mim um assassino... Talvez o Wiimote, esse troço é perigoso!"
Talvez você nunca tenha ouvido falar de Howard Phillips Lovecraft. No início do século XX, ele revolucionou a literatura de terror. Até então os livros e contos de horror eram quase sempre relacionados a vampiros e fantasmas angustiados e melancólicos. Lovecraft foi um dos pioneiros em criar verdadeiras mitologias, escrevendo livros sobre monstros que haviam habitado a Terra a milhões de anos, deuses esquecidos, criaturas vingativas, magia negra e insanidade.
Suas obras não ficaram tão famosas quanto a de escritores mais modernos, mas tiveram grande influência na cultura pop, inspirando gente do calibre de Robert Howard (criador de Conan, o Bárbaro) e Stephen King.
O conto mais conhecido de Lovecraft diz respeito a Cthulhu, um monstro meio-polvo com poderes quase divinos, que habita o fundo do oceano, tirando um cochilo de bilhões de anos e que, se despertado, destruiria toda a humanidade sem piedade.
Não é de hoje que tentam adaptar os clássicos de Lovecraft para jogos. Muitos games, como Dead Space, tem elementos da mitologia Cthuliana, e outros, como Prisioners of Ice, são diretamente baseados nas obras do escritor.
Call of Cthulhu: Dark Corners of Earth tem uma história quase tão antiga quanto a dos deuses-monstros do autor. O jogo foi anunciado a mais de uma década atrás, e passou na mão de diversas softwarehouses. A idéia era fazer um jogo de terror e suspense o mais similar possível à obra do autor.
Durante todo este tempo, o game foi sendo feito e refeito, cancelado e anunciado, prometido e abandonado, até cair nas mãos da ressuscitadora de games cancelados, a Bethesda Softworks (Fallout 3, que também tem uma história similar).
Os cantos sombrios da Terra:
Call of Cthulhu tem como protagonista o detetive Jack Walters. O personagem é um detetive da polícia de Boston, que, em uma investigação, se vê envolvido com os horrores dos livros de Lovecraft. Dizer mais do que isso é quebrar o clima de suspense do jogo.
O game é muito bom em criar uma ambientação ao mesmo tempo sombria e condizente com os contos do autor no qual se baseia. Um fã irá encontrar referências explícitas a diversos contos de H. P. Lovecraft. Passagens inteiras de seus livros são transportadas com sucesso para o PC, como a cena de perseguição do livro Shadow over Innsmoth. (Sombras sobre Innsmoth).
O jogo também abusa de efeitos visuais e sonoros, principalmente para indicar que seu personagem está perdendo a sanidade. Se deparar com imagens atrozes, monstros e coisas assim faz com que a visão de Jack fique nublada, turva ou que ele tenha alucinações. Ás vezes o simples fato de se equilibrar em um telhado ou ponte já é o bastante para distorcer a visão do personagem, indicando seu medo de altura. Os efeitos sonoros também são bem feitos, e em muitos locais, quando Jack está sozinho, é possível ouvir vozes ou passos.
Os puzzles de Call of Cthulhu são bem feitos, e alguns vão te deixar roendo unhas por horas até descobri-los. A maior parte das pistas para os puzzles estão em documentos escritos que são achados pelo caminho e contam um pouco da história dos locais onde você está.
Apesar das boas idéias, dos bons efeitos sonoros e da adaptação quase perfeita das obras de Lovecraft, Call of Cthulhu peca um pouco nos gráficos. O jogo é um pouco antigo, datando de 2005, mas tem gráficos bem inferiores aos outros da época. Os personagens são excessivamente "quadrados", e os efeitos de anti-alias não ajudam muito. Os efeitos de luz também são fracos, e a animação é capenga.
O que mais conta contra Call of Cthulhu, no entanto, é a jogabilidade. A princípio o game se mostra como um jogo investigativo em primeira pessoa, estilo CSI. Mas toda a investigação se restringe somente a recolher um ou outro papel caído por aí.
Como shooter, o game é bem capenga. Seu personagem é muito frágil, lento e pesado, é difícil desviar de ataques, ele morre rapidamente e praticamente não consegue se esgueirar furtivamente pelo cenário. Fora o fato de que você fica mais da metade do jogo sem uma arma sequer. Nem mesmo socos e chutes estão disponíveis. Tudo o que você pode fazer é correr dos inimigos e rezar para que nenhuma bala o atinja.
Se você for ferido, prepare-se para um demorado processo de recuperação. O personagem carrega consigo bandagens, linha, agulha, talas e demais equipamentos de primeiros socorros, e para recuperar seus ferimentos leva um longo tempo no jogo se enfaixando e se tratando. É uma opção realista, mas prejudica bastante o andamento do game.
A interação com os outros personagens também beira a inexistência. Seu personagem apenas geme de dor, e, seguindo a tradição dos shooters antigos, é completamente mudo. Embora ele mantenha um diário que pode ser lido no início de cada capítulos, não há maiores opções de interação com outros personagens, como as falas de Fallout 3 ou os longos e divertidos diálogos de Mass Effect.
A impressão é que Call of Cthullu foi um laboratório para o pessoal da Bethesda desenvolver Fallout 3. Embora tenha algumas adições criativas e seja bem adaptado dos livros de Lovecraft, os gráficos ruins e a jogabilidade indecisa torna o jogo cansativo.
Bons tempos aqueles dos anos 90, quando saiu Diablo, e os games se destacavam pela narrativa bem feita e pelo carisma dos personagens.
Eis que parte dos desenvolvedores do Diablo original resolveram misturar anime e o estilo que consagrou o jogo.
Pessoalmente achei o resultado bem feio. Parece aqueles MMORPG gratuitos do BitComet... Uma pena que ninguém mais tem coragem de ir onde o Diablo original foi e explorar jogos de terror com seriedade...
Tá bom, onde eu já vi isso? Essa corda parece ter vindo de Prototype, a ilha lembra Far Cry, as invasões de veículos se parecem com Mercenaries, a trama lembra um monte de filmes ruins dos anos 90 e o paraquedas eu já vi em algum jogo do qual eu não me lembro no momento...
Você já deve ter ouvido falar bastante no novo filme do James Cameron, o tal Avatar (e que não é com aquele moleque com uma seta na cabeça, do desenho animado de mesmo nome).
Parece aquela velha história de humanos maus que topam com alienígenas pacíficos e primitivos, e um deles fica camarada dos aliens e coisa e tal. Só que para piorar os aliens aqui são smurfs gigantes beeeemmmm ridículos. Saudades do tempo do Alien o Oitavo Passageiro...
Como é mania agora, ainda nem saiu o filme e já estão anunciando o jogo. Parece que vai ser um shooter beeeemmmm genérico, no estilo dos games de Star Wars, com várias paisagens coloridas, tiros, explosões e veículos...
Vamos torcer para que eu esteje errado e o filme e o game sejam realmente bons, mas tudo aponta para o velho oportunismo do cinema americano...
É sempre a mesma coisa. Você compra um game novo, fica jogando o dia todo, comendo desgracitos de queijo, equilibrando lata de coca-cola na barriga e acaba com aquela pança enorme.
O Wii Fit Plus promete te colocar em forma, mesmo jogando videogame. É uma academia completa em um CD só. Yoga, alongamento, adbominal, flexão... tudo no videogame.
Agora não tem mais desculpa para dizer que jogador de videogame é tudo sedentário...
Depois de inventar moda com Silent Hill The Room, a série anda olhando para trás e voltando às origens.
Uma olhada neste trailler já mostra o que nos espera em Shaterred Memories. Música sinistra, fantasmas em câmeras (estilo Fatal Frame?), criaturas bizarras, aquele rádio barulhento... Parece coisa muito boa!
2010! Finalmente! Mais um Castlevania para o delírio dos fãs. Esse parece ter uma história, gráficos (e espero, controles) mais bem cuidados do que os últimos. Tomara que seja tudo o que está prometendo...
O que é mais importante na vida de um homem dos 15 aos 40 anos? Mulheres bonitas sem roupa ou Counter Strike. Não responda ainda, você pode estar errado!
Os russos resolveram tirar a prova. Durante um campeonato de Counter Strike em uma LAN House da terra de Vladimir Putin, os organizadores trouxeram para dentro algumas strippers. Inicialmente vestidas, elas comprimentaram os jogadores, que, pasme, não tiraram os olhos da tela. Então elas começaram a tirar a roupa e... nada! Os jogadores, com fones de ouvido, continuaram concentrados no jogo.
Frustradas, as strippers começaram a abusar, se beijando e tocando, subindo em cima das mesas, muitas totalmente nuas, e até cutucando os marmanjos, que as ignoraram completamente...
Ficam no ar várias dúvidas sobre o poder de concentração dos jogadores russos de Counter Strike, ou sobre a masculinidade deles...
Abaixo, algumas fotos do "evento".
Reportagem completa (em inglês) no http://englishrussia.com/?p=5750
Adaptar um filme de hollywood já é complicado, imagine adaptar para games um clássico da literatura com mais de 500 anos de idade, todo escrito em forma de poesia...
Sorte que a tarefa ficou com o pessoal da Visceral Games (Dead Space). Apesar das muitas liberdades poéticas que eles tomaram (Dante, no clássico e na vida real nunca foi um guerreiro, e sim um escritor italiano), o resultado parece ter sido incrivelmente bom.
Chuck Norris é o cara. E por isso ele ganhou um game de celular só dele.
Entre as opções está a de arremessar carros nos inimigos, pegar helicópteros em pleno vôo com as mãos nuas e expor toda a sua fúria =D
O game ainda permite que o jogador tire uma foto sua, de um amigo ou inimigo e coloque na cara das vítimas de Chuck Norris para eles tomarem uns Roundhouse kicks...
Algum engraçadinho resolveu comparar os atuais consoles de videogame com armas de fogo... Pessoalmente eu não concordo que o PC seja tão superior aos outros.... =D
O Halloween está chegando. Aquela data agourenta quando crianças americanas saem à noite vestidas de bruxas e fantasmas para pedir doces por aí (depois culpam a McDonalds por ficarem obesas...).
Como aqui no Brasil (e em Portugal, e no resto do mundo que fala Português e lê o Blog da Resenha =D ) essa não é lá uma festa muito popular, ficando restrita a escolas de inglês e eventualmente, colégios primários, preparamos uma lista de cinco jogos para te prender na cadeira durante o 31 de Outubro:
- Resident Evil 4:
O que é? Continuação da lendária série Resident Evil, se difere do resto por trazer uma trama mais complexa e inimigos mais rápidos e inteligentes.
Dá medo? Sim. O game começa bem tranquilo, mas a coisa só vai piorando. Os cenários vão ficando cada vez mais escuros, os inimigos vão ficando cada vez mais escabrosos e logo você estará preso em um pesadelo sem hora para acabar...
As últimas fases são extremamente claustrofóbicas, e a quantidade e letalidade do inimigos irá te tornar paranóico. Alguns momentos são dignos dos melhores filmes de terror, e fazem você berrar um "P*taquepariu!".
O Mais assustador: A diversidade de inimigos é enorme, e alguns são aberrações que realmente botam medo. Destaque para os aldeões com motosserras e para "las plagas" que vivem dentro de alguns camponeses...
-The Suffering:
O que é? Game de terror da Midway, mesma produtora da série Mortal Kombat.
Dá medo? The Suffering conseguiu algo inédito, juntar um clima soturno e sombrio com tiroteio e sanguinolência de modo a te deixar realmente com medo.
A história se passa em uma ilha-prisão mal assombrada, e você joga com um serial killer esquizofrênico. Na maior parte do tempo você não tem como ter certeza se seus inimigos ou se o lugar à sua volta são reais ou se são mais delírios do protagonista.
O Mais Assustador: A criatividade dos desenvolvedores do game é o grande diferencial. A ilha guarda várias histórias que parecem saídas de filmes de terror. Do navio negreiro encalhado onde a tripulação foi devorada por ratos até o manicômio abandonado onde os pacientes eram torturados por um médico sádico.
Os inimigos também são bem moldados, e aparecem na forma de fantasmas/zumbis/algo assim, com marcas de suas mortes (eletrecultados, enterrados vivos, decapitados...).
- Dead Space:
O que é? Jogo de ação espacial da Visceral Games e da EA.
Dá medo? Claro! Dead Space é um jogo muito bem executado. O pessoal da Visceral foi obrigado a assistir uma maratona de filmes de terror para tirar algumas idéias para este game, e se você é fã do gênero, vai reconhecer algumas delas...
Tem a música infantil cantada de forma sombria, à moda A Hora do Pesadelo (no caso o clássico Twinkle twinkle little star, "Brilha, brilha estrelinha"), os alienígenas nojentos à moda de Alien, os tentáculos mutantes do filme Tentáculos... Tudo bem clichê, mas bem feito a ponto de te manter com o coração na mão durante boa parte do game...
O mais assustador: O som de Dead Space muitas vezes é mais terrível do que os monstros. A música sombria ao fundo, o barulho dos monstros (que lembram o som de alguém vomitando as próprias tripas...), os estalos e vibrações das paredes... Tudo é feito para te deixar com um constante sentimento de estar sendo observado...
- Fatal Frame:
O que é? Primeiro game da série de terror para PS2.
Dá Medo? Sim, bastante. Você joga com uma garota indefesa, perdida em uma mansão para lá de má assombrada (que por sinal existe de verdade no Japão, o que garante a frase "baseado em fatos reais" na caixa do game...), contando apenas com uma câmera.
Toda vez que uma aparição se aproxima, o controle treme. Você só poder ver o fantasma com a câmera, e muitas das fotos que você tira no game são dignas de ir para sites como www.assustador.com ou www.medob.blogspot.com...
O Mais Assustador: Com certeza é a fragilidade de sua personagem. E o fato de precisar da câmera para ver os espíritos, e muitas vezes estas visões são beeeemmmm desagradáveis.
- Diablo:
O que é? Um dos grandes sucessos da Blizzard, o primeiro Diablo marcou a história dos RPGs eletrônicos com uma história densa e muita ação.
Dá medo? Sim, e muito. O som é simplesmente excelente, com uma música de fundo bem grudenta, meio medieval, só cortada por gritos e berros dos inimigos, sobretudo dos enormes demônios com chifres, que avançavam correndo e berrando para cima de seu personagem, vindos do nada.
O mais assustador: Butcher, um dos primeiros "chefes". A maioria das pessoas pensou que ele era o último chefe na primeira vez que jogaram, isso pela imensa dificuldade da criatura, e pelo enorme número de corpos mutilados que ele guarda consigo. É só abrir a porta e ouvir um "Fresh Meat!" que dá vontade de correr...
Não tem Silent Hill??? Não. A série Silent Hill é hors concours quando o assunto é game de terror. Toda a extensa mitologia em torno da cidade maldita de Silent Hill torna a série única, e o jogo Silent Hill 4: The Room é com certeza o mais assustador, lembrando os bons filmes de terror nipônicos que temos por aí.
Jogar games é bom, mas cedo ou tarde acaba a eletricidade no bairro, dá pau no PC, seu Xbox 360 dá o "círculo vermelho da morte", ou coisa assim. Ai então só resta jogar RPG fora dos consoles, com papel, caneta e dados.
É voltado para este tipo de jogo que a RPG Magazine é feita. Mas ela também trás uma parceiria com o Blog da Resenha. Por isso aproveite e pegue sua revista (é de graça!) hoje mesmo!
Não tem problema o trailer ser em japonês, dá pra entender bem do que se trata...
O game (para PSP) parece uma mistura de Overlord com Diablo, mas com zumbis ao invés de imps. É bem tosqueira, do estilo que japonês gosta, mas parece divertido...
Wolverine Origins parece ser um bom game... o difícil deve ter sido criar um game minimamente desafiador com um personagem que é praticamente imortal...
Novo trailer do game Alien vs. Predator, o mais novo remake do shooter de sucesso. Parece que o alien recebeu uma vitaminada nos gráficos, vamos esperar que seja um jogo tão bom quanto foram os antigos =D
Monstros de outro mundo devastando a Terra? Resistance? Gears of War? Hellgate London? Quantum Theory parece misturar esses três títulos em um só. O trailer é meio longo e bem escuro, mas o game promete.
End of Eternity (no ocidente será Ressonance of Fate, não me perguntem porque...) parece mais um RPG japonês nos moldes de Final Fantasy. Homens com cabelo estranho, cientistas com óculos enormes, mocinhas dóceis e apaixonadas...
O toque steampunk parece interessante, e com certeza será um daqueles games com legiões de fãs e cosplayers gostosas em stands da E3...
Battlefield e Counter Strike dominaram as Lan Houses por muito tempo. Agora, com conexões de internet mais rápidas e a nova geração de consoles conectados na rede, a tendência é a de games massivos on-line se tornarem cada vez mais populares.
MAG vem com sede de abocanhar esse mercado, trazendo para o mesmo mundo mais de duas centenas de jogadores simultâneos. Se for tudo isso o que tá prometendo, e se a minha conexão de internet aguentar, pode esperar por umas cinco "*" no Blog da Resenha...
Saudades dos monstros de Dead Space? A EA Games e a Visceral retomaram o projeto com este novo game, para Wii.
Mas não se anime muito. Apesar de ser um "shooter", Dead Space Extraction é daqueles "estilo arcade" onde você não controla a movimentação do personagem, apenas mira e atira em tudo o que se move na sua frente...
- Warhammer 40.000 Dawn of War Dark Crusade (*****) (PC)
O mundo de Warhammer 40.000 começou a tomar forma com o jogo de tabuleiro lançado pela empresa canadense Games Workshop nos anos 1980.
De lá para cá, o rico universo de Warhammer 40.000 já migrou diversas vezes para o RPG, para os games eletrônicos, card games, gibis e diversas outras mídias, influenciando produtos tão díspares quanto o game Starcraft e o filme Starship Troopers.
No entanto, o universo de Warhammer 40.000 se tornou tão grande, complexo e bagunçado que poucos conseguem saber o bastante sobre o cenário. Para fins de comparação, o universo de Warhammer tem mais que o triplo de facções, planetas e personagens do que o universo de Star Wars ou Star Trek.
No entanto, o universo de Warhammer 40.000 ainda era muito grande, e apenas uma pequena parte estava sendo mostrada nestes RTS. Por isso (e para ganhar mais umas verdinhas, sendo que os dois primeiros games fizeram sucesso), as duas empresas resolveram continuar a parceiria e lançaram mais um game da série. Ao contrário do que alguns acham, Dark Crusade NÃO É um pacote de expansão para Warhammer 40.000 Dawn of War, mas sim um jogo idependente, que continua a série sem precisar do primeiro instalado.
Também ao contrário de Warhammer 40.000 Dawn of War, Dark Crusade não possúi uma campanha cheia de fases e missões. No começo da campanha offline você escolhe uma facção, e é então apresentado ao planeta Kronus e ao que seu povo resolveu fazer lá. Então cabe a você, em um mapa estratégico do planeta, dividido em províncias, decidir onde e como atacar.
A cada ataque você pode levar apenas seu comandante e algumas unidades de elite, e em terra, no mapa RTS similar ao dos primeiros Dawn of War, você pode construir quartéis e pedir reforços. A narrativa é muito bem custurada, e a presença das facções faz todo o sentido no planeta Kronus. As facções de Dawn of War (Space Marines, soldados humanos futuristas geneticamente modificados, cheios de alta tecnologia; Orks, seres verdes e bestiais, com tecnologia tosca e improvisada) e Winter Assault (Imperial Guard, soldados humanos comuns; Eldar, elfos espaciais futuristas e furtivos; e Chaos Space Marines, Space Marines satanistas e degenerados) já estavam em Kronus quando o planeta foi "fechado" por uma "tempestade espacial" (Warp Storm). Essa "tempestade espacial" impede que naves cheguem ou saiam da órbita do planeta, o que obrigou as facções a resolverem seus problemas sem poderem retroceder ou chamar mais reforços.
Duas novas facções estão presentes no game. Os Necrons (que fizeram ponta em Winter Assault) são mortos-vivos cibernéticos (algo como os seres do filme Virus) que buscam eliminar todo tipo de vida orgênica. Já os Tau são alienígenas (parecidos com os Grey, aqueles cabeçudinhos que andaram visitando Varginha, em Minas Gerais) com alta tecnologia mas pouca resistência física, que contam com camuflagem, veículos, snipers e aliados de seu planeta (os bestiais Krootox) para sobreviver.
Cada facção tem seus interesses próprios em Kronus, e cada uma possúi um quartel-general que, quando invadido provê uma longa batalha cheia de objetivos secundários e cutscenes.
A liberdade de ação, os excelentes gráficos, a violência gratuita e as absurdas citações "filosóficas" do universo de Warhammer fazem de Dark Crusade um game espetacular, capaz de tirar lágrimas dos olhos dos fãs mais hardcore e também de cativar qualquer um que não conheça ainda o rico universo de Warhammer 40.000.
Se você gosta de games, já deve saber o que é RPG. Aquele tipo de jogo onde você faz escolhas e controla seu personagem em uma aventura cheia de interação com outros personagens. Jogos como Zelda, Neverwinter Nights, Baldurs Gate, Fallout...
No entanto, quando a eletricidade acaba, o PC pifa ou a TV quebra, o jeito é jogar RPG "offline" com seus amigos, na tranquilidade de sua casa. Eis que a melhor revista gratuita online de RPG firmou parceiria com o Blog da Resenha. Agora em toda RPG Magazine haverá resenhas de games, dicas e matérias, incluindo as feitas para RPGs "offline".
Jogos de RTS te fazem se sentir um deus? Mandando um monte de soldadinhos para encontrar a morte certa, sem que eles questionem suas ordens? Arrasando cidades? Construindo prédios muitas vezes do nada, usando apenas pedra, madeira, ouro e comida?
Eis que a Lionhead e a EA Games tiveram a idéia de trazer um pouco mais dessa sensação para os RTS, com o primeiro Black & White. A premissa deve ter gerado muita confusão com os extremistas religiosos, afinal, no jogo, você faria literalmente o papel de um deus.
Apesar de original, o primeiro Black & White tinha bastante falhas, incluindo sua impossibilidade de criar um exército. Seu "povo escolhido" era sempre pacífico, manso, ficava lá, no canto deles, enquanto você tinha que fazer todo o trabalho pesado através de magia ou de sua criatura, um monstro gigante que te representava no mundo.
Eis que surge Black & White 2, com a mesma idéia, mas com novos recursos para te tornar um deus mais completo.
Preto no Branco (sem racismo e sem viadagem)
Vamos primeiro ao que Black & White 2 promete. Exércitos? Confere! Criaturas gigantes? Confere! Possibilidade de se tornar um deus bom ou mal? Confere! Unidades e construções que mudam de acordo com sua bondade ou maldade? Confere! Magias? Confere! Batalhas titânicas estilo Senhor dos Anéis e com criaturas no meio? Confere!
Como pode-se ver, Black & White 2 promete muito, mas cumpre pouco...
Há pouca mudança em relação ao primeiro Black & White no que diz respeito à jogabilidade. Seus fiéis ainda tem que explorar três recursos: grãos, madeira e pedras. Fiéis ainda visitam templos para lhe dar poder. Magias aumentam a produtividade dos campos, e você pode construir diversas estruturas usando seus poderes divinos ou colocando os seus fiéis para trabalhar.
A quantidade de estruturas aumentou bastante. Há diversos tipos diferentes de moradias, fora quartéis, templos, prisões, muralhas e castelos. A maior parte de seus poderes ainda é restrita à uma área em volta de onde moram seus fiéis. Fora do local onde eles te adoram você não pode mover objetos, lançar magias ou coisas assim.
Para interagir com essas áreas você tem as criaturas, monstros imensos que você cria e ensina, através de tapas ou afagos, o que eles podem ou não fazer. Estes monstros podem ser instigados contra seus inimigos ou usados para fazer trabalhos pesados, como de construção, colheita e corte de árvores.
E ainda há a dupla de um anjo velho e um diabo (extremamente engraçado) que brigam para te tornar um deus bom ou mal. Eles talvez sejam um alívio cômico necessário para um game extremamente estressante...
Os problemas de Black & White 2 começam nos controles. Como no game original, os controles de movimentação do Mouse são confusos e exagerados. Arrumar no menu Opções para o padrão "WSAD" ajuda bastante, mas os ângulos de visão são confusos, e o zoom costuma ou distanciar demais (sendo difícil ver as unidades) ou aproximar demais, perdendo-se a noção de espaço.
A Inteligência Artificial é extremamente capenga. O jogo não é realmente desafiador em nenhuma parte, e oscila entre um game de administração (estilo Caesar ou CivCity) ruim e um RTS bem tosco.
As opções de ser um deus maligno ou bondoso acabam se tornando ser um jogador masoquista ou não. Basicamente as ações cometidas contra seu "povo escolhido" pesam muito mais na sua "moral" do que as cometidas contra os de fora. Lá se vai a vontade de ser um Sauron da vida.
Tirando em miúdos, se você não constrói casas, não tem pessoal suficiente para formar um exército. Se você não formar um exército, não tem como invadir os inimigos e ganhar "maldade" e vencer a fase. Se você constrói casas, a quantidade de "bondade" que você ganha é muito maior do que a de "maldade" que ganharia por invadir os inimigos, e você acaba como um deus "bondoso".
Os exércitos também são decepcionantes. Basicamente você pode criar apenas arqueiros ou infantaria. Esperando batalhas sangrentas como em um Total War? Pode esperar sentado. As batalhas em Black & White 2 são mais similares aos desenhos animados de Asterix e Obelix do que a filmes como Coração Valente. Os soldados se acertam e um deles voa longe. Só isso.
O pior ainda é a campanha single player. A narrativa é a mais sem lógica possível. Imagine: gregos sendo atacados por astecas que querem dominar o mundo com ajuda de nórdicos e japoneses. Sentiu? É... saudades da família Black do Age of Empires III...
Ainda pior são os sons do jogo. Durante a campanha single-player você pode "ouvir" os pensamentos dos deuses seus inimigos. Na prática isso é um pé no saco, ficar ouvindo frases repetitivas tipo "Os astecas não consiguirão dominar o mundo enquanto os gregos ainda existirem" ou "Os gregos estão crescendo, vou fazer um exército". O pior é que são as mesmas frases, o tempo inteiro, de cinco em cinco segundos... Argh!
Os efeitos sonoros também são ruinzinhos, principalmente no grunhido das criaturas, que além de desagradáveis são agudos e bem chatinhos...
No mais, Black & White 2 é um game que precisa de paciência para ser jogado. Com o som desligado, de preferência...
- Brasil versus Tibet: Ou "Como o governo brasileiro e o budismo tibetano encaram os games"
Eis que hoje, ao abrir meu MSN (praticamente uma mania nacional), fui surpreendido por uma chamada sobre os games proibidos no Brasil. A lista, disponível em http://jogos.br.msn.com/noticias/noticias-artigo.aspx?cp-documentid=21958387 é bem incompleta, falta por exemplo o clássico Requiem The Avenging Angel (proibido na mesma época de Carmageddon), mas revela algo interessante sobre o país em que vivemos.
No outro lado do espectro da intolerância, ignorância e prepotência de nossas autoridades, está Trinley Dorje, também conhecido como Karmapa Lama, o terceiro monge mais importante do budismo tibetano. A matéria pode ser vista no blog Nerds Somos Nozes http://www.nerdssomosnozes.com/2009/09/lider-budista-joga-games-e-os-defende.html , mas, em resumo, Karmapa Lama não só joga como defende os games, e principalmente os games violentos.
Nas palavras do monge: “Eu vejo os games como uma terapia emocional mundana. Todos nós temos emoções, sejamos praticantes do budismo ou não. Todos sentem felicidade, tristeza e outros sentimentos e precisamos lidar com eles quando afloram. Para mim pode ser um alívio, uma descompressão, jogar games. Se estou tendo sentimentos ou pensamentos negativos, posso descarregar essa energia dentro do contexto ilusional dos games. Me sinto melhor depois…”
A proibição da mídia dos games não é exclusividade do Brasil. Em outros países do continente americano, e na Europa, ela também faz suas vítimas. O mais recente foi o game Wolfenstein, que se passa na Segunda Guerra Mundial e foi proibido na Alemanha por... conter suásticas. Mas espera aí... a PRÓPRIA Alemanha foi que se apossou da suástica (até então um símbolo budista/ hinduísta) para torná-la o emblema do regime nazista!!! Seria o mesmo que proibir um game que se passe no Brasil Colônia de conter brasões do império português... Ou proibir um game que se passe na Roma antiga de conter os símbolos das legiões romanas...
A normalmente tão civilizada Inglaterra também sofre com censuras. Por lá é proibido o game Manhunt, da Rockstar. Curiosamente, filmes que inspiraram o game, como Fuga de Nova York, são permitidos...
Nos EUA, como mostra Michael Moore em seu documentário Tiros em Columbine, foi discutida a proibição dos antigos games da série Doom por causa do massacre de Columbine. Os jovens que atiraram em seus colegas eram jogadores costumazes de Doom, e, é claro, as autoridades logo decidiram culpar o game (e também o músico Marlyn Manson...) pelo massacre, e não o Wal Mart que vendeu as armas e munições usadas na chacina...
De fato, cabe ai uma comparação interessante. Brasil e EUA (eu desconheço a situação da Inglaterra e da Alemanha para poder comentar...) são bastante conhecidos como países onde a violência é quase generalizada. Em qualquer grande cidade destes dois países, você corre constantemente o risco de ser pego por uma bala perdida, sequestrado, assaltado ou coisa pior.
Mas vamos nos ater ao Brasil, nossa nação tão contraditória. O juiz Carlos Alberto, ano passado, havia proibido no país o jogo Counter Strike por "apologia ao crime", sendo que tal "apologia" dizia respeito a um mod, isto é, uma modificação feita por fãs, que colocava os policiais e terroristas do game para lutar nos morros do Rio de Janeiro.
Curiosamente a mesma justiça que vê como apologética uma mídia que coloca policiais virtuais combatendo terroristas virtuais, não vê problema algum em soltar um chefe do tráfico por "bom comportamento" no presídio. O crime real é até mesmo incentivado pela justiça brasileira, e os morros reais do Rio de Janeiro continuam em clima de guerra, com blindados, metralhadoras e fuzis. A justiça que acha Counter Strike subversivo não acha tão danoso, por exemplo, o ministro do Meio Ambiente ir fazer marcha no Rio pedindo liberação das drogas.
Recapitulando. Crime virtual, que não prejudica ninguém = Ruim. Crime real que mata, mutila, vicia e causa dano à saúde das pessoas e ao patrimônio público = Bom.
O mesmo juiz Carlos Alberto também proibiu o game Everquest (que sequer é vendido no Brasil), alegando que ele "desvirtuava os valores morais" ao permitir que os jogadores tomassem decisões de agir de maneira ética ou não no mundo virtual. A mesma justiça à que o juiz Carlos Alberto representa, no entanto, não acha "desvirtualizador dos valores morais" os representantes do povo roubarem o próprio povo. Tanto que absolveu boa parte dos envolvidos em escândalos como os do Mensalão, dos Sanguessugas, do Celso Daniel...
A mesma justiça que absolve conhecidos corruptos como Paulo Salim Maluf e compania, proibe que as pessoas tenham, em um mundo virtual, a opção de escolher agir de forma honesta ou não. Mais uma vez, desonestidade e falta de caráter em um mundo virtual, onde ninguém é lesado = Ruim. Desonestidade e falta de caráter no mundo real, com o seu dinheiro = Bom.
É neste contexto que entra o Karmapa Lama.
Com alguma pesquisa histórica, pode-se ver vários momentos onde religiões lançaram mão da guerra, da tortura e da crueldade para defender seu ponto de vista. A Inquisição católica, a Inquisição protestante (cuja caso mais conhecido foi o dos enforcamentos de "bruxas" na cidade americana de Salem), as Cruzadas, a Jihad islâmica que culminou no 11 de Setembro, a formação de Israel, que invadiu um território de outro povo alegando motivos religiosos...
No entanto, é difícil achar algum caso na História onde budistas pegaram em armas, invadiram algum lugar ou usaram de motivos religiosos para fazer guerra contra alguém. Os budistas são amplamente conhecidos no mundo todo como uma religião pacífica, de monges "gente boa" como o Dalai Lama e gordinhos vestidos de laranja, meditando e sorrindo.
Se tem alguém que entende de paz, não-violência e comportamento ético, provavelmente é um dos líderes de uma religião conhecida por exercer exatamente estes princípios na prática. Se o terceiro homem mais importante do budismo tibetano recorre aos games como um modo de se livrar de emoções violentas, exercendo a violência nata do ser humano em um contexto onde ela não prejudica ninguém, como o contexto virtual, esse talvez seja um exemplo a ser seguido.
Um exemplo muito mais importante, que diga-se de passagem, do que o dado pela Justiça brasileira, que não pensa duas vezes em trancar uma menor de idade em uma cela com trinta homens adultos, ou em passar a mão na cabeça de corruptos e ladrões.
Quem sabe se Sarney e Maluf decidissem roubar dinheiro "de mentira" em mundos virtuais, Suzanne Von Richthofen decidisse matar velhinas em Carmageddon, e Marcola e Fernandinho Beira-Mar decidissem erguer seus impérios criminosos nas cidades de GTA, o Brasil não seria um país melhor...
É claro que tudo isso é uma especulação bastante otimista. No entanto, a declaração do Lama tibetano e da Justiça brasileira nos faz pensar no modo como cada uma vê a questão da violência virtual. O líder religioso de uma religião conhecida por sua conduta pacífica, vê em games violentos uma forma de exercer o instinto agressivo do ser humano sem causar dano à outras pessoas. Já a Justiça brasileira, conhecida por manter criminosos soltos e inocentes atrás das grades (já cansei de ver no Fantástico aquelas reportagens do tipo "O velhinho que foi preso por um crime que não cometeu, foi torturado, estuprado, cegado, mutilado e etc e libertado depois de vinte anos, quando a Justiça reconheceu que o coitado era inocente..."), vê na violência virtual não uma oportunidade para as pessoas descarregarem o estresse do dia a dia, mas sim um concorrente à violência real, um bode espiatório, uma solução fácil (e virtual) para os problemas que ela não consegue resolver na prática. A Justiça não consegue acabar com o tráfico de drogas nos morros cariocas? Não tem problema, proibe-se o jogo onde você combate criminosos e logo "faz-se de conta" que tudo vai ficar bem. O morro virtual está livre! Pena que os problemas reais continuam...
Se a Justiça brasileira parasse de se preocupar com o virtual e fosse resolver os problemas reais, provavelmente o Brasil iria se tornar um lugar melhor para se viver...